A primeira vez



No cap.16 A primeira vez


Primeiramente, me desculpem por ter demorado tanto para postar o cap. 16. Espero não demorar mais que 1 mês para postar o cap. 17!!! Calma, foi só uma brincadeira.


Bem, não vou falar muita coisa aqui no começo, pq isso é mto chato. Mas quero avisar que os acontecimentos deste capítulo são extremamente importantes para os capítulos seguintes, portanto fiquem atentos!


Bom, esse capítulo vai especialmente para Ginny, que está sempre me dando força para continuar a fic. Um beijão!

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- Mas...


- Sem mas, Harry. Você tem que praticar oclumência o quanto antes, e quanto mais cedo dominá-la, melhor.


- Tudo bem, Lupin. Estou pronto.


- Bom... Dumbledore me explicou o modo com que Severo estava ensinando a você. Não que eu não concorde... Ele até tem certa razão em pegá-lo de surpresa, pois é assim que Voldemort fará... O surpreenderá quando menos espera... – Lupin, neste momento, mostrava uma expressão de distração - Mas acho que podemos administrar isso melhor, pretendo começar mais calmamente.


- É... Ele falava: “Esvazie sua mente” e quando eu ia raciocinar sobre o que ele tinha acabado de dizer, ele já começava a me atacar. Sim, era isso que ele fazia. Era tudo muito rápido, me desgastava muito.


- Bem, o desgaste é inevitável. Mas com muito exercício, logo não haverá nenhuma dificuldade. Você tem potencial, não é fácil resistir à maldição Imperius, como eu sei que conseguiu. Mas vamos lá, Harry. Concentre-se ao máximo que puder.


Harry empertigou-se, fechou os olhos e se concentrou. Um pequeno sorriso surgiu nos seus lábios.


- Não, Harry. Não! – exclamou Lupin, impaciente, colocando as mãos sobre os ombros do garoto, que abriu os olhos assustado – Não é para se concentrar na Gina! Concentre-se aqui, agora! Vamos lá, tente de novo.


Harry mal podia entender como o professor o entendia tão bem, sabia cada pensamento que se passava em sua mente. Será que era tão parecido assim com seu pai, que até os pensamentos eram iguais? Agora ele tinha que se concentrar, fazer todos os seus pensamentos saírem de sua cabeça, irem para algum lugar distante, onde ele não pudesse encontrá-los tão cedo, aquelas conclusões ele deixaria para tirar depois.


A voz de Lupin aos poucos foi ficando suave, em eco.


- Harry, escute bem. Sabe quando escondemos alguma coisa tão bem que nem nós mesmos a achamos depois? Faça assim com seus pensamentos. Esconda-os.


Aquilo nem precisava ser dito. A única coisa de que ele conseguia se lembrar naquele momento era de seu nome.


- Esvazie sua mente, Harry.


A voz do professor estava cada vez mais longe, mas Harry ainda podia ouvi-la. Suas pernas pareciam não sustentá-lo mais.


- Não fraqueje. Mantenha-se em pé! – ordenou. Você não pode sucumbir jamais... – deu uma pequena pausa e disse firmemente – Legilimens!


Depois de algum tempo tentando invadir os pensamentos do aluno, a satisfação tomou conta do professor. Ele não pôde ver nada do que se passava na mente do garoto, e este parecia nem sentir o que estava acontecendo. Não demorou muito para que dissesse:


- Chega, Harry.


Este acordou, como se despertasse de um sono.


- Muito bem, você foi muito bem hoje, Harry.


- Obrigado, professor. Mas... Eu não me lembro de nada. Só estou um pouco... Fraco, concluiu, respirando fundo.


- Claro que não se lembra de nada. Se eu tivesse conseguido invadir sua mente, provavelmente você estaria bem mais agitado agora, como provavelmente ficava quanto Severo conseguia. Mas tenho que lembra-lo: Assim foi muito fácil. Fizemos tudo lentamente, dei um tempo para você se concentrar... Mas não é sempre assim. Ou melhor, nunca é assim. Você tem que aprender a fazer isso mais rápido. Mas não vamos apressar as coisas. Pratique antes de dormir!


Harry riu, como se dissesse: “Nada que eu não faça todos os dias”.


- Isso é sério, Harry. Eu sei que você faz todos os dias, mas agora é mais importante. Esforce-se mais, por você.


