A Decisão



Capítulo 17
A Decisão

'Gritando, iludindo e sangrando por você.
E você ainda não quer me ouvir
Não quero a sua ajuda
Dessa vez eu me salvo sozinha.'

Subi direto para o dormitório. Não estava a fim de ficar ali, como se esperasse alguma coisa. Sentei-me em minha cama, e comecei a refletir. Melanie não era flor para se cheirar, e Malfoy estava de quatro por ela! Bom, de qualquer jeito não poderia comunicar a ninguém isso, exceto a Cedrico. Não estragaria a felicidade nem de Harry nem de Hermione. Os dois deveriam estar agora, juntos em algum lugar do castelo. Mas isso eu não posso confirmar, me desculpe! Mas já chega de aventuras por hoje! Virei de lado, mas não dormi. Escutei alguém entrar no quarto.
Virei devagar, para que não percebesse. Era Hermione. Tinha um belo sorriso na face. Esperei ela virar, e me levantei devagar. Empurrei-a na cama e dei um belo montinho.
- Posso saber o motivo deste sorriso? – perguntei.
- Pode sim! – nos sentamos na cama – Fiquei com o Harry!
- O quê? – fiz de conta que não sabia, e nesta parte eu sou muito boa – E como foi?
- Ah, foi simplesmente perfeito! – contou ela com um olhar sonhador – Ficar com ele era o que eu mais queria Mel!
- Que bom que você está feliz! – puxei-a para um abraço.
Deixei-a dormir e fui até minha cama. Não estava a fim de ler. Fitei Hermione da minha cama. Estava sonhando. Dormira com um sorriso no rosto. Resolvi descer e esperar o tempo passar na sala comunal.
Para a minha surpresa não era a única a fazer isto. Harry se encontrava sentado de frente para a lareira.
- O que foi Harry? – perguntei.
- Ah, Mel, oi...
- Oi... – ajeitei-me na poltrona.
- Não aconteceu nada! Só estava pensando...
- Pensando em quê?
- Ah, a Hermione já deve ter contado!
- Contado o quê?
- Ah, Mel... Pára com isso! Você sabe do que eu estou falando!
- Mesmo que ela tivesse contado eu quero ouvir de você!
- Eu fiquei com ela...
- E... – exigi uma explicação.
- Ah, não sei Mel!
- Você não está feliz?
- Estou... Muito! Mas é que eu tenho medo de fazê-la sofrer! – falou Harry meio triste – Não posso ficar com ela, Mel!
- Por quê? – perguntei incrédula.
- Porque Voldemort quer me matar, e se descobrir que eu a amo, vai matá-la!
- Harry! Pára de ser assim, por favor? Pára de sofrer! Você merece ser feliz!
- Não sei, Mel... Não sei se mereço!
- Como não sabe? Depois de tudo o que você fez, de todas as vidas salvas, você ainda pergunta? – afirmei – Você não pode se deixar levar pelo medo, Harry! Tem que enfrentar as coisas de cabeça erguida! Tem muita gente que ainda não pode ser feliz, e você, aí, tendo essa chance com a pessoa que você ama! Não pode desperdiçar esta oportunidade, Harry!
- Mas não sei se ela me ama, o tanto que eu a amo! – respondeu Harry.
- Escuta Harry! Eu sei que as perguntas sempre estarão na sua cabeça, é assim comigo também, mas uma coisa que eu tenho certeza é sobre o amor que ela sente por você! Larga de ser durão vai! Vai ser feliz! Ela te ama, Harry! – afirmei.
- Você acha que eu tenho que fazer isso? – perguntou aflito.
