O desespero de Gina



Oi, gente! Estou super envergonhada, não tenho nem palavras para me desculpar pela demora! Me desculpem mesmo! Eu tenho algumas explicações importantes sobre esse capítulo.


Esta é apenas a primeira parte do cap.19, e isso acontece por dois motivos principais:


1. O cap. 19 ficou muuuuuuito grande, e eu previ que, com isso, os leitores pulassem algumas partes realmente importantes (sim, eu sei que isso acontece, porque eu às vezes eu tb faço isso, o que não é o ideal...);


2. O outro motivo, e mais importante, é que eu ainda não o terminei todo, e previ que se eu não postasse alguma coisa, provavelmente os leitores desistiriam da minha fic!!! Mas prometo que em breve (é breve mesmo!) postarei a segunda parte!


Um abraço e até mais!





******************




- Hagrid ponha-o aí nesta cama, por favor, pedia madame Pomfrey, penalizada pela aparência pálida de Harry.


O meio gigante rapidamente o colocou em uma das camas da ala hospitalar, recentemente preparada para receber o novo “hóspede”. Era aterrorizante vê-lo daquela maneira, parecia nem mesmo respirar. Instantes depois, Dumbledore entra angustiado no lugar, acompanhado por Snape e Mcgonnagal. O diretor apalpa a testa do aluno e, percebendo que a sua pela estava fria com a de uma defunto, pergunta preocupadamente à enfermeira sobre o estado do garoto:



- Como ele está, Papoula? Seja sincera... – pediu.


- Bem, Dumbledore... Me dê licença, por favor! – pediu, tentando medicar Harry, mas o diretor estava no caminho. Não quero ser pessimista... – continuou – Mas temo que aqui, em Hogwarts, não tenhamos o suficiente pra cuidar dele, ele não está nada bem...- advertiu.


- Percebo... – confirmou, aflito.


- Acho que o ideal seria mandá-lo pra o St. Mungus, veja por si só! – apontou para Harry.


- A senhora realmente acha isso necessário? – indagou Snape, deixando claro que, para ele, aquilo não passava de um faniquito de Harry, mas uma vez querendo aparecer.


Madame Pomfrey não respondeu; apenas dirigiu seu olhar ao sábio bruxo que estava ali, deixando a decisão em sua mãos. Dumbledore entendeu.


- Papoula, faça o que for possível AQUI. Se até amanhã ele não tiver uma melhora significativa, então imediatamente o mandaremos para o St. Mungus.


A enfermeira respirou fundo e assentiu, olhando tristemente para o garoto. Um pequeno sorriso de triunfo surgiu nos lábio do professor de poções, enquanto Mcgonnagal, que permanecera calada até então, estarrecida, fez uma expressão de desolamento. Hagrid, por sua vez, não tirava o olhar do amigo um só momento, parecia nem mesmo ter ouvido aquela conversa.



Madame Pomfrey pediu que as pessoas saíssem da ala hospitalar para que ela pudesse ter a tranqüilidade necessária nos cuidados com Harry, mas o professor de trato das criaturas mágicas resistiu:


- Deixe-me ficar um pouco mais, eu preciso dizer algumas coisas para ele... – pediu.


- Mas, Hagrid! Ele não pode ouvi-lo! Alem disso, está num estado grave, Precisso prosseguir com meus cuidados, ou ele pode piorar!


- Por favor... – insistiu. Será só por um minuto, eu prometo!


Papoula inspirou fundo e deu-se por vencida.


- Ok, Hagrid. Mas só por um minuto, hein? E se ele piorar, não será por culpa minha, porque vocês não estão me deixando trabalhar! – esbravejou. Um minuto! – e saiu apressada.


O meio- gigante concordou, deu a volta na cama de Harry, abaixou-se quase ao ouvido do garoto e disse:


- Eu sei que você pode me ouvir, Harry.


Os olhos do bruxo tremeram. Hagrid continuou:


- Eu não sei o que aconteceu para você ter saído daquele jeito do baile, muito menos como você foi parar lá no lago... Mas e imagino que tenha sido algo com relação à Gina...


Os olhos de Harry tremeram novamente.


- É inaceitável que você haja dessa maneira, que não tenha o mínimo de amor à vida, vida essa que seus pais morreram para salvar! Se você tiver um pouco de respeito à memória deles, nunca mais fará isso, nunca mais!


