Alemanha



Capítulo 13
Alemanha

'Olhe as estrelas
Veja como elas brilham para você
E para tudo que você faz.'

Confesso que estava sem vontade de viajar para a Alemanha, mesmo sendo um país que eu gostaria de conhecer. Um sentimento de culpa agora substituía essa vontade. Será que se tivesse acompanhado meus pais naquela noite, o acidente não teria acontecido? Ou talvez, se tivesse ido junto, poderia estar morta nesse momento. Mas agora que estava aqui, precisava ir atrás de meus objetivos. Descobrir a verdadeira causa do acidente que matou meus pais. Era a única coisa que desejava naquele momento. Olívio Wood já não estava mais em minha mente. Não tinha raiva dele, só achava que poderia ter durado mais. Mas como dizem nada dura para sempre, então, não o culpo por isso. Foi bom enquanto durou. Mas agora, Olívio era passado. Tinha que pensar no presente. Não queria ficar com ninguém. Ao contrário, queria aproveitar e curtir com meus amigos. Voltei tarde para casa aquele dia. Chovia bastante, e como tinha ido dar umas voltar pelos parques da cidade, voltei encharcada. Subi depressa a escada, e antes de entrar no quarto de meus pais, voltei para trás. Parei no quarto em que Cedrico ocupara. No chão, perto da escrivaninha, um álbum se encontrava aberto e de ponta cabeça. Caminhei até este e o fitei antes de pegá-lo. Tinha estado ali desde que Cedrico caíra da vassoura. Na página aberta, uma foto da família e abaixo desta, uma menininha lourinha sorria ao brincar com o pequeno filhote de labrador. Sorri ao ver a foto. O cachorro da foto era Thor. O melhor amigo que qualquer pessoa pudesse ter. Ele crescera bastante durante esses anos. Agora, se encontrava na casa de meus avós, onde iria visitar daqui a pouco. Moravam na França também, em Paris. Numa antiga casinha no meio do campo. Agora, como estava sozinha, talvez voltasse para morar com meus avós quando terminasse Hogwarts. Ou então, continuaria morando em casa mesmo, sozinha. Mas teria bastante tempo para pensar. Peguei o álbum do chão, e ao fazer isto, um papel caiu. Abaixei para pegá-lo. Tinha uma letra não muito grande e parecia bem masculina.

Sei que está triste, mas quero que saiba que estou sempre aqui para o que você precisar. E sei que você vai conseguir superar tudo isso. Mas para isso, você precisa contar com seus amigos, que estão sempre aqui e assim aproveitar todos os dias, minutos e segundos de sua vida. Cada segundo é muito importante para todos nós, e sem você, com certeza, a vida de muitas pessoas não teria sentido. A minha, por exemplo. Lembre-se de que você pode ter inimigos, mas amigos nunca lhe faltarão. Conte sempre comigo.
Obrigada por tudo
Cedrico