- Acho! E com toda razão! Harry vou te dizer uma coisa que uma vez minha mãe me disse! Sabe? A gente não pode se responsabilizar pelos erros dos outros! Cada um tem o seu destino traçado, e ninguém pode mudar isso! Dentro de cada um há um sentimento, embora alguns achem maiores ou menores, mas, a verdade é que são todos iguais! As pessoas se tornam más, porque querem Harry! Elas também não têm culpa! Simplesmente se transformam no que são por algum motivo familiar ou sentimental! Por isso não podemos julgar ninguém pelo que são! Minha mãe sempre me dizia isso, porque eu só pensava nos outros, e as vezes esquecia um pouco de mim! Então não fique assim, como se evitasse as pessoas. Você pode se arrepender lá na frente, quando perceber o quão importante ela era pra você! – afirmei com certeza.
- Está bem, está bem! Não posso te contrariar mesmo, não é? – ele sorriu.
- Com certeza! Agora pense, Harry! Se você for morrer amanhã, gostaria de aproveitar todos os minutos com ela, não é? - o dia já começara a amanhecer.
- Claro! – respondeu ele.
- Então, se tiver que enfrentar Voldemort para salvar Hermione, fará isso! Eu tenho certeza!
- Mel, eu posso te dizer uma coisa? – pediu Harry.
- Claro, Harry!
- Você é a pessoa mais especial que eu já conheci! Uma pessoa, assim, que veio de longe, mudou do nada para mesma escola que eu, e que por acaso nos conhecemos no trem e assim caiu na mesma casa que eu! Você foi a única pessoa que não me olhou de um jeito diferente quando disse que eu era Harry Potter! – explicou Harry.
- Simplesmente porque você é igual a todo mundo! Não consigo enxergar as pessoas pelo que elas têm, e sim pelo que elas são!
- Admiro-te muito, Mel! Você é uma das poucas amigas que vão continuar até o fim comigo!
- Isso pode ter certeza! Vou estar lado a lado com você, lutando contra Voldemort, e acredite na força do bem, nós venceremos! – falei.
Já estava com os olhos cheios de lágrimas. Aquela conversa não tinha sido em vão. Harry compreendeu o que eu queria e acabou me dizendo coisas lindas, coisas, que ninguém pôde me dizer um dia. Harry e Cedrico eram as pessoas mais especiais na minha opinião. Tinham o mesmo objetivo que eu. A justiça. Harry pensava demais nas pessoas, e estava sempre ali, para ajudá-las. Mas, o que mais admirava neste garoto era a coragem que tinha. Cedrico, então, é a pessoa mais bondosa que conheço. Está sempre ali, para te ajudar quando precisa, e às vezes, também esquece um pouco de si, pensando muito nos outros, e acaba se machucando. Não tenho nem palavras para descrevê-lo. Com certeza, são as duas pessoas mais importantes para mim neste momento. Não que Hermione e Rony não sejam especiais, mas Harry sofrera o mesmo que eu, e o perfil de Cedrico era muito parecido com o meu.
Harry pareceu muito emocionado com as últimas palavras. Fitou-me por alguns instantes, e parecendo não agüentar, me abraçou fortemente.
- O que é que está acontecendo aqui?
Era Hermione. Estava parada ao pé da escada que levava ao dormitório feminino.
- Incrível como você é rápida não Melissa? – falou Hermione parecendo levemente irritada.
- Não sei do que você está falando! – respondi sinceramente. Já estava longe de Harry.
- Ah, não sabe? Você mal descobre que eu estou ficando com Harry, e já está dando em cima dele!
- Hermione! Não é nada disso! – afirmou Harry parecendo assustado com a reação dela.
- Fica quieto, Harry! Que a minha conversa não é com você! Mas não se preocupe que a sua hora vai chegar! – realmente nunca tinha visto Hermione daquele jeito.
- Mione presta atenção! Eu e Harry não temos nada! E eu não estou dando em cima dele! Nós somos apenas amigos, e você sabe disso! – respondi.
- Não, não sei! É nessas horas que a máscaras das pessoas caem, Melissa! Ah, você não estava se oferecendo para ele? Então o QUE FOI AQUELE ABRAÇO QUE EU PEGUEI EM FLAGRANTE? – Hermione agora gritava.
