Um Beijo Inesperado



Capítulo 18
Um Beijo Inesperado

'E se eu desmoronar?
Se não pudesse mais agüentar.
O que você faria?'

- Vou embora! – afirmei com certeza fitando os pés.
Harry era a primeira pessoa a que comunicara.
- O quê?! – perguntou Harry apreensivo.
- Vou embora de Hogwarts! – respondi.
- Mas, por quê? Pra onde você vai?
- Não tenho mais motivos para continuar aqui! Vou voltar para casa! Depois eu me viro...
- Não! Você não vai! E eu? Como vou conseguir ficar sem você aqui, para me dar conselhos que ninguém mais dá? – Harry parecia triste.
- Harry! Eu sei que não é fácil! Não está sendo fácil pra mim também! Mas temos que enfrentar a realidade! Não posso mais ficar aqui! Estou trazendo muitos problemas!
- Você não pode ir!
- Harry, você ainda tem o Rony e a Hermione, ou você esqueceu que vocês estão juntos? – perguntei.
- Não esqueci... Mas, Mel! Você é a minha melhor amiga aqui!
- Harry, você vai ter que aceitar! Não vou mudar minha decisão! Você também é um dos meus melhores amigos! Você e o Cedrico, mas não posso continuar estudando aqui! E outra, não significa que deixaremos de nos falar!
- Mas quando você vai? – perguntou Harry.
- Amanhã...
Levantei-me, deixando Harry sozinho. Estão parei no quinto degrau.
- Ah, aliás, o nosso jogo contra a Sonserina será amanhã! – comuniquei.
- Quê?
- É... Amanhã iremos jogar contra o Malfoy!
Subi direto para o dormitório. Hermione já estava dormindo. Não falava mais comigo depois da briga que tivemos. Não estava com cabeça para jogo. Aquela expectativa que eu sempre tinha antes dos jogos, agora desaparecera. Peguei o meu malão e comecei a colocar organizadamente cada roupa em seu devido lugar, assim como quando viera para Hogwarts.
Em cima da cama, limpo e passado, estava o meu uniforme de Quadribol, e a um canto estava lá, a minha preciosa FIREBOLT. A vassoura que me fizera ganhar o jogo contra a Lufa-Lufa. E que iria me ajudar a ganhar da Sonserina amanhã. Não deixaria este gosto para Melanie. Se tinha que partir, iria vencedora. Deixei apenas algumas coisas para fora, como um caderno, uma pena, um tinteiro, um livro de romance trouxa e os uniformes para o dia seguinte. Coloquei o malão no chão, com maior cuidado, sem fazer barulho.
Deitei na cama, que parecia muito quente. Não tive vontade de ler. Comecei a lembrar desde quando entrei em Hogwarts naquele trem. Conheci Harry, Rony e Hermione. E futuramente Cedrico, por um “acidente”. Depois acabei ficando presa com ele na biblioteca, e acabamos ficando muito amigos. Depois fiz o meu teste para artilheira do Quadribol e passei, surpreendendo a todos, inclusive o capitão. Em seguida tive o meu pequeno “caso” com Olívio Wood, passageiro, mas marcante. Afinal, fora apenas um beijo! Pra dizer a verdade, não teve graça nenhuma! Depois, Cedrico me contara sobre Cho e Wood, e ele acabou terminando com Cho por minha causa. Depois, passou pela minha cabeça as brigas com Melanie. Mas nada me fazia esquecer o que fizera com Cedrico. Não falei mais com ele depois do tão inesperado beijo. Fora o pior erro da minha vida.
E ainda entretida nas lembranças adormeci.

