o Beco Diagonal



"Ótimo" sibilou Snape "Era o que eu imaginava."


Harry encarou-o sem entender.


"Siga-me, quero lhe mostrar uma coisa." o professor disse, mais solene do que de costume. Não tinha o cinismo usual em sua voz. Saiu atravessando o corredor em passos largos, sua capa deslizando no chão.


Harry resolveu seguir Snape. O que quer que fosse, descobriria. Estava intrigado agora com o que Snape queria dizer com tudo isso.
Pararam na entrada do escritório do professor de poções. Snape abriu a porta e indicou para que Harry entrasse.


A sala estava escura, apenas as chamas da lareira acesa iluminavam o ambiente. Nas masmorras, o silencio contrastava com o barulho do movimento no salão comunal. Harry notou na sala algumas coisas que não estavam lá de outras vezes que viera ao escritório de Snape. Frascos de formas estranhas, pilhas de livros de aparência muito antiga, marcas de giz pelas paredes, e espelhos. Na mesa do professor, a Penseira, em que vira em seu quarto ano as lembranças de Dumbledore sobre a prisão de Crouch jr. e no ano anterior As lembranças de Snape, o que deixara o professor furioso.


"Não acredita no que eu lhe disse, estou certo?" o professor comentou, estava calmo e seguro de si, como se estivesse lendo Harry e suas emoções.


"Quero que veja algo por si mesmo, não peço que acredite em mim, mas com a verdade berrando nas suas orelhas, talvez você se toque" indicou a penseira na mesa.


Harry Franziu a testa, olhando para o professor. Talvez os anos mechendo com poções e os vapores tóxicos às vezes envolvidos tivessem deixado alguma demência no professor. Que diabos Snape queria com aquilo? Não estava nem mais prestando atenção em Harry, abrindo um livro grosso como se procurando algo em suas páginas.


"Ora, da última vez não hesitou tanto em invadir meus pensamentos, e isso sem minha permissão, agora que a tem vai fingir algum constrangimento?" Disse sem olhar para cima, em um tom venenoso;


Harry aproximou da penseira, apoiando suas mãos na escrivaninha onde estava. Dando uma última olhada em Snape, ainda imerso no livro, inclinou-se com a cabela dentro na névoa...




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Reconheceu o lugar onde estava instantaneamente. Os quadros e a rica mobília, o ambiente aconchegante, a fênix sentada em um poleiro ornamentado. Se já não bastasse, o diretor estava sentado em uma cadeira de espaldar alto, atrás de uma escrivaninha coberta de livros, paéis e objetos interessantes. A sala de Dumbldore.


O diretor estava olhando fixamente para alguém que só poderia estar atrás de Harry. Estava sério, e, o que quer que fosse que o preocupava, parecia ser grave.


"Peço que esqueça sobre isso, Severo." disse com frieza.


Harry virou-se para encontrar o professor de poções. Snape estava mais pálido que de costume, como na noite anterior, depois do que dissera sobre Sirius.


"Mas diretor... as evidências, eu vi na mente do menino..."


"Eu estava lá Severo, e vi perfeitamente Sirius cair através do véu!"


"Então viu que estava vivo? Foi atingido por uma magia de Estupor, e não Avada Kedavra como fizeram Potter crer!" Snape teimou.


"Sirius caiu vivo no reino dos mortos, Severo, e não há nada que possa se fazer para mudar esse fato! É como se estivesse morto, não muda nada!"


Então Dumbledore sabia? Harry ficou espantado, por que não dissera nada? Por que ele e Lupin disseram que Sirius estava morto, enquanto por todo esse tempo...


"Mas há algo que se possa fazer..."


"Nada que alguém com um minimo de escrúpulos faria! Não há nada que se possa fazer a respeito sem mergulhar até o último fio de cabelo nas trevas!!" Dumbledore estava muito irritado, Harry não lembrava de tê-lo visto assim alterado em nenhuma outra ocasião. Havia se levantado da cadeira, apoiando suas mãos sob o tampo da mesa, e estava quase gritando com Snape.


