Aula de animagia



12> Aula de animagia

Os minutos foram se passando mais rápidos que o vento frio que transpassava seus rostos com adagas afiadas. Caminhavam vagarosamente, sentindo o clima pesar e se adensar, fazendo uma enorme pressão em seus corpos cansados. Já fazia algum tempo, não tinham uma noite de sono descente, graças e exclusivamente ao Voldemort, a quem Rony tinha o mau hábito de atribuir a “estraga-prazeres”.
Um pouco mais de caminhada e, com uma ajudinha de suas vassouras, avistaram os portões e os javalis-sentinela. Seus pés estavam formigando e, harry pôde sentir, Voldemort não estava tão perto. Teve um vislumbre em uma de suas visões que o ligava ao lord das Trevas. Harry se viu, mesmo que por poucos segundos, agrupado entre alguns Comensais, embrenhados nas altas montanhas da Grã-Bretanha. Harry pôde sentir a excitação e felicidade que Voldemort sentia. Um homem acabara de se aproximar. Disse algo ao seu lorde a respeito de um mapa, uma mapa pego pelo “fedelho impertinente”. A alegria se condensou em uma fúria e Harry o ouviu gritar.
Ele abriu os olhos. Rony havia segurado seu braço, assim que o amigo cambaleara para o lado. Hermione, apreensiva, olhou para Harry. Ele tentou dizer alguma coisa, mas ela foi mais rápida:
_ Eles estão nas montanhas. – falou ela.
_ eu sei... Co-como sabe disso? – perguntou Harry, perplexo.
_ Não faço a mínima idéia. – falou ela, sentindo-se nauseada – Quando você gritou, eu vi. Ele estava com alguns comensais. Voldemort não está feliz. Acho que ele queria o pergaminho do Bichano.
Harry observou os nós dos próprios dedos durante alguns segundos, antes de entrarem. Como ela conseguira ver o mesmo que Harry? Como Gina conseguia ouvir vozes? Rony também podia ouvi-las. Aconteceu no seu quarto uma vez. Os sinais estavam ficando cada vez mais fortes. Harry sabia, naquele momento, que o papel era importante. Voldemort procurava alguma coisa nos domínios da escola, e precisava do pergaminho para isso. Ouvira ele falar com Lindsay Umbridge. Sabia que o medalhão tinha algo a mais. Como ele foi tão descuidado a ponto de deixar o medalhão que, um dia fora uma horcrux, em cima de uma estante velha de madeira. A espada, por outro lado, ainda estava lá... ainda.
De alguma forma, Lindsay não havia reconhecido o rosto ofídico de Voldemort. Harry sabia que aquele rosto realmente não era de Voldemort. Era um rosto diferente, talvez quase tão pálido quanto, mas, definitivamente, aquela face era estranhamente familiar. Mãos e vozes diferentes das de Voldemort, mas muito vivas nas lembranças de Harry.
Hermione o acordou de seus devaneios e, com um sobressalto, lembrou-se que tinham que entrar na escola. Hermione, depois do que dissera, não disse mais nenhuma palavra, e Harry a respeitou. Sabia como era terrível estar na mente de um bruxo tão maligno. Mas, respeitando ou não, a dúvida parecia lhe corroer. Por que Hermione tivera a mesma visão? Será que, com a última luta que tiveram, Hermione adquiriu alguma ligação com o lorde? Não, agora isso não era importante.
_ Vou enviar um Patrono. – avisou Harry – informando que nós estamos aqui.
Harry apontou sua varinha para o alto. Um cervo saiu da ponta de sua varinha, e galopou cordialmente até a penumbra que cobria a escola adormecida. Naquele momento, harry se lembrou. Seu Patrono se transformara. De alguma forma, seu Patrono abandonara sua velha forma de cervo e adquirira a forma corpórea de uma águia-real deslumbrante. Seu coração apertou dentro do peito. Não fora ele quem erguera sua varinha contra os dementadores. Algo havia acontecido. A voz não era sua, o instinto não era seu. O Patrono também não parecia ser.
Antes que o medo pudesse consumi-lo, o Patrono de Harry voltara, acompanhado de uma garça. A voz de Minerva ecoou na escuridão da noite. “Entrem, por favor. Estamos a espera de vocês”. E a garça desapareceu. Aparentemente, o Patrono de McGonagall também mudara sua forma. Harry sabia que isso poderia acontecer. Mas não como aconteceu com ele.
