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Harry e os outros voltaram à cama de Rony e contaram ao amigo o que tinha acontecido com Draco e com os pais de Neville.
_ Fico muito feliz – disse Rony.
_ E você? Está melhor? – perguntou Harry.
_ Sim, foi uma daquelas crises. Nada de muito especial – respondeu tentando parecer sincero.
_ Qual o problema Rony? Você não está falando a verdade – disse Harry ao amigo.
Ele respirou fundo.
_ Está certo, eu conto o que aconteceu ontem. Eu fiquei sabendo que nós vamos lutar, Harry, na próxima Lua Cheia.
_ Mas isso é daqui 2 semanas. E se Lucius não aparecer para nos explicar aonde devemos ir? E se o nosso pessoal não estiver preparado?
_ Não importa as circunstâncias. Nós teremos que lutar e impedir que ele realize o ritual lá no Altar. A Umbridge já o segurou tempo demais, e agora ela não vai poder fazer nada.
Harry baixou a cabeça e ficou quieto por uns tempos. Depois disse, com uma firmeza de voz que ele mesmo estranhou:
_ Então acho bom avisar a todos. Precisamos nos preparar. Não vamos enfrentar Voldemort e seu exército sem estarmos todos conscientes disso.
Antes que Rony dissesse ou fizesse qualquer coisa, harry já havia partido para o salão principal do castelo e avisava a todos os bruxos, elfos, anões e centauros que a guerra estava marcada e aconteceria em duas semanas.
Os preparativos se aceleraram. Todos estavam preocupados, mas a melhora de Draco e dos Longbottom foi vista como um bom presságio.
Todos os bruxos tentavam aprender feitiços novos, e ganharam dos anões belas armaduras que repeliam feitiços estuporantes ou petrificantes.
A única coisa que tirava o ânimo de todos era a falta de notícias sobre Lucius Malfoy. Há dois dias ele tinha partido para a Fortaleza, e ninguém mais o vira.
No final daquela tarde um fato chocou todos no castelo de Hogwarts. Um embrulho foi jogado no portão do castelo. Dois anões foram buscá-lo e trouxeram para o jardim. Assim que um deles abriu a caixa o espanto e a indignação foram geral.
O embrulho continha um corpo de mulher, todo deformado. A cabeça, separada do corpo, estava por cima e um bilhete foi amarrado em um dos dedos. Dizia apenas:

Já acabamos com a mãe. Se não nos entregarem o filho, destruiremos também o pai.

Ass. Comensais da Morte

Então, aquela mulher devia ser Narcisa Malfoy, mãe de Draco. Aquela altura seria mais prudente que o rapaz não soubesse da morte da mãe. Ele ainda se recuperava e poderia ter uma recaída com a notícia.
Precisavam encontrar uma maneira de evitar que Lucius fosse morto antes da grande guerra, sem, no entanto, ter que entregar Draco.
O dia ainda reservaria muitas surpresas para eles. O Profeta Diário, que agora só publicava um exemplar a cada 15 dias, lançou uma edição extraordinária sobre um ataque maciço que aconteceu naquela tarde.
Segundo o jornal, mais de 150 trouxas foram assassinados, quando um comensal provocou um acidente de trens.
Os jovens estavam sentados no salão principal discutindo sobre os acontecimentos quando um pássaro muito colorido e de cauda grande entrou pela janela, com alguma coisa na boca.
Ele foi em direção a Luna e deixou a “coisa” cair no colo da menina. Era um pequeno pacote que se abriu sozinho e de lá surgiu uma boca flutuante que começou a falar:

Menininha, acabei de chegar e te espero no portão. Vieram 19 comigo, acho que vão ajudar.

Beijocas do papai.