O professor de poções encarava calado, como se medindo que tipo de palavras dizer ao diretor. Sua expressão era incompreensível, como se seus olhos tivessem perdido de todo qualquer emoção. Harry percebeu então o que o profesor fazia, estava bloqueando Dumbledore de sua mente.


"Severo, quero que prometa que não dirá nada sobre isso para Harry. O menino já está perturbado com as coisas do jeito que estão, a última coisa que ele precisa é começar a ter idéias sobre a morte do padrinho..."


"Morte... ha..." Snape comentou com cinismo. Dumbledore o encarava com frieza.


"Severo..."


Mas já era tarde demais, o bruxo mais jovem já havia saído da sala, fechando a porta ao encalço de seus calcanhares com um baque.


Dumbledore suspirou longamente, enquanto seu rosto sumia em uma névoa branca.


Harry piscou os olhos, e quando abriu-os novamente estava na sala de Snape. O professor parecia não ter se movido, ainda imerso na leitura do volume aberto na mesa onde estava.


Não podia acreditar no que vira. Será que Snape tinha forjado aquela memória? Não seria possível, uma coisa era usar oclumencia para não permitir que alguém visse suas memórias, outra era enganar uma penseira! Mas... se assim fosse, isso significava que Dumbledore sabia o tempo todo disso! Quem era ele para dizer o que Harry devia ou não fazer em ordem para trazer Sirius de volta?


"Isso que eu vi..."


"A mais pura verdade, nua e crua..."


"Você acha que podemos..."


"Não." Disse Snape secamente, fechando o livro. "Mas quis que você soubesse. Acho, no mínimo justo que saiba a verdade, não importa qual ela seja. Sabe que não sou favorável a essas versões cheias de flores que te fazem sobre a vida real, tal qual a opinião que você tem sobre seu santo paizinho..."


Harry teve que se controlar para não voar na garganta de Snape.


"Então foi só para isso que me chamou aqui? Para me dizer que Sirius está vivo, mas aprisonado, e que não tem nada, absolutamente nada que eu possa fazer para ajuda-lo, mesmo sendo minha culpa que ele está lá? Puxa, muto obrigado, professor, não sei o que seria do mundo sem pessoas como você... " Harry replicou com muito sarcasmo.


"Poter, você não sabe o que significaria tentar trazer Black de volta..."


"Mas é possível?"


"Teoriamente... mas, não falemos mais disso. Creio eu que já devem estar sentindo sua falta lá em cima..." o professor desafiou.


Como não conseguisse arrancar mais nada do professor, Harry saiu da sala, bufando, e batendo a porta. Ouviria poucas e boas de Snape depois disso, mas, que seja. Quem diabos ele pensava que era? Atravessou o corredor com passos apressados, devia ter ficado muito tempo fora, realmente.


Mas... Dumbledore mesmo sabia... Sirius estava vivo... e, se estava vivo, deveria haver alguma forma de regatá-lo, só não sabia como... E se ninguém estivese disposto a ajudá-lo, faria sozinho! Não tinha sido ele mesmo que salvou a pedra filosofal? Que enfrentou Voldemort duas vezes e saiu com vida?


O discurso de Dumbledore já havia terminado quando entrou. Pudera, esteve fora por um tempo razoável aparentemente. Tentando entrar sem ser notado por muitos, deslizou até a mesa onde estavam os Weasley.


"Onde você estava?!" Hermione sibilou, parecendo levemente irritada. "Estavam todos procurando você! Dumbledore teve que fazer suas desculpas!"


"Desculpe-me, acabei... me distraindo." será que deveria contar para Rony e Hermione o que sabia?


"Bem, algumas pessoas já saíram, mas tinha muita gente querendo te ver..."


"Ah, sim, para dar condolências ao 'órfão ao quadrado'" disse Harry com um certo cinismo. "Essas pessoas nem me conhecem! Estou pouco me lixando se elas queriam ou não falar comigo!" disse impaciente.