- Hermione, aquele era um abraço de amigos! De respeito, de carinho! Por favor, entende uma coisa?
- NÃO! QUER SABER? VOCÊ É QUE SE DANE! NÃO QUERO MAIS SABER DO CASO DE VOCÊS! – e saiu correndo.
Uma lágrima escorreu de meus olhos. Em seguida, não disse nada e segui para fora da sala comunal, deixando Harry sozinho.
Tinha um destino. Sabia exatamente aonde ir. Fui até a gárgula de pedra, a procura de Dumbledore. Sabia o que tinha de fazer. Só não sabia a senha, então, não consegui entrar.
Encontrei a professora McGonagall no final do corredor, e esta me informou que Dumbledore tinha saído e que só voltaria a noite.
Desci para o jardim, a fim de pensar um pouco. Para a minha infelicidade, encontrei Melanie e a sua “cambada” no meio do caminho.
- Ué, onde é que você vai tão estressadinha? – provocou Melanie.
- Não te interessa! – respondi grosseiramente. Estava sem cabeça para brigas hoje.
- Ah, eu não estou brincando garota! Esqueceu que eu posso ser muito perigosa pra você? – ameaçou Melanie.
- Cala a boca, menina! Você fica falando isso o dia inteiro! O que é? O Malfoy não consegue te saciar? – retruquei.
- Ah, cala a boca você, garota! Você nem sabe o que é dar! – respondeu Melanie parecendo irritada.
- Ah, não sei mesmo, eu não dou! Mas, você deve saber muito bem o que é isso!
PAF.
Melanie acabara de dar um tapa em meu rosto. Ardia muito e sentia a face queimar.
- E se eu der? O que é que você tem a ver com isso, hein? Você é patética!
- Patética? Isso é tudo que você consegue dizer? – provoquei, mas não revidei o tapa.
- Se eu for falar tudo o que você é... Ah, minha filha! Existem crianças no recinto! Bom... Uma delas está bem na minha frente, porque, para falar essas idiotices, só mesmo uma criança! – respondeu Melanie.
Agora uma roda se formava a nossa volta. Todos pareciam estar presentes e olhavam apreensivos uns para os outros.
- Ah, sim... Porque criança você não deve ser mesmo, não é? Porque além de dar, você aprendeu a matar, não é? Acho que uma criança não seria capaz disso! – falei.
Uma expressão de horror perpassou o rosto de Melanie. Se continuasse pressionando talvez, num deslize, ela falava o que não devia.
Melanie se aproximou de mim e cochichou ao meu ouvido, com muita cautela.
- Acho que você devia medir suas palavras, elas podem ter conseqüências inimagináveis!
- Isso é uma ameaça? Mas então você assume que sabe matar? Porque se não, não me ameaçaria em voz baixa! Se não tivesse culpa, poderia falar na frente de todos! – falei em voz alta.
- Eu não disse que sei matar! Mas poderia aprender, sim! E você, sua filha da mãe imprestável, medíocre, idiota e entre outras coisas que não podem ser citadas em público, poderia ser minha vítima! – respondeu Melanie com os olhos rancorosos.
- Hum... Sua mãezinha não te ensinou a ter respeito? Que coisa feia! Pelo visto, alguém vai ter que te ensinar! Bom, e se por algum acaso você quiser aprender a matar, pode pedir para os seus pais te ensinarem, ou então para eles te darem o telefone de Voldemort! Assim, você e a sua turminha de incompetentes poderiam se transformar em Comensais da Morte, como os seus pais! Aí, depois, assim, que você aprender a matar alguém, embora eu ache que você já saiba, você vem falar comigo, o.k.? – respondi.
- Ah, vai pastar! Porque é lá o seu lugar! Sua sangue ruim! Você não deveria pertencer a esta escola! – Melanie se irritou.
- Pastar? Não, não minha filha! Não sou vaca e nem estou a fim de pastar... Mas, se você estiver, que é o que está parecendo, faça as honras, por favor! Ah, eu estudo aqui, porque Hogwarts não é uma escola somente para sangues puros, e também, eu prefiro ser filha de trouxas a ser como você, filha de Comensais da Morte! – não sei onde estava achando aquelas respostas.
