Oclumencia



**um capítulo mais longo, para quem gosta... ;-D**



Harry acordou com um grande par de olhos encarando os seus. Dobby.


“Bom dia Harry Potter! Dobby deseja que você tenha um dia feliz, feliz, feliz! O Sol está lá fora, os pássaros também, e as corujas...”


As corujas! Correspondência. Será que teria que pegá-las no salão principal? Esfregando seus olhos e procurando seus óculos na mesa de cabeceira, Harry já nem mais prestava atenção no poético ‘bom dia’ de Dobby.


“Bom...dia Dobby.” Bocejou. “Dobby, onde eu deveria pegar minhas cartas? Faz dias que não recebo notícia nenhuma e...”


Antes que Harry pudesse concluir sua frase, Dobby já havia pulado por cima de sua cama e aberto as janelas do quarto. Era como uma cena de um filme de Hitchcock. Em meros segundos, o quarto todo estava cheio de pássaros voando para todos os lados. Aparentemente, todas as corujas resolveram entregar suas devidas correspondências ao exato mesmo tempo.


Quando Dobby finalmente conseguiu tirar todas as corujas do quarto, Harry não conseguia acreditar no tanto de cartas - e penas - em sua cama. Havia cartas de Rony e Hermione, dos Weasley, de Lupin, de Luna - estranhamente - e mais uma porção que ele não fazia idéia de quem seria. Nomes que nunca antes tinha ouvido falar. Por curiosidade, resolveu abrir uma, com cuidado - lembrou-se do que aconteceu com uma carta enviada a Hermione.


“Dobby, você saberia me dizer por que tantas cartas?!” perguntou, curioso.


“São cartas de fãs, Harry Potter, senhor! Harry Potter é um bruxo muito, muito amado por todos!” Dobby exclamou.


Claro. Por isso mesmo que havia um bando de Psicopatas e um megalomaníaco querendo sua cabeça, Harry pensou amargamente.


“Por que não recebi nenhuma carta antes?”


“Professor Dumbledore, Dobby ouviu, fez um feitiço que não deixava nada, nem corujas, entrarem e saírem da casa de Harry Potter, senhor. Só as corujas de Dumbledore.” Dobby informou, mecanicamente. Era como se estivesse esperando Harry perguntar.


“Ahn. Certo então.” Olhou, confuso.


“Dobby vai deixar Harry Potter sozinho com suas cartas! Até mais, Harry Potter!” e em um estalo, Dobby já havia sumido.


Harry não poderia acreditar no tanto de cartas em sua cama. Havia literalmente dezenas delas, sua cama estava coberta pelos envelopes, e alguns já caíam ao chão. No mínimo, as pessoas que leram a entrevista ‘exclusiva’ do Profeta Diário, pensou sorrindo com escárnio.


A maior parte da manhã passou separando as cartas que eram interessantes das que não fazia a mínima idéia de o que quer que fosse. No fim, três cartas de Hermione, Duas de Rony, uma de Lupin, uma de Luna, uma dos gêmeos Weasley - Harry fez uma nota mental para visitar a loja assim que pudesse visitar o Beco Diagonal - a sra.Weasley, e até, ficou pasmado, Neville.


Abriu primeiro a de Rony.






Harry,


Isso aqui está um caos, cara. Papai está trabalhando como um louco (os comensais estão pregando peças muito cruéis com trouxas já), Carlinhos e Gui mudaram-se para casa novamente. Carlinhos conseguiu um cargo no departamento de Criaturas Mágicas. Ele diz que é mais burocrático do que o que ele fazia na Romênia, mas pelo menos eles estão em casa agora, e mamãe está menos preocupada.


Fred e Jorge estão indo muito bem, parece que farão uma grande festa de inauguração oficial (por que na verdade, a loja já está em funcionamento desde que eles saíram da escola!) e querem que você esteja presente. Acho que eles querem falar com você sobre isso ainda, talvez eles te mandem uma coruja.


