O começo do fim



Por Merlin! Minhas mais sinceras desculpas pela demora!!! Não vou nem me justificar, porque não vai adiantar nada mesmo, não é? Bom, está aí o derradeiro capítulo. Eu havia escrito outro final, e meditei por um longo tempo se deveria publicá-lo. Acabei decidindo não fazer isso, pois provavelmente decepcionaria os insaciáveis fãs de Harry/Gina. Então optei por este final, que me parece um pouco mais "Happy End". Talvez um dia eu publique o outro, um final mais dark, talvez até um pouco mais condizente com os fatos do penúltimo capítulo, mas não tão Harry Potter, se é que me entendem.



Aproveito para agradecer a todos que gastaram seus preciosos tempos deixando comentários, que me deixaram muito feliz mesmo, eu chegava a dar pulos de alegria com cada email que recebia me avisando do comentário. Muuuuuuito obrigada! Agradeço por todos aqueles que elogiaram, ou aqueles que também criticaram, porque faz parte. Eu mesma, lendo alguns caps. anteriores, tenho vontade de pular do primeiro prédio com mais de 20 andares. Mas, no final de tudo, para uma primeira fic, de alguém que não escrevia nada além de dissertações, ou cartas argumentativas, não está tão ruim assim. Talvez um dia eu reescreva a fic e corrija algumas coisas idiotas que eu fiz, mas não tenho tempo agora. Consequências de não se ter uma beta.



Sem mais, this is the end. Enjoy





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Morto. Não havia mais o que se fazer. O seu corpo jazia sobre as folhas que forravam a floresta. Desta vez, era o fim. Avada Kedavra só falhara uma vez, não o faria novamente.



O único espectador daquela cena funesta estava imóvel, observando, em choque, o corpo à sua frente. Ele não sabia se o pior de toda a situação era mais uma vez ficar face a face com a morte ou se era pelo fato de o corpo inerte ser de quem era. Talvez não fosse nada disso, o sentimento de impotência é que era realmente cruciante, pois não havia nada que revertesse o fim da vida. Podia-se evita-lo, mas não era algo que tivesse volta.



Harry apertou os olhos com uma força descomunal, largou sua varinha no chão e se ajoelhou, arfando. Seu corpo ainda estava trêmulo. Começou a balbuciar algumas palavras ininteligíveis, sua garganta doía pelo choro preso. Por um momento achou que não conseguiria respirar, pois seus pulmões ardiam a cada quantia de ar que ele ousava a empurrar para eles. Era como se a vida já não o quisesse mais. Talvez se salvar da morte por mais de duas vezes fosse mais do que o destino conseguisse suportar.



- HARRY! – Hermione berrou. Oh, Harry... – repetiu, chorosa, correndo ao encontro do bruxo.



O moreno apenas virou o pescoço, pálido, e deixou o seu corpo esborrachar no chão, enquanto via imagens embaçadas correndo até ele.



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- Ela foi presa? – sussurrou.



- Sim, o ministro se encarregou pessoalmente disso. Belatrix nunca deveria ter saído de Azkaban...



- Certamente. Mas, senhor, apesar de toda a tragédia, ele está vivo, não está? – perguntou Ron, tentando ser otimista, mas baixo para não acordar o amigo na enfermaria.



Dumbledore expirou forte e olhou para baixo, entristecido.



- Não sei que tipo de vida ele vai levar daqui para frente, meu querido. Espero que ele acorde agradecido de ainda estar vivo e não, revoltado por tudo o que aconteceu. Acho que são coisas de mais para uma pessoa apenas. E não falo pela idade do Harry... Tudo isso enlouqueceria qualquer um, até mesmo alguém que já tivesse passado por grandes provações na vida.



O ruivo fez uma expressão de quem denotava o tamanho do problema que poderia estar por vir. O diretor olhou carinhosamente para o garoto, colocando uma das mãos sobre seus ombros e disse:



- Mais do que nunca, os amigos farão um papel essencial. Conto com você e com Hermione, que são aqueles em quem ele sempre pôde confiar.



Com essas palavras, o velho bruxo cruzou a porta da enfermaria e deixou o ruivo sozinho com seus pensamentos. Rony aproximou-se lentamente do amigo, observando atento o seu sono perturbado. Hermione cochilava em uma cadeira ao lado da cama, olheiras profundas sob os olhos.