"Calma Harry!" Rony disse, parcendo um pouco mais admirado que antes. "Que foi que aconteceu?"


"Nada. Nada." Talvez fosse melhor que não soubessem, não iriam.. entender...


Hermione cochichou algo no ouvido de Rony. O menino ruivo concordou com a cabeça e desta vez resolveu não interferir com Harry, pelo que ele ficava grato. Sentira falta de seus amigos, mas, por alguma razão queria estar sozinho. Precisava pensar.




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Estava se aproximando de um lugar que lhe era estranhamente familiar. Uma rua estreita, cujas árvores tinham seu topo emaranhando-se nos de suas vizinhas da calçada em frente. a rua de paralelepípedos era úmida, e com o frio, uma leve neblina parecia cobrir seus pés.


Reconheceu a casa que estava procurando sem saber. As paredes azuis e as janelas brancas estavam intactas, como no dia em que foi comprada, lembrava-se ainda hoje que havia sido o organizador da festa de inauguração, e que festa! Fora a primeia vez que vira Lupin bêbado.


Tinha certeza que o casarão havia sido derrubado. Então... como estava aqui novamente? Deveria ser só uma casa parecida. Talvez o cansaço estivesse fazendo com que tivesse delírios. Mas o número era o mesmo. e a placa... Godric Hollow...




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"Oi! Harry, acorda!" Harry acordou com um travesseiro aterrisando em seu rosto.


Dumbledore havia concordado que Rony e Hermione passassem a noite no dormitório da Grifinória, já que sairíam para comprar o material no Beco Diagonal logo depois do café. Os Weasley estavam todos em Hogsmeade, em uma taverna.


"Bom dia Rony..." Harry bocejou. ainda meio dormindo, e sem conseguir tirar a cabeça totalmente do sonho de que acordara. Era a casa de seus pais, tinha certeza disso. Por que Rony tinha que tê-lo acordado?!


Harry esfregou os olhos, pegando os óculos do criado mudo, e colocando-os no rosto. Rony já estava pronto, e sentado no pé da cama.


"Que horas são?!" pareceu assustado. Será que tinha dormido até tarde demais de novo? Estava criando um mau costume...


"Pouco mais de oito. Sossega amizade.." Rony sorriu. "Se veste logo, Hermione e eu estamos esperando para tomar café com você..."


"Por que não tomou café com ela? Eu podia comer sozinho depois..."


"Os elfos trouxeram o café para a sala comunal, e eu não quero ter que ouvir sozinho sobre 'exploração de trabalho escravo'..."Rony disse amuado.


Harry riu, e, apanhando uma troca de roupas, saiu em direção ao banheiro. "Encontro vocês dois em quinze minutos..."




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Quando saiu do quarto, Hermione ainda estava falando sobre direito dos elfos e Rony parecia estar pedindo para morrer, cotovelo apoiado na mesa e a bochecha afundada na mão. Quando viu Harry pareceu se animar muito mais.


"Harry, até que enfim!"


Hermione pareceu aborrecida com isso. "Rony, você prestou atenção em alguma coisa que eu disse?"


"Não" Harry e Rony disseram juntos.


Hermione golpeou Rony com um jornal enrolado, na cabeça. "Seus bestas."


Tomaram café rápido, apesar da conversa entre um gole e outro de chá e as mordidas nos muffins. Em um ponto da conversa, Hermione tinha a cara enfiada no Profeta Diário, e Harry e Rony conversavam sobre quadribol. Os Chudley Cannons iam para a Semi Final esse ano, milaglres acontecem, pensou Harry, rindo consigo mesmo.


Quando chegaram, ao portão da escola os Weasley estavam esperando, do lado das Carruagens. O sr. e Sra Weasley e Carlinhos.


"Bom dia Harry, querido!" Molly Weasley deu um abraço apertado em Harry.


"Cadê a Gina??" Rony perguntou, procurando a irmã.