Hermione tem falado com você? Ela falou alguma coisa de mim? Brigamos por causa do queridinho Krum dela e ela se recusa a falar comigo. Ajude!


Sinceramente,
Rony Weasley.







Harry teve que rir. Essa história de Victor Krum ainda iria longe. Mas com a carta de Rony ele pelo menos já matava o que seria a de Fred e Jorge; um folheto vermelho, com letras douradas que faiscavam e estrelas que aumentavam e diminuíam de tamanho no papel.





Fenomenal lançamento da única, da incrível, da imensurável loja das GEMIALIDADES WEASLEY! Promoção de lançamento, preços fantásticos (aproveite, nunca se sabe o que o novo professor de Defesa contra a arte das Trevas será!!!), e a presença do Famoso HARRY POTTER em nossa inauguração em tarde de autógrafos!"




Harry engasgou ao ler aquilo. Tarde de Autógrafos?!?!? O que estavam pensando??? A carta continuava abaixo.




"Harry, a gente sabe que não gosta de aparecer, mas, dá uma força aí! Prometemos que manteremos os olhos abertos (os quatro) para Comensais e outras coisas do gênero!


Muito obrigado antecipadamente!!!


Fred e Jorge.”





Harry passou a mão pelos cabelos desgrenhados. Era só o que lhe faltava. Talvez a carta de Hermione fosse melhor.




“Harry,


Como estão as coisas?!? Que bobeira, é claro que não estão bem, mas espero que você esteja se sentindo melhor, especialmente por que eu estou prestes a te pedir um imenso favor.


DÊ UM JEITO NO SEU AMIGO RONY WEASLEY POR QUE EU NÃO AGUENTO MAIS!!!


Passei dos dias na Toca para ajudar a sra.Weasley com as coisas e, só por que recebi uma carta de Victor, e eu contei um pouco sobre você na minha carta de resposta, Rony veio berrando que eu poderia estar assinando sua sentença de morte com minha carta, e que Victor, vê se pode, poderia muito bem ser um Comensal.


Harry, eu juro que, se continuar assim, eu nunca mais dirijo a palavra a Rony Weasley!


Já recebeu sua carta com os resultados dos NOM’s? Estou tão ansiosa, será que eu fui bem? Vamos nos encontrar no Beco Diagonal para comprar o material, acho que o professor Dumbledore deixará você passar seu aniversário com a família de Rony, não acha?



Um grande abraço!

Mione".




Então foi isso que aconteceu. Harry riu pensando em Victor Krum como comensal, Rony estava exagerando já, estava quase parecendo ciúmes. Mas não pôde evitar em ficar curioso. O que Hermione teria escrito, falando dele, para Victor Krum?


A segunda carta de Hermione dizia que tinha feito as pazes com Rony, e a terceira que estavam brigados de novo - Krum respondeu a carta. A segunda carta de Rony pedia apoio a Harry, dizendo que estava errado ‘confraternizar com um possível inimigo.”


A carta de Luna Lovegood, como de esperar, era um pouco estranha.




"Espero que esteja se sentindo melhor. Você vai ver ele de novo.


Luna Lovegood.




Harry achou estranho que ela houvesse assinado o nome inteiro, mas era Luna, e excentricidade sua marca registrada. Estranhamente ainda, a sua carta o fez sentir-se mais leve. Sabia de quem ela estava falando, e sentia como se ela tinha razão, de certo modo.


A carta de Lupin simplesmente avisava Harry que ele queria conversar em breve. Que talvez fosse leva-lo ao Beco Diagonal para comprar seu material, isso já ajudaria Dumbledore também. Perguntava como estava se adaptando em Hogwarts, se estava solitário.


A carta dos Weasley seguia a mesma linha. Diziam o quando estavam sentidos pelos Dursley, e ofereciam a sua casa, ressaltando que sempre seriam sua família também. Harry ficou comovido, a cena do bicho-papão da sra.Weasley, e as brigas que tivera com Sirius, tratando Harry como se fosse um de seus filhos veio na sua cabeça.