PUF.
Melanie acabara de me dar um soco. Bem no nariz. Ardia e agora começara a sangrar. O fluxo aumentava gradativamente, mas continuei firme e forte. Aquilo não podia ficar assim. Não deu outra. Parti pra cima de Melanie, e dei um tapa na sua cara. Ela não agüentou e fez o mesmo.
Mas, neste momento, Cedrico me segurou e Malfoy fez o mesmo com ela, já que o canto da boca de Melanie começara a sangrar.
- Não, Cedrico! Deixa elas se matarem! Ia ser um alívio duplo! – falou Cho Chang.
- Cala a boca, Cho! Ninguém pediu a sua opinião! – falou Cedrico.
- Pode me soltar, Ced! – Melissa se vira para Cedrico – Eu preciso acertar as contas com essa aí! Também não me importaria de bater em Malfoy junto! Já que é tudo farinha do mesmo saco! – minha cabeça explodia de dor, e meu nariz sangrava bastante, tanto que já manchara o uniforme.
- Solta ela, então! Deixe-a vir pra ver o que é bom para Sangues-Ruins patéticos e medíocres... Ah! Cuidado! Vai saber se eu não sei matar, né? – retrucou Melanie.
Era tarde demais, e Melanie pareceu perceber o erro. Ela entregara o jogo.
- Ah! Continua falando, vai! Daqui a pouco você vai acabar falando o que não deve! Aí eu quero ver! Porque a única que precisa tomar cuidado com o que diz aqui é você, porque é a única que tem peso na consciência!
- Ah, vai se ferrar, sua filha da mãe, biscate, e acho que você sabe muito bem o que é dar viu?
- Eu sei o que é dar? Eu já dei? – fiz uma cara de surpresa – Pra quem? Putz, então esqueceram de me avisar que eu já dei... Bom, mas eu não vou discutir, afinal, você sabe tudo sobre esse assunto... Você sabe tanto que até sabe coisas que eu fiz, que eu mesma não sabia! Meu Deus estou chocada com a sua inteligência! Se você insiste em dizer que eu sou tudo isso aí, tudo bem... Mas eu não vou me rebaixar a este nível! Ou melhor! Ao nível de pessoas assassinas! – agora eu tinha ido longe demais.
- Ah, pára de falar isso, porque você não tem nada a ver, se eu dou ou deixo de dar, o problema é meu! Isso não é da sua conta! Como você pode ter certeza? Você não pensa? Bem, acho que não... Deve ser meio difícil uma SANGUE-RUIM pensar no meio de sangues-puros!
- Ah, sim! E por que será que a Hermione, que é filha de trouxas, é a aluna mais inteligente da nossa série? Acho que você está se confundindo! É VOCÊ que não sabe pensar! Ou pelo menos acha que sabe... Porque você nunca soube responder a uma pergunta de um professor! E por que sempre pede para eles demonstrarem um feitiço proibido? – falei. Meu nariz ardia totalmente.
- Não vou cair na sua! Você pensa que eu sou idiota? Não vou falar o que você quer que eu fale! Nossa! Só agora me dei conta que estou falando com uma pessoa, se é que pode chamar isso de pessoa, da Grifinória! Tinha me esquecido que não me misturo com esse tipo de gente! – falou Melanie.
- Ah, esqueci que você não se mistura! Mas, eu também não sei o que estou fazendo aqui, discutindo com uma vadia! Uma assassina, uma pessoa insaciável, e que não assume isso nem para o próprio namorado! Sabe o que acontece? O problema não é com você, mas deveria pedir mais discrição para o Malfoy! Pois é, o seu querido namoradinho covarde ficou tão excitado que saiu por aí contando pra todo mundo! – Melanie agora mantinha o olhar raivoso sobre Malfoy.