“Mas eles estão me esperando! Eles e Sirius...”


- Você tem um propósito, Harry...


“Eu não quero ter um propósito, estou cansado...”


- Não decepcione seus amigos... Você está alimentando as razões daqueles que não acreditam nos seus feitos e dando a eles a certeza do seu gosto pela atenção, que faz de tudo para atrair os olhares a você...


“Mas eu não tinha escolha... Eu não tinha escolha... Eu iria morrer de qualquer maneira...”


- Chega, Hagrid. Você tem que ir, preciso cuidar dele AGORA!


Hagrid pôs a mão sobre o peito de Harry e o observou, pesaroso. Deu três batidinhas de leve e saiu. Tinha certeza de que ele havia escutado. Ah, ele tinha.



****************


- Eu vou matar aquela menina agora! – berrava Ron, furioso.


- Calma Ron, tenha calma. Nós não sabemos o que aconteceu... Por favor, acalme-se! – pedia Hermione, preocupada com o que o namorado podia fazer.


Neste momento, cruzaram o buraco do quadro da Mulher Gorda e o ruivo apressou-se mais ainda, em direção ao dormitório feminino.


- Eu vou torcer o pescoço daquela menina, eu vou!


- Não diga besteiras, Ron! – ponderava Hermione.


- Vá lá e chame ela aqui agora! Eu quero ela aqui AGORA!


A garota inspirou fundo e balançou a cabeça negativamente. Mas, na verdade, estava agradecida em poder conversar com Gina antes do namorado, para pelo menos adiantar o assunto. Seria um pecado joga-la ao vulcão em erupção chamado Rony Weasley, sem nenhuma proteção.


E antes que sobrasse para ela, subiu rapidamente os lances da escada em direção ao dormitório da cunhada. Ao abrir a porta, percebeu que a ruiva ainda estava com os trajes de festa, muito numa posição não muito confortável sobre a cama, um indício de que ela havia caído ali de qualquer maneira.


- Gina, acorda, sussurrava. Acorda, por favor...


A ruiva pestanejou um pouco e, relutante, sentou-se à beirada da cama.


- Não tinha uma hora um pouco melhor pra você vir conversão não, Mione? Estou cansada, morrendo de sono... Meu dia não foi nada fácil e al...


“Ginaaaaaaaaa!!!” – os gritos de Rony ecoavam pelo quarto. A irmã assustou-se.


- O que o Ron pensa que está fazendo lá embaixo?


- É por isso mesmo que estou aqui, Gi. Ele está tão furioso com você que achei melhor adiantar o assunto antes de..


- Ah, já sei! – interrompeu, impaciente. Aposto que o maninho meio tomar as dores do santo do amigo dele! Ora, faça-me o favor! Se ele soubesse porque agi daquela maneira, provavelmente também não suportaria olhar na cara do Harry e...


“Ginaaaaaaaaaaa!!!!”


- Ele não vai parar de gritar? Que estúpido...


- Não enquanto você não descer, eu suponho...


- MAS EU NÃO VOU DESCER! – esbravejou. Não mesmo! – decidiu, cruzando os braços.


- Eu tenho uma coisa pra te dizer que provavelmente vai te fazer querer descer...


- Imagino... Hum, quem sabe o Harry não morreu, não é mesmo? Ia ser ótimo! – concluiu, sarcástica.


- Não diga isso, Gi... Isso quase aconteceu e pode ainda acontecer... – comunicou Hermione, desolada.


Gina deu uma grande gargalhada.


- Isso é alguma piada? Porque foi realmente hilário!


- Eu... Eu... Sinto muito, Gina. Ele pode morrer, está muito mal...


O riso mordaz que estampava o rosto da ruiva foi rapidamente diluindo-se em choque.


- Hermione, isso já está perdendo a graça, ouviu bem? PERDENDO A GRAÇA! – o desespero já era aparente.


Hermione segurou forte na mão de Gina e a guiou até a porta, que a acompanhava, sem entender.


No pé da escada estava Rony, bufando de ódio. Assim que conseguiu ficar a uma distância que seu braço pudesse alcançá-la, agarrou no pescoço da irmã e a sacudiu brutamente.


