QUISERA ESTIVESSE NO MAR, NÃO



CAPITULO 3 – QUISERA ESTIVESSE NO MAR, NÃO EM VOCÊ
“Quando eu tinha 13 anos, houve um torneio de grande magnitude em
Hogwarts.Quem participava corria o risco de morte, mas o perigo era sedutor. Não participei. Como sempre era criança demais. Mas o meu coração estava naquele torneio. Harry participava.E pra espanto de todos, ele se saiu muito bem. Bem demais. Mas o que mais me doeu além daquele risco todo que ele corria, foi ele se interessar por uma garota. Eu sei que isso um dia ia acontecer, mas o interesse estampado no seu rosto foi doloroso demais. Neste dia decidi ser uma outra Ginny. Iria lutar por ele de outra maneira. Demorou mas consegui.”
O dia do casamento havia chegado. Era uma manhã ensolarada e a cerimônia ia ser realizada no jardim. Ele estava desgnomizado e o gramado estava num verde brilhante. Debaixo de um arco estava o altar, decorado com flores brancas e lilases.
Toda a casa estava decorada em branco e lilás. A ‘Toca’ nunca esteve tão linda e perfumada. A sala de jantar estava com um carpete branco e a mesa enfeitada com orquídeas lilases e roxas.
Os convidados se aglomeravam no jardim.
Tonks, Lupin, Moody e Fred e Jorge que vestiam ternos impecáveis, conversavam animadamente. Neville e Luna conversavam com Ron e Hermione sentados nas ultimas cadeiras. Hermione vestia o mesmo vestido de dama de honra que Ginny vestiria. Ela tinha seus cabelos cacheados presos num coque, deixando alguns fios caírem em volta do rosto.
Harry estava sentado junto deles, mas não participava da conversa.
Estava serio e soturno. Na verdade, estava preocupado. Não tinha mais escapatória. No dia seguinte, iria embora caçar as horcruxes. Só de lembrar, seu estômago dava um nó. Abaixa a cabeça e suspira profundamente.
Levanta a cabeça e vê a sua frente aquela visão novamente: Ginny.
Usava o vestido creme de novo. Tinha os cabelos arrumados presos num coque no alto da cabeça. Usava uma gargantilha de brilhantes e uma maquiagem leve.
Usava o mesmo vestido que Hermione, mas nela caía como uma luva.
Ela andava pelo gramado, em direção a Gui, que estava em pé ao lado do altar. Ele já tinha se recuperado dos ferimentos e apresentava poucas cicatrizes.
Gui abria os braços e a abraçava. O rosto dela continuava com as feições de sempre. A mesma feição dura e triste.
Ele dizia algo para ela, que Harry não podia entender pelo movimento dos lábios. Mas não era algo que ela gostava, ela fazia expressões de tédio.
Harry viu quando Gui a abraçou pela cintura e andou com a irmã até alguns convidados.
Professora McGonagall a cumprimenta:
- Como vai, Ginny? Não tinha a visto.
- Tudo bem. – ela responde.
- Você não parece feliz. Olhe seu irmão. Ele está exultante.
- É que, ao contrário de mim, professora, ele vai ficar com a pessoa que ele ama. – responde ela alto o suficiente para todos os presentes ouvirem, inclusive Harry, deixando todos com um ar de surpresa. – Com licença. – e sai.
Ela entra em casa, vê o pai conversando baixo com um dos seus irmãos mais velhos, Carlinhos, os dois também impecavelmente vestidos.
- Oi, filhinha.
- Oi, pai.
- Pai, - diz Carlinhos, num sorriso divertido. – Você tem que fazer alguma coisa. Olhe para ela. Logo você vai ter uma fila de caras aqui na porta de casa.
O pai dá uma gargalhada.
Ginny cora, e sobe as escadas até o quarto.
Na escrivaninha, pega um pequeno vidro com um líquido transparente. Tira a tampinha metálica e bebe tudo.
Faz uma careta, sentindo o gosto amargo.
- O que você bebeu? – uma voz vem da porta.
Se vira rapidamente e vê Harry parada, a olhando intrigado.
- Não é nada. Você errou o caminho. A festa é lá embaixo.
- Eu queria conversar com você.
- Acho que não tenho nada pra conversar com você.
- Pelo contrário, é imprescindível.