Ele colocou a mão sobre o peito de Harry, como que checando se ainda havia um coração batendo ali, se todo aquele drama não havia aniquilado com tudo o que fosse de humano e bom nele. O ruivo lembrou-se de Gina, e da sua decepção quando Dumbledore sugeriu que ela não ficasse na enfermaria, pois as reações de Harry com a presença da ruiva ainda eram imprevisíveis; tentar não magoar mais ninguém era o mínimo que se podia fazer para tentar amenizar os estragos da situação. Rony achava que o diretor estava certo, apesar de a sua irmã ter ficado arrasada com a possibilidade de não estar lá quando ele abrisse os olhos.



Um movimento brusco do moreno fez com que ele interrompesse seus pensamentos.



- Mãe.... – balbuciava, contorcendo os dedos.



- Harry? Harry, calma... Estou aqui... – sussurrava Ron.



- Mãe, me leva, mãe...



- Hermione, acorda! Ele está tendo um pesadelo! – exaltou-se Ron.



A grifinória despertou assustada e aproximou-se de Harry. Passou a mão sobre a testa dele, acalmando-o.



“ – Mãe? Mãe, você me disse que vinha me buscar, mãe.... Por que ainda estou aqui? Estou... Estou sufocado, mãe. Me salva daqui! – implorava Harry, aos prantos, tentando desesperadamente sair do buraco negro e pegajoso em que se encontrava.



Lílian olhava para o filho tristemente, sem dizer nenhuma palavra.



- Mãe... Não vê que eu estou nesse antro? Eu tenho medo de não sair mais daqui. Por favor, me salve! – suplicava.



Lílian deixou uma lágrima escorrer pela face e abaixou-se até que sua cabeça ficasse próxima da de Harry. O moreno jamais havia visto uma pessoa tão bonita em toda a sua vida.



- Meu filho... Você tem que sair daí sozinho... Eu não posso te ajudar, querido... Lembre-se do seu amor, apenas isso – suspirava.



- Por favor, mãe. Tire-me daqui... – chorava.



- Coragem, meu filho. Coragem.



Lentamente, Lílian ia se transformando em uma fumaça. Para o desespero de Harry, estava sozinho mais uma vez. Mas, de repente, uma voz em sua mente não o deixaria em paz:



- Harry, você me matou. Matou o seu próprio pai. Como pôde? – questionou uma voz maligna.



- Onde você está? ONDE VOCÊ ESTÁ?- indagava, procurando por todos os lados de onde vinha a voz.



- Você me matou... Você me matou... Era para você ter morrido e agora, eu estou aqui...



- Eu-eu-e-eu... – gaguejou – Eu não te matei, foi você quem pulou na frente daquela luz verde, eu não fiz nada, EU NÃO FIZ NADA! – gritava, desesperado.



- Você disse que me mataria, Harry. Foi você quem fez isso.



- EU NÃO FIZ! EU NÃO FIZ! EU NÃO FIZ! EU NÃO FIZ! EU NÃO FIZ! EU NÃO FIZ! – repetia, enfiando as unhas no rosto e escorrengando-as ao longo da face, fazendo o sangue escorrer.”

- Harry! Harry! Acorda! Madame Pomfrey, ele não está conseguindo respirar! Ajude, PELO AMOR DE MERLIN! – implorou Hermione, desesperada.



- Afastem-se os dois daqui, saiam daqui AGORA! – ordenou.



Ron passou o braço por cima dos ombros da namorada, aos prantos, e saíram da enfermaria.



- Ron... Ele vai morrer... – soluçava.



- Não vai, Mione. Ele é forte, você sabe disso. Fique calma, foi só um pesadelo.



O ruivo tentava ser forte, mas ele sabia que ainda era possível que acontecesse.



- E se... E se ele não conseguir mais acordar, Ron?



- Não diga isso, vai dar tudo certo, você vai ver. Daqui a pouco ele vai se levantar daquela cama, vai dizer que está tudo bem, vai jogar quadribol de novo, não vai fazer nenhuma lição...



Hermione deu um sorriso, contrastando com seu rosto lavado de lágrimas.



- Só me abrace, Ron.



O jovem Weasley abriu os braços e deixou que Hermione encostasse a cabeça em seu peito, apertando-a contra si. E assim permaneceram por boa parte da noite.



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Duas semanas depois...



- Silêncio, por favor! – pedia Dumbledore, sinalizando com os dois braços. Rapidamente todo o Salão Principal emudeceu, aguardando alguma declaração do diretor.



- Será que ele vai contar tudo? – sussurrou Ron no ouvido de Hermione, que balançou os ombros num sinal de que não tinha a menor idéia.