Harry assustou-se e fez que sim com a cabeça. Como ele podia saber o que ele estava pensando? Aquilo estava cada vez mais estranho...


- Bem, acho que por hoje é só. Talvez eu lhe ensine algo hoje para você passar aos seus alunos da Armada.


Aquilo pareceu engraçado ao bruxo: “Seus alunos”... Ele havia se tornado um professor, sem perceber. E o melhor de tudo é que ele podia escolher a quem dar aula.


- Você se lembra que a Hermione ficou muito debilitada com um feitiço que um comensal lançou sobre ela, lá no Departamento de Mistérios?


- É, lembro. Ela ficou dias tomando uma poção para se recuperar... – disse o moreno, com certo pesar.


- O nome daquele feitiço é Oferatum. Ele pode ser fatal, se atingir em cheio o seu alvo. Hermione teve sorte. Há também aqueles que não o conseguem lançar corretamente, fazendo com que não tenha todo o efeito desejado. Espero que este seja o seu caso... – disse, sorrindo.


- Como assim, seja o meu caso? – questionou, espantado.


- Bem... Poderia ser fatal aos seus alunos, não?


- Não me assuste! Assim, não vou treiná-los!


- Hahaha, não se preocupe, Harry. Você ainda não tem força para isso... Além do mais, ele deve atingir o peito para que tenha a possibilidade de ser fatal.


- A possibilidade de ser fatal? – Harry estava cada vez mais confuso.


- Bem... O feitiço Oferatum é como se fosse um veneno, um veneno de cobra, mais precisamente. Ao lançar, ele precisa ter aparência de chamas roxas, muito brilhantes. Quanto menos brilho, mas fraco é. E esse veneno é um paralisante, na verdade. Não como o Petrificus Totalus, porque para esse basta um contra-feitiço e tudo volta ao normal. É muito mais perigoso, causa uma enorme dor, e a pessoa atingida não tem nem ao menos a oportunidade de pedir ajuda, pois fica totalmente imóvel.


- Foi exatamente isso que aconteceu com Mione, ela ficou inerte, aparentemente morta.


- Exato. Como você sabe, quanto mais próximo do coração um veneno é injetado, mais perigoso, pois rapidamente se espalha pelo corpo. Ela teve sorte de não ter sido tão forte.


- Sim, mas o que se pode fazer para evitá-lo?


- Infelizmente, só há uma forma: Espelhá-lo. Você deve devolvê-lo a quem lançou.


- Como? – indagou.


- O nome do Contra-Feitiço é Simetra Oferatum. Acho que devemos treiná-lo um pouco aqui.


- Tem razão...


- Você lança o feitiço, eu lanço o contra-feitiço, disse, procurando a varinha nas vestes.


- Mas ele vai voltar pra mim! – concluiu Harry, em pânico.


- Então você terá que ser rápido o bastante para se desviar, ou espelhá-lo em mim novamente. Vamos lá... Você não fará mais que uma chama lilás.


Harry o fitou, furioso. Ele estava duvidando de sua força. Iria provar que era capaz. Esperava ser capaz de desviar também.


- Preparado?


Harry fez que sim com a cabeça.


- Faça um movimento horizontal com a varinha e tente atingir minha perna, ok? Lance! – ordenou.


Harry concentrou todas as forças que podia e gritou:


- OFERATUM!


Surgiu uma chama roxa extremamente brilhante, ia veloz em direção à perna de Lupin, que berrou:


- SIMETRA!


A chama voltou com a mesma velocidade em direção a Harry, que se jogou para um lado, mas seu braço ainda foi atingido de raspão.


- Ai! Não consigo mexer meu braço!– gritava.


Lupin foi correndo ao encontro do garoto.


- Harry! Não precisava tanto! Você acabou de fazer uma proeza! – o professor não sabia se ria de orgulho ou se o socorria.


- Aaaaa, isso dói!


- Vamos para a ala hospitalar agora! Você precisa de cuidados.


Lupin saiu auxiliando o aluno na ida para a enfermaria. Lá, Madame Pomfrey parecia já aguardá-lo.


- Fazia tempo que você não aparecia, Harry! Professor, o senhor pode ir... Pelo jeito foi a Oferatum, não? – disse, examinando o braço do garoto.


- Foi, estávamos treinando...


- Algo bem perigoso, hein professor? – indagou, com expressão de repreensão.


