Ainda é a segunda semana de au

Ainda é a segunda semana de au



Ainda é a segunda semana de aula

Era o outro dia de aula, o posterior de quando Katie quase disse tudo na cara de Remus, a respeito dele e de Lily. Mas ela não o fez, por intervenção da ruiva.


Estavam no Salão Principal tomando café da manhã. Era sábado. Um dia tranquilo. Um dia em que não eram todos que acordavam sete horas da manhã para descer e tomar café da manhã. Alguns não ligavam de perdê-lo. Mas outros, como Peter, sempre queriam aproveitar a deliciosa comida feita pelos elfos, mesmo não sendo todos que sabiam disso.


As garotas estavam à mesa comendo e conversando como sempre. E os garotos também, só que estavam a alguns centímetros de distância delas. E como todos eles, Ana Rinkel estava sentada ao lado de Lily, comendo sozinha.


A ruiva olhou para a garota que não falava nada, que só olhava para a comida, pensativa, e pela primeira vez sentiu pena da garota. Sempre sentia raiva pela garota sempre se intrometer no que ela e as amigas faziam quando tentavam dar o troco nos marotos. Sempre pensara que a garota era um gênio do crime, igual aos livros de Sherlock Holmes, que sempre estava a espreita, tentando descobrir o que elas fariam a seguir pra ir dedurá-las a McGonagall no próximo segundo.


Mas vendo a garota ali sentada ao seu lado, sozinha, sem nenhuma amiga pra ficar jogando conversa fora, sentiu pena. E não era bom sentir pena. Ninguém gostava que sentissem pena de si mesmos. Não aquelas pessoas ansiosas por atenção. Lembrou da conversa dela com a outra garota, Tracy, na Sala Comunal. Ela tinha que agradecer a garota de algum jeito. E o melhor que ela mesma poderia fazer era falar com Rinkel.


- Ahn... Rinkel? – disse, e suas amigas olharam para ela desconfiadas.


- Sim? – Ana olhou para Lily tentando parecer indiferente.


- Eu... Ahn... Eu ouvi você e sua amiga Tracy falando...


- Ela não é minha amiga – interrompeu a garota.


- Tudo bem. Eu ouvi você e a Tracy conversando na Sala Comunal.


- Precisa ser mais específica. – Lily suspirou.


- Sobre você entregar a gente pela brincadeira nas estufas – Lily disse olhando para a garota, tentando esquecer da raiva que já sentiu por ela. A garota suspirou erguendo as sobrancelhas.


- Não precisa se preocupar Evans. Não vou falar nada pra McGonagall – disse e se virou pra sua comida.


- Não é isso que quero dizer – Lily disse e suas amigas estreitaram os olhos pra ela tentando descobrir o que ela iria falar. Suspirou pesadamente. – Eu quero agradecer por isso. – Rinkel se virou e olhou-a desconfiada. – É sério. Eu sei que você odeia a gente – a garota riu concordando. – Mas mesmo assim não falou nada. Você poderia fazer a gente pegar uma detenção, mas não o fez. E eu quero agradecer por isso.


- Não foi nada – sorriu minimamente.


- Aliás, aquela menina é um terror. – Rinkel riu concordando. – Não. É sério. Você não deveria andar com ela.


- E com quem mais eu andaria se não tenho amigas? – disse pegando as três de surpresa. Lily franziu o cenho tentando responder algo educadamente, mas não conseguiu pensar em nada. O bloqueio era devido a rixa que nunca acabaria entre elas. Pelo menos era o que ela pensava antes de ouvir a conversa dela e de Tracy.


- Bom, só uma dica – Marlene interviu. – Não seja chata e arrogante como sempre é. – a garota concordou e voltou a comer sua panqueca. – O que foi isso?


- Ela não delatou a gente.


- E por isso vai agradecer? – Marlene disse em voz baixa.


- Olha, Marlene. Às vezes as pessoas podem surpreender por simples ações.


- Não a Rinkel.


- Ela ajudou a gente – Lily repreendeu Lene.