"Na loja com Fred e Jorge, aparentemente o movimento está muito grande hoje e mandaram buscar reforços..." Carlinhos respondeu, sorrindo.


"Como está o trabalho no ministério?" Harry perguntou. Carlinhos trabakhava na Romênia com dragões, devia ser uma mudança e tanto ficar preso em um escritório.


"Indo... não é a mesma coisa, você sabe..."


Harry concordou com a cabeça.


"Mas, devido à atual situação, acho melhor eu ficar em casa. Até Gui já está por aqui mesmo, e não deixo de estar trabakhando com o que gosto..."


"Vamos, vamos, para as carruagens! Queremos chegar cedo, e ainda precisamos pegar o Noitibus em Hogsmeade!" o sr. Weasley apressou.


Em Hogsmeade, o sr. Weasley tinha alguns assuntos a resolver, que Harry achou melhor não perguntar. Entre esse contratempo e a viagem do Noitibus, levaram pouco mais de uma hora.


O Caldeirão Furado estava cheio de gente.


"Por que o movimento tão grande?!" Harry pareceu espantado.


"As lojas estiveram fechadas por uma semana. Reabriram hoje." Hermione respondeu.


"Por que?!" Harry pareceu espantado, e curioso.


"Oras, você não leu o jornal? Ordens do Ministério, precisavam vasculhar tudo à procura de pistas sobre os comensais. E agora vão haver guardas patrulhando as ruas..."


"Dementadores??" Harry engoliu em seco.


"Não! Fudge não seria tão... idiota, apesar das especulações..." Hermione riu. "Mas quem sabe Trolls..." Olhou Harry desafiando.


Se o bar estava abarrotado de bruxos, as ruas estreitas do Beco diagonal estavam até mais.


"Vou ao Gringotes, encontro vocês depois na Floreios e Borrões." Harry avisou, saindo para o banco. Talvez devesse tirar um pouco mais de dinheiro do que de costume, e comprar algumas roupas, tinha crescido desde a última vez que fora a Mme Malkins, com certeza.


Quando saiu do banco, seu bolso estava pesado com galeões de ouro e sickles de prata. Por que ninguém tinha a brilhante idéia de usar notas ao invés de moedas? Harry pensou, bvalançando a cabeça enquanto descia as escadas do banco.


"Veja a sua sorte! Veja a sua sorte... " Uma senhora vestida de farrapos, uma saia longa e florida, cabelos desgrenhados com pequenas flores enfiadas nos fios emaranhados, presos por uma bandana e grandes colares de contas no pescoço. Parecia mesmo uma velha hippie ou cigana.


"Meu jovem, não quer que eu leia sua sorte?" Aproximou-se de Harry pehgando em seu braço com força. Tinha unhas muito longas e as mãos enrugadas. Quando sorriu, Harry viu seus dentes desalinhados e amarelos.


"Ahn... acho que sei bem o que vai acontecer, obrigado. Faço aula de adivinhação em Hogwarts..." Tentou se afastar da cigana. Não que o curso de Adivinhação de Sibila fosse de alguma utilidade, mas realmente estava cansado de profecias.


Puxando sua mão, a velha traçou com o dedo uma linha na palma de Harry.


"Tens um grande destino..."


"é o que todos me dizem, agora, se me dá licença..." Disse irritado, estava perdendo a paciencia.


" Você procura alguém que perdeu. Alguém querido..." a cigana pareceu ignorar o que Harry havia dito. Mas agora tinha ganhado sua atenção.


" Você não devia procurar ajuda nos mortos... " Disse em tom de conselho.


Harry puxou sua mão bruscamente, massageando sua palma no lugar onde a bruxa havia passado sua unha.


"Não diga besteiras!" disse impaciente. Aquilo já era demais.


A cigana olhou-o ainda, com olhos de quem parecia saber mais do que a ocasião revelava.