- É, eu sei... Mas eles precisam saber, disse seriamente.


- Tudo bem, agora vá. E você, Harry, não se preocupe. Logo a paralisação vai passar, e vai restar apenas a dor.


Aquilo era realmente reconfortante. Aquela dor absurda iria permanecer ali, instalada em seu braço e parecia não haver nada que pudesse amenizá-la. Mas, afinal, já havia passado uma noite com seus ossos crescendo novamente “Maldito Gilderoy Lockhart!”, nada podia ser pior que aquilo.


- A poção que vou lhe dar irá recuperar um pouco das suas forças, e também irá diminuir um pouco a dor. Mas não irá fazê-la desaparecer completamente. Você vai ficar essa noite aqui. Teve sorte, foi de raspão... Senão, teria que ficar um bom tempo aqui na ala hospitalar me fazendo companhia.


Harry fez a pior cara de desgosto que conseguira. Não podia acreditar que não veria Gina aquele dia, não podia ser verdade. “Gina, onde você está?”, foi a única coisa que conseguiu pensar.


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- Oi, garotos! Por onde vocês andaram? – perguntava a ruiva ao irmão e à amiga.


- Estávamos por aí, Gi, disse Hermione, disfarçando os lábios vermelhos de tanto beijar. Cadê o Harry?


- O Lupin o chamou para treinar Oclumência.


- Que bom, não é? – indagou, animadamente.


- É... – sua voz a traía.


- Ah, Gi... Não fique assim, é bom pra ele, você sabe!


- É, eu sei Mione. Mas eu o queria aqui comigo agora. Não consigo mais ficar sozinha nesses corredores.


- Que lindo, não é Ron? – dizia Hermione, encantada com o romantismo do momento. O ruivo, por sua vez, corou violentamente.


- É...


- Pelo que estou vendo, vocês voltaram a conversar como gente civilizada! Muito bem!


- É o jeito, né... Afinal, estudamos as mesmas aulas, somos da mesma escola, temos os mesmos amigos... – disse Rony.


- Hum, sei... – Gina riu sarcasticamente.


- Bom, vou indo. Até mais então.


- Até! – responderam em coro.


Gina foi cabisbaixa em direção ao Salão Comunal, estava se sentindo extremamente sozinha. Antes que pudesse ficar absorta em seus pensamentos, alguém a abordou.


- Gina?


Ela estranhou a situação, mas retribuiu:


- Oi, Miguel. Como vai? – tentou ser educada, mas era difícil ser gentil com alguém que a traiu com a (vaca da) Chang.


- Muito bem, talvez não tanto quanto você, não é? Todos sabem de você e o Potter.


- Ah, pois é... Estou muito feliz mesmo. Miguel, tenho que ir agora, ele está me esperando.


Gina ia retirando-se o mais rápido que podia, mas Miguel a segurou pelo braço:


- Sabe, o que aconteceu com a Cho... Não foi nada de mais, só saí com ela uma vez...


- Sei, enquanto estava comigo, não é? Mas não se preocupe, eu já esqueci.


- Eu errei, queria que você me desculpasse... Foi tudo uma besteira por causa daquele jogo imbecil... Eu realmente fiquei furioso quando a Grifinória nos venceu e...


- Já desculpei, tchau Miguel! – dispensou.


A única coisa que se pode ver depois disso foi uma garota com cabelos vermelhos reluzentes sair a passos largos e deixar um Miguel Corner pasmo para trás.


Rapidamente ela chegou ao seu dormitório e deitou-se em sua cama. A única imagem que vinha à sua mente eram aqueles olhos incrivelmente verdes, fitando-a de uma maneira que ela mal podia explicar. Chegou a quase adormecer com aqueles pensamentos, desejando que chegasse o momento em que veria os tais olhos de tão perto que não pudesse resistir a um beijo. Gina se pegou rindo, lembrando de Harry; jamais imaginou que amar era tão bom. Sim, porque era isso que ela sentia, tinha certeza que era amor, que não poderia mais viver se não o visse a cada minuto, ou se deixasse fugir de sua memória a figura dele. Mas não havia Harry, e a única saída foi abraçar o travesseiro e esperar que ele voltasse.


Quando a ruiva já havia caído no sono, Hermione chega esbaforida:


- Gina, Gina! Venha comigo!