_ Vamos, Harry. – chamou Gina. Seus amigos estavam alguns passos a frente dele. Os pensamentos de harry se dissiparam e correu em direção aos amigos. Estava nervoso. Sentia que estava perdendo domínio do próprio corpo, como se alguma força quisesse dominá-lo. Lembrou-se da voz. “Foi uma amostra... Do meu grande poder...”. A voz dissera, com todas as letras, que tinha muito mais poder a mostrar. E se ela quisesse mostrar isso possuindo seu corpo? Não, não poderia deixar. Tinha que tê-lo, pelo menos até destruir a ultima horcrux, se é que ela realmente existia. Ao longo que caminhavam pelo vasto gramado verdejante de Hogwarts, Harry ficou se perguntando se Voldemort era imortal, como a muito diziam. Impossível, ele tentara essa façanha com a Pêra Filosofal, mas fracassara. Por que parou de buscar uma forma de continuar vivo? Harry sabia que o único medo de Voldemort era a própria morte...
Entraram pelo saguão de entrada. Minerva e Firenze os receberam com abraços calorosos. Ao que parecia, com a morte de Sibila, precisaram de dois Adivinhadores para substituí-la. Harry sabia do potencial dela no ramo da Adivinhação. Era uma “Profeciadora”, como Harry gostada de se referir a ela. Ou era isso ou louva-deus gigante, o que, aliás, Rony se familiarizara mais.
Profa. McGonagall os convidou para se reunirem ao grupo no salão principal. Harry assentiu. Ninguém estava a fim de falar muito. Queriam, apenas, comer muito, tomar um bom banho e pregarem os olhos por, pelo menos umas dez horas. Caminharam vagarosamente, deixando o calor dos archotes esquentarem seus corpos gelados e seus pulmões secos e congelados. Nunca fizera tão frio assim naquela época. O clima morno dentro do castelo parecia renovar as forças do quarteto, encorajados pelo indescritível aroma da tão esperada refeição preparada pelos elfos.
Quando a diretora abriu a porta do salão, o pequeno grupo recém-chegado rompeu salão adentro. Todos olharam, estupefatos, Harry Potter caminhar até a mesa dos professores, onde foi conjurada quatro novas cadeiras. Minerva se ergueu, bateu com o garfo em uma taça e um estrépito alto fez a algazarra cessar.
_ Ouçam, alunos de Hogwarts. – Harry a ouviu dizer. Estava bem claro que ela não tinha o mesmo brilhantismo de Dumbledore para discursar, mas demonstrava muito mais autoridade – Temos novos convidados e, por assim, dizer, novos professores. Yvee Valentine, a nova professora de adivinhação.
Ela se levantou, acenando para os alunos e pousando seu olhar, acompanhado de um sorriso radiante, na mesa de Harry. Ele acenou com a cabeça, tentando parecer igualmente empolgado. McGonagall bateu na taça outra vez, e Harry a viu rachar.
_ Teremos conosco, também, Harry Potter, o professo de Defesa Contra as Artes das trevas.
Uma ovação a favor de Harry. A diretora já esperava o comportamento, mas Harry preferiu estar com a capa que herdara do pai uma hora dessas.
Naquele instante, uma luz clareou sua mente, ele sentiu seu estômago girar em torno de cada idéia mirabolante. Harry ouviu a voz de Bichano ecoar em sua mente como se a resposta estivesse nela o tempo todo. “Você me verá quando as pessoas deixarem de olhar pra você”. Pareceu tão obvio naquele momento que ele não pôde pensar em mais nada. Devorou sua refeição com tanta ferocidade que McGonagall olhou o jovem de esguelha, com ar aborrecido.
Seus amigos, sem entender, apressaram-se a terminara a refeição também e, assim que Harry saltou de sua mesa, sem dizer uma palavra, seus amigos o acompanharam, confusos.
Estavam quase se distanciando do salão, quando a voz de McGonagall ecoou rouca no corredor, chamando os quatro amigos.
_ Sr. Potter! Ah, Harry! – corrigiu ela, achando que não precisavam de tanta formalidade – Harry, espere!
Eles esperaram a mulher de coque se aproximar. O que ela poderia querer com eles, exceto saber as notícias a respeito de Voldemort? Sentindo uma vontade terrível de correr, Harry cerrou os punhos e aguardou a mulher falar o que queria.