- Sei que devo várias explicações pelos acontecimentos recentes. Peço desculpas pelo segredo, mas é que enfrentávamos uma situação delicada com um de nossos alunos e achamos melhor guardar os fatos por um tempo, embora muitos já saibam o que aconteceu, em parte... – ponderou. Em resumo, a história é assim: “hospedamos” recentemente – olhou cinicamente por cima dos oclinhos de meia-lua - o Lorde Voldemort aqui na nossa escola.



Um “ooooh” invadiu o salão, seguindo de um burburinho irritante. Hermione e Rony encararam Malfoy com desprezo, que devolveu com um sorriso descarado.



- Como é que esse idiota pôde sair ileso dessa? – perguntou a grifinória, indignada, sem deixar de afrontá-lo.



- Junte um bom tanto de galeões mais outro tanto de poder e você pode qualquer coisa. – disse Ron, resignado.



Dumbledore limpou a garganta, num novo pedido de silêncio.



- Por favor, não vamos discutir nada agora. O que vocês precisam saber é que o Lorde das Trevas é alguém muito astuto, que facilmente enganaria qualquer um de vocês - frisou. Não iremos julgar ninguém aqui, não é de nosso direito. Mas, por conta disso, perdemos uma vida muito importante: A do Prof. R.J. Lupin, de Defesa Contra Arte das Trevas que, na verdade, era Tiago J. Potter. Não preciso esclarecer essa parte, creio que todos vocês saibam porque foi Tiago que morreu e não Lupin.



A tristeza invadiu todos os rostos da Grifinória, enquanto via-se expressões de triunfo na mesa oposta, os Sonserinos.



- Além disso, quase perdemos também a vida de um dos alunos mais importantes da escola... Infelizmente, o destino de Harry lhe reservou uma ironia cruel. Perderia primeiramente sua mãe, que num gesto desesperado, se atirou na frente do pior feitiço que conhecemos para salva-lo. Como todos devem saber, a ele não restou nada mais que uma cicatriz, enquanto a vida de sua mãe foi perdida.



“Mais tarde, perderia o pai, numa situação quase idêntica; num ato de desespero, Tiago lançou-se à frente do feitiço mortal, fazendo exatamente como sua esposa, no passado. O feitiço, mais uma vez, ricocheteou e voltou para o Lorde, transformando-o em nada mais do que uma entidade que vaga pelas florestas, procurando uma oportunidade para retornar e nos incomodar novamente. Mas não creio que isso ocorra em breve; da última vez, levaram dez anos para que ele voltasse, ainda que numa forma facilmente destrutível.”



Dumbledore fez uma pequena pausa, procurando observar o rosto de cada aluno. Alguns com uma enorme empatia pela tristeza da história, outros mostrando abertamente o tédio que aquela “ladainha” os causava. Depois continuou:



- Dessa vez, entretanto, não houve cicatriz. Pelo menos não daquelas que a gente possa identificar só de olhar. Os acontecimentos daquele dia vão ficar marcados na mente de Harry, só ele saberá a dimensão desse estigma. A nós todos, resta manter a vigilância. Vamos observar o que nós fazemos, cuidar dos nossos amigos, nos lembrar do que eles significam antes de dizer qualquer palavra que os ofen...



De repente, o diretor parou o seu discurso e fitou a porta que dava acesso ao salão. Notando o choque do velho bruxo, os alunos bruscamente se viraram para a direção do olhar do homem.



Harry.



Lá estava ele. Mais magro. Os cabelos, ligeiramente maiores. Mais outro tanto de melancolia sob o semblante. Mas lá estava ele, dignamente. Os olhos verdes percorreram todo o salão, um olhar incerto.



Ninguém respirava.



Era como uma apresentação de uma orquestra em um grande teatro, em que as pessoas só aplaudem quando finalmente o maestro sinaliza que podem, relaxando o seu corpo. Lentamente, Harry foi dando um passo após o outro. Passos hesitantes, sim, mas muito mais pela fraqueza do que por falta de determinação. Rony e Hermione sorriram, como se vissem um filho que caminhava pela primeira vez. Ao fim da mesa, alguém da grifinória começou umas palmas tímidas. Logo, toda a mesa da Casa aplaudia fortemente.



Não demorou para que, uma a uma, os outros se juntassem ao coro da Grifinória, se levantando e aclamando-o. Até mesmo os sonserinos o fizeram, claramente a contragosto, mas “quando não se pode ir contra, junte-se a eles”. Hermione foi a primeira a se levantar da cadeira e ir correndo ao encontro de Harry, dando um forte abraço, chorando de alegria.



- Sentimos muito a sua falta, Harry. Mal posso acreditar que você está aqui, conosco! – disse ao seu ouvido, sem deixar de abraçá-lo.