E a caçula Weasley saiu literalmente arrastada, tentando decidir se aquilo era um pesadelo, uma brincadeira de mau gosto ou o pior: algo em relação ao seu namorado. A única justificativa para toda aquela urgência seria um acidente, um desmaio, ou qualquer coisa com ele. Seu coração estava aos pulos.


- Mione, pra onde você está me levando?


- Pra ala hospitalar! – respondeu.


- Foi o Harry, não foi? O que aconteceu? – perguntou, aflita.


- Não foi nada de mais. Mas ele precisa de você.


Ginevra viu que não ia adiantar perguntar mais nada. Ou ela corria, ou ela questionava. Em instantes, as duas abriram a grande porta daquela sala de onde não havia muito tempo haviam saído, graças à última “visita” ao Departamento de Mistérios no Ministério da Magia.


Gina ficou paralisada: ainda não tinha visto Harry numa cama de enfermaria na condição de namorado, na condição de poder abraçá-lo e dizer o quanto sentia por aquilo; sempre teve que esconder, ser formal.


- Gi, você não vem? – perguntou Harry, com uma expressão de dor nada agradável.


Foi quando ela acordou da espécie de transe e correu para abraçá-lo.


- O que aconteceu? Você quer me matar do coração? – perguntou, angustiada.


- Não foi nada, não precisa se preocupar. Foi um feitiço novo, que estou aprendendo... Ainda não o domino muito bem...


- Ah, sim... Percebo, Harry Potter. Esse Lupin é um louco! O que ele te fez?


- Não se preocupe, foi culpa minha. Eu que exagerei um pouco, mas vai passar.


Hermione e Rony, que estava ao lado da cama de Harry até a irmã chegar, saíram disfarçadamente e deixaram os dois sozinhos.


- Gi... Fica essa noite comigo? – implorou.


- Harry! Como vai ser possível? Madame Pomfrey jamais permitiria! – retrucou.


- Não se ela não te vir, Gi...


Não precisou de muita explicação para a ruiva saber que se tratava da capa de invisibilidade.


- Mas, Harry...


- Vá lá ao meu quarto e pegue a capa. Ela está embaixo do colchão e a minha cama é a da esquerda da janela. Ah, por favor... – implorou.


- Tudo bem. Eu virei.


E despediu-se, dando um beijo na testa de Harry. A partir daquele momento, um frio na barriga tomou conta da ruiva. Ela tinha que pegar a capa no quarto, ir à ala hospitalar sem ser vista e passar a noite com ele.


Gina voltou ao salão comunal da Grifinória, com a intenção de verificar se seria seguro entrar na ala dos garotos e pegar a capa sem ser vista. Por coincidência, um colega de quarto de Harry estava na poltrona conversando com uma garota e os demais, concentrados, estavam na mesa estudando. Seria fácil ir lá apanhar o que queria e sair sem ser percebida.


Atenta, a ruiva subiu as escadas rapidamente. Entrou no dormitório e logo percebeu que a cama que Harry havia indicado não estava nada arrumada. Havia camisetas espalhadas por toda ela, um sinal de que, além dos estudos, ele também não estava muito preocupado com organização ultimamente. Tentou dar uma ordem àquele caos, pendurando as roupas em seu braço e dobrando uma por uma. “Por Merlin, o que estou fazendo? Não posso ficar muito tempo aqui!”, lembrou-se. Levantou o colchão e pegou a capa, escondendo por baixo do seu sobretudo.


Quando ia saindo, deu de cara com Rony, que subia as escadas.


- O-QUE-VOCÊ-ESTÁ-FAZENDO-AQUI? – perguntou o ruivo pausadamente, furioso como só pareceu estar quando surpreendeu a irmã e o amigo dormindo juntos, numa cena um tanto constrangedora.


- Eu, eu... – não havia palavras, ela estava ficando cada vez mais vermelha. A verdade é que havia verificado todos e esquecido de que o irmão também dormia naquele quarto.


- Ah! Já sei! – disse Rony, em tom de descoberta.


- Já sabe o quê? – perguntou, gélida.


- Ué, você está levando uma roupa limpa pro Harry, não é mesmo?


- Roupa limpa? – foi quando percebeu que uma das camisetas que estavam em cima da cama ficou em seu braço, na arrumação – Ah, claro! – disfarçou – É, estou levando uma roupa limpa pra ele, coitado. Ficar a noite inteira lá com a roupa que passou o dia, não pode ser bom, não é?