- Pára, Ron, Pára! – implorava Hermione.


- O que você acha que estava fazendo, sua estúpida! – berrava o ruivo.


- Me solta, Ron!!! Me larga!!!


- Solta ela!! – Hermione gritava.


- Me larga!!!


Rony soltou o pescoço da irmã, que o massageou, procurando respirar direito novamente.


- Você está louco, Ron? Alguém aqui pode me dizer o que está acontecendo?


- O que está acontecendo? Você deveria saber, maninha. Depois daquele show que deu no meio do salão, não acha que é demais perguntar “O que aconteceu”? – disse, imitando a voz da irmã.


-Ah, Ron. Isso tudo foi porque eu fiquei com o Miguel? Poupe-me, tá? Se você pelo menos tivesse uma idéia de por que eu fiz aquilo, também não ia querer olhar mais para a cara do Harry! – disse, olhando raivosamente para Hermione, que não entendeu.


- Ah é? Então por que você não nos conta? – desdenhou Ron.


- Não!


- Ou você me conta ou... – ameaçou.


- Ou o que, Ron? O que você vai fazer? Eu realmente gostaria de saber é o que você faria se soubesse que seu melhor amigo é apaixonado por sua namorada e estava totalmente disposto a conquistá-la, não é Hermione? – perguntou, irônica.


A garota olhou a ruiva chocada, não tinha a menor idéia do que ela estava falando.


- Como é que é? Do que você está falando, Gina? – questionou, franzindo o cenho.


- Pois bem, Rony Weasley! Eu achei uma carta em que o Harry dizia que era apaixonado pela Hermione! E outras coisas que, sinceramente, não estou disposta a dizer agora!!!


Rony sentou na escada, colocou a mão sobre o rosto e entrou em desespero.


- Eu não acredito nisso, eu não posso acreditar...


- Pois é! E o que me garante que ela – e olhou para Hermione – também já não soubesse disso e já até estivesse com ele?


- Eu não acredito que você possa ser tão burra, TÃO BURRA! – gritou Ron.


Hermione estava cada vez mais chocada. Neste momento, uma colega de quarto de Gina passou pelos três, parando em sua frente e dizendo:


- Sinto muito, Gi. Mas eu tenho certeza que Harry vai ficar bem, ele é forte! – animou-a, dando um beijo em seu rosto.


Gina permaneceu estática, ainda sem entender.


- Alguém pode, pelo amor a Merlin, me dizer o que está acontecendo?


- Pois foi a sua insegurança estúpida que colocou em risco a vida do Harry, que está nesse momento na enfermaria podendo até não estar mais vivo... E sabe por quê? Porque você não confia nele, sua idiota. Você tem sorte de a Hermione estar aqui ou eu te partiria em duas! – ameaçava Rony.


Os olhos de Gina se encheram de lágrimas. Sua voz já estava entrecortada, sua posição de estar sempre em defesa foi por água abaixo.


- Me digam o que aconteceu, por favor... – implorava a garota.


- Gina, essa carta o Harry escreveu para o Rony dar para mim, porque ele achava que nós ainda não havíamos nos acertado... E isso já tem um bom tempo, provavelmente ele esqueceu de jogar fora, não sei... – explicou Hermione. Agora eu vejo que é tudo culpa nossa, Ron. Não devíamos ter escondido, não devíamos! – disse, chorando.


- Maldição! – gritou Ron. Por que diabos você não perguntou pro Harry primeiro? Você é burra ou o quê?


Nesse momento, Gina já não conseguia falar. Seu choro era tão desesperador, seu soluços tão altos, que pessoas começaram a se aproximar para ver o que estava acontecendo, afinal, depois do ocorrido, ninguém havia conseguido dormir ainda, pelo menos na Grifinória.


- Mas... O... que... acon...teceu... com... ele? On...de ele t..á? – choramingava.


- Quando ele te viu com o Corner, saiu correndo desnorteado e acabou caindo no lago, que ainda está com uma camada muito fina de gelo... Por sorte, um sereiano o viu e, sei lá, provavelmente se lembrou dele do Torneio Tribruxo e o levou de volta a superfície, senão... Ele já estaria morto...


O choro de Gina era tão convulsivo que Hermione a apoiou em seu ombro, temendo que ela não suportasse o choque.