Acordei cedo o dia seguinte. Desci para o café, a fim de observar mais as últimas horas passadas ali.
Como sempre passei pelo corredor do segundo andar. E aquilo parecia ser o “ponto”. Malfoy e Melanie se agarravam logo cedo. Aquilo me revirava o estômago. Depois ela não sabia o porquê da excitação dele. Passei reto, e nenhum dos dois pareceu perceber minha presença.
Sentei-me na mesa da Grifinória e vi que não era a única a acordar cedo. Cedrico se encontrava sentado na mesa da Lufa-Lufa, parecendo pensativo. Era a minha chance. Precisava dizer a ele sobre a minha volta para a França.
Cedrico não percebeu minha presença. Levantei-me devagar, e rumei em direção à mesa da Lufa-Lufa.
Sentei-me ao lado dele.
Permanecemos em silêncio.
- Ced, você está triste? – perguntei.
- Não, não estou não, Mel! – respondeu ele.
- Escuta... Preciso te dizer uma coisa...
- Pode falar! – falou ele olhando diretamente em meus olhos.
Não podia fazer aquilo. Machucaria demais ele. Aqueles olhos verdes acinzentados pareciam estar me assistindo por dentro.
- Eu... Eu... Ced! Eu vou embora! – falei.
- Você o quê? – perguntou incrédulo.
- Vou embora de Hogwarts!
- Por quê? – Cedrico tinha a mesma expressão de tristeza de Harry.
- Desde que cheguei aqui, Ced, só tenho causado problemas! Não posso mais continuar aqui! Eu estou machucando as pessoas, inclusive você!
- Olha Mel, se você vai embora por causa daquele beijo...
- Não é só por causa disso Ced! Tenho que voltar para a França!
- Mas, nós precisamos de você aqui! Eu preciso de você aqui! – não deixei a típica lágrima rolar e ele tirou-a de meu rosto – Não quero que você chore!
- Não suporto a idéia de deixar esta escola, que agora é minha casa! Meus amigos, minha família são vocês! Não tenho mais ninguém lá fora! Ninguém!
Cedrico me abraçou.
- Você não precisa ir porque simplesmente se preocupa demais com as pessoas e quer o bem delas, mas nós queremos o SEU bem, Mel! Você tem que ficar onde se sente feliz, e é aqui, é aqui que você precisa ficar!
- Não posso Ced... Já tomei minha decisão!
- Se você for... Com quem é que eu vou discutir Quadribol? – dei um riso lacrimoso.
- Pelo menos você pode voltar a namorar a Cho! – respondi.
- Mel, eu não quero namorar a Cho! Cansei dela! Não quero mais! A única coisa que quero é que você fique! Por favor! – implorou Cedrico.
- Não posso Ced! É para o seu bem e para o bem de todos! Ah, mas agora tenho que ir para a minha mesa por que o salão já está começando a encher e vão me expulsar daqui! Ah, você vai me ver jogar hoje, contra a Sonserina?
- Com certeza! Não posso perder a melhor artilheira do mundo! – Cedrico riu e quando fiz menção de sair, ele me puxou de volta, e me deu um beijo na bochecha, seguido de um abraço.
Parei.
- Como você consegue esquecer o que te fiz? – perguntei, ele ainda segurava minha mão.
- Porque você é importante demais para mim.
Então puxou-me para perto de si e sussurrou no meu ouvido:
- Não se preocupe! Vai dar tudo certo! Encontre-me após o jogo na pedra em frente ao lago! Preciso conversar com você!
- O.k.! – sorri e saí dali, enquanto Cho, que acabara de entrar no salão, me acompanhava com o olhar até a mesa da Grifinória.
Sentei-me na mesa. E fitei o salão todo antes de comer. Harry acabara de chegar e sentou-se de frente para mim. Tinha o olhar triste. A notícia de que estava indo embora se espalhara com certa rapidez. A escola inteira já sabia, e ao cruzarem o portal, todos os olhares se voltavam para apenas uma pessoa: EU.
Hermione me olhou pelo canto dos olhos, parecendo um pouco preocupada. Mexi-me e apoiei o cotovelo sobre a mesa e a mão sobre a testa e comecei a comer sem vontade, evitando o olhar de todos.
Foi quando Melanie Addam cruzara o portal. Manteve o olhar sobre mim. Não piscava. Eu fazia o mesmo. Quanto Melanie sentou-se ao lado de Malfoy, ela deu um sorriso vitorioso em minha direção. Entendi que aquilo teria sido uma vitória para ela. A pessoa que ela mais detestava estava indo embora da escola.
Acabei de comer antes de todos, e me retirei do salão, seguida pelos olhares de todos. Fui para a Torre da Grifinória. Todas as aulas daquele dia haviam sido canceladas, por conta do jogo tão esperado. Grifinória X Sonserina, um clássico. Um dos jogos mais esperados durante o ano pelos alunos de Hogwarts.
Subi até o dormitório e deitei na cama. Fitei o teto do quarto. Virei de bruços e passei a mão por debaixo do travesseiro. Havia um pequeno papel ali.

