Começo Difícil



Capítulo 2
Começo Difícil

'Aí vem a chuva novamente
Caíndo das estrelas
Embebida na minha dor de novo
Tornando-se quem nós somos
Como as minhas lembranças descansam
Sem nunca esquecer o que eu perdi.'


Depois do almoço, segui para o jardim, sozinha, e sentei-me sob uma árvore. Algumas lembranças me vieram à cabeça.
- É... É aquela ali que veio de outra escola! Veio de Beauxbatons... sabe? Onde ficam aquelas meninas metidas? Dizem que ela é chata e se acha muito só porque veio de outra escola! – falou uma voz.
Olhei para o lado, e a alguns metros de mim estavam duas garotas. Uma morena e uma japonesa. Estavam falando de mim. Riam de mim. Como eu imaginava, aqui não seria diferente da França. Isso me deixava triste, mas...
- Cho! Ei, Cho!
O garoto que aparecera na porta da cabine, no trem, corria em direção as duas que riam de mim.
- Cho! O que é que você está fazendo? – perguntou o garoto.
- Nada Ced... Só estou mostrando para a Marieta quem é a nova sensação do pedaço! – devo acrescentar que isso soa ironicamente?- A francesinha, de Beauxbatons. – falou a japonesa.
- Cho! Você não pode falar assim das pessoas! Não pode julgá-la assim. Você nem ao menos a conhece! – respondeu o garoto que parecia seriamente bravo.
- Ah, Ced... Dá um tempo vai! Pára de defender ela! Você também não a conhece! – respondeu secamente a tal Cho.
O garoto nem teve tempo de responder e as duas saíram rapidamente ainda rindo. Ele, do contrário, passou a me fitar. Assim como fizera no trem. Tinha a expressão de quem gostaria de pedir desculpas. E eu apenas olhava-o atônita, balançando a cabeça, pedindo-o para esquecer o acontecido.
- Mel! Mel! – alguém chamou.
Desviei meus olhos do garoto e esperei Harry, que descia correndo o gramado.
- Mel! Até que enfim te achei! – falou Harry apoiando as duas mãos sobre os joelhos – Quero falar com você!
- Tá, OK, Harry! Mas se for sobre aquele assunto... – comecei.
- Não! Você não vai fugir! É sobre aquele assunto sim! Por favor, me deixa conversar com você, Mel!
- Tá, OK! – não tinha jeito mesmo, uma hora ou outra eu teria de contar.
- O que é que tá acontecendo, hein? – começou Harry agora se sentando ao meu lado – Alguma coisa tem, porque eu percebi!
- Não consigo mentir pra você não é? – respondi com um suspiro.
- Não! Por favor, você sabe que pode confiar em mim!
- Eu sei, Harry... Sabe? Desde que eu cheguei aqui você tem sido o meu melhor amigo! Já que não tem jeito eu vou ter que contar! – falei.
- Eu não quero te forçar a falar, mas é pelo seu bem! Você foi a 1ª e única pessoa que não se surpreendeu ao saber que eu era o famoso Harry Potter! Por isso eu também te considero uma melhor amiga! Eu sei o quanto é ruim ter problemas, mas... Anda vai! O que está acontecendo?
- Tá, OK! Não é nada de mais. Assim... É que eu ando tendo alguns pressentimentos ruins! – contei de uma vez.
- Pressentimentos ruins? Mais isso foi só uma vez, né? – perguntou Harry meio preocupado.
- Não... Não foi só uma vez... São todos os dias! Estou com a impressão que alguma coisa vai acontecer... E pode ter certeza que boa não é!
- Pode ser... Mas fica tranqüila OK? Se for acontecer alguma coisa, pode ter certeza de que não vai ser com você! E se for verdade esses pressentimentos, logo, logo, nós vamos descobrir! – falou Harry, a expressão um pouco melhor do que a minha.
- É... – não tinha palavras pra expressar.
Nesse momento um frio prepassou a minha espinha.
Ficamos um pouco em silêncio, e Harry saiu, disse que tinha que falar com Hermione. Fiquei novamente sozinha.
Subi para o banheiro, e no caminho encontrei novamente o garoto e a japonesa. A tal Cho.
O corredor estava vazio, mas alguém conversava alto. Empurrei lentamente a porta do banheiro, de onde vinham as vozes, e me deparei com um homem pequeno e gordo, apontando a varinha para uma garota que já tinha visto antes. Marieta. A amiga de Cho. A menina apresentava certo medo e aflição. O homem por sua vez, ria dela. Este tinha os cabelos embaraçados com a aparência de não ser lavado há dias. Nenhum dos dois me viu. O homem estava prestes a lançar um feitiço na garota. Puxei minha varinha das vestes.