- Venha, vamos sentar ali, Gi. Alguém traga uma água, por favor! – pediu.


- E...u que..ro ver o Harry, Mi...one! Por favor, m...e leve até ele... – soluçava.


- Agora não dá, Gi... Ninguém pode vê-lo... Não chore assim, todos têm culpa... Eu também não sei o que faria no seu lugar, deve ter sido realmente horrível...


- Não, Mione. Ninguém faria o que eu fiz... Você provavelmente ia pelo menos querer saber do que se tratava, mas eu... Eu... Aquilo foi realmente horrível, Mione... Eu lembrei do beijo de vocês, encaixei tudo como num quebra-cabeça... Não havia erro...


- Eu sei. Agora, descanse um pouco... – sugeriu, apoiando a cabeça de Gi em suas pernas. Amanhã bem cedo nós iremos visitá-lo, tenho certeza de que ele já estará bem.


Ron permaneceu furioso, não queria ver a irmã por nada no mundo. Só sabia que se acontecesse algo ao amigo, era tudo culpa da atitude inconseqüente dela.


**********


Em outro lugar do castelo, alguém também lamentava muito, desolado.


- Por favor, Harry.... Não morra! Eu preciso te dizer... Eu tenho que te dizer a verdade... Não morra!!!


***********
O sol mal havia entrado pela janela do quarto e Gina pulou da cama, colocou a primeira roupa que viu na frente e foi em direção à ala hospitalar, com o coração aos pulos. Havia sido a pior noite da sua vida; Além de não ter dormido um só minuto, ainda tinha que lidar com a sua culpa, o que não era nada fácil. Pior do que tudo aquilo era ter que esperar até de manhã para ver a pessoa que ela mais amava no mundo e pedir-lhe perdão, implorar que ele esquecesse o que viu. Mas ela tinha certeza que o amor dos dois venceria o primeiro e enorme obstáculo que enfrentava.


Em instantes, a porta da enfermaria já estava fechada às suas costas. Ela olhava cada cama do lugar e nem sinal de Harry. De longe ela pôde ver madame Pomfrey organizando algumas poções. Saiu correndo atrás da mulher, que a olhou tristemente:


- Onde ele está, madame Pomfrey? AONDE ELE ESTÁ? – gritava, desesperada.


- Oh, querida... Ele...


Mal a enfermeira começara a falar, Gina sentiu uma forte vertigem e caiu, sem sentidos. Hermione veio logo atrás correndo.


- Gina! Gina! – sacudia. O que houve, madame? Onde está o Harry?


- Nossa! Ela nem me deixou terminar! Sabe, querida... Ele piorou um pouco, eu achei mais prudente que ele fosse levado ao St. Mungus. Agora me ajude a colocá-la na cama, por favor.


As duas pegaram em cada braço e perna da ruiva e a colocaram em uma das camas mais próxima. Ela estava pálida. Hermione passava a mão na testa dela, carinhosamente.


- Ela não está nada bem, sabe Madame? Está se sentindo muito culpada... Foi tudo um mal entendido. Ninguém poderia supor que teria tamanha conseqüência.


- Bom, na verdade não tenho a menor idéia do que você está falando, mas deve ter sido algo bem sério para que isso tudo acontecesse... O Harry disse o nome dela a noite inteira... E o nome de Sirius também... Pedia para ele vir buscá-lo...


- Oh! – exclamou, levando as duas mãos à boca.


- Acho que ele não quer melhorar, sabe senhorita Granger... Não está lutando para voltar.


- Nem me diga uma coisa dessas. Não o sei o que seria de nossas vidas sem ele.


- Imagino...


Neste momento, o diretor entra apressadamente no lugar.


- Bom dia às duas, cumprimentou. Ele já está lá no hospital, como a senhora sugeriu, Papoula. Mas... O que aconteceu com a pequena Weasley? – questionou, vendo que Gina estava inconsciente sobre uma das camas.


- Acho que uma crise de nervos! Logo deve estar acordada de novo, Dumbledore. Não seria melhor que você falasse com ela?


- Provavelmente sim. Vou aguardar um pouco até que ela acorde.


A esta altura, o diretor já sabia porque tudo havia acontecido. E não precisou que ele esperasse muito, pois logo a ruiva acordou.