“Melissa Bittencourt: descobrir o verdadeiro motivo da morte dos pais”

Virei o bilhete e encontrei mais alguma coisa.

“Existem apenas dois dias no ano em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro amanhã. Portanto, hoje é o dia certo para amar, fazer acreditar e principalmente viver.”

Logo abaixo desta frase havia mais outras três:

“Confie em si mesmo acima de tudo, não deixe que os outros a magoe por infelicidade própria.”

“Não mude a si mesmo apenas para agradar aos outros, e não faça que os outros mudem por suas vontades.”

“Nunca se esqueça: o pra sempre, nunca permanece. O pra sempre, sempre acaba.”

Lembrava exatamente daquelas frases. Sempre escrevia uma em algum lugar, quando ficava triste ou sentia vontade se chorar.
Aquelas frases sempre me faziam refletir. A vida é muito curta, e não devemos desperdiçar cada segundo com tristezas e lágrimas, e sim apenas com alegrias. Essa é uma das minhas intenções. Creio que apesar de estar partindo de volta para a França, um dia, espero que não tão distante, eu possa encontrar meus amigos verdadeiros outra vez.
Guardei o bilhete exatamente onde se encontrava antes. Sentia o corpo dolorido. Virei de lado, onde pude fitar exatamente a cama de Hermione. Era triste ter que ir embora brigada com a melhor amiga. Mas, faltava, acima de tudo, a confiança de Hermione. Conhecia-me bem! Como poderia desconfiar que eu e Harry tínhamos um caso, sabendo que eu não queria ficar com ninguém agora? Mas, apesar de tudo, a perdoava. Era uma pessoa muito especial para mim, e creio que seja normal sentir ciúmes. Não quero nada além da amizade de todos aqui. Apenas não quero que sofram. Que não passem pela mesma situação que eu passei esse ano. Felicidade está acima de tudo, e precisamos cultivá-la, mas só se alcançará a felicidade se existirem bons e verdadeiros amigos.
Chorei baixinho. Assim, quieta, onde só eu poderia ouvir. Minha vida estava sem rumo agora. Não tinha onde estudar, e nem sabia o que faria para me sustentar na França. Afinal, a herança de meus pais não duraria para sempre.
Neste momento a porta se escancarou.
- Mel! – era Harry, parecia bastante cansado – O que houve?
- Nada, Harry! – respondi enxugando as lágrimas.
- Não vá embora, por favor! Isso só irá lhe fazer mal! – Harry sentava-se ao meu lado, e enxugava algumas lágrimas que insistiam em cair.
- Eu não posso só pensar em mim, Harry! Tenho que pensar no mal que estou fazendo aos outros! – respondi aflita – Ah, não me leve a mal, mas se a Hermione chegar aqui e te ver comigo, ela não vai gostar...
- Mel, com a Hermione eu me entendo depois! Você não está bem! Eu vejo isso nos seus olhos! – falou Harry.
- Harry, eu só estou garantindo que não haja mais brigas entre vocês! Hermione está chateada comigo, mas nem por isso você deve deixar que ela se chateie mais!
- AH, SABE QUAL É O SEU PROBLEMA? – Harry agora gritava – VOCÊ PENSA DEMAIS NAS PESSOAS! PÁRA MELISSA! PÁRA DE SER ASSIM! PENSA EM VOCÊ! NO QUE É MELHOR PARA VOCÊ!
- Não dá Harry! – respirei fundo. Aquela não estava sendo uma das coisas que queria antes de partir – Eu só... Só queria manter a paz entre vocês! Porque me preocupo com você! E também... Será que você poderia parar de gritar comigo? Não gostaria de ir embora brigada com você! – desabafei.
- Ah, o.k. É que eu estou desesperado! Você é a pessoa que mais se encaixa comigo! Porque você perdeu os pais, e agora os avós e não tem mais ninguém além de nós! Você sofreu muito, e sei como isso é difícil! Mas, eu só quero... Só quero compartilhar essa dor que ainda existe em você!