_ Antes de saírem para fazer o que têm que fazer... eu preciso que saibam. – ela fez uma pausa, analisando o pequeno grupo de cima a baixo. Em seguida, continuou – preciso de fazer algo que Dumbledore me pediu.
Eles se entreolharam, curiosos.
_ Me encontrem na Sala Precisa, hoje à meia-noite. Procurem por algum lugar sossegado para aprenderem transfiguração.
Harry lançou a McGonagall um olhar intrigado, e Rony, Gina e Hermione trocavam olhares furtivos atrás dele. O que ela queria dizer? Queria mesmo ensinar transfiguração? O que Dumbledore queria, afinal de contas?
_ Lembrem-se. À meia-noite. Dumbledore iria querer isso.

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O relógio de pulso de Harry já marcava onze e cinqüenta e oito. Ele, Rony, Hermione e Gina aguardavam, impacientes, a chegada da Diretora McGonagall, enquanto estavam na porta. Ele ficou observando os ponteiros do relógio correrem enquanto o tempo passava.
O relógio acabara de indicar meia-noite. Por um breve momento, Hermione havia se perguntado se deveriam esperar pela professora. Rony, como uma de suas poucas idéias sensatas, falou:
_ Eu não acredito que ela quisesse que a esperássemos, ou não teria dito como entrar na sala.
Assentidos, eles passaram três vezes pela Sala Precisa, desejando um lugar sossegado para aprender transfiguração. Em questão de segundos, uma porta de mármore se materializou bem á frente deles. A porta se abriu e eles entraram.
Era uma sala circular, espaçosa, repleta de livros alinhados em uma estante de mogno, todos sugerindo o tema Transfiguração. Havia cortinas (apesar de não haver janelas) douradas com laços vermelhos, almofadas com o emblema da Grifinória e uma mesa no centro da sala, com cravejadas de diamantes e rubis e adornos de ouro. O chão era coberto por um carpete vermelho e desenhos de leões para todos os lados. No teto, o brasão da escola ela sustentados por correntes, onde, sob uma faixa desenhada, estava escrito “Draco dormiens nunquam titillandus”.
Sentado à mesa estava a professora de Transfiguração e diretora de Hogwarts. Hermione deu uma palmadinha nas costas de Rony, parabenizando-o pelo bom senso. Minerva simplesmente acenou a cabeça e, com um movimento suave com as mãos, as cadeiras deslizaram alguns centímetros para trás, para que os quatro jovens recém-chegados pudessem se acomodar. Silenciosamente, eles se sentaram. Havia uma pilha de livros grossos e empoeirados em cima da mesa, quatro pergaminhos e penas, com tinteiros para cada um.
Os quatro ficaram em silêncio. Minerva observava um livro titulado “Aulas Avançadas de Transfiguração” por cima de seus óculos de aro arredondado. Harry fez menção de falar, mas foi interrompido pela voz rouca e sinistramente suave da diretora.
_ Vocês estão aqui, meus jovens – começou ela – porque Dumbledore achou que isso poderia ajudá-los. Fui relutante ao me pedir isso, disse que era bastante arriscado.
Eles continuaram em silêncio, esperando as próximas palavras da professora.
_ Bem, como sabemos, não tenho como competir com a mente brilhante do nosso ex-diretor. Ele me deixou uma tarefa e tenho que passá-la a vocês.
Harry sentiu um seu estômago revirar. Será que ele sabia que poderia existir uma oitava horcrux? Será que Dumbledore tinha essa informação, sem nunca dizer ao Harry? Novamente, eles continuaram calados, encarando a professora com olhares cautelosos e curiosos.
_ É expressamente proibido comentarem qualquer coisa sobre isso com as pessoas, mesmo sendo a Ordem da Fênix. – ela adotou um tom misterioso em sua voz – Se o Ministério descobrisse, com certeza iria prender os quatro.
Hermione prendeu a respiração. Rony olhou-a, pasmo, até mesmo Gina pareceu surpreso. Mas Harry já entendera o que estava acontecendo. Observou um subtítulo no livro em que McGonagall estava lendo. Estava escrito em letras verde-esmeralda “Aula Avançada de Animagia”.
_ A senhora nos ensinará animagia? – perguntou Harry, ainda sério.
Harry conhecia as leis. Sabia que, para se tornar animago, tinha que possuir um registro, fazer anos de aulas para que o Ministério pudesse rastrear o animago. Mas sabia, também, que seu pai e os Marotos haviam se tornado animagos por conta própria e nunca ninguém, além de Dumbledore, descobriu.