Ginny percebe que não é brincadeira. Ele está realmente falando sério.
- Sabe onde é a cachoeira? – ela pergunta.
- Sei. – ele responde.
- Me encontre lá à noite, depois da festa. Agora você pode me dar licença? – e se
vira para a escrivaninha.
Harry fica imóvel somente a fitando por alguns segundos, intrigado com sua indiferença. Abaixa a cabeça e sai.
- O que eu fiz pra merecer isto? – ela se pergunta, guardando o frasco.
Olha no espelho, verificando se tudo está perfeito na sua aparência e desce. Na sala, encontra a mãe, Fleur, a mãe dela, Sra. Delacour e a irmã dela, Gabrielle.
Fleur está magnífica. Usa um vestido de noiva glamouroso branco com pequenos detalhes em lilás, combinando perfeitamente com tudo.
Ela tem um sorriso no rosto que preenche toda a sala.
É o seu grande dia, está realizando um dos seus sonhos. Está se casando com o homem que ama.
Ginny, pela primeira vez, em semanas, sorri. Um sorriso de felicidade. Pelo irmão e por Fleur.
Eles irão ser felizes. Pra sempre.
- Oi querida. – diz Molly.
- Oi mãe.
- Giní, vose estarr marravilhose. – diz Fleur. – Non estarr mamã?
- Come um anje. – diz a sra. Delacour.
- Você escolheu um vestido lindo, Fleur. Tem um ótimo gosto. E não só para
roupas. Gui é fantástico.
- Eu sei. Ele é o home de min vide.
- Parabéns! – diz Ginny, com sinceridade.
Ela sai pro jardim.
- Hey, Gin...
Ela se vira e vê Hermione a chamando.
- Está pronta?
- Claro.
Elas andam até o altar.
- Como você está? – pergunta Hermione.
- O de sempre.
- Tão mal assim!
Ginny lhe dá um olhar de desprezo.
- Tô brincando, sua boba.
- Eu vou ficar bem, Mione. A fase suicida já passou.
- Nem brinca com isso.
Harry e Ron as olham de longe.
- Onde foi que eu errei, Ron? – pergunta Harry.
- Quer que eu responda mesmo? Ou é uma pergunta retórica?
- Digo... olhe pra aquilo. – e aponta para Ginny. – Por que não mereço uma chance só de ser feliz?
- Bom, meu amigo, não sei o que responder. Prefiro não me meter.
- Ficar com ela era tudo o que eu queria.
- Mas...
- Mas você sabe. Meu destino está praticamente traçado. Preciso fazer isso, Ron. E não posso carregar Ginny nele. Não sei como isso vai acabar. Não posso arrastá-la comigo num caminho talvez sem volta.
- Mas por que você acha que cabe a você decidir isso?
Harry olha Ron, e nunca havia percebido como o amigo tinha se tornado tão perspicaz.
- Se disser para ela vir comigo, ela viria. Mas não suporto a idéia de perdê-la. Não conseguiria viver com isso. Eu a amo demais para correr esse risco.
- Mas você não acha que ela tem o direito de ter a opinião dela sobre essa decisão?
- Eu sei a opinião dela, Ron. Ela me disse no funeral de Dumbledore. – diz ele amargamente. – Ela não se importa. Como eu disse, ela viria se eu pedisse.
- Tudo bem, Harry, eu entendi. O que me dói não é deixá-la para trás. É deixá-la desse jeito. Triste, infeliz, sem autoconfiança ou fé. Ginny nunca foi assim, ela era a alma desta casa. Sei que o que ela está sentindo é profundo a ponto de destruí-la por dentro. Não a faça sofrer mais, é tudo o que lhe peço.
Harry o olha triste.
Ron sempre foi avoado, um pouco irresponsável até. Mas parecia ter amadurecido de uma vez em dias.
A cerimônia já ia começar. Os convidados se sentam e a música começa.
Harry e Ron se levantam.
Fleur atravessa o jardim com o pai. Sempre linda.
A festa seguia barulhenta. Alguns convidados dançavam, outros conversavam animadamente.
Ginny resolveu sair da Toca, respirar ar puro.
Seguiu até a cachoeira, onde iria encontrar Harry.
O caminho era um pouco longo, mas fácil. Havia uma pequena mata ao redor da cachoeira, até pássaros e outros animais pequenos.