Beliscando algumas das frutas e petiscos que Dobby havia trazido para que tomasse café, Harry pôs-se a responder suas cartas. As de seus amigos. Talvez chamasse Lockhart para ajuda-lo a responder as cartas dos fãs, pensou sarcasticamente.




..........................




Já deviam ser bem mais de dez da manhã quando resolveu sair de seu quarto. Os corredores estavam desertos, nem mesmo fantasmas ou professores pareciam estar fora de seus cômodos, isso é, os que ainda estivessem em Hogwarts. Será que a biblioteca estaria aberta? Certamente, mesmo que Madame Prince não estivesse, ele poderia dar uma olhada nos volumes. Decidiu investigar. Apanhando alguns pergaminhos e penas, desceu para a biblioteca.


Madame Prince não estava em nenhum lugar da Biblioteca, tampouco estavam professores. Inclinando-se sobre a mesa da bibliotecária para ver se achava algo, acabou encontrando um pequeno bilhete.


Olá Harry. Imaginava que mais cedo ou mais tarde você apareceria nessa biblioteca hoje. Sinta-se à vontade para folhear os livros, pedi aos elfos domésticos para deixarem-na aberta justamente por essa razão.
Hoje à noite você voltará a ter lições de Oclumencia com o professor Snape. Sinto não poder ensina-lo eu mesmo, minha criança, mas não seria muito sensato. Assim que eu encontrar o professor novamente (ele não estava na enfermaria, como eu esperava...) nos falaremos. Até mais tarde!
Alvo Dumbledore.



Harry leu o bilhete duas vezes, um pouco confuso. Como é que Dumbledore sabia que ele iria procurar a biblioteca? Mas, daí, o diretor sempre teve suas qualidades excêntricas, prever o óbvio era uma delas. Talvez achasse que Harry precisasse de alguma distração.


Deixando seu material na mesa, resolveu investigar as estantes. Talvez encontrasse algo para uma ‘leitura leve’; riu-se lembrando dos volumes que Hermione costumava retirar, para o espanto de Rony.


A maior parte dos livros tinha mais conteúdo para pesquisa na sessão de alunos. Complementos para as aulas ou alguma curiosidade. Retirou da estante um volume um tanto quanto manuseado, ‘A Grande Enciclopédia de Quadribol’. Folheou-o não muito interessado, apesar de mais antigo que o ‘Quadribol através dos Séculos’ parecia ter mais conteúdo. Prestando mais atenção, parecia ser um livro mais técnico. Virando suas páginas até encontrar a lista de quem os havia retirado, achou o nome de Olívio Wood várias vezes. Também Carlinhos Weasley, Harry havia se esquecido que ele também havia sido apanhador em sua época. Talvez devesse trocar algumas idéias com o irmão de Rony quando o visse, afinal, se realmente ele havia deixado a Romênia, o veria com mais freqüência.


Foi então que se lembrou o quão desfalcado o time estaria esse ano. Angelina, Katie e Alicia haviam se formado, Fred e Jorge deixaram a escola, isso deixava o time com praticamente... ele e Rony! Teriam que começar logo cedo a seleção para o time, e... quem seria o capitão? Decidiriam isso quando começassem as aulas.


Havia algumas estratégias interessantes no livro, bem como dicas de como cuidar de sua vassoura e trabalho em equipe. Fez algumas anotações em um pergaminho e anotou alguma das páginas que achou importante. Faria questão de mostrar o livro a Rony assim que o visse.


Retornando à estante para ver se encontraria outro livro sobre Quadribol - agora percebera que deveria pesquisar um pouco mais, se teria que, com Rony, treinar todo um time novo!