- Ah, seu retardado! Imbecil! O que eu te falei? Idiota! – Melanie deu um tapa na cara de Malfoy.
- OPS! Acho que eu falei demais! Mas não, não se preocupe! Todo mundo já está sabendo mesmo, que diferença isso iria fazer? – fiz cara de pouco caso e Malfoy saiu irritado.
- Pelo menos eu não sou uma mal amada, virgenzinha, que ainda deve ser BV! – provocou Melanie ignorando a saída de Malfoy.
- Nossa como você anda desenformada! Querida! Precisa se informar mais! – respondi.
- Ah, que bonitinha! A criança já beijou! Aposto que foi só um selinho! Que meigo! Fico até emocionada! – Melanie fez uma careta.
- Selinho? Ah não, meu bem! Você está enganada! – retruquei.
- Enganada? Acho que não! Então vamos ver! Prove! – falou Melanie.
- Provar? Com todo o prazer! – Melanie fez uma cara de preocupação.
Virei do lado, fazendo Cedrico me soltar. Puxei-o e beijei-o. Daqueles de cinema mesmo sabe? Larguei-o e vi a expressão aterrorizada no rosto de Melanie. O grupo que nos cercava deu vários assobios e gritinhos de excitação.
Cedrico, coitado! Estava atônito.
- Prontinho! Sabe o que eu acho? Que você morre de inveja de mim! Mas, como você pode ver, eu posso ter cara de santa, mas não sou tonta, não! – falei.
- JÁ CHEGA! AS DUAS PARA AS SUAS SALAS COMUNAIS, OU ENTÃO TEREI DE INFORMAR AOS DIRETORES DE SUAS CASAS PARA GANHAREM UMA DETENÇÃO CADA UMA! – era Percy. Um dos irmãos mais velhos de Rony.
Um chato. Sempre atrapalhava. Melanie ficou desnorteada, parecia que não tinha caído a ficha do que eu havia feito. Permaneci onde estava, enquanto Melanie se retirava, indo em busca de Malfoy.
- O que é que vocês estão olhando? O show acabou! – falei.
Estava inconformada. Como poderia ter feito aquilo com ele?
Todos foram se retirando, até, aos poucos, ficarmos sozinhos no jardim.
- Mel, eu não...?
- Escuta Ced! – coloquei as mãos sob o rosto - Eu estou morrendo de vergonha do que eu fiz o.k.? Não deveria ter me rebaixado ao nível daquela vadia! Olha você não precisa dizer nada, quem tem que dizer alguma coisa aqui sou eu! Desculpe Ced! Não foi com essa intenção, mas é que... – tentava me explicar.
- Mel, eu... – começou Cedrico.
- Ced, eu jamais vou me perdoar por isso! Desculpe, eu nem sei o que dizer! – saí deixando-o sozinho, com as palavras na boca, só esperando para serem ditas.
Apesar do acontecido, eu sentia que ele precisava dizer alguma coisa, mas eu estava envergonhada demais para ouvir. O meu comportamento fora desastroso.
Minha cabeça doía muito, e meu nariz, nem se fala. Tentei estancar o sangue com um pedaço das vestes.
Aquilo me doía. Não deveria ter feito aquilo com Cedrico. Não com o meu melhor amigo! Tinha certeza que a amizade mudaria dali pra frente. Tinha sido tão idiota a ponto de me machucar. A ponto de estragar uma amizade linda e duradoura. Comecei a chorar.
Menti para Cedrico. Não ia para a enfermaria. Iria esperar Dumbledore. Tinha de fazer uma coisa. Sentei-me na frente da gárgula de pedra, esperando algum sinal do diretor. Não compareci a nenhuma das aulas aquele dia.
Dumbledore infelizmente só resolveu chegar, às 21h45min. Estava quase babando quando um homem bastante velho e com o nariz muito torto surgiu a minha frente.
- Melissa? – chamou ele.
- Sim? Hã? Ah, sim! Diretor será que eu poderia falar com o senhor um momento? – perguntei.