Com certeza uma letra inconfundível. Cedrico tinha um coração de ouro. Um amigo que nunca poderia perder. Fiel, amigo e incomparável. Três palavras que traduziam Ced. Um garoto realmente especial. Vista essas características, prova-se o porquê dele estar na Lufa-Lufa. Com certeza, nunca esqueceria daquele bilhete. Curto, mas do fundo do coração. Li mais uma vez o bilhete e sorri. Fechei o álbum, guardei-o na gaveta e rumei para o quarto de meus pais. Guardei o bilhete dentro do caderno, em que antes escrevera algumas frases e assim, guardei-o na gaveta. Tomei banho, e arrumei a minha mala. No guarda-roupa, ficara apenas o vestido de baile preto em que usara aquela noite. A noite quase perfeita. Só teria sido se Malfoy e Melanie não tivessem aprontado algumas coisinhas. Desci com a mala de rodinhas. Deixei-a no saguão e fui para a cozinha. Lá, uma despedida molhada de Maria.
- Ah, mas você já vai minha querida? – perguntou Maria com os olhos cheios d’água.
- Já, Maria! Preciso, antes de ir para a Alemanha, passar na casa de meus avós para visitá-los e visitar Thor! – falei deixando uma lágrima rolar de meus olhos.
Maria sempre foi e sempre será como uma segunda mãe para mim.
- Ah, o pequeno Thor! Ah como eu tenho saudades daquela criaturinha adorável! – suspirou Maria.
- Não se preocupe qualquer dia trago ele aqui para casa! Para você vê-lo! Mas agora, tenho que ir, OK? Logo, logo as férias chegam e eu estarei de volta!
- O.k., minha querida, vou estar te esperando aqui! Você e seus amigos, principalmente aquele louro, como ele chama mesmo? Ah Cedrico! – falou Maria.
- Ah, pode deixar, Maria! O Ced vem sim, o.k.? – não deixei de sorrir com o comentário.
Deixei Maria aos prantos e entrei no carro. Aos poucos a paisagem começou a correr pela janela. Era triste ter que deixar mais uma vez a França. Mas, agora, em poucos segundos estaria vendo meus avós e Thor. Demorei algum tempo até chegar à pequena casinha de madeira no meio do campo. Desci do carro e apreciei um pouco a paisagem. O cheiro forte de grama e o barulho da água era algo maravilhoso. Bati na porta e uma velhinha animada correu para atender. Minha avó era muito conservada, apesar da idade. Ficou animadíssima ao me ver. Conversamos bastante e depois, fui visitar meu avô no celeiro. Era uma pessoa muito gente-fina e de bastante idade já. Minha vó nunca me deixaria sair se não aceitasse uma xícara de chá. Sentei-me na mesa do lado oposto aos dois. Tinham a aparência mais feliz que já havia visto.
- Ah, como a minha menina está crescendo, não? – afirmou minha avó me fitando – Tem o mesmo rosto da mãe!
- É, mas ela também se parece bastante com o pai, não acha? E como estão as coisas, minha querida? – perguntou meu avô.
- Ah, está tudo bem! Estou estudando bastante e fora isso tá tudo o.k.! Mas, onde está Thor?
- Thor? Ah, Thor! Você não sabe o que este garotão nos aprontou! – afirmou minha avó – Vou buscá-lo!
Em menos de 2 minutos, minha avó cruzou a porta com um grande cão de pêlos cor champanhe. Ao me ver, Thor correu em disparada e quase me derrubou da cadeira. Lambia meu rosto como um desesperado. Estava com saudades dele.
- Ah, mas você não sabe das novidades! Thor agora é papai! – afirmou meu avô, feliz.
- Como assim, pai? Ah Thor!
- Pois é... E a cadela também era labrador, então, ficou bem bonitinho! Mas a dona da cachorra não quis os filhotes, e ameaçou jogá-los no rio, então nós ficamos com eles!
- Que crueldade! – afirmei.
- É... E ainda são cinco filhotes! Não podíamos fazer isto! – afirmou minha avó.
Pedi para vê-los. Meu avô tinha razão, eram lindos. Todos cor champanhe puxando para o pai.
- Conversei com sua vó e vamos te dar um deles! Pode escolher!
- Ah, vô... Não acredito! Eu quero esta daqui! A fêmea! Mas por enquanto vou deixá-la aqui, até terminar os estudos, o.k.?
- Sem problemas... Já tem alguma idéia para o nome? – perguntou minha avó, animada.
- Hum... Acho que vai se chamar Bella!
- Perfeito! – falou minha avó.
Brinquei mais algum tempo com os cachorrinhos e depois ao despedir de meus avós, segui para o aeroporto. Onde entrei, triste, no avião rumo à Alemanha.
A viagem não foi demorada, afinal a Alemanha se localizava bem ao lado da França. Confirmei a minha reserva num hotel para alguns dias. Confesso que não fora tão chato assim, mas teria sido melhor se estivesse com meus pais ou com meus amigos. Andei muito pelas cidades, conheci lugares históricos e também fui a algumas festas.
Mas o que mais desejava naquele momento era voltar para Hogwarts e contar a Harry, Cedrico, Rony e Hermione os acontecimento daquelas férias.
Finalmente, no dia seguinte, já estaria a bordo do Expresso de Hogwarts.

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