O reencontro Inesperado



Olá pessoal! Antes de começarem a ler essa incrível história, peço que não a baseiem no livro 7. Saibam também que, nessa história, Voldemort já foi derrotado. Mas saibam que, não é por isso que a vida de Harry será um eterno mar de rosas. Tem um mistério grandioso a sua volta. Ele vai descobrir porque, realmente, Hogwarts está onde está, e porque foi construída. Aguardem essa incrível história.



O chamado das sombras


O céu nunca foi tão claro como naquele dia, mesmo sendo noite. A lua fazia a sua habitual vigilância noturna, observando o movimento caloroso abaixo dela. Apenas o vento gélido e agourento indicava uma onda de tempestade se aproximando. A folha do calendário voara para perto da porta, em um dormitório no Caldeirão Furado, em Londres. Na folha estava escrito, em letras douradas, 30 de julho. O jovem rapaz deitado à cama mal percebera o vento entrando pela janela semi-aberta. Estava muito concentrado escrevendo uma carta, sua escrivaninha iluminada por uma vela bruxuleante e os feixes de luz prateados que atravessavam os vidros empoeirados da janela. O jovem retirou os óculos, esfregou os olhos e abriu uma gaiola de ferro, acima da mesa-de-cabeceira. Retirou uma coruja de plumagem branca e acariciou sua cabeça.
_ Pronto, garota! Leve essa carta para ele. – falou ele, enrolando a carta que escrevera em uma fita vermelha e, em seguida, amarrando-a na pata do animal – Ah, fique com essas sementes.
A coruja assobiou, agradecida, e levantou vôo, sumindo no horizonte negro. Os olhos verde-vivos do garoto repousaram sobre uma foto em sua escrivaninha. Uma garota de cabelos castanhos ondulados e um garoto ruivo acenavam alegremente, rodeados por outros jovens que, para ele, faziam algum sentido em sua vida. Sorriu em seu devaneio de criança, mas não passava disso... uma lembrança. Pegou a última carta que recebera há três meses atrás, acima da cômoda, abriu-a e leu, talvez pela décima vez.

“Caro Harry, ou melhor: Oi, Harry”!

“Espero que esteja bem, depois do nosso último encontro. Estou orgulhosa da pessoa em que você se tornou. Está mais forte, corajoso, venceu o seu medo. Bem, dentro de alguns meses o ano letivo começará em Hogwarts. Pena que não voltaremos, foram inesquecíveis aqueles tempos. Tenho saudades. Talvez não nos veremos tão cedo. Estou aqui na Austrália, trabalhando Na SBA (Sociedade Bruxa Avançada), uma nova sociedade de inomináveis. Rony também está muito ocupado, ele foi transferido para uma filial do Ministério de Magia lá no Egito. Ele me disse que está se divertindo muito com o irmão. E você, como está se saindo como chefe dos aurores? Não demorou nem duas semanas depois da luta contra Lord Voldemort para nomearem você um auror!
Harry, estou mesmo com muitas saudades! Cuide-se.”

“Hermione Granger”

Harry sentiu um vazio em seu peito rasgá-lo cruelmente. Sentia-se esquecido. Não recebia cartas dos amigos a três meses. Nem mesmo Hagrid, o guarda-caça que jurou lealdade e compromisso com os Potter, nem mesmo um terrível bolo feito por aquelas mãos gigantes ele ousou mandar. Por mais que tivessem o sabor ruim, Harry gostaria de devorar um inteirinho naquele momento, só para se lembrar de como era bom seu tempo de estudante em Hogwarts. Veio em sua mente uma figura velha de aparência cansada mas, ao mesmo tempo, muito maroto. Seu ex-diretor, e grande amigo, morrera pela pessoa em quem Harry depositava considerável parte de seu ódio. Mas, não importava mais, Snape estava tão morto quanto Dumbledore.
Rony, seu melhor amigo, não lhe mandara nenhuma carta sequer desde a última vez em que se viram no colégio de Hogwarts, quando destruíram o último horcrux, o chapéu seletor. Harry ficou boa parte de seu tempo após aquele dia, confinado em um quarto empoeirado no Caldeirão Furado, esperando seu primeiro chamado do Ministério de Magia. Ele, por outro lado, não tinha expectativa de recebê-lo. Afinal de contas, ele destruíra a fonte de toda a maldade bruxa. Nada mais se atreveria a atravessar seu caminho. Mas isso não lhe soava bem. Sentia como se suas atitudes tivessem afastado as pessoas que mais o amava.
E Gina? Nenhuma carta sequer! Depois de tudo que passaram, ela simplesmente se esqueceu dele, era o que pensava Harry. Mas se conformava em se lembrar dos dias felizes que passou ao lado da garota.
Foi quando Harry observou sombras passando por detrás de sua porta, que percebeu uma página do calendário. Marcava 30 de julho. Ao olhar para o relógio, já passava da meia-noite. O 31° dia do mês começara. Como de costume, Harry sempre se esquecia do próprio aniversário. Olhou, afoito, pela janela, esperando algum pacote lustroso embrulhado em papel de presente. Nada. A noite parecia muito mais densa agora.
_ Gostaria que tudo fosse como antes. – falou o garoto para o próprio reflexo no espelho – seria muito mais fácil.
Percebeu que seu reflexo piscara para ele, mas logo deduziu que não passava de um aviso do tipo “Vá dormir porque você tem um encontro com Madame McGonagall”.
Colocou os óculos na mesa-de-cabeceira e deitou-se, acomodando seus cabelos rebeldemente penteados no travesseiro de penas de ganso. Em menos de cinco minutos, sua respiração branda inspirava paz e tranqüilidade por todo o cômodo. Mal sabia ele que, bem na extremidade do quarto, onde estava o espelho, alguém muito parecido com ele o observava.