Ginny chega até a cachoeira e encosta-se a uma pedra.
Fica observando a água cair. Fica sentido o vento bater no seu rosto.
Ela solta o cabelo, e o deixa cair, sendo espalhado pelo vento pelas costas.
Harry chega sem ela notar. E fica a observando de longe.
Ela tem os cabelos e o vestido esvoaçando pelo vento gelado vindo da cachoeira.
Parece tão calma e serena, como se nada a atingisse.
Ele suspira fundo. Como ele a queria. Era tudo o que queria.
Ele se aproxima e diz:
- Oi.
Ela se vira e o vê. Ele lhe dá um sorriso e pára a sua frente.
Ela se desencosta da pedra e o fita. Ele parece nervoso.
- Como você está? Preocupado?
Harry fica intrigado. É a primeira vez que Ginny lhe dirige a palavra por espontânea vontade. Sem perguntas ou questionamentos como ela está.
- Achei que podia adiar isso por mais tempo.
- Com medo?
- Apavorado.
Ginny, pela segunda vez, no mesmo dia, sorri. Um sorriso pequeno e tímido.
Ela vê nos olhos dele, todo o pânico e o despreparo. Se sente, de certa maneira, culpada. Além de todos os problemas dele, ela tinha que ignorá-lo o tempo todo. Sentia-se totalmente egoísta.
- Desculpe.
- Pelo o quê?
- Pela maneira que estou agindo nas últimas semanas. Achei que conseguiria lidar com essa separação de uma maneira prática, mas... mas está mais difícil que eu imaginava. Porque mais que eu tentasse, não conseguia. Eu tenho você no meu pensamento 24 horas por dia, não consigo esquecer.
- Você quer... me esquecer?
- Estou tentando não sofrer. – derrama uma lágrima. – Eu estou... estou tentando...
Nesse momento, a interrompendo, Harry a beija. Ginny corresponde, apaixonadamente.
Harry beija muito bem. Mesmo pra quem não tem muita experiência, ele é muito hábil. A ponto de Ginny, perder as forças das pernas.
Eles se separam, e Harry a abraça. Ginny chorando, diz:
- Eu tenho tanto medo que você não volte.
- Não diz isso.
- Eu tenho tanto medo. Tanto medo.
Harry pega o rosto dela com as duas mãos.
- Eu vou voltar pra você.
E a beija novamente,com intensa paixão. Os corpos se procuram, as línguas se enroscam.
Ginny leva uma das mãos ao rosto dele, continuando o beijo. Leva as mãos por baixo da camisa dele, ameaçando tirá-la.
Harry sabendo aonde isso iria levar, se afasta.
- Não, Gin... não podemos. Voldemort...
- Não. Eu não me importo. Estamos sozinhos agora. Essa é a minha noite de despedida. Você é meu essa noite. Quero te mostrar o quanto eu te amo.
Dá um passo e lhe beija. Harry, apaixonado e matando toda a sua saudade, não recua. Ele aprofunda o beijo, baixando o zíper do vestido dela, a deitando na relva verde.
As estrelas no céu negro são um manto que os cobre.
Os corpos se entrelaçam, se procuram, se misturam. Naquele instante, Harry é Ginny, e Ginny é Harry.
Fazem amor pela primeira vez nas suas vidas. Sentindo a grama molhada, os respingos da cachoeira, ouvindo o barulho da água que não pára de cair.
Exaustos, dormem nos braços um do outro, sem pronunciar uma única palavra.
Ginny, algumas horas depois, acorda e decidir ir embora. O deixando sozinho a beira da cachoeira.
O que diria a ele quando acordasse? Palavras depois daquela noite de amor não eram necessárias. Tudo havia sido dito, e principalmente sentido.
Após se vestir, depositou um beijo no rosto do amado, e sussurrou:
- Eu te amo.
Virou as costas e seguiu em direção a Toca.
Harry abriu os olhos, e sem se mexer, também disse:
- Eu também te amo.
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N/A: Espero que tenham curtido. Esse foi um pouco mais longo que os outros. Não quis exagerar na cena de amor de Harry e Ginny, não quis deixar nada meio pornô. Mas é isso aí. Agora nessa semana, vou tentar montar o cap 4. Não ta pronto, só ta aqui no meu cérebro.
Ps: “O que tinha no vidrinho?” Surpresa!

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