NADA DO QUE É VOCÊ EM MIM SE D



CAPITULO 4 – NADA DO QUE É VOCÊ EM MIM SE DESFAZ

No meu quinto ano em Hogwarts, não esperava viver tudo aquilo que vivi. Ainda tenho a sensação de que tudo foi um sonho. Ter aquelas semanas com Harry, foi um dos, ou o momento mais incrível da minha vida. Tê-lo comigo todos os dias... poder beijá-lo e lhe fazer carinhos... andar com ele pelos jardins e a beira do lago. Foi maravilhoso E então, veio a traição de Snape e a morte de Dumbledore. Tudo veio abaixo. Tê-lo. Amá-lo. Perdê-lo. Ouvir que ele me esqueceu, que nunca me amou. Queria acordar desse sonho agora.

6 semanas depois...

Ginny estava sentada em sua escrivaninha, escrevendo uma carta para Luna. Tinha a letra miúda e redonda.

“ Lu,

Preciso ver você. Tenho algo importantíssimo para contar. Preciso conversar com alguém e só confio em você. Tudo bem dar um pulo na sua casa amanhã depois do almoço? Valeu.

Ginny.”

Colocou a carta na perna de Errol, que saiu voando pela janela, abrindo as grandes asas castanhas.

- Me ajuda, Lu. – fala sozinha.

Ela escuta um grande falatório no andar debaixo. Desce as escadas e vê quase todos os Weasleys reunidos.

- Ginny, filha, temos visitas.

Vê Ron e Mione.

- Por Merlin, o que estão fazendo aqui? – ela pergunta os abraçando.

- Resolvemos ver como estão todos. – diz Hermione.

- Dar notícias. – diz Ron.

- Cadê o Harry? – pergunta.

- Ele não pode vir.

- Não pode. Aconteceu alguma coisa?

- Depois a gente conversa, Gin.

- Não. Eu quero saber agora. – ela grita com Rony.

- Eu falo com ela. – diz Hermione a puxando para subir as escadas.

Ginny sobe contariada.

Chegando no quarto, fecha a porta.

- O que que é que aconteceu?

- Gin. Não sei como lhe dizer isso.

- Que tal só dizer?

Hermione respira fundo, procurando as palavras.

- Harry não quer ver você.

- O quê? – ela grita.

- Não grita, Ginny.

- Como assim, não quer me ver? Que história é essa?

Hermione começa a ficar sem saída.

- É que... – ela gagueja.

- É que o quê, Mione?

- Ah, Merlin.

- O que você ta escondendo de mim? Diz logo. Você só ta piorando tudo.

- Ta bem, vou falar a verdade, por mais que doa.

Ginny dobra os braços, na altura do peito, esperando a verdade.

- Ele não quis vir, pra não ter que te contar algo que aconteceu.

- Contar o quê?

- Ele conheceu uma pessoa.

Ginny arregala os olhos de surpresa.

- Como é que é?

- Uma garota que conhecemos em Godric’s Hollow, que tá nos ajudando a caçar Voldemort.

- Uma garota? – Ginny começa a respirar com dificuldade.

- Ele disse que se apaixonou, e que... nunca amou você.

Ela começa a ficar tonta, e a visão fica turva.

- Nunca me amou... – ela repete, não conseguindo respirar.

- Ginny! – Hermione a socorre, tentando faze-la sentar na cama. – Respire, Gin! – e grita. – Socorro!

Hermione não consegue segurá-la e ela desmaia.

- Ron! – Hermione grita a plenos pulmões.

Ron, Sr. Weasley e Gui aparecem quase derrubando a porta.

- O que aconteceu? – pergunta sr. Weasley.

- Ela desmaiou.

- Você contou a ela? – pergunta Ron.

- Contei.

- Droga!

- Eu tinha que contar Ron.

- Contar o quê? – pergunta Gui, a pegando no colo, e a colocando na cama.

- Depois eu conto, pai.

A sra. Weasley chega, mas não consegue acordar a filha.

- Vamos para o St. Mungus. Agora!