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Parecia que Harry acabara de adormecer quando os primeiros raios de sol invadiram seu quarto úmido no Caldeirão Furado. Ele se levantou vagarosamente, se perguntando porque exatamente estava ali. Então se lembrou. Percy Weasley, o novo Ministro da Magia, o convocara para uma reunião. Desde o dia em que ele e seus pais brigaram, Percy nunca mais foi o mesmo. Agia com frieza, como se sua família ou seus amigos fossem uma página em branco. Harry vasculhou em sua mente um motivo para que Percy tivesse tanta ira dos pais e irmãos. Talvez fosse isso, egocentrismo. Um Weasley diferente de todos os outros, Harry se deu conta que nunca gostara dele mesmo, e não tinha remorso nenhum em pensar assim, mesmo sendo integrante da família mais admirável que Harry já conhecera.
Eram quase oito horas da manhã. O cheiro de café fresco e as torradas com mel deslizavam pelo corrimão da escada e passavam pela fresta da porta.
_ Tom deve estar preparando uma ótima refeição... – falou o rapaz sozinho, e riu de si mesmo, sentindo que a carência parecia ser a sua única companheira. Desceu as escadas, desanimado, atraído apenas pelo cheiro do café da manhã. Ao descer, vira, sentado em um banco a alguns metros dali, Argo Filch, o zelador da escola de bruxaria Hogwarts. Não que Harry o odiasse, mas certamente não o queria como a sua lembrança do dia. Saiu de fininho e, em poucos minutos, atravessara o portal de tijolos, entrando no Beco Diagonal. O lugar parecia muito mais feliz. Pessoas riam e se cumprimentavam calorosamente. Se Harry já era famoso porque um dia tirara Voldemort de circulação por longos anos, imagine depois que o derrotou completamente! Todos o assediavam, crianças agarravam sua jaqueta, pedindo autógrafos, velhos queriam apertar sua mão e, para seu constrangimento, as mais belas mulheres que ali estavam queriam dar um beijo em “eu rostinho meigo”, como dizia Yvee Valentine, uma bruxa que também estava hospedada no Caldeirão Furado há algumas semanas. A garota viera de Durmstrang a procura de uma nova vida.
_ Desde o dia em que metade da escola de Durmstrang se aliou a Você-Sabe-Quem – dizia ela a Harry – todos passaram a me olhar muito estranho onde quer que eu andasse. O Ministério da Magia já percebeu que eu estou limpa, mas o preconceito ainda é muito grande.
_ Er... tudo bem, Yvee. Eu acredito em você.
Yvee inspirava muita confiança e sinceridade. Tinha cabelos castanhos ondulados, olhos azuis e uma pele rosada. Harry sempre ficava vermelho quando ela sorria. Não sabia porque, mas algo nela lhe agradava.
_ Eu estou com uma vontade de tomar um sorvete! Harry, você não quer pagar sorvetes pra gente?
_ Claro, por que não. – Harry não poderia dizer não, ele até achava graça no jeito atirado da jovem moça.
Durante muito tempo os dois ficaram conversando sobre a infância na escola, enquanto caminhavam pelo Beco e viam as novidades. Harry passara na porta das “Gemialidades Weasley” por diversas vezes, mas não tinha o interesse em fazer uma visita. Sempre que os gêmeos Weasley o via, provocavam Harry na frente de Yvee, sem contar com o tratamento de “rei”.
_ Então, Harry. Por que seus amigos não vieram visitar você? Estão tão ocupados assim? – perguntou Yvee.
_ Não é bem isso, não, é que...
_ Nossa!! – exclamou a garota, abraçando repentinamente o rapaz – quase me esqueço! Feliz aniversário, Harry! Tome! Esse é o meu presente.
Yvee tirou do bolso de seu vestido dois papéis dourados, muito chamativos. Na frente, o desenho de dois homens montados em vassouras movimentava-se com muita velocidade, disputando a goles, uma bola do jogo de Quadribol.
_ Isso é... Não... Você só pode estar brincando!
_ Não estou! – falou ela, sorrindo – um presente para você, meu bruxinho mais famoso! Um amistoso bem aqui, na Inglaterra! Uma raridade! Inglaterra versus Alemanha! Vai ser show! Devíamos ir juntos, não acha!
_ Claro! Puxa, isso ia ser incrível! – falou Harry, sorrindo, o que lhe proporcionava uma careta exótica, levando em conta que não se via um sorriso em seu rosto a semanas – Amanhã a noite!
_ Muito bem, então! Me encontre na loja da Madame Malkin! Comprei um vestido de cetim e quero estriá-lo no nosso encontro! Até, Harryzinho!
E, dizendo isso, a garota beijou-lhe o rosto e saiu, balançando seu vestido de linho fino. Harry ficou observando Yvee desaparecer no meio da multidão, que o encarava todo o tempo. Olhou para o relógio e se lembrou que tinha um encontro muito importante com Percy Weasley naquela mesma hora. Sem pensar em nada, correu até o bar de Tom, onde fora marcado a reunião. Saiu aos tropeços, e se dirigiu até a mesa do canto, onde Percy estava assentado, acompanhado por um outro bruxo. Harry se aproximou mais para identificar o acompanhante do ministro. Era Draco Malfoy.

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