Um pouco distraído, entrou na fileira de estantes erradas, e, virando-se para o lado onde achou que se encontrariam os livros de Quadribol, mas os títulos que viu não se pareciam em nada com o que procurava. “O mundo das cartas” e “Seu futuro em uma xícara de chá”. Havia entrado por engano na sessão de Adivinhação. Virando-se para voltar à seção que lhe interessava, um título em especial chamou sua atenção. “O mundo dos sonhos - Interprete suas visões” Por Matilda Boggans. Será que encontraria algo que responderia o que significariam os sonhos que vinha tendo?


Retirou o livro da estante, e abriu em seu índice, mesmo antes de chegar à mesa. Deixando o livro de Quadribol de lado em um canto da mesa. Introdução aos sonhos. Por que sonhamos? Significados dos sonhos. Sonhos com desgraças. Sonhos com pessoas mortas. Sonhos com criaturas mágicas.


Harry passou os olhos mais uma vez pela lista dos capítulos. Nada sobre sonhos sobre trilhas misteriosas. Fechando o livro, voltou às estantes para devolve-lo em sua prateleira. Ao voltar para as mesas, viu algo como uma sombra passar por detrás das estantes, um frio subiu-lhe à espinha. Sentiu-se incomodado, provavelmente era só um dos fantasmas de Hogwarts, eles ficavam na escola o tempo todo.


Sentando-se novamente na mesa onde estava seu material, abriu um livro de poções para começar o dever que snape passaram no último semestre. Meio metro de pergaminho sobe o uso de uma erva que, para começar, Harry nem lembrava o nome. Talvez devesse começar a prestar mais atenção em Herbologia também esse ano. Passou os olhos rapidamente por suas anotações e começou a fazer o trabalho.


Após alguns minutos, tão imerso que estava em procurar dados nos livros de poções - só o que havia trazido não foi o suficiente, teve que voltar três vezes à seção de poções e Herbologia para trazer novos volumes - que já não percebia nada à sua volta. Faltando dez centímetros para terminar a única coisa que passava por sua cabeça era uma forma de concluir todos os parágrafos que já havia escrito. Estava aí uma idéia para se distrair quando começasse a se preocupar demais. Fazer os trabalhos pedidos pelos professores ou estudar poções. Harry riu ao pensar nisso. Então ta, passaria as férias todas estudando a matéria de Snape.


Com um grande baque um livro imenso aterrissou à sua frente. Harry tomou um susto tamanho que quase virou a cadeira em que estava sentado para trás.


“Estudando poções? Certamente o céu vai desabar em breve, Potter...” uma voz seca e aborrecida ecoou em seus ouvidos. A última pessoa que Harry gostaria de ver naquele momento, possivelmente. Snape.


Levantou os olhos para encarar o professor. “Resolvi adiantar minhas tarefas. Algum crime em fazer isso?”


“Não. Certamente não” replicou.


“O que é isso?” Harry apontou para o livro. “Certamente há outras maneiras de começar uma conversa com alguém, que não seja atirar um livro sobre sua cabeça!”. Apontou, indignado.


Snape sorriu com escárnio. “O professor Dumbledore insiste que você continue com suas lições de Oclumencia, Potter. Ainda que eu tenha apontado que você não tem a mínima predisposição para isso.”


“Sei. Ele me disse isso. Aparentemente, o senhor também não tem a mínima predisposição para ensinar também, estou errado?”


Snape fitou-o com um olhar frio.


“Às seis esteja em meu escritório, Potter. Não tolerarei atraso, esteja avisado.”


Harry não disse nada.


“Consulte esse livro se achar que irá ajuda-lo. Talvez consiga tirar alguma coisa disso.” Apontou para o livro. Harry viu que sua mão estava enfaixada.


Virando-se em seus calcanhares, Snape saiu sem dizer mais palavra alguma. Harry observou até o professor desaparecer de vista, com sua capa esvoaçante dando a impressão de um morcego gigante.


Puxando o livro para mais perto, Harry viu seu título “Uma introdução à Oclumencia”. Por que diabos não entregaram esse livro a ele antes? Certamente teria feito as coisas um tanto quanto mais fáceis.