_ Vamos o quê? – falou rony, pasmo – mas isso não é...
_ Isso é incrível! – falou Hermione – Mas, Profa. McGonagall, teríamos que passar por testes no ministério, acompanhar aulas, e...
_ Não será necessário, Srta. Granger. – falou ela – Eles não vão saber.
Hermione fez cara de muxoxo. Sempre via a professora agir corretamente, não concordava em vê-la incentivando que quebrassem as regras do mundo da magia.
_ Mas, professora, isso é...
_ Diga-me, Hermione. – interrompeu-a Minerva – Quantas vezes vocês quebraram as regras?
Hermione ficou escarlate. Perdera as contas. Realmente eles sempre quebraram, pelo menos, umas cinqüenta regras, ano após ano. Ela se calou e continuou a ouvir sua professora de animagia.
_ Lá fora, Hermione. – continuou ela – o mundo quer que você siga as regras. Mas aqui em Hogwarts, regras foram feitas para serem quebradas, burladas. Não se assustem com o que eu estou dizendo... Dumbledore sempre me dizia isso. Obviamente, eu achava o cúmulo do absurdo. Mas, pensem um pouco: Se vocês, todos esses anos, tivessem seguido as normas, o que seria dessa escola hoje?
Harry ficou pensativo. Todas as vezes que quebrara regras, cada passo aparentemente contra-lei, serviu para, depois de todos esses anos, triunfarem perante as trevas. Cada regra quebrada serviu para que chegassem até as Horcrux e destruir todas.
_ Quero ensiná-los, mas não vou dizer que será fácil. Pode ser que levem dois dias, um ano, ou que nunca consigam realizar animagia. Mas, se conseguirem, terão realizado o desejo de Dumbledore.
_ Tudo bem, mas... – Harry mediu as palavras antes de falar – Isso não vai nos ajudara derrotar os Comensais. Quero dizer, não esperam que eu me transforme em um cervo e comece a dar chifradas nos Comensais, não é?
_ E como tem tanta certeza de que vai se transformar em um cervo? – perguntou a professora, seus olhos brilhavam como duas pérolas negras.
_ Bem, é o meu Patrono, não?
Minerva deu uma risadinha rouca, mas simpática.
_ Um animago não se transforma em seu Patrono, Harry. É comum animagos tomarem a forma do mesmo animal que seus Patronos representam. Mas o que realmente conta, meu caro rapaz, é o animal que você tem dentro de si. Vou ensiná-los como libertar esse instinto animal.
_ É possível descobrir em que animal nos transformaremos? – perguntou Hermione.
_ Vocês precisam passar por algumas aulas para descobrirem as características de seus animais. – respondeu ela – não se pode saber ao certo o animal em que tomará forma, mas é possível descobrir seus traços físicos.
_ Ta. E pra quê esses papeis? – perguntou Rony.
_ A primeira aula. – respondeu a diretora – Cada um de vocês irá para um lugar mais reservado. Distanciem-se um pouco mais, para que seus pensamentos não sejam interrompidos pelo seu amigo ao lado.
E assim eles se separaram. Gina se sentou sobre as almofadas, Hermione permaneceu na mesa, Rony se encostou na estante de livros e Harry se sentou encostado nas cortinas douradas.
_ Muito bem – recomeçou Minerva – Fechem os olhos. Lançarei em vocês um feitiço usado na primeira aula, o Feitiço da Mente Aberta. Com ele, seus pensamentos fluirão. Deixem as mãos sobre as penas e, involuntariamente, vocês começarão a fazer anotações. Aquele que terminar primeiro permaneça em silêncio.
A diretora ergueu sua varinha para o alto, enquanto eles se mantinham com os olhos fechados. Com um demorado movimento, Minerva ordenou:
_ Imnanto no Domino fiorte! Immemorabili ab imo corde! Absconditum mentis!
Uma chuva de prata cobriu toda a sala e, quase que no mesmo segundo, eles sentiram seus corpos leves, levitando, como se boiassem na água. Seus corpos foram envolvidos por uma espécie de cúpula translúcida, que emitia uma aura prateada densa.
Harry sentiu seus dedos das mãos formigar. Suas pernas adormeceram e, segundos depois, ele se viu em um espaço alvo, uma dimensão completamente branca, e ele se viu só.