A menina pulou da cadeira e falou:
_ Preciso achar a diretora, vocês sabem onde ela está?
_ Provavelmente na sala dela. – respondeu Gina – Mas o que aconteceu?
_ Meu pai chegou, e trouxe reforços. – gritou ela enquanto corria para a sala de McGonagal.
Instantes depois a menina passava novamente, acompanhada da diretora e de alguns professores. Todos com cara de incredulidade.
Harry, Mione, Rony e Gina se levantaram e seguiram a comitiva. Foram até o portão e pararam assustados.
O pai de Luna era um homem alto, forte, com os cabelos levemente ruivos e uma barba espessa. Parecia um dos antigos vikings que dominaram os mares do norte da Europa. Tinha o mesmo ar afetado da filha, e falava sem parar, com uma voz grossa, feito trovão.
Mas não foi o pai da garota que assustou a pequena comitiva. Foram os “acompanhantes” do Sr° Lovegood.
Seres nunca antes imaginados. Pareciam lobisomens, mas tinham a mesma altura de Hagrid. a diretora não entendia o que eram e nem sabia como deveria agir.
Foi Luna que se adiantou e abriu o portão. Deu um abraço apertado no pai e foi conversar com um dos seres que estava ali. Logo o puxava pela mão e fazia as “honras da casa”:
_ Diretora, este aqui é o Randur. Um velho amigo de nossa família. Ele é líder dos Ungrelbeers e decidiu lutar do nosso lado.
A diretora esticou a mão ainda receosa e balbuciou um quase inaudível “muito prazer”.
O ungrelbeer falou, com uma voz limpa e num perfeito inglês:
_ Nosso povo está honrado em lutar contra as trevas, minha senhora. Sei que deve estar com medo. Afinal são poucos na Terra que já viram alguém da nossa espécie. Mas pode ficar sossegada, não atacamos pessoas boas, e só nos alimentamos de peixes, folhas e mel.
Harry estava de queixo caído. Uma das histórias de Luna não era mentira. Os Ungrelbeers existiam e estavam ali, para lutarem contra Voldemort.
Aos poucos eles entraram no jardim e logo alcançaram o acampamento dos anões. Além dos bruxos, nenhum outro ser demonstrou surpresa ao vê-los ali. Alguns elfos até cumprimentaram Randur e outros da tribo.
Rony sussurrou para Harry:
_ Que será que eles são? Algum tipo de lobisomem, talvez?
Um jovem ungrelbeer, de pelagem castanha e dourada se virou e respondeu, assustando os garotos que não imaginavam que ele pudesse ter ouvido a conversa.
_ Na verdade somos mais para uma junção de seres humanos e ursos. Mas nosso povo sempre existiu e não “transmitimos” a nossa raça como uma infecção igual aos lobisomens.
_ Ah... obrigado – falou Rony.
_ Não há de quê! A propósito, meu nome é Jonh. Podem contar comigo sempre que precisarem.
Ele saiu para se juntar aos outros e deixou os dois para trás. Mione e Gina conversavam animadas com Luna e os amigos dela. Logo, Harry e Rony se juntaram ao grupo e começaram a contar as coisas que estavam acontecendo.
Os anões informaram que não teriam como fazer armaduras para aqueles seres, mas eles não se importaram. Pelo que parecia, os Ungrelbeers eram tão resistentes quanto os centauros.
Os jovens amigos foram atrás de Neville na ala hospitalar para contar as novidades, mas lá chegando outra cena os esperava. Gui, Percy, Fred, Jorge, Carlinhos e o Sr° e a Srª Weasley rodeavam a cama de Fleur.
A jovem parecia ainda mais aflita e Gui tentava, em vão, acalmá-la.
A Srª Weasley se precipitou em direção a Rony e Gina:
_ Ainda bem que chegaram! Estamos todos aflitos, aqui!
_ O que aconteceu, mãe? – perguntou Rony, olhando assustado dos familiares para Harry e Mione que ficaram para trás.
_ Não sabemos ainda, mas a Madame Pomfrey pediu a Fleur que escrevesse à família, chamando com certa urgência.
Rony e Gina correram para abraçar o pai e os irmãos e ficar ao lado da cunhada. Deveria ser algo muito grave. Normalmente a Madame Pomfrey não gosta da ala hospitalar tão cheia.
Harry e Mione foram para perto de Draco e ficaram ali, conversando com o garoto, mas atentos a qualquer sinal da responsável pela ala hospitalar.
Passaram-se cinco minutos desde que haviam chegado, mas para todos ali a sensação era de que séculos já haviam passado durante a espera. Fleur não parava de chorar. Temia ter alguma doença muito grave.
Madame Pomfrey entrou, finalmente, com um envelope amarelo ouro na mão.
Quando a Srª Weasley olhou o envelope, caiu sentada em uma cadeira e desatou a chorar. Fleur se desesperou e abraçava Gui, procurando esconder o rosto nos braços do marido.
_ Mas que bagunça é essa aqui? Isso é uma ala hospitalar e não um salão de festas. O que fazem aqui todos vocês?
_ Fleur nos escreveu informando que a senhora pedia a presença da família dela aqui – respondeu Gui.
_ Exatamente, a família “dela”, ou seja o marido. Não pensei que todos vocês viessem. E você, Molly, faça o favor de se controlar.
_ É que – disse a Srª Weasley entre soluços – eu sei o que tem nesse envelope.
_ Lógico que sabe. Aliás, sabe mais que muita gente que eu conheço, pode-se dizer que você sabe disso seis vezes. Agora deixem de bobagens. Já que estão aqui, fiquem até o final.
Madame Pomfrey entregou o envelope a Gui, visto que Fleur não conseguiria enxergar nada com os olhos inchados.
O rapaz abriu o envelope, retirou um pedaço de pergaminho delicado e leu em voz baixa. Depois, abraçou Fleur com carinho e falou alguma coisa em seu ouvido que a fez chorar ainda mais. Depois passou o pergaminho ao pai e aos irmãos.
De longe Harry e Mione não escutaram a conversa. Mas vendo que agora eles se abraçavam, riam e choravam juntos, eles resolveram que poderiam se aproximar.
Rony correu para abraçar Mione e disse a garota:
_ Eu vou ser tio!
Mais ninguém falou nada. Não havia o que falar. Ficaram todos rindo, satisfeitos.
_ Nossa – falou por fim o Sr° Weasley – mais um Weasley vem aí.
Fleur que agora estava mais calma e podia ler o resultado do exame, corrigiu:
_ Um Weasley não, senhorri, vão ser dois.
A cena foi tão hilária que até Draco se divertiu, vendo tudo da sua cama. A Srª Weasley engasgou com a água que estava tomando, Gui quase desmaiou e os outros estancaram de repente, parecia que tinham sido enfeitiçados.
Realmente o exame constatava, seriam gêmeos. Só não sabiam ainda se seriam dois meninos, duas meninas ou um casal.
_ Bem, felicidade dobrada – comentou Percy.
E todos voltaram a rir, conversar e sugerir nomes para os gêmeos.

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