Começando a leitura, as palavras soaram-lhe familiares. A explicação sobre o que era a Oclumencia parecia com a de Snape, se mais elaborada. Nos capítulos seguintes, como aconteciam as ações e recomendações.


Harry leu atentamente o livro por um bom tempo, fazendo anotações nos pergaminhos que restaram de suas tarefas. Havia tanto ali que Snape não mencionara! Em muito, a magia em questão tinha a ver com a meditação, isolar a mente do corpo.pulando as páginas em direção ao fim, a curiosidade, leu que em um nível mais avançado, poderia-se fabricar ou distorcer memórias aos olhos de quem ‘lesse’ a mente.


Resolvendo que iria terminar a leitura mais tarde, Harry carregou o livro para seu quarto. Deixando-o com suas coisas, devia ser quase hora do almoço. Resolveu procurar algo para comer e depois resolveria o que fazer até as seis.


A escola ainda estava vazia. Pensou ter visto o fantasma da Lufa-Lufa cruzando algum corredor, mas este nem o notara. Dando de ombros, resolveu procurar Dobby na cozinha, ele saberia lhe dizer onde encontrar alguém, e, se não, poderia simplesmente pegar algo para comer.


Passando pela passagem, encontrou os elfos no mínimo empolgados em ver alguém. Como abelhas, puseram-se a trabalhar e buscar pratos para preparar. Não demorou muito até encontrar Dobby.


“Dobby! Precisava de sua ajuda... onde posso encontrar o professor Dumbledore ou - ”


Antes que pudesse terminar a frase Dobby cortou, falando.


“O professor Dumbledore está no Ministério da Magia agora, Harry Potter. Mas ele pediu a Dobby para avisa-lo, e Dobby avisa senhor! Estava indo procurar Harry Potter ainda agora!” Vendo que Harry não tinha ficado muito feliz com a idéia de não haver mais ninguém na escola, completou muito rápido “Mas Agid disse que queria que Harry Potter fosse almoçar com ele. O homem grande que mora perto da floresta!”


“Hagrid.” Harry não havia entendido o que Dobby quis dizer com Agid, mas daí, ele nunca fora muito de guardar outros nomes. Pelo menos agora teria companhia para almoçar, sorriu. Seria bom retomar a conversa com Hagrid.


“Muito obrigado, Dobby!” Antes que Dobby pudesse começar o discurso de quão incrível Harry era, por dizer obrigado e tratá-o bem, Harry saiu. Às vezes a adoração do pequeno elfo podia ser irritante.


O almoço com Hagrid foi tranqüilo. Não podia imaginar que fazia apenas 2 dias que estava na escola, da forma como Hagrid o tratava, parecia que sempre passara as férias na escola. Percebeu que, no fundo, o meio-gigante estava feliz de ter companhia que não fosse apenas canino. Ficaram conversando por horas a fio sobre assuntos diversos, como quadribol e a escola.


Aparentemente a ‘casa’ de Gawp estava indo bem. As paredes já haviam sido erguidas, ajuda de Dumbledore para faze-lo magicamente. Hagrid colocaria um telhado logo, assim que terminasse de fazer as telhas. Acreditava que, trazendo um pouco de ‘civilização’ para Gawp, faria dele uma pessoa mais sociável. Harry quis dizer que achava isso pouco provável com um gigante, mas resolveu deixar quieto.


Quando percebeu as horas, viu que estava quase atrasado para a lição de Snape. Como tinha conseguido passar cinco horas ali? O tempo passava rápido demais, parecia. Tinha ajudado Hagrid a coser algumas almofadas, com a pouca experiência de Harry, e a péssima habilidade das mãos de Hagrid para o serviço, ficaram mais parecendo sacos de plumas disformes, mas Gawp provavelmente não se importaria com o aspecto decorativo da coisa.


