Necromancia



"Você ainda não viu a loja!" Fred disse, com muito drama, ou talvez fosse Jorge. Harry não estava com muita paciencia para descobrir quem era quem.


"E, como você é nosso maior acionista, tem a obrigação de ver como andam as coisas!"


"Maior acionista?" Harry perguntou, levantando uma sobrancelha.


"Claro! Se não fosse seu financiamento, não teríamos chegado até aqui com essa... fantástica empresa!"


Haviam chegado em frente à Loja. Uma Grande placa vermelha com bordas douradas pendia em cima da porta, com os dizeres "Gemialidades Weasley - O Mundo nunca mais será o mesmo...". Harry riu.


A Loja era muito bem organizada, o que impressionaca, vindo de Fred e Jorge. As paredes estavam forradas com prateleiras, cobertas pelos artigos mais diversos, livros que espirravam tinta na sua cara, balas que faziam espirrar fogo e chicletes que mudavam a cor do seu cabelo, entre tantas outras invenções 'geniais' dos irmãos de Rony.


Gina estava muito ocupada empacotando produtos e atendendo os clies da loja, que não eram poucos. Metade de Hogwarts parecia ter passado pela loja como parada obrigatória.


"Oi Gina!" Harry disse, e a menina se atrapalhou um pouco, derrubando uma caixa de cremes canários.


"Depois eu falo com você!" Disse irritada. "Fred e Jorge! Aqui agora!!!!!"


"Melhor tomar conta da irmã. Sinta-se à vontade para bisbilhotar a loja, Harry, e pode levar o que quiser, cortesia da casa!" Jorge sorriu, enquanto pulavam para trás do balcão para socorrer Gina.


Harry levou alguns doces estranhos que não sabia zomo funcionavam, e um baralho muito estranho, chamado -


"Snape explosivo? Não é Snap??" Hermione perguntou, admirada.


"Essa é a versão Fred e Jorge, as cartas têm as caras dos professores de Hogwarts." Rony riu.


E era. Cada um dos Reis tinha a cara de um dos Fundadores das casas, Copas para Griffindor, Espada para Slytherin, Ouros para Lufa Lufa e Paus para Corvinal. Os professores tomavam o lugar de outras cartas, como Valetes e Damas.


"Quem é o curinga?"


"Dobby..." Harry riu, mostrando a carta.


"Esse desenho de Snape está estranho..." Hermione comentou.


"É, a gente teve que diminuir o nariz, senão não cabia na carta...'" Fred gritou do balcão.


"Quero ver a cara deles quando virem esses baralhos em Hogwarts.." Rony sorriu.


Falando em Snape, Harry lembrou-se do livro que ainda estava empilhado com os outros. queria chegar logo em Hogwarts para explorar seu conteúdo.


Ainda tiveram que passar na loja de Madame Malkins. Harry compru um jogo novo de Uniforme, duas vestes festivas, a que havia sido comprada pela sra. Weasley dois anos antes já estava na altura de seu calcanhar.


"Quem será que vai ser o capitão do time de quadribol esse ano?" Hermione perguntou, quando passaram na frente da "Artigos para Quadribol".


'Você, preocupada com Quadribol? Vai chover!" Rony disse admirado.


"Não é isso... é que... bem, só sobraram vocês dois. Todo o resto do time se formou ano passado..."


Ela tinha razão. Harry não tinha ainda parado para pensar nisso. Iam ter que montar todo um time novo. E quem seria o capitão, ele ou Rony.


"Harry vai ser o capitão, é claro. Não é Harry?" Rony disse, como se fosse óbvio.


"Eu... não sei..."


"É claro que vai1 É o mais competente!" Rony sorriu. "E eu é que não quero essa bomba pra carregar...' disse provocando Harry, que bateu com um rolo de pergaminho em suas costas, por brincadeira.




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Quando chegaram em Hogwarts, o sol estava quase se pondo. Harry se despediu dos amigos, com a promessa que na semana seguinte iria para a casa dos Weasley.


Correu para o dormitório, curioso para ver os livros que iria estar usando nesse ano, - os livros de 6o ano tinham magias mais avançadas e interessantes - e um outro livro em especial. Esperava poder arrancar alguma coisa dele.


"Harry, se puder juntar-se a nós quando levar suas coisas para seu quarto, ficaria contente..." o diretor apareceu do nada, no corredor, com seu irmão seguindo-o, assoviando enquanto olhava os quadros nas paredes.


"Ah, sim, professor Dumbledore!" Harry respondeu, ainda um pouco assustado. De onde eles tinham saído?