A porta se abrira novamente. Desta vez, é Hermione quem cruzara o portal.
- Você não entende! Eu sei que suas intenções são as melhores, Harry! Mas estou fazendo muita gente sofrer aqui! – meu olhar permaneceu sobre Hermione – Não posso! Desculpe se te fiz algum mal, mas... Sinceramente? Aqui não é o meu lugar!
Levantei-me da cama, e o meu olhar agora encarava os olhos verdes de Harry.
- Não brigue com ela por isso, o.k.? Ela não tem culpa! É apenas a melhor decisão! – sussurrei baixinho.
Peguei o uniforme de Quadribol (vermelho e ouro) e me retirei do quarto, deixando um Harry triste e uma Hermione fitando-o pensativa.
Fui para o corredor do segundo andar. Era bem mais sossegado, e quase ninguém passava pelo banheiro da Murta Que Geme. Troquei-me lá. Havia silêncio, e isso era tudo o que eu precisava naquele momento. Talvez Harry estivesse certo. Deveria pensar mais em mim. Só que desta vez era impossível não pensar nos outros.
- Pára de frescura! Corre atrás de seus objetivos! Onde é que Melissa Bittencourt se enfiou?- falou uma voz em minha cabeça.
- Para a sua informação Melissa Bittencourt está bem aqui na sua frente – falei para mim mesma enquanto me fitava no espelho – Eu sei muito bem correr atrás de meus objetivos! E você sabe que o único é descobrir o verdadeiro motivo da morte de meus pais!
- Ah, sim, sim! Esqueci-me! E onde é que fica a sua felicidade? Pelo que eu saiba, todas as pessoas tem direito de serem felizes!
- Eu... Não posso ser feliz aqui! Não é o meu lugar! Tenho feito mal a muita gente... E até causei mortes! – retruquei.
- E se você for embora? Quem é que vai provar a culpa de Melanie?
- Eu não sei... Posso até estar errada sobre ela! Posso pensar que ela matou todas estas pessoas, mas eu posso estar errada!
- Você sempre correu atrás do que achava! Sempre defendia as SUAS opiniões! Portanto se você acha que ela é a verdadeira culpada nisso, vai provar! Está esperando o quê?
- Eu já não posso fazer isso! Agora, se Melanie for a verdadeira culpada, não serei eu quem vai provar isto!
- E será quem? Você e Cedrico são as únicas pessoas que desconfiam realmente de Melanie... Cedrico não pode fazer tudo isso sozinho!
- Claro que pode! Ele sabe... Ele consegue!
- E se você for embora, e Cedrico não conseguir culpar Melanie, você vai deixar que mais pessoas inocentes morram? Você é a única que pode salvar isto daqui!
- CHEGA! CHEGA! EU NÃO AGUENTO MAIS! PÁRA!
A voz cessou subitamente. Parei me encarando no espelho.
- Eu te odeio Melissa! Simplesmente te odeio! – falei para a minha imagem refletida no espelho.
Virei para sair em direção à porta. Dumbledore estava parado a esta.
- Ei, ei! Você não deveria falar mal de si própria deste jeito... Talvez a voz do seu coração esteja certa... Reflita melhor! – disse ele sorrindo.
- O senhor está dizendo que acha que é Melanie quem...
- Eu só posso acreditar se alguém conseguir me provar... Do contrário, nada poderá ser feito! – falou Dumbledore me interrompendo, e em seguida se retirando do banheiro – Ah, acho melhor você se apressar, ou perderá a hora do jogo!
Olhei para o relógio de pulso e dei um pulo. Faltavam apenas 10 minutos para o início do jogo! Todos já deveriam estar me esperando.