Estava solitário, mas não sentia tristeza. Ao invés disso, sentia uma paz interior que nunca sentira na vida. Havia, bem a sua frente, um Harry duplo, este vestido com roupas tão brancas que pareciam sumir no espaço alvo que o envolvia. A cicatriz em sua testa formigou. Harry sentiu seu corpo desmoronar. Abriu os olhos e se viu dentro de uma bolha prateada, Minerva com sua mão erguida, jorrando luzes de sua varinha. “Não posso deixar Voldemort me atrapalhar agora... Preciso continuar”, pensou o garoto.
Fechando os olhos novamente, deixou aquela aura entrar em sua mente pela segunda vez. Esforçou-se para esquecer a cicatriz. Estava no espaço branco novamente, seu eu vestido esplendidamente. Harry percebeu, então, os cabelos de seu eu duplicado se tornarem um vermelho flamejante. Cresceram, então, uma barba longa e tão vermelha quanto os cabelos. Sentiu um calor emanar do seu reflexo. Os dentes caninos pareciam ter se alargado e crescido consideravelmente.
Harry pode sentir os dedos formigando, e presumiu estar escrevendo no papel que McGonagall lhe entregara. Mas naquele momento, ele viu que não estava só. Viu uma silhueta ao seu lado, um espectro de luz alguns centímetros menor do que ele. Surgiu, então, uma duplicata do espectro. Haviam quatro pessoas dentro daquela dimensão alva e, Harry pôde sentir, ao seu lado o espectro parecia sorrir para ele. Seu espectro se tornou, nitidamente, uma águia-real.
O espaço branco desapareceu. Um céu azul, desanuviado, se materializou a sua volta. E ele se viu cair. Ele e o espectro de luz, ao seu lado. Harry viu o desconhecido erguer as mãos, aparentemente, queria que dessem as mãos. Harry obedeceu. Uma luz intensa cegou suas visão e seu corpo pesou.
Ao abrir os olhos, Harry estava encostado na cortina. McGonagall, Rony, Hermione e Gina estavam do seu lado. Quando ele finalmente abriu os olhos, Gina pulou em seus braços.
_ O que... O que aconteceu? – Harry focalizou os rostos preocupados – O que houve?
_ Sua aura... – Mcgonagall o fitou, uma mescla de surpresa e preocupação em sua voz – ela cresceu mais do que o esperado. Você ficou dentro da esfera áurea por mais de meia hora.
_ Como... esfera... Meia hora? – exclamou ele – fique desacordado durante meia hora?
_ Quem bom que está bem. – falou Gina, aliviada – Foi tão forte... Quando eu acordei, vi você dentro da bolha. Era maior do que a nossa.
_ Harry, deixe-me ver o que escreveu? – pediu McGonagall – Me entreguem as anotações.
_ Leia em voz alta, Profa. McGonagall. – pediu Rony – Estou curioso.
_ E quem disse que as anotações são escritas? – falou ela, séria – Não, Sr. Weasley, vocês fizeram desenhos. É preciso um segundo feitiço para tornar a imagem visível. “Revelio Animalium Ammiotis!”
Os pergaminhos reluziram como diamantes. Eles notaram que, em cada pergaminho, havia um desenho perfeitamente idêntico aos seus respectivos donos. Logo, cada desenho saltou dos pergaminhos, flutuando ao redor da mesa. No pergaminho de Rony, seu corpo estava maior e seus cabelos negros, com braços e unhas longos. Hermione estava desenhada com um vórtex de penas ao fundo, seus olhos amarelos e redondos. Seus pés tinham três garras curtas. Gina aparecia no desenho com as pupilas dos olhos em formato de duas fendas negras, seus olhos amarelos e os dentes caninos ampliados. O desenho de Harry tinha as mesmas características de Gina, apesar de seus cabelos estarem muito mais vermelho do que os da namorada, barbas flamejantes e um olhar mais feroz.
Hermione soltou seu habitual grito abafado, indicando apreensão e desespero. Ao lado do desenho de Harry, uma águia voava majestosamente, fazendo aspirais ao redor dele. McGonagall olhou as imagens emitidas do pergaminho do bruxo. Estava perplexa, nunca vira nada igual.
_ A ave, Harry! – falou Gina – a mesma que... Que nos salvou dos dementadores!
Todos corriam os olhares da águia ao Harry assustado sentado na cadeira. McGonagall se levantou e ordenou que se retirassem.
_ Preciso pensar! – bradou ela – Vamos! Tenho que pensar!

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