- Claro! Vá lá então! – disse, sorrindo.


- Ah, tá. Já vou!


- Tchau!


Gina desceu as escadas, sem acreditar no que havia acabado de acontecer. Ron, por sua vez, fechou a porta do dormitório, observou a cama de Harry e falou, balançando a cabeça:


- Ela pensa que me engana...


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Gina esperou que todas em seu quarto estivessem dormindo, levantou-se cuidadosamente, colocou a capa de invisibilidade e saiu em direção à ala hospitalar. Não houve problema algum eu seu percurso, logo ela estava a uma porta de distância de Harry. A caçula Weasley teve vontade de voltar, pedir desculpas ao namorado no outro dia. Além do medo de ser surpreendida, ela sabia que aquela noite não ia ser como aquela na Ordem da Fênix, que nada havia acontecido entre os dois. Dessa vez, provavelmente seria diferente, e talvez ela ainda não tivesse preparada para o que poderia acontecer. Mas já estava ali, não iria desperdiçar todo o trabalho que tinha dado consegui aquilo. Mas talvez isso também fosse uma desculpa para ela mesma, para se enganar de que não era sua a imensa vontade de estar naquele lugar. Respirou fundo e abriu a porta cautelosamente.


Podia vê-lo de longe, estava aparentemente dormindo. Aquela era a chance de voltar, ela iria dizer que foi lá e ele não estava acordado, então não poderia ficar bravo. Quanto ia retornando e fechando a porta, ouviu:


- Gi, é você?


Ela apertou os olhos, respirou fundo novamente e tirou a capa, vencida.


- Sim, sou eu, Harry.


- Você demorou... Por que estava indo embora?


- Eu achei que você já estava dormindo e...


- Então vem aqui...


Gina chegou ao lado da cama, deu um beijo na testa de Harry e sentou-se ao seu lado.


- Você tem certeza que a Madame Pomfrey não virá aqui?


- Na verdade, certeza eu não tenho. Mas, é improvável. Ela nunca fez isso.


- Tudo bem, então. Harry... Eu não vou ficar aqui a noite inteira. Se me descobrirem aqui, não quero nem imaginar o que pode acontecer, disse aflita.


Harry a encarou de uma maneira irresistível, levantou-se e deu-lhe um beijo ardente que a calou. Gina nada pôde fazer senão se render ao beijo; não estando sozinhos, iluminados apenas pelo luar. Ele retirou delicadamente os cabelos do pescoço da ruiva, beijando-o, enquanto ela sentia suas forças de resistência se esvaindo como água pelo ralo. Segurou, então, fortemente no braço dele, que gritou:


- Ai!


- Desculpa, Harry. Me desculpa, eu esqueci do seu braço machucado... – choramingava.


- Tudo bem, Gi... – desculpou, fazendo uma careta de dor.


- O que eu posso fazer para me desculpar?


Harry riu maliciosamente.


- Eu quero um beijo, só um.


- Tá bom, ta bom... Mas assim foi muito fácil!


Gina deu mais um beijo no namorado, mais um dos milhares que ainda daria naquela noite. Lentamente a ruiva foi se rendendo, ele a recostou no travesseiro e a fitou profundamente, acaricando o rosto dela.


Era tudo tão bom, que fechar os olhos era inevitável. Entre um beijo e outro, estes extremamente carinhosos, Harry tirou todas as suas vestes, uma a uma. Realmente não seria como aquela noite na Ordem, ela estava certa. Agora ela podia sentir o calor dele no seu corpo, completamente. Ele acariciar a pele macia dela, ver o quanto ela era mais bonita ainda daquela maneira.


Havia momentos em que eles apenas se encaravam, hipnotizados pela beleza um do outro. Gina jamais poderia supor ser tão bom passar a ser só dele, e ele só dela. Nada mais importava, não quando se tem a sensação de estar sonhando. Apesar de ter sido a primeira vez dos dois, havia tanta confiança entre eles que tudo que era medo desapareceu como fumaça.


Depois de certo tempo, a exaustão tomou conta do casal. Gina deitou sobre o peito de Harry e adormeceu, enquanto esse ainda permaneceu a admirando, extasiado. Antes que o sono pudesse tomar conta do bruxo, ele disse ao ouvido dela, baixinho:


- Eu te amo.