- Claro! A professora Minerva me disse que você me procurou, mas não sabia que estava me esperando aqui! Faz muito tempo? – perguntou o diretor parecendo preocupado.
- Ah, bem... Sim! Desde manhã! – respondi num ar meio triste.
- Não acredito! Da próxima vez que quiser falar comigo, procure a professora Minerva e ela me dará o recado, assim que chegar a procurarei! – afirmou Dumbledore.
- O.k., diretor, mas acho que não haverá uma próxima vez! – Dumbledore me fitou parecendo surpreso.
Em seguida fez sinal para que subisse com ele até o escritório. (a senha era varinha de alcaçuz). O diretor parecia bastante agitado.
- Sente-se, Melissa! – pediu ele – O que gostaria de conversar comigo?
Observei Fawkes por alguns minutos. Era linda. Até que Dumbledore se mexeu na cadeira, me fazendo desviar a atenção.
- Ah, sim! Desculpe senhor! – respondi, e quando recebi em resposta um sorriso, continuei – Vou deixar Hogwarts!
- Desculpe, acho que não estou entendendo!
- Quero ir embora de Hogwarts! – comuniquei.
- Mas, por que, Srta. Bittercourt?
- Não sei, mas tenho a impressão de que tenho causado muitos problemas desde que cheguei aqui!
- Olha, sei que está sendo difícil para você estudar aqui, mas talvez a saída de Hogwarts não seja a melhor opção! – explicou o diretor.
- Pode ser que o senhor esteja certo! Mas estou certo da minha decisão... Quero voltar para a França, e depois verei o que posso fazer... – uma lágrima teimou em escorrer de meus olhos.
- O.k., não vou interferir na sua decisão... Mas quero que reflita sobre as pessoas que a amam aqui, e como elas ficariam chateadas ao saberem que você vai nos deixar!
- Sei disso professor, mas não posso continuar aqui, causando todos estes problemas!
- Tudo bem, mas quero que saiba que Hogwarts vai estar sempre de portas abertas para você! Você pretende ir quando? – perguntou o professor.
- Agora mesmo... Se for possível!
- Arrume as suas coisas, e descanse, você terá tempo para se despedir de seus amigos, e assim, amanhã você poderá ir! Deixa-me lhe fazer uma pergunta... Você acha que o seu time de Quadribol está bem preparado?
- Sim, senhor! – respondi depois de fitar bem Dumbledore – Mas, poderia lhe perguntar o porquê?
- Claro! Vou transferir o jogo Grifinória contra Sonserina para amanhã, para que você possa jogar...
- Ah, não se incomode, professor!
- Um time não pode jogar sem a melhor das suas artilheiras, sendo que o jogo é bem disputado! – Dumbledore deu uma piscadela, não escondendo a sua preferência pela Grifinória.
- O.k., se me permite boa noite, senhor!
- Ah, Melissa! Uma última pergunta! O que ouve com o seu nariz? – perguntou Dumbledore.
- Ah, meu nariz? Ah, sim... É... Hum... Um pequeno desentendimento... E um dos motivos pelo qual quero ir embora!
Dumbledore sorriu e desejou-me boa noite.
Segui pelo corredor escuro do castelo.
Iria embora de Hogwarts amanhã. Deixaria aqui, meus amigos, minha escola, meus inimigos, e acima de tudo, minha família. Hogwarts era um lugar muito especial para mim. Tinha sido aqui que conseguira grandes amigos, aos quais nunca iria esquecer, e também, onde arrumara muitas confusões.
Fui prestando atenção em cada detalhe do castelo. Para ficar guardado na memória.
Passei pelo buraco no retrato e me deparei com Harry sentado na poltrona de frente para a lareira.
Passei reto, e ao começar a subir os degraus, um por um, Harry me chamou:
- Mel! Volte aqui! Quero falar com você!
Desci os degraus, e me larguei na poltrona a frente de Harry.

'Não me diga que está arrependida, porque não está.'

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