"Esse é meu irmão, Albeforth." Mostrou o Bruxo ao seu lado. ele lembrava muito Dumbledore, com a diferença de ter os olhos verdes, e cabelos cinza azulados, enquanto Dumbledore tinha a barba e cabelo todos muito brancos.


"Albeforth, Harry Potter." O diretor sorriu, apresentanto Harry a seu irmão. Albeforth estendeu a mão, e Harry o cumprimentou. Tinha os dedos cheios de anéis, e fitas coloridas amarradas nos pulsos.


"Meu irmão estará ficando conosco em Hogwarts por um tempo, Harry." Dumbledore informou.


"Seria bom se ele tomasse o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas" Harry comentou "Não temos um professor decente desde Lupin..."


Dumbledore riu "Que idéia maravilhosa essa! Não fosse sua vida nômade, Albie..."


O outro bruxo respondeu simplesmente sorrindo da idéia.


"Bem, nos encontamos no salão comunal, então, Harry." o diretor sorriu, chamando seu irmão e continuando a andar, falando sobre os alunos e as casas, os professores e outras coisas.


Harry subiu rápido parra o salão comunal. tinha que tomar um banho rápido antes de descer, sua leitura teria que esperar.


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Todos os professores estavam presentes no jantar. As mesas das casas haviam voltado em seus lugares, e eles ocupavam a mesa dos professores. Dumbledore e Seu irmão conversavam animadamente, com McGonagall; Hagrid tentava parecer menos desajeitado, e Snape parecia estar implorando pela própria morte em silêncio.


A comida estava ótima, assados dos mais diversos e as sobremesas melhores ainda! Harry comeou em silencio, estava sentado entre Snape e Flitwick. A certa altura, o professor de feitiços começou a puxar papo.


" E então, Harry, vou ver você na minha classe esse ano?"


"É claro!" Harry sorriu. "Acho que são muito poucas as profissões em que não precisa-se de feitiços..."


"Realmente..." o professor riu. tinha uma risadinha fina, e quase irritante. "Sua mãe era fantástica com feitiços!"


"Já haviam me contado isso..."


"Ela até criou vários quando se formou! Ah, o ministério a prezava muito, foi uma pena ela ter se afastado do trabalho quando você nasceu... mas Lilian queria te dar toda a atenção possivel, meu jovem..."


Harry sorriu. Gostava de ouvir histórias sobre seus pais.


Dando a desculpa de estar cansado, Harry retirou-se da mesa, e subiu correndo para o quarto. Ia ler o livro nem que desmaiasse de sono tentando.


A Necromancia é uma das mais obscuras formas da magia negra praticada por bruxos e magos. São raros os Bruxos que praticam a artetanto pela sua dificuldade e o custo, quanto pela sua reputação. Muitos magos dizem que a Necromancia é uma coisa máléfica e que absolutamente não tem propósito. Para nós, Necromantes, a morte é a benção eterna.


A Necromancia tem suas raízes em muitos princípios, como magia astral, misticismo mulçumano e Tradições hebraicas. Um clássico caso de Necromancia foi a bruxa Endoor. No livro 1 da Bíblia dos Trouxas, Samael 28, ela chama por um espírito que prediz a morte de Saul.


Necromancia vem do grego, "morte" (necro) e "adivinhação (mancia). Existem duas formas de magia: adivinhação com espíritos e adivinhação com cadáveres. O Necromante usa a ajuda de poderosos espíritos para sua própria proteção, quando ele convoca um morto para entrar em si mesmo. Isso é uma das coisas que fazem da Necromancia algo tão perigoso, porque às vezes o espírito pode possuir o Necromante.


A Necromancia vem da Pérsia, Grécia e Roma. Era mais praticado pela Idade Média (isso pode parecer não fazer sentido) porque ela realmente começou a florescer quando a Igreja Católica começou a proibir sua prática. Ela era era considerada uma bruxaria e muitos Necromantes foram queimados ou enforcados.




Harry Fechou o livro. Com o baque, uma leve poeira saiu de suas páginas amarelas. Não era isso que ele queria. Sirius não estava morto, só... preso com os mortos.


Abriu novamente o livro, no índice. A história da Necromancia - era o que estivera lendo - , O livro dos mortos, Pentagramas , Espíritos, Abertura dos portais, Poções...


Abertura de Portais? Harry voltou e viu que era justamente o que tinha lido. Abrindo na página que a lista indicava, achou um pequeno texto, a últoma página restante no livro, a maior parte das páginas haviam sido arrancadas.