Mesmo dormindo, ainda foi possível notar um pequeno sorriso no rosto da ruiva. Hogwarts jamais tinha visto uma noite de amor como aquela.


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- Gina, Gina! Acorda, Madame Pomfrey está vindo!


Era Hermione, desesperada, sacudindo a ruiva para que ela acordasse. Gina vestiu-se rapidamente, tentou dar ordem aos cabelos com ajuda da amiga e ficou ao lado da cama de Harry, como se nada jamais tivesse acontecido.


Alguém abre a porta:


- Ora, ora, ora, meninas. Já estão aqui tão cedo!


- É, estávamos preocupadas com Harry... Não parecia nada bem ontem, explicou Hermione à enfermeira, mesmo porque se Gina tentasse falar alguma coisa, denunciaria que havia algo errado ali, tamanho era seu nervosismo.


A mulher aproximou-se do garoto, colocou a mão em sua testa e perguntou:


- Como você está, Harry?


- Ah, estou bem melhor! Posso ir agora?


- Calma, calma! Não é bem assim. Como é que está esse braço?


- Olha! – disse, mostrando o braço. Não sinto mais nada. Posso ir?


- Bem... Já que você não está mais sentindo dor, pode ir. Mas vou pegar mais uma dose da poção, por precaução.


- Tudo bem.


Enquanto a mulher se distanciava para pegar a poção, Hermione os repreendeu:


- Vocês são uns loucos! Eu vou descer com a Gina e você vai encontrá-la só depois, está me ouvindo, Harry Potter!


Hermione saiu arrastando a ruiva, que olhava para o namorado com uma expressão meio desesperada.


- Gina, vamos para o seu dormitório, precisamos conversar.


Ao chegar lá, Hermione tinha um jeito nada animador.


- Gi, não vou ficar fazendo discurso. Mas você sabe muito bem o perigo que passou, não sabe? Tem idéia do que aconteceria se alguém os tivesse visto?


- Eu sei, Mione... Mas se fosse você, duvido que não faria o mesmo, desdenhou.


- Não responda por mim, Ginevra Weasley. Eu jamais teria corrido esse perigo. E sabe quem me falou que você deveria estar lá? Seu irmão! Sim, ele está sabendo. Me contou que te pegou lá no dormitório, que você inventou uma desculpa esfarrapada e quando ele olhou debaixo do colchão do Harry, não havia nem sinal de capa de invisibilidade. Mas ele não imaginou que você passaria a noite inteira, né! Acordei bem cedo e fui olhar a sua cama, estava intacta. Logo presumi o que havia acontecido. Se tivesse me atrasado 30 segundos, provavelmente você estaria em uma enrascada!


- Eu sei, Mione. Eu sei de tudo isso. Mas deu tudo certo, não foi? Então já chega de passar sermão. A única coisa que sei é que essa foi a melhor noite da minha vida!


- Ah, sim. Então “de nada” por ter salvado sua pele!


E saiu, batendo a porta. Não haveria nada naquele dia que estragaria o dia da ruiva.


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Harry chegou ao dormitório, Rony o aguardava sentado em sua cama, olhando para baixo, batendo um polegar no outro.


- Oi, Harry, cumprimentou, com a voz desanimada.


- Oi.


Por um momento, nenhum dos dois tinha palavras a dizer. Rony o encarava meio decepcionado, o que fez o coração de Harry se contrair.


- Ron, eu...


O ruivo fez um sinal para que ele não falasse.


- Harry, eu sei o que aconteceu... Sei que não há nada que eu possa fazer, também acho que se pudesse fazer, não faria. Só queria dizer pra você cuidar da minha irmã, por favor, não a magoe nunca.


- Eu jamais faria isso. Você sabe que eu gosto muito dela. Na verdade, eu a amo, tenho certeza disso. Agora, ela é a pessoa mais importante na minha vida. E... Muito obrigado pela compreensão, Ron. Não esperava outra coisa de você, afinal você também gosta muito de alguém, sabe como é.


E os dois se abraçaram, Ron deu um tapinha nas costas do amigo e ia saindo pela porta, quanto Harry o chamou sorridente:


- Ron, pode deixar que vai dar tudo certo. Eu vou te ajudar a conquistá-la!