Harry a encarou com um sorriso plácido e disse:



- Não se preocupe. Você acha que eu morreria antes de ver seu casamento? – brincou.



Rony o abraçou fortemente, as lágrimas nos olhos, perguntando:



- Quem mais poderia ser o capitão do time além de você, hein Harry?



- Não seja modesto, Ron. Você melhorou tanto que em breve estarei recebendo minha aposentadoria como capitão do time da Grifinória.



Mas, entre beijos, abraços e aplausos, mais alguém estava ali. Esperando por atenção. Eram olhos cheios de esperança, marejados. Implorando para que fossem vistos. O salão silenciou quando o olhar dele cruzou com o dela, e se ligaram de modo irreversível.



Os olhos verdes ensaiaram uma pequena expressão de decepção, enquanto o rosto de Gina exigia remissão. Ela provavelmente não agüentaria um insulto na frente de toda aquela platéia, que agora esperava por alguma reação de Harry. O moreno a encarou, misterioso, enquanto ela apertava as mãos próximas ao peito, apreensiva.



Ele deu um passo. E mais um, na direção da ruiva. Ela já estava de cabeça baixa, esperando que ele a escorraçasse dali, mas diante da exaltação dos alunos, levantou a cabeça para ver o que estava acontecendo. E o viu se aproximando.



Então, a esperança encheu seu peito. Ela simplesmente não conseguiu frear o impulso de ir correndo até ele. Quando Harry a viu naquela velocidade, fez os mesmo. E os dois se encontraram no meio do caminho, como numa explosão.



O que se seguiu foi tão mágico que os dois mal conseguiram ouvir os urros que os alunos do salão davam pelo lugar. Eram vivas, “Isso aí, Harry!”, “Parabéns, Gina!”, “Droga, logo agora que eu ia ter minha chance com ele!”, e outras tantas congratulações. Quem ia querer ouvir tudo isso quando se é o protagonista de uma das cenas mais bonitas que Hogwarts jamais vira?



Harry separou seus lábios dos de Gina e lhe disse, encarando-a profundamente.



- Você não sabe como senti falta desses lábios... Do seu cheiro. De você.



- E eu quase morri sem você, amor... – respondeu, quase em choque, abraçando-o mais forte.



- Eu fiquei com muito medo de morrer e não te dizer o quanto te amava, Gina. Eu sinto muito por tudo. Por tudo mesmo. Espero que um dia você me perdoe.



- Eu também sinto, Harry. Eu te amo mais do que tudo. Eu que tenho que te pedir perdão, a culpa foi toda minha...



- Shhhhh! – encostou seu dedo na boca da garota para que ela não falasse mais nada. Depois falamos sobre tudo, temos todo o tempo do mundo para conversar, ok? Também te amo muito. Promete que mais nada vai nos separar, nunca, nunca.



- Prometo! – garantiu, finalizando com um beijo doce, juntando suas mãos às dele.



Ao fundo, um satisfeito Dumbledore sorrindo de alívio, uma McGonagall tentando esconder o rubor da face, Snape revirando os olhos e uma platéia muito, mas muito satisfeita com o espetáculo.



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O lago. Aquele lugar que antes havia sido o palco de uma quase-tragédia era, agora, a paisagem mais linda do mundo. Aos olhos dos amantes, qualquer lugar é a instância perfeita, contanto que estejam juntos.



- Harry, me abrace... Estou com muito frio! – disse Gina, tremendo o queixo.



O moreno soltou um sorriso plácido e a aconchegou no seu peito, beijando sua cabeça.



- Você não está com frio? - perguntou a ruiva.



- Perto de você, eu nunca sinto... – respondeu, provocante.



- Harry! – exclamou, o rosto afogueado.



Ele soltou uma gostosa gargalhada, enquanto ela ainda esforçava-se para esconder o rosto em baixo do gorro.



- Não precisa ficar envergonhada, Ginny. Eu só disse a verdade!



- Céus... Por favor, não repita isso, eu, eu... – gaguejou.



- Tudo bem, não diga mais nada, apenas me dê um beijo – exigiu.



Harry encostou os lábios suavemente nos lábios dela, como se estivesse fazendo um carinho. Gina se afastou um pouco.



- Harry... Eu sei que já está tudo bem, graças a Merlin. Mas eu queria muito que a gente conversasse sobre o que aconteceu, já faz quase um mês e até agora nem tocamos no assunto...



- Tudo bem, você tem toda razão, não é algo que a gente possa simplesmente apagar – ponderou.