Existe ainda o mito dos portais à boca do inferno. Com as magias certas e o equipamento necessário, o Necromante conseguiria abrir um portal, que o guiaria ao reino dos mortos.


Harry engoliu em seco. Era justamente isso.


Tal fato nunca foi conseguido por um mago, até a presente data. Muitos tentaram e sucumbiram nas tentativas.


Bom, ir para o reino dos mortos eles até foram, só que não do jeito que queriam... Harry pensou com sarcasmo.


São Sete os livros que carregam a chave. Sete os encantamentos que Fazem a Porta. Sete Luas alinhadas em sete pontas. Cuidado com ...


A página acabava ali. Era como se, quem quer que tivesse escrito tivesse parado por ali por alguma razão obscura.


A janela do quarto abriu, batendo com força na parede. Um vento forte estava soprando do lado de fora, Os galhos das arvores cortando o ar, emitindo sons como uivos. A noite estava clara, não tinha uma núvem sequer no céu, e a lua cheia pairava no ar.


A outra janela abriu. No que Harry levantou-se para fecha-la, teve certeza de ter visto algo como um vulto passando por suas costas. Virou-se rápido, apontando sua varinha para o nada. Era o que era: nada. Devia ter sido a sombra de algum pássaro. Até mesmo Edwiges.


Passou os olhos pelo quarto procurando a coruja. Não estava lá, talvez estivesse no corujal comendo alguma coisa. Iria se lembrar de trazer algum petisco para ela do jantar, da próxima vez.




Harry sentou-se de novo na cama, abrindo o Livro. tinha que ter mais alguma coisa sobre os portais. Um vento frio passou do seu lado, virando várias páginas do livro de uma só vez. Parou quando chegou em uma página muito desbotada, em que havia uma figura de nanquim de alguma criatura muito bizarra.


Quem quer que tivesse desenhado das figuras do livro tinha uma noção não muito boa de proporção. O desenho do que Harry só podia imaginar ser um necromante, parecia muito estranho. Era muito magro e tinha a cabeça de uma froma estranha, o corpo todo havia sido pintado de preto. Havia algo escrito em uma língua estranha no rodapé da página.



Foi quando todas as luzes do quarto se apagaram, de uma só vez. Mas que Diabos, ele tinha fechado todas as janelas com certeza! De onde tinha vindo aquele vento?


"Lumos!"


No que a Luz da varinha iluminou o quarto com um brilho frio azulado, Harry viu a criatura mais horrenda que tinha visto desde os dementadores, possivelmente.


Era muito magro, como se seus ossos fossem simplesmente revestidos por uma pele, sem músculo algum. Muito alto, e curvado, sua pele era negra e coberta por uma camada espessa de pêlos finos, como os de uma aranha, seus braços e pernas eram muito mais longos que os de um ser humando também, e sua cabeça tinha a forma oval, com cabelos saindo de trás das orelhas pontudas. O que mais assustava na criatura, não era seu trejeito de aranha, como Harry achou a princípio, mas seus olhos. Eram olhos famintos, amarelos e grandes, com pupilas negras. E no momento olhavam Harry com uma certa obcessão.


Era aquilo que estava desenhado no livro, Harry pensou, o que quer que fosse. Deu alguns passos para trás, a criatura virou seu pescoço com um ruído, encarando-o. Abriu a boca, ia quase de uma orelha a outra, e tinha muitos dentres pontudos, quase pretos na base e amarelados nas pontas.


"Expelliarmus!!!" uma voz conhecida bradou, e com um jato da varinha a criatura foi jogada contra a parede.


"Potter, pra baixo da cama, já!" Snape gritou, muito bravo, ainda apontando a varinha para a criatura, que soltou um grito fino e agudo, que fez o sangue de Harry gelar.


Snape começou a murmurar vários feitiços que Harry desconhecia, a criatura foi ficando mais irritada, avançando no professor, que tentava desviar de seus golpes, sem parar de falar. Era como se, de alguma forma estivesse ferindo a criatura, e isso a deixava mais e mais sanguinária. Com Snape saltando toda hora para um lugar diferente do quarto e a critura avançando nele, logo a maior parte da mobília estava arranhada e vários lençõis rasgados.


Por fim, era como se a criatura começasse a pegar fogo por dentro, uma fumaça negra começava a sair de suas costas. Harry observava atendo, encolhido embaixo da cama.


O livro começou a virar suas páginas violentamente, e a criatura, dando um último grito agudo, desapareceu com uma explosão.


"Explique-se, Potter, por favor...." Snape disse, com uma voz calma e veneno em cada sílaba, repirando forte, e apoiando-se em um dos pilares da cama.




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