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Ginny acorda no leito de hospital. É a primeira vez que isso acontece. Nunca teve problemas o suficiente para ter que ir lá.

O que terá acontecido?

Lembra de estar conversando com Hermione. Sobre... não lembra sobre o que era... Era sobre a garota... Harry tinha conhecido uma garota... tinha a esquecido...

Uma lágrima lhe cai no rosto.

- Srta. Weasley, como se sente?

- Estou... bem. O que aconteceu?

- Você desmaiou com o choque. Mas está tudo bem. Você e o bebê.

Ginny o olha, se sentindo o pior dos seres.

- Sua família sabe?

- Não. – ela responde.

- E o pai?

- Muito menos ele.

- Quer que eu conte para sua família? Ela está lá fora.

Ginny balança a cabeça, sem saber o que responder. Como iria dizer algo para os seus pais? Harry estava com outra pessoa. Não conseguia pensar em nada.

O medibruxo continuava falando:

- As vezes é difícil falar com a família. Dizer a frase: “estou grávida”, é difícil. Se quiser posso facilitar as coisas pra você.

- Doutor, posso pensar 10 minutos? Já lhe dou a resposta.

- Claro. – e sai do quarto.

Ginny se senta na cama, e tenta respirar fundo, para o ar passar direito pelos seu cérebro. Precisava pensar no que fazer.

“Merlin, estou grávida e Harry me deixou por outra.”, aquilo martelava na sua cabeça.

- O que eu vou fazer? – ela sussurrava para si mesma.

Ela fecha os olhos em total desespero.

“Como vou contar isso pra minha família? Mãe, estou grávida, eu sei que tenho 15 anos, sei que sou solteira, sei que Harry me deixou. Não posso fazer isso. Vou deixar minha família mal. Vou humilhar a todos. Odeio Harry. Odeio.

Como ele pode fazer isso comigo? Só tem uma alternativa para me vingar dele, e não magoar minha família. Eu vou embora. Vou sumir. Luna tem tios trouxas nos Estados Unidos, ela vai me ajudar. Sei que vai. Já até sei o que dizer.”

- Oi. – o medibruxo aparece na porta.

- Oi, doutor. Eu já sei. O senhor vai dizer eles, como se eles já soubessem, que eu perdi o bebê.

- Que você perdeu?

- É, sei que não é da sua conta. Depois eu vou desfazer todo o mal-entendido, – ela mentiu. – mas por enquanto, quero que diga isso.

- Tudo bem.

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O medibruxo anda pela sala de espera, e a família Weasley mais Hermione vão ao seu encontro.

- O senhor demorou. Como ela está? – pergunta Molly.

- Foi só um susto. Ela está bem. Mas...

Todos se assustam.

- Mas o quê?

Dr. Fillis diz a mentira que Ginny queria:

- Mas ela perdeu o bebê.

Todos levam a mão a boca. Hermione olha para Ron, e fica chocada a ponto de chorar.

- Bebê? Que bebê? – pergunta Molly, sem entender.

- Ela estava grávida de quase seis semanas.

- Não, como? Minha filha é pura. É uma criança. O senhor não se enganou?

- Não, sra. Weasley. Peço que a senhora fale com sua filha. Ela vai ter alta ainda hoje. Com licença.

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Ginny fica deitada na cama do hospital, pensando em como fazer para ir embora da Inglaterra. Tenta armar mil planos. Mas seus pensamentos sobre Harry não a abandonam.

Como ele pode ficar com outra garota? E ele dizia que não podiam ficar juntos porque Voldemort podia pegá-la. Que tipo de desculpa era aquela? Era, claro, uma mentira. Uma mentira para ela achar que ele a amava, que ele a queria, para tê-la por uma noite, para depois ficar com outra garota qualquer. Que espécie de amor era aquele que ele sentia?

E agora, este bebê. Uma pobre criatura que tinha que vir ao mundo nessas condições. Uma mãe menor de idade, e um pai, um desgraçado de um metido a herói, igualzinho a todos os outros machos copuladores de Hogwarts.

A dor era tanta, que não conseguia respirar.

Era isso que ela ganhava por amá-lo tanto.