- AVADA KED... – começou o homem.
- EXPELLIARMUS! – gritei apontando a minha varinha diretamente para este.
A varinha do homem saiu “voando” para o lado oposto. Ele estava prestes a matá-la. Fitamos-nos por um tempo.
O homem veio em minha direção.
- ESTUPEFAÇA! – gritou alguém do meu lado.
O homem caiu duro que nem uma pedra.
Se Harry não tivesse lançado o feitiço contra o homem, eu nem sei onde estaria agora.
Nesse momento o banheiro parecia ser o centro das atenções.
Estavam ali, parados, eu, Harry, Marieta, Rony, Hermione, Cho, Prof.ª McGonagall, Snape, Dumbledore, e mais alguns que foram atraídos pela confusão.
Respirei aliviada.
- Você está bem, Mel? – perguntou Harry.
- Ah, estou sim... Mas Harry, quem é este homem? – perguntei.
- Ah, Rabicho... Seguidor de Voldemort! Acredite, já trouxe muitos problemas tanto para mim quanto para os outros! – respondeu Harry.
O tal Rabicho conseguiu recuperar a varinha e desapareceu silenciosamente do banheiro.
- Droga! Outra vez? Um dia esse maldito vai se ver comigo! – começou Harry – Mas, ainda bem que você chegou a tempo para salvar a Marieta! A coitada ainda está em choque!
- Hum... Pois é... Mas eu só estava no lugar certo na hora certa! Hum, Harry? – falei.
- Fala!
- Como é que você descobriu que eu estava aqui? – perguntei.
- Ah... Eu voltei pra te chamar para ir à biblioteca comigo e você não estava lá... Aí eu perguntei pra Cho onde é que você tinha ido...
- Você perguntou para a Cho? – interrompendo-o.
- Perguntei... Por quê? Aconteceu alguma coisa? – perguntou Harry.
- Não... É só meio esquisito! Por que eu ouvi-a dizer que eu era metida, chata e que eu me achava muito só porque vim de Beauxbatons! – expliquei.
- Há – Há! Ela disse isso? Que tonta! Ah Mel nem liga pra ela não viu? Todo mundo tem defeito pra ela!
- É... Deu pra perceber...
Depois de sermos interrogados um milhão de vezes por cada professor, descobrimos que Rabicho estava preparando Poção Polissuco, e Marieta sem querer entrou no banheiro neste exato momento. Como ele não deixaria que ela saísse espalhando pra todos que ele estava ali, queria matá-la, mas afinal, eu acabei atrapalhando.
Depois disso, fui para a biblioteca atrás de Hermione. Afinal ela nos deixara ali, sem dizer nada. Não a encontrando, fui direto para a sala comunal da Grifinória para esperá-la. Caminhei pelo corredor que mais uma vez estava vazio e silencioso. Ao passar pela porta de uma sala, ouvi alguma coisa parecida com soluços. Empurrei devagar a porta, e uma menina estava sentada sobre a mesa que daqui a alguns minutos estaria sendo ocupada por um professor.
Estava chorando.
- Mione! Você está aí! Ei, o que aconteceu? – perguntei a ela enquanto tentava disfarçar que chorava.
- Não, Mel, não aconteceu nada!
- Espera um pouco! Alguma coisa deve ter acontecido pra você chorar desse jeito... Ninguém chora assim... Sem motivos! Bem. Nesse caso eu sou a única exceção! Vamos você sabe que pode confiar em mim! – tentei pensar em algo que a consolasse.
- Eu sei que posso confiar em você... Mel, acho que o Harry gosta de você! – falou Hermione não escondendo uma lágrima que acabara de rolar pelo seu rosto.
- Ele... Ele... O quê? Não... Claro que não Mione! Eu e o Harry somos apenas bons amigos! – que história era essa de que o Harry estava gostando de mim? Quem inventara isso?
- Você tem certeza disso?
- Absoluta! Mas, você está chorando por causa disso? – sabia que Hermione me escondia algo.
- Não... Não... É... Não sei... Apenas vontade de chorar! – explicou ela.
Não tive tempo de dizer mais nada. O professor já chegara e os alunos começaram a ocupar seus lugares.
Deixei Harry sentar-se com Rony, e me sentei ao lado de Hermione. Não disse nada a ela. Não tinha o que falar.

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