Despedindo-se de Hagrid, Harry subiu correndo para a escola. Nem terminara de ler o que queria sobre Oclumencia. Agora era só esperar que snape estivesse um pouco menos irritado do que da última lição que teve.




.................................





Harry chegou à porta arfando. Tinha corrido desde a cabana de Hagrid até as masmorras mas conseguira chegar a tempo. Bateu de leve na porta.


“Entre.” Snape respondeu de dentro da sala, secamente.


Quando Harry entrou, o professor estava de costas para a porta, em pé de frente para sua escrivaninha lendo algo. Virou-se para Harry quando a porta fechou.


“Teve pelo menos a iniciativa de abrir o livro?” perguntou com certa impaciência.


“Sim.” Harry quis dizer que o livro por si só provavelmente teria muito mais a ensinar que o professor, com sua má vontade, mas resolveu ficar calado. Snape já estava irritado sem razão nenhuma, se Harry o provocasse poderia resultar em um episódio como o anterior.


Snape olhou-o com descrença. Tirando sua varinha de dentro de suas vestes apontou-a para Harry. ‘então começaremos logo. Apronte-se”


Antes que Harry pudesse sequer se preparar, Snape já havia terminado sua contagem.


“Legilimens!”


Uma série de imagens começou a passar na cabeça de Harry. Sua última briga com Cho. A batalha com o dragão em seu quarto ano, no torneio Tribruxo. Harry inclinando sua cabeça a Bicuço, Hermione dando um tapa em Malfoy naquele mesmo ano, Sirius fugindo no Hipogrifo... Snape não deveria estar vendo aquilo...


“Não!”


Harry estava no chão, de joelhos, sua cabeça doía como se fosse explodir, arrancou seus óculos de seu rosto e esfregou os olhos.


“Você não está se esforçando, Potter.” Disse Snape, com uma voz aveludada, mas ao mesmo tempo venenosa em cada sílaba.


“Estou tentando, mas você não me dá oportunidade!” sibilou entre dentes.


“E você supões que o Lorde das Trevas será mais cuidadoso, estou certo?” perguntou sarcástico, sobrancelhas arqueadas.


Harry bufou, levantando-se para continuar. Cabeça erguida, encarou o professor. Snape pareceu no mínimo intrigado com sua determinação.


“Comecemos de novo, do Início?” Harry Perguntou. Snape meramente concordou com a cabeça, erguendo sua varinha.


“Legillimens!” Bradou


Harry tentou pensar em coisas que não tinham a mínima importância. O céu. Os doze usos do sangue de dragão.Um capítulo do livro de Herbologia. Estava conseguindo, não estava permitindo Snape ver nada de interessante em sua mente! O livro de quadribol, a estante dos livros de adivinhação...


Foi então que tudo desandou. No momento que viu o livro dos sonhos que tinha apanhado, flashes do sonho que tivera sobre o corredor apareceram de novo. E naquele momento perdeu o fio da meada, logo depois, cenas de várias coisas que não queria que fossem vistas começaram a aparecer. A Sra. Weasley e o bicho papão. Sirius cantando no natal e pendurando os enfeites pela casa. O sorriso malicioso de seu pai enquanto torturava o jovem Snape que vira na última vez que teve suas lições de Oclumencia.Sirius e Lupin quando conversara com eles pela lareira após ter visto a penseira de Snape.


Harry só não havia caído no chão pois teve tempo de escorar-se em uma parede antes disso. Respirava rápido e parecia que seu coração sairia pela boca a qualquer momento.


“Estava selecionando seus pensamentos no início?” Snape perguntou desinteressadamente.


“Estava.” Disse Harry, ao tomar mais ar. Sua cabeça doía muito.


“O que aconteceu? Você perdeu o controle novamente! Permitiu-me ver coisas que, em outro caso poderiam me dar armas contra você!” disse sério e impaciente!


“Eu... não.. sei.” Harry disse irritado.