- Oi, filhinha.

Ela se vira para a porta, e vê a mãe.

- Oi, mãe.

- Está se sentindo bem?

- Estou.

Ginny olha para a mãe, envergonhada.

- Ginny...

- Não quero falar sobre isso, mãe.

- Querida.

- Como o bebê, o assunto morreu. Chega. Estou cansada, quero dormir um pouco antes de ir pra casa.

- Filha, não adianta fugir.

- Não, mãe. Fugir é a única solução. – ela deita de costas para a mãe.

Molly fica sem reação, e sai.

Ginny, obviamente acordada, repete:

- Fugir é a única solução.

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Ron e Hermione, na calçada, do hospital, conversam.

- Sabia que isso ia dar merda. – diz Ron.

- Ron, não precisa falar assim.

- Como não? Harry engravidou a minha irmã!

- E aí? Eles se amam e...

- Eu sabia que isso não ia dar certo. Pra que inventar essa mentira absurda?

- Você sabe porque, Ron.

- Essa brilhante idéia de mantê-la bem afastada dele, fez isso...

- É. Como poderíamos saber que ela ia reagir assim?

- É, mais se ele não tivesse engravidado ela, nada teria acontecido. Por causa dele, Ginny perdeu o bebê.

- Você acha que devemos contar a ele?

- Melhor não. Por mais que não goste da idéia do Harry ter... ter... com a minha irmã, ele vai ficar pior do que já está.

- Acho que é melhor. Melhor ele se concentrar na busca das Horcruxes.

- Vamos embora. – e andam pelas ruas de Londres.

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Ron e Hermione entraram no apartamento sujo que estavam temporariamente morando em Londres.

Harry ouviu a porta e veio correndo:

- E aí, como foi?

Ron e Hermione se entreolharam e Ron disse, com um pouco de raiva no olhar:

- Eu vou tomar banho.

E sai da sala.

- Hey, o que aconteceu com ele?

- Nada. Deve ser cansaço, sei lá.

- E aí, como foi?

- Não foi nada bem, Harry. Ginny passou mal, tivemos que levar ela pro St. Mungus, e...

- Não, ‘cê tá falando sério? Ela ta bem?

- Ta, ela já melhorou. Foi o choque que fez ela desmaiar.

Harry fica mudo, com a consciência pesada.

Hermione o olha o culpando.

- Não me olhe deste jeito, Mione.

- Olho, olho sim. Se você visse como ela ficou, quando falei da garota. Ela ficou arrasada, Harry, como se você tivesse enfiado uma faca no peito dela.

-- Por favor, Mione.

- Devia ter uma maneira mais fácil, de afastá-la, Harry.

- Não, não tinha. Não sei se você consegue imaginar como isso é difícil pra mim, Mione. Não poder tê-la. Tê-la aqui comigo. Mas não tem alternativa, o melhor jeito de mantê-la longe, e ela achar que eu a esqueci.

- Ainda acho que você ta enganado. E tenho certeza absoluta, de que um dia, você vai se arrepender.

Harry a olha intrigado.

- Por quê? O que você sabe?

Hermione dá uma engasgada, não queria mentir.

- Nada que você não saiba. – diz ela, indo em direção ao quarto.

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Uma semana depois...

Molly Weasley subia as escadas, levando roupas passadas para o quarto de Ginny, que iria para Hogwarts no dia seguinte.

Hogwarts iria abrir, mesmo com a Segunda Guerra pra estourar. Profº McGonagall iria dirigir a escola, e parece, que tinha chamado alguns professores para substituir Snape e ela mesma. Slugorn iria continuar lecionando Poções.

Molly entrou no quarto e não viu Ginny.

“Deve estar lá fora!”, ela pensou.

Escureceu e Ginny não apareceu. Molly andou por toda a casa, pelos jardins, até na cachoeira, um lugar que Ginny tanto amava, e não a encontrou.

Sr. Weasley chegou, e com ajuda dos filhos, procuraram por ela. Falaram com vizinhos, amigos dela, mas nem um vestígio. O quarto estava o mesmo, não faltava roupas, nem nada.