"Tome cuidado na hora que suas decisões chegarem. E cuidado com os sete, eles podem te enganar..." ainda ouviu-a dizendo, virou-se para trás para saber o que queria dizer com isso, mas já havia desaparecido. Como? Estava ali a segundos atrás, com certeza devia ter entrado por uma das ruelas que davam para fora do beco. Resolveu seguir uma, tinha certeza que vira o vulto da mulher passar por ali.


Harry correu atrás da cigana, ela já parecia estar longe. Esbarrou em várias pessoas, que pareciam irritadas. Não sabia para onde estava indo.


"Espere!!! O que quer dizer com..." mas ela já havioa sumido novamente.


Haarry parou bufando n os braços apoiados nos joelhos e a cabeça baixa. Não sabia nem onde estava.


Os prédios da rua, ao contrário dos do Beco Diagonal, eram de um triste tom de cinza, uma névoa parecia brotar dos espaços entre os prédios, e uma leve garoa caía.


Talvez pudesse pedir informações em uma das lojas. A que estava em frente parecia ser uma livraria.


"Olá??" Tocou a sineta da porta. Não havia quase ninguém nas ruas desse lugar, o que quer que fosse. Estranho, certamente, se O Beco Diagonal esteve fechado, aqui haveria de estar também. Olhou para a rua, agora sim a reconhecia. Besta, devia estar muito preocupado com a cigana. A Travessa do Tranco.


"Em que posso ajudar? " Um velho senhor apareceu, tateando o caminho enquanto passava, tinha os olhos cobertos com uma venda.


'Ahn... só estava de passagem, e... acabei me perdendo...."


"Ah, sim." o velho sorriu com uma boca desdentada. "Bem, sinta-se livre para dar uma olhada em minha loja enquanto estiver perdido por aí. Nunca é tarde para vocês jovens começae interessar mais pelos livros do que pelas vassouras e quadribol...."


Tateando seu caminho de volta, o velho sentou-se em uma cadeira nos fundos. Já que estava com o pé na cova mesmo, - o lugar onde provavelmente havia a maior concentração de comensais, era, de fato, da Travessa do Tranco - por que não desfrutar de seus últimos minutos procurando algo interessante?


A grande maioria dos livros eram volumes velhos, desbotados, com folhas amarelada quase por cair. Lendo o título em suas lombadas, Harry viu que tratavam, quase todos de Artes das trevas. - Que Surpresa - pensou.


O título de um dos volumes em especial, talvez pelo rebuscado das letras, chamou sua atenção. Necromicon. Folheando suas páginas, viu que se tratava de um livro de Necromancia, uma das faces mais obscuras da magia, que lidava com mortos. Não sabia se era mito ou verdade o que ouvira, mas esperava que o que se dizia entre os Trouxas sobre Necromancia fosse bobagem. O nome, de alguma forma, lembrava-o de filmes de terror.


Havia figuras de runas e pentagramas diversos nas páginas seguintes, encantamentos em Latim e línguas que Harry desconhecia, assim como algumas figuras que, ele esperava, deviam ser fruto de um ilustrador com a imaginação muito fértil...


" Atkins, meu caro, o que tens de novo nesse cubículo?! " A voz alta e animada de uma garota ecoou na pequena livraria. Harry escondeu-se atrás de uma estante, o coração batendo acelerado.


"Não sabia que estava de volta..." o livreio disse sério. "Nunca mais mandou notícias..."


"Assuntos da vida, coisas minhas..." Harry tirou um livro da estante para pode ver quem tinha entrado, haviam duas pessoas na livraria, uma moça pálida, de cabelos pretos ondulados, que falava muito alto em oposição ao dono da livraria, que parecia sussurrar suas falas.


"Ela não deu notícias a ninguém, não se ofenda" O rapaz que havia entrado resolveu mostrar sua presença. "Algo novo nas prateleiras?" Estava se aproximando de Harry, a qualquer momento chegaria até ele e...


" Há alguns volumes novos de Herbologia, se te interessa, Bean..."