Coloquei o uniforme e peguei a Firebolt. Caminhei até o campo sozinha. Todos já me esperavam e tinham expressões aflitas no rosto. Ninguém deu uma palavra, exceto Wood, para dar as instruções.
Após o mesmo falatório geral, que já tinha decorado de tanto ouvir, passei os olhos pela arquibancada. Os meus, se encontraram com os olhos de Cedrico, que parecia bastante triste com a decisão. Tentou sorrir, mas em vão. Concentrei-me e passei a analisar o time oposto. Marcos Flint continuava como capitão, Malfoy, como apanhador, e alguns artilheiros que haviam mudado. Passei os olhos atentamente para descobrir os artilheiros. Parei. Não seria possível! Melanie Addam agora virara artilheira do time da Sonserina? Ah, não! Em seu rosto, uma expressão maliciosa.
Agora que este jogo iria pegar fogo. Melanie versus Melissa? Isso não ia acabar bem.
- Capitães! Apertem as mãos! – pediu Madame Hooch.
Sem muita vontade Olívio Wood apertou a mão de Marcos Flint.
- Quando eu contar três! Três... Dois... Um! – informou a juíza.
Todos já estavam em suas vassouras. Não vou negar que a Sonserina começou muito bem, mas a Grifinória abrira o placar, satisfazendo os alunos da arquibancada.
- Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee Melissa passa a goles para Angelina que recebe e passa para Cátia, e é ponto para a Grifinória! – Dino Thomas narrava a partida alegremente.
Melanie passava ao meu lado, com a goles. Dei-lhe um empurrão e peguei a goles, passando direto para Angelina, que estava à frente do gol.
Ponto para a Grifinória.
Enquanto isso, Harry e Malfoy pareciam desesperados a procura do pomo. Nem sinal deste.
Neste momento tudo ficara escuro. Melanie jogara a goles direto em meu rosto. Estava atordoada. Não conseguia diferenciar o que era jogador do que era platéia.
- E parece que Melissa se machucou. Será agora o fim da Grifinória? – falou Dino Thomas.
- Cala a boca, Dino! – exigiu Hermione.
Sentia que caía. Estava indo direto para o chão. A goles me afetara com tal força, que não conseguia me sustentar sobre a vassoura. Aos poucos pude ver meio embaçado o chão, a alguns metros.
Estava prestes a cair no chão. Mas, não podia deixar barato desse jeito. Não podia ir embora assim, perdendo deste jeito, ainda mais para Melanie Addam.
A um metro do chão, recuperei a consciência e tive tempo para erguer a vassoura e fazê-la voltar ao lugar correto.
Melanie tinha a cara de decepção.
- Parece que Melissa resolveu salvar o time! – falou Thomas.
- Já chega Sr. Thomas! – agora era a professora Minerva quem o advertia.
- O.k. – respondeu ele parecendo desanimado – E agora, quem tem a posse da goles é Angelina Johnson! Ela arremessa para Cátia Bell, que joga direto nas mãos de Melissa, que desvia de um balaço e. é GOL!
Desta vez quem deu um sorriso triunfante para Melanie fui eu.
O jogo estava bastante acirrado, mas Grifinória permanecia na frente com 350 pontos e a Sonserina continuava com 200.
- Jogo encerrado! – avisou a juíza – Malfoy capturou o pomo!
Todos pareciam inconformados com o término do jogo.
- Pois é, pessoal! Tivemos um empate aqui! 350 para Grifinória contra 350 para a Sonserina! – avisou Dino inconformado.
- O.k., pessoal, os dois capitães aqui, por favor! – pediu Madame Hooch.
Assim que os dois se aproximaram, infelizes com o resultado, ela continuou.
“Como tivemos um empate, remarcarei o jogo para um desempate limpo! – a juíza consultou um caderninho que segurava – Pode ser... Hum... deixe me ver... no penúltimo dia de aula!