O ruivo apenas fez que sim com a cabeça, sem graça, e saiu do quarto. Harry ia agora começar o seu plano de ajuda a Rony. Pegou um pergaminho em suas coisas e começou a escrever.


Logo chegou o horário do almoço, era a primeira vez que o casalzinho iria se ver depois do que havia acontecido na noite anterior. Gina já estava sentada à mesa quando o namorado chegou, que deu um longo beijo em sua testa e a encarou profundamente. Ron fez um “ham ham” e Harry se sentou. Durante o almoço, Hermione sugeriu que fossem visitar Hagrid, afinal só o tinham visto durante as aulas, ainda não tinham tido oportunidade de perguntar como é que andava Grope.


Quando iam saindo pela porta do castelo, Malfoy surgiu na frente de Harry e o encarou com um olhar mortal, o seu típico olhar, de fato. Harry não deixou por menos e o encarou com igual desprezo. Os dois ficaram nessa situação por alguns instantes, até que Ron puxasse o amigo, que estava com uma expressão levemente intrigada, e dissesse:


- Deixe esse idiota pra lá, Harry. Vamos!


Harry viu algo naquele olhar que ainda não havia notado. Uma frieza inédita. Teve a sensação de que aqueles olhos cinzentos lhe passavam uma grande satisfação. Mas depois afastou esses pensamentos, não passava de um comportamento típico de um Malfoy.


Rapidamente desceram a grande colina e batiam à porta de Hagrid, que não tardou em atende-los.


- Ora, ora! Pensei que não viriam mais me visitar!


Todos abraçaram o meio-gigante e entraram na pequena cabana. Hermione começou:


- Como está tudo, Hagrid?


- Bem, creio eu. Nem tenho mais hematomas ou machucados... – disse, rindo.


Gina nada entendeu.


- Bem, acho que alguém aqui precisa de explicações, concluiu Hermione, dando um olhar terno para Gina.


Em instantes, contaram tudo sobre Grope. Gina estava pasma.


- Então... Temos um gigante aqui na floresta? – perguntou, abismada.


- Sim, e meio-irmão de Hagrid! – respondeu Potter.


- E como é que está o inglês dele? – questionou Rony.


- Não está lá essas coisas, mas estará muito bom, em breve! Eu espero... – sibilou.


Os garotos permaneceram ali o resto da tarde, jogando conversa fora. O professor de Trato das Criaturas Mágicas logo começou a fazer brincadeirinhas sobre Harry e Gina, que não se desgrudavam. Hermione e Rony tinham que se esforçar para não ficarem abraçados todo o tempo, do mesmo modo que os outros dois. Ainda estavam muito tímidos, afinal há poucos dias nem se olhavam e de repente estavam juntos? E haviam evitado aquele sentimento até agora, se escondendo por trás das brigas. Precisavam de um tempo para revelar que eram, finalmente, um casal.


Ao fim do dia, jantaram e foram se deitar. O outro dia seria cheio: receberiam os resultados dos NOMs que, na verdade, deveriam ter sido revelados nas férias, mas, por ocasião de uma guerra iminente pela volta de Voldemort, haviam se atrasado, já que muitos dos examinadores permaneceram atribulados com assuntos do Ministério da Magia.


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- Muito bem, meus queridos alunos! – bradou Dumbledore, atraindo toda a atenção do salão principal para si naquela segunda-feira – Todos sabemos que hoje saberemos os resultados dos NOMs!


Começou um burburinho por todo o recinto. O diretor acenou para que ficassem em silêncio.


- Mas antes que cada um de vocês receba o pergaminho com os desempenhos nos exames, não poderia deixar de comunicar que em breve teremos um grande baile, para comemorarmos os resultados, que espero tenham sido positivos para a grande maioria dos alunos, o Dia das Bruxas e o início do inverno!


Todos começaram a gritar “obas” e “vivas”. Harry olhou para Gina sorrindo, seria uma noite muito especial. Hermione e Rony disfarçaram, e o olhar deles compactuou que aquela seria a ocasião perfeita para revelar o namoro dos dois.


Antes que alguém percebesse que os dois se encaravam, milhares de corujas entravam pelo salão principal, jogando um pergaminho nas mãos de cada um. De longe, já podia se ouvir “Eu passei em todas, eu passei em todas!”. Rony foi o primeiro a abrir, ele não fez uma cara lá muito animada, então Gina puxou o pergaminho de suas mãos.