"Ah, sim, vou dar uma olhada" O rapaz sorriu. Ao contrário das pessoas que geralmente encontrava na rua na Travessa, esses dois pareciam mais... inofensivos.


"Ora, olá..." disse a Harry, distraídamente, enquanto pegando um livro do alto da estante. "Estranho achar alguém tão novo nessa livraria" comentou.


"Herman, não enrola! Ainda tenho que passar no Beco Diagonal..." a moça bradou do balcão. Já tinha um monte de livros empilhados, e estava pagando.


Era a sua chance, se pudesse ir com eles até o Beco Diagonal...


"Se importam se eu acompanha-los? Não conheço bem essas bandas..."


"Se você não se importar em aturar a minha gralha de estimação..." o rapaz sorriu, com um certo cinismo.


"Gralha?" Harry perguntou.


"Hermaaaaaaaaan!!!!"


Herman indicou sua colega, sentada no balcão, chamando. Era uma bruxa que parecia ter acabado de sair da escola, os cabelos comrpidos presos em um rabo de cavalo.


"Estou indo. O garoto vai nos acompanhar até o Beco..."


"Certo... parece criança, 'Olha só o que eu achei na rua Liv! Vamos adotá-lo!' " disse com um certo sarcasmo.


Harry resolveu levar o livro de Necromancia, podia vir a calhar, se precisasse pesquisar para Defesa contra as Artes das trevas, disse para si mesmo, tentando se convencer do que falava. Sabia que á no fundo tinha uma outra razão para estar levando o livro, mas era como se ele o houvesse chamado.


Teve que correr um pouco para alcançar Liv e Herman que já estavam do lado de fora. Os dois eram quase o opsoto um do outro, era cômico vê-los discutindo durante o caminho todo.


Herman era pálido, de estatura média, cabelos castanhos muito lisos, e jeito calmo, enquanto sua amiga parecia foragida de algum hospital psiquiatrico.


Chegaram por fim no Gringotes novamente. Por alguma razão tinham pego a mesma rua em que Harry se perdera.


"Bem, aí está. Até uma outra vez, sr.. ???" Herman despediu-se, gesticulando com a mão, pedindo o nome de Harry.


"Harry. Harry Potter."


" 'O' Harry Potter?!" isso pareceu despertar o interesse de Liv.


"Sim." Talvez não devesse ter dito seu nome real.



"Que bizarro... achei que você já tivesse morrido..." a bruxa comentou, "Até uma outra vez, sr. Potter..." e saiu.



"Queira desculpar minha colega... ela está... um tanto quanto abalada ultimamente... não repare. Foi um prazer conhece-lo, sr.Potter." Herman despediu-se, indo atrás de sua amiga estranha.


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"Por que demorou tanto?" Hermione perguntou aflita.


"Fila no banco..." Harry mentiu. Era uma desculpa idiota, mas a melhor que conseguiu achar no momento.


"Estamos esperando a décadas aqui! Já compramos nossos livros, e deixamos os seus separados, no balcão, é só pagar." Rony informou, com jeito de vítima.


Harry colocou o livro que tinha comprado no meio dos outros, agradecendo a sorte de Hermione estar mais preocupada em brigar com ele do que em ver o que estava escondendo em suas costas.


"Como não sabia que matérias ia tomar esse ano, peguei todos os livros." Hermione indicou.


Harry separou os livros que iria usar. Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços, Transfiguração, Trato das criaturas mágicas - não iria abandanoar Hagrid nos últimos dois anos...


"Preciso de Herbologia para estudar Poções também?" Perguntou a Hermione.


"É, as duas matérias são complementares..."


Rony engasgou.


"V-você vai fazer POÇÕES?!? São mais dos anos de Snape!!!"


"Eu sei. Mas, se eu queser ser um Auror, eu preciso."


"Cruzes..." O ruivo disse com certo nojo.


"Você vai desistir de poções esse ano então?" Hermione perguntou, séria.


"Mas é claro!"