- Gina?


- Oh, Dumbledore! – exclamou a garota, se jogando nos braços do bruxo, já aos soluços.


- Onde está o Harry? Por favor, não me digam que ele...


- Ele foi levado ao St. Mungus, querida. Logo estará de volta, eu prometo.


- Ah... – suspirou, aliviada. Mas como ele está?


- Vai melhorar em breve, estou certo disso. Agora, por que você não volta para o seu dormitório e descansa um pouco?


- Mas eu preciso vê-lo, eu preciso! Por favor, Dumbledore... Me leve até ele, por favor!


- Não sei se seria o mais correto, Gina. Não creio que ele queira te ver agora.


- Não diga isso... – pedia, chorando.


- Verei o que posso fazer, tudo bem? Mais tarde eu te dou uma resposta. Agora volte ao seu dormitório e descanse.


Dumbledore foi irredutível. Saiu sem nem mesmo ver a reação da aluna, que ainda chorava muito. Hermione a abraçou e a levou de volta. Aquele seria um longo dia...


**********


- Mione, Mione!!! O Dumbledore permitiu que eu vá ver o Harry!!! Ele deixou! – festejava.


Aquela notícia era uma centelha de alegria no meio de um mar de tristeza para Gina. Finalmente ela tinha esperanças, poderia lhe explicar que tudo não passou de um mal-entendido, que ainda o amava mais que a sua própria vida.


Durante o caminho, a sua ansiedade fez com que o hospital ficasse uns cem quilômetros mais distante que o de costume. Tinha a impressão que chegaria ao Japão, mas não no St. Mungus.


O pior foi quanto chegaram ao hospital e ela tinha que esperar por Dumbledore, para levá-la até onde Harry estava. Ela queria ir o mais rápido possível, mas definitivamente o velho diretor não conseguiria seguir os seus passos.


- É aqui, Gina. Pode ir, é no final deste corredor, disse o sábio bruxo, desistindo de andar no mesmo ritmo que ela. Mas é muito rápido, viu? Não podemos ficar por muito tempo, eu prometi ao curandeiro que está tomando conta de Harry.


Ela correu o mais rápido que pôde. “Como é desagradável estar num hospital”, pensava, ao ver os doentes nas camas. Mas a causa era justa e ela estava muito ansiosa por aquele momento.


Ao chegar mais perto do fim do corredor, sua caminhada foi ficando mais lenta. Ela estava com muito medo do que poderia acontecer, mas tinha uma grande esperança de que tudo terminasse bem.


Finalmente, ela podia vê-lo. Se não houvessem dito que ele estava vivo, não acreditaria. Estava muito pálido, não se lembrava de tê-lo visto daquele jeito. Lentamente, Gina foi se aproximando de Harry, tentando conter o choro que insistia em sair mais alto do que deveria. Ela o olhou ternamente e disse:


- Harry... Estou aqui, amor. Você pode me ouvir? – esperou algum movimento que indicasse que sim, mas foi em vão. Eu só vim aqui pra pedir que você não nos deixe, porque eu não conseguiria viver sem você. E eu queria pedir que me perdoasse, se você for capaz. Eu te amo muito! Você não tem idéia do que eu estou sentindo... Perdoe-me, por favor, eu imploro... E amo mais a você do que a mim, entenda... Quando vi aquela carta, simplesmente não pude raciocinar, foi um choque pra mim, eu...


Harry mexeu rapidamente o braço, o que animou Gina.


- Harry? Você está me ouvindo? Harry?


Mas não houve nenhuma resposta.


- Volte logo, Harry. É muito difícil sem você. Eu te amo muito. Você precisa ver como o Rony está, ele quase me matou! – disse, dando um breve riso. Não vejo a hora de ver você de novo, de estar em seus braços. Porque eu sei que você vai entender meu erro e vai me perdoar... – disse, irrompendo em choro. Por favor, me perdoe!


- Gina? Vamos? – interrompeu Dumbledore. Ele precisa descansar, disse Dumbledore, temendo que aquela visita só piorasse o estado do garoto.


Ela assentiu com a cabeça, deu um beijo na testa de Harry e saiu. Uma pequena lágrima escorreu do rosto do bruxo, que permanecia com os olhos fechados. Triste. Como jamais esteve.







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