- É, e é nesse ponto que eu queria chegar. Afinal, não é possível que passamos por tanta coisa sem que pelo menos tiremos algum proveito disso. Como uma lição, entende? – disse, séria.



- Claro que sim... Mas deixe-me contar uma coisa antes. Quando estava lá naquela enfermaria, logo após ter visto Lup... er, meu pai morrer, eu tive pesadelos o tempo todo. E neles, eu sempre estava num buraco, tentando desesperadamente sair e não conseguia. Minha mãe dizia para eu me lembrar do amor. Sabe o que era o amor? Era você, eram Rony e Hermione, eram todos aqueles de que eu gostava. Porque eu não podia me entregar daquele jeito com tanta gente se importando comigo, apesar de achar que eu não suportaria tanta dor de viver. Eu estava fraco. E eu me desesperei mais ainda quando vi que morreria sem dizer o quanto te amava, sem te pedir perdão por ter sido tão estúpido...



- Eu também fui uma idiota, Harry. Não confiei em você e cometi um grande erro.



- Mas um erro não se remedia com outro, Ginny. Desde o começo, eu entendi o que tinha acontecido. Você leu aquela carta e achou que eu estava escrevendo para Hermione. Tudo bem, eu sei que isso foi um baque, mas qualquer um perguntaria antes, tomaria satisfações... – concluiu, tristemente.



- Eu sei, eu sei... Você tem toda razão! Mas tinha aquela história do beijo de vocês e... Eu não pude me controlar, fiquei completamente transtornada, só pensava em me vingar! – expôs, afastando-se um pouco, dando as costas para ele.



- E por causa disso, quase nos perdemos. Você não sabe... – insinuou, pegando sua mão e virando-a para encara-la. Eu queria muito conversar com você, mas meu orgulho não permitiu. Não é fácil perdoar alguém depois de ter sido traído daquele jeito... Foi orgulho, Ginny – revelou, ressentido.



- Me perdoe, Harry... Me perdoe... – choramingava.



- Tudo bem. Estamos aqui, agora, não estamos? – consolou, limpando as lágrimas da ruiva com os polegares.



- Sim, mas... Você ficou tão diferente aquele dia na floresta, tão revoltado! Achei que você não tinha mais volta. Que iria passar para o lado do Lorde naquele momento... E aí eu te perderia pra sempre... – disse, com a voz embargada.



- Gina, eu realmente fiquei transtornado, mas jamais faria uma coisa dessas... Foi apenas um momento de fraqueza, que eu não quero mais lembrar. Além do mais, minha intenção sempre foi derrotar Voldemort. – revelou, envolvendo-a em seus braços. Eu queria aproveitar aquela oportunidade para dar um fim em tudo, nem que para isso precisasse morrer. Eu estava sufocado, e sem forças. Ainda estou abalado, provavelmente nunca me recupere completamente, mas estou grato de estar vivo e de ter você ao meu lado. Eu nunca tinha tido coragem de falar sobre essas coisas com ninguém, Gina. Talvez seja isso que mais incomode os meus amigos, o meu silêncio. Mas é bom saber que, com você, não tenho esse receio.



- Não se preocupe, jamais vou te importunar com este assunto sem que você queira. Sei o quanto é dolorido, não é fácil perder alguém, principalmente nas circunstâncias em que tudo aconteceu...



Harry permaneceu cabisbaixo.



- Mas você está aqui, meu amor. Nós estamos. E não podemos permitir que nada atrapalhe a nossa vida.



Ele pegou delicadamente o queixo de Gina e o levantou suavemente, fixando seus olhos brilhantes nos dela.



- Eu te amo demais, Gina. Não achei que fosse amar alguém assim. Só de pensar em te perder já me faz querer não viver mais.



A ruiva o encarou, assustada e de repente soltou uma grande gargalhada. Harry a olhou confuso.



- Harry! Isso está parecendo um final feliz! Olha em volta! Está tudo perfeito!!!



Ele se aliviou e observou a paisagem. Realmente, parecia que os deuses haviam conspirado para deixar aquele dia mais bonito. Ou eram seus olhos?



Harry apertou as mãos de Gina e lhe deu aquele amplo sorriso que ela tanto conhecia.



- Vem, Gina! – puxou-a, apontando para o castelo de Hogwarts, que tinha o sol se pondo atrás das torres, formando uma maravilhosa visão multicolorida. Ainda tem muita coisa pra gente ainda. Este não é nem o começo do fim.



E assim saíram os dois, abraçados. Rumo ao que o destino lhes reservava, a felicidade.



FIM

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