- O quê? – perguntou Olívio Wood – Não posso substituir uma artilheira! Ela vai embora hoje!
- Ah, meu bem! O problema é da sua artilheira! Não posso mudar o dia do jogo! – avisou.
Olívio saiu rapidamente dali, parecia nervoso.
Fui até o vestiário, trocar de roupa e ao me olhar no espelho descobri que meu rosto sangrava em função do impacto da goles. Demorei bastante, ficando sozinha no vestiário. Todos se encaminhavam agora para o salão principal. Estava em dúvida se voltava ou não para este.
Mas, algo me chamou a atenção, desviando meus pensamentos. Cedrico acabara de entrar no vestiário. Parou, fitando-me.
- Mel podemos conversar? – perguntou ele.
- Claro, Ced! Já estou indo... Só vou lavar o rosto e já vou! Só um pouquinho...
Cedrico me esperou enquanto terminava de estancar o sangue e após lavá-lo, me dirigi para fora do vestiário.
Fomos exatamente para onde tínhamos combinado. Não me sentei como fazia normalmente, sob a pedra para apreciar o lago. Fiquei em pé, mesmo assim.
- Por que é que você vai embora? – perguntou Cedrico quebrando o silêncio.
- Não posso ficar aqui! Estou causando muitos problemas!
- Não, não está! Poderia me dar um exemplo então? – pediu Cedrico.
- Claro! Desde que cheguei aqui, olha, conheci vocês, depois por minha causa, você terminou com a Cho – Cedrico fez uma careta – E causei uma briga entre Harry e Hermione por causa de um abraço de amigos, e agora, Melanie Addam!
- Mel, já disse que não terminei com Cho por sua causa! Eu nem gostava mais dela! Não vai, por favor! Eu preciso de você! – Cedrico pegou em minhas mãos – Escuta você, desde que chegou aqui, foi a melhor coisa que me aconteceu! Comecei a encarar a vida de outra forma, me colocando nas suas situações... Aprendi a aproveitar a vida ao máximo, me coloquei no seu lugar, pensando em como me sentiria se perdesse os meus pais! E eu cheguei à conclusão que, não me sentiria diferente de você! Você me mostrou uma das melhores formas de erguer a cabeça e seguir em frente, para encarar a vida do jeito que ela é! Por isso, se você for não vou conseguir suportar... Porque você é importante para mim! É importante acima de tudo e de todos!
- Ced, você também foi uma das melhores coisas que me aconteceu e uma das mais importantes! – disse chorando – Mas não posso ignorar alguns fatos... Que ocorreram.
- Preciso de você! – ignorei e continuei.
- Olha, Ced... Você termina o colégio o ano que vem! Nem é tanto tempo assim! E a gente pode se corresponder e... – continuava, mas ele me interrompera.
- Preciso de você comigo.
E dizendo isso me beijou. Assim como eu o fizera durante a briga com Melanie. Mas fora um beijo diferente. Senti um arrepio, algo diferente dentro de mim. Talvez fosse a emoção que senti ao ouvir aquelas palavras, ou pelo carinho que sentia por Cedrico.
- SUA VACA! – imediatamente reconheci a voz.
Larguei Cedrico na mesma hora e vi Cho correndo em nossa direção.
PAF.
Ela dera um tapa no rosto de Cedrico. Apontou a varinha diretamente para o meu peito.
- Estupefaça! – gritou ela.
Caí no chão paralisada.
Demorei um pouco até chegar à sã consciência. Ao abrir os olhos vi Cedrico ao meu lado.
- Você está bem, Mel? – perguntou ele.
- Não, não estou Ced! – disse chorando e me afastando dele – Você viu? Agora você não precisa de mais motivos para justificar a minha ida.
Saí correndo. Cedrico tentou dizer alguma coisa, mas era tarde demais.

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