"E no que pretende trabalhar depois?"


"Em alguma coisa em que NÃO precise de poções, obviamente..." Rony replicou;


Pagando os livros, os três saíram da Livraria. Harry queria mais que tudo poder voltar para a escola e abrir o livro que tinha encontrado na Travessa do Tranco, mas isso teria que esperar.


Uma multidão estava aglomerada no meio da rua, em um círculo, e uma música agradável, de aparencia medieval, tocava. Harry ergueu-se na ponta dos pés para ver o que era.


"Parece... um circo.." Herrmione disse, apertando os olhos para ver melhor.


De fato, três homens muito magros, vestidos de bobos da corte dançavam tocando cada um, faluta, banjo e harpa respectivamente. Quando se mechiam, os guizos em seus chapéus faziam sons diferentes, como o tilintar de fadas. Suas roupas eram de tons muito vivos de vermelho e preto, azul e preto e verde e preto. Duas moças muito bonitas, de pele morena e cabelos negros muito cacheados dançavam, com suas saias rodadas e vermalhas, e seus lenços de seda, vestidas ricamente com pequenas medalhas douradas nas rendas de seu vestido, que faziam um barulho agradável quando saltavam de lá para cá.


Um urso transformava-se em gato, lebre, tartaruga, galinha e lagarto, para depois virar urso novamente. Duas irmãs - Harry achava que eram irmãs, pois eram muito parecidas - faziam acrobacias, montadas cada uma em uma vassoura. Um outro mago no centro, de longas barbas brancas, vestido com um manto negro, coberto de pontos brancos que faiscavam como estrelas organizava o gentio ao seu redor, com viradas de sua varinha, criava ilusões com jatos de luz, borboletas, flores e dragões, que se esvaiam em uma fumaça cheirosa ou uma chuva de brilho.


"Quer que eu leia sua sorte, minha jovem?" uma cigana perguntou a Hermione, segurando sua mão.


"Você!!" Harry a reconheceu, era a mesma cigana que encontrara na frente do Gringotes. "O que quis dizer com... - "


"Albeforth! Enfim chegaste! e que hora mais propícia... " A voz de Dumbledore apareceu, alta para ser ouvida em meio à música.


Com um aceno de sua mão, o outro mago fez com que os músicos parassem. Fazendo uma reverencia, a trupe que o acompanhava calou-se, e se afastaram, entrando em uma caravana. A caravana era obviamente enfeitiçada também, pois todos os músicos e dançarinos e inclusive o urso entraram nela, e não havia nenhuma maneira que todos pudessem caber lá dentro.


"Alvo." O bruxo inclinou a cabeça, sorrindo. "Já faz tempo, não?"


Dumbledore abraçou o bruxo, dando tapinhas amigáveis em suas costas. O diretor parecia muito satisfeito com sua presença.


Harry então lembrou-se onde tinha visto esse homem. Moody havia mostrado em uma foto em uma ocasião no Largo Grimmauld. Era o irmão mais novo de Dumbledore. Moody tinha razão, era um sujeito muito estranho.


Quando Harry virou-se para o lado, a cigana já havia sumido novamente. Rony e Hermione estavam olhando Dumbledore e seu irmão com muita curiosidade.


"É o irmão mais novo de Dumbleodre, Albeforth ou algo assim..." informou os amigos.


"Como você sabe?" Rony perguntou, curioso.


"Moody me contou, me mostrou uma foto uma vez..."


Dumbledore levou seu irmão para dentro do Caldeirão furado, e logo todos acabaram se dispersando. Harry sentiu uma mão batendo com muita força em suas costas.


"Harry! Aí está você! Achamos que tinha sido engolido por um basilisco..."


"...Ou morto por um comensal..."
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Fred e Jorge haviam chegado.




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Esse ficou um pouco mais longo que os enteriores, desculpem a demoara para postá-lo! A fic vai começar a animar a partir do próximo capítulo, por favor, comentem, e, se gostarem, passe adiante... =D

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