“e vejo que ainda está... fascinado, Potter, pela imagem de seu pai. Diga-me, Black provavelmente ainda colocou os louros na cabeça de Tiago Potter depois que falou com ele? Mesmo Dumbledore acreditava que seu pai era um heroizinho em miniatura, não importando o que fazia na escola com seus amigos, da mesma forma que age com você. Mas eu não acredito nisso Potter. Acredito que, continuando a passar a mão sobre a cabeça mini-celebridades como você apenas o tornará mais arrogante e presunçoso, como é o que tem se - ”


“CALE A BOCA!!!” Harry gritou.


“Snape pareceu um tanto chocado. “O que disse Potter?!” sibilou, impaciente.


“Eu não sou meu pai! Você não me conhece, não estudou comigo! Eu jamais atacaria alguém sem razão, mesmo que seja um verme como Draco Malfoy!” Harry estava quase atacando Snape.


“Ah, sim? Lembro-me de tê-lo encontrado quase atacando o sr.Malfoy várias vezes ao decorrer dos anos...” o professor disse em voz sedosa.


Os olhos de Harry denunciavam sua irritação, e ele sabia que snape percebera.


“Malfoy sempre provocou isso!”


“Ah, sim, assim como Black e seu pai sempre costumavam dizer mesmo quando...”


“Eles estão mortos! Não dá pra deixa-los em paz?! Qual o problema com você?!?”


Snape não disse mais nada. Fitou Harry impassível, enquanto este o encarava.


“Começaremos de novo, Potter. Esteja preparado desta vez.” Disse secamente. “Legillimens!”


Mas Harry não estava preparado para começar. Em sua mente só estava o ódio pelo professor de poções. Por que ele não podia deixar seu pai e Sirius em paz? Eles estavam mortos, Sirius estava... morto.


Uma série de cenas seguiram na sua cabeça. Sua entrada no ministério, os Comensais. O véu.Voldemort. Bellatriz e Sirius lutando. Sirius caindo para trás do véu.


“Nããão!!!”


Quando Harry abriu os olhos parecia que estava acordando de um sonho. Estava deitado no chão frio de pedras, Snape estava ajoelhado em uma perna ao seu lado.


“Está bem, Potter?” o professor parecia um tanto quanto inquieto. Ao que parecia, Harry havia desmaiado.


Harry olhou para o teto por alguns segundos até pensar em olhar para Snape. Estava profundamente amargurado, e era a última pessoa que queria ver. Por que Snape tinha que ter trazido aquelas memórias à tona, justamente agora?


“Estou.” Respondeu em seco, e, apoiando-se em suas mãos, começou a levantar-se.


“Foi essa a... morte de Sirius Black?” Snape estava agitado. Não olhava Harry nos olhos, sequer.


Harry pensou que iria explodir. Antes que pudesse se controlar, já tinha começado a gritar com o professor.


“Sim, foi isso! Está satisfeito agora, em poder VER isso? Aposto que sim, e mais, tenho certeza que sua decepção foi ter sido Bellatriz e não VOCÊ quem o matou, não é? Mas fique tranqüilo, você deve ter colaborado em muito para isso! Por que não me deixa em paz, por que me faz lembrar disso?! Por que não deixa Sirius em paz, ele está MORTO!!!!”


Quando Harry terminou de falar, tinha certeza que o professor o atingiria com alguma maldição dali a qualquer momento. Mas ele não o fez. Snape apenas ouviu tudo calado e, depois de ponderar suas palavras, dirigiu-se a Harry.


“Foi exatamente isso que você me mostrou na sua lembrança o que aconteceu?” perguntou sério.


“Que diferença faz?” Harry perguntou irritado.


“A diferença é, Potter, que se o que eu vi foi exatamente o que aconteceu, Sirius Black não está morto.”







## Taraaaan... *suspense* no próximo capítulo a explicação de Snape, O que aconteceu com Sirius Black... Por favor, comentem! ##

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