Todos já pensavam no pior.

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Dois dias depois, Ron, que continuava sério com Harry, Hermione e Harry sentavam para tomar um café da manhã. Claro que não era, um dos cafés da Sra. Weasley, mas dava pra se alimentar bem, e enfrentar o dia.

Hermione abriu o Profeta Diário e deu um grito.

- Ah, não! Por Merlin!

Ron pegou o jornal da mão dela e leu.

Se virou para Harry, furioso e berrou:

- Tudo isso é culpa sua! Tenho vontade de matar você!

- Pare, Ron. A gente tem que lidar com isso de outra maneira.

- O que aconteceu? – Harry diz, sem entender, pegando o Profeta de cima da mesa.

Lê e o terror é estampado nos seus olhos.

“Ginny Weasley desaparece: morta ou seqüestrada por Você-sabe-quem?”

Harry sente que vai perder os sentidos. Levanta da mesa, e entra no quarto. Senta-se na cama, e lê a matéria, com lágrimas nos olhos.

Ao terminar, chora. Chora como se tivesse perdido tudo, toda a força, toda a vontade de viver.

Hermione entra no quarto, e corre para abraçá-lo. O consola.

- Calma Harry! Você sabe que o Profeta sempre erra.

- Não, Mione, alguma coisa me diz que ele ta certo.

- Vamos até a Toca, pra tirar isso a limpo. Vamos lá, por favor!

Harry levanta a cabeça, e confirma que quer ir.

- Ron! – ela grita.

Ele aparece na porta. Vê o amigo arrasado, com os olhos vermelhos de tanto chorar. Se comove.

- Hey, cara, não acredito como você pode confiar nesse lixo.

- Nós vamos a Toca, ver qual é a verdade.

- Vamos.

Eles aparatam em frente a Toca. Entram e vêem várias pessoas do ministério andando pela casa.

O pânico invade Harry, Ron e Hermione.

- Mãe! – grita Ron.

- Aqui na cozinha, filho. – grita Sr. Weasley.

Entram na cozinha e vêem Sr. e Sra. Weasley, Gui, Fleur, Fred, George, Carlinhos e até Percy.

- Mãe, então é verdade?

Ela acena com a cabeça: sim.

Harry se deixa cair numa cadeira. Apóia os cotovelos nos joelhos e leva as mãos ao rosto.

- Ninguém sabe o que está acontecendo. – diz Gui.

- Não foi encontrado nenhum sinal dela. – diz Carlinhos.

Sra. Weasley volta a chorar.

- O ministério vai encontrá-la, mãe. – diz Percy. – Colocaram os melhores neste caso. Eles vão achá-la.

Molly sorri para Percy, mas sem sentir muita fé no que ele diz.

Hermione, chorando, se aproxima de Harry, se abaixando para falar com ele.

- Preciso falar uma coisa pra você. Uma coisa que você tem que ficar sabendo.

- O que foi?

- Aqui não, vamos lá pra fora.

Eles se levantam. Ron fica com a família.

- Tem uma coisa que eu não te disse, na semana passada, quando Ginny desmaiou e foi pro hospital.

- O que foi?

- Ginny estava... grávida. E perdeu o bebê.

- Grávida?

- É, com quase seis semanas.

Harry fecha os olhos, tentando conceber tudo.

- Você não tá brincando comigo, né?

- Não, é por isso que Ron esteve um pouco ríspido com você. Ele ainda não aceitou o fato de que a irmã dele e seu melhor amigo já... bom... você entendeu.

Harry volta a chorar.

- Por isso, que você me disse que ia me arrepender, não foi.

- Foi. Achei que naquele momento, você não tinha que se preocupar. Era passado, né? Não tinha como voltar atrás.

Harry chorava, triste.

Hermione o abraçou, novamente.

- Eu tenho certeza que ela não está morta, Harry. Ela está viva. E ela vai voltar. Tenho certeza.

Os dois ficam ali, abraçados, ambos chorando.

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NA: Obrigada Vanessa pela força. Continue lendo que eu continuo postando. bjos.

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