- Ah, Ron! Está ótimo! Você tirou A em todas,quer dizer, tirou um P aqui em Adivinhações...


- Perfeitamente aceitável, Rony! Qualquer um que tire um D em Adivinhações já é um grande vencedor! – retrucou Harry.


- Vamos, Harry, abra o seu então! – insistiu Rony.


O moreno ficou observando aquele pergaminho por alguns segundos até decidir que seria melhor que ele lesse os seus Ts sozinho.


- Não, não. Não vou abrir na frente de vocês... – respondeu, cabisbaixo.


- Ah, Harry! – gritaram, em coro.


Gina o fitou, encorajando-o. Harry abriu lentamente o seu pergaminho e gradualmente ia abrindo um sorriso.


- Tirei E em Defesa contra Artes das Trevas! Tirei E! Tirei A em Poções, A!


Todos festejaram as notas de Harry, apesar de ele também não ter se saído muito bem em Adivinhações.


- Agora é sua vez, Mione! – lembrou-se Harry.


Esta começou a ficar roxa, e ia saindo correndo quando Gina a segurou pelo seu cachecol.


- Agora você vai abrir aqui! Vamos, Mione! Mostre as notas.


Hermione derrotada, decidiu abri-lo ali mesmo. Na verdade, não tinha escolha; ou lia ou ficaria sem o pescoço. Aliás, deu graças de ainda estar com a cabeça no lugar depois do puxão de Gina.


- AAAAAAAAA!!! Tirei E! Tirei E! – e começou a pular como um canguru.


Gina o tomou o pergaminho da mão de Hermione e notou que, dentre todos os Es que estampavam os seus resultados, havia um A teimoso por ali, em DCAT.


- Ta, tudo bem, tirei A em DCAT. Mas, não seria justo que eu superasse o meu professor! – e Harry e Hermione se abraçaram. Gina sentiu uma pontinha de ciúmes.


Todos felizes, começaram a planejar o grande baile. As garotas só sabiam falar de roupas, enquanto os garotos discutiam quem tocaria naquele ano. Várias especulações surgiam, mas era quase unânime que aquele ano uma banda trouxa chamada Muse seria convidada para as apresentações.


- Uma banda trouxa? – indagou Luna, que pela primeira vez, não pareceu estar na lua.


- Na verdade, não são trouxas, explicou Rony, meu pai disse que são bruxos, mas que preferem viver entre os trouxas. Têm mais fãs entre eles do que entre nós, para falar a verdade. Mas já ouvi, garanto que é muito bom.


Para completar aquele dia que já começara emocionante para todos, Harry recebe um chamado de McGonagall, que lhe revela a mais bombástica notícia do dia: seria o capitão do time de quadribol, e estaria encarregado de montar um novo time.


Um desespero bateu no peito do bruxo: tinha que se empenhar nos estudos para não estar despreparado para os NIEM’s no próximo ano; montar o time de quadribol e prepara-los para o primeiro jogo, que seria com a Corvinal; preparar as reuniões da Armada, sobre as quais já recebia inúmeras cobranças, e o principal: dar atenção à Gina. Começou a pensar se não existia um feitiço que transformasse o dia em 36 horas, ou que o multiplicasse em dois ou três. Mas sua vida estava começando a fazer sentido novamente.


O mais urgente naquele momento, por mais que relutasse, era formar o time. Mas o que ele mais precisava era de Gina. Então surgiu na sua cabeça a primeira artilheira do novo time de quadribol da Grifinória: Ginevra Weasley, assim ele mataria dois trasgos com uma paulada só.


Assim que comunicou à ruiva que ela faria parte do time, a sua primeira reação foi de temor. Logo depois, alívio. “Só assim posso manter a assanhada da Cho longe do meu namorado!’. Bom, o que valia era tentar, mesmo não tendo a menor idéia se jogaria decentemente. Harry aproveitou a escuridão daquele corredor que levava às masmorras e a encostou na parede, dando-lhe um beijo provocante. A verdade era que a madrugada em que os dois se amaram pela primeira vez ainda estava bem presente na mente e no corpo dos dois. O último, principalmente, que pedia bis a cada toque que os dois trocavam. Estavam tão absorvidos no beijo que não perceberam o gélido e cinzento olhar que lhes era lançado:


- Você não perde por esperar, Potter. Ha ha ha ha! – gargalhava.



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