- Perai. Eu to ouvindo direito? – Sirius chegou perto das garotas. Estivera ouvindo toda a conversa de longe. – Lily tá defendendo sua arqui-inimiga? – fez falsa cara de espanto. Lily rolou os olhos.


- Ela não entregou a gente. Só to agradecendo, não defendendo.


- Ah. Então foram mesmo vocês quem fizeram aquilo nas estufas? – riu desdenhoso. – Nada original.


- Você vai falar de originalidade Black? – Katie interviu. – E as bombas de bosta nos frangos sonserinos? – estreitou os olhos. Ele sorriu de lado.


- Não sei do que está falando Greengrass.


- Tá bom, finge que não sabe e nós fingiremos sobre a estufa – Katie sorriu levantando uma sobrancelha. Ele sorriu de volta.


- Então, Evans – disse se virando para a ruiva que suspirou e olhou para ele. – Tá pronta pra admitir que a Rinkel não é tão ruim quanto vocês três fazem ela aparentar ser?


- E você tá pronto pra admitir que ama a Lene? – Lily disse com um sorrisinho de lado, desdenhoso. Sirius riu, fungando.


- Só to falando que eu não acho que ela seja ruim como vocês falam. Ela pode ser até que boa pessoa.


- Ai meu Merlin, ele não admite que ama a Lene porque ele ama a Rinkel – Katie disse fingindo surpresa. Ele rolou os olhos.


- Que ama nada. Ele só catou a menina e tá tentando defender – Lene disse rindo.


- Nossa. Sério que pensam isso de mim? – disse, fingindo preocupação. As três concordaram e ele fingiu chorar. Riu. – Olha, é sério. Quando eu ajudei ela no dia da detenção...


- O que quer dizer que passou a mão na bunda dela – Lene interrompeu.


- Não. Não fiz isso porque passo tempo demais com Remus e to tendo... Sentimentos – disse como se fosse humanamente impossível falar essa palavra. As três riram. – Quando eu ajudei ela, ela não parecia ser um monstro. Na verdade ela parecia ser alguém cansada de ser rotulada pelas populares da escola – ele levantou as duas sobrancelhas. – Cansada de tentar mostrar que não é ruim. Que é até aceitável. Mas tava tão cansada disso que pegou o caminho mais fácil e fingiu ser o que a rotulavam.


- Desde quando virou psicólogo? – Marlene disse, desdenhando. Ele suspirou, cansado.


- Eu to falando sério McKinnon. Ela não é má pessoa. Você só deveria deixar de lado essa coisa ridícula de sempre rotular as pessoas que discordam de você, baixar essa postura de "nada me atinge" e ir falar com a garota.


- Olha quem fala de sempre rotular – riu, incrédula. – E você e o Snape?


- Snape é sonserino.


- E o que você acabou de fazer? – ele suspirou novamente e rolou os olhos.


- É impossível fazer você mudar de opinião. Até mais, garotas.


- Até – somente Lily e Kay responderam. Lene voltou para seu café da manhã.


- Sabe que eu acho que ele está certo? – Katie disse.


- Não começa Katie – Marlene disse. As três olharam para o lado e viram Sirius indo falar com Ana. Ela no começo estranhou, mas começou a falar com ele normalmente.


Então Lily percebeu que tudo o que ela mais odiava em Black ela estava fazendo exatamente o mesmo com a Rinkel. Se sentiu suja e desumana. Se repudiou por ter feito tudo o que ela fez com a pobre garota. Suspirou e voltou a comer sua torrada com geleia de morango.


-x-


As garotas já estavam no Salão Principal tomando café da manhã. Faltavam só dez minutos para começar as aulas e elas tinham que comer rapidamente para não perdê-las, ou chegar atrasadas nestas. A demora foi por conta, como sempre, de Marlene, que não acordava e quando o fez demorou mais de meia hora tomando banho e se arrumando.


Quando terminou foi arrastada pelas três amigas durante todo o trajeto porque ela sempre parava para conversar com as pessoas, especialmente com os garotos, para jogar seu charme diário.


E era por isso, muitas das vezes, que se atrasavam para o café e tinham que comer rápido.


- Não sei o porquê da pressa – Marlene dizia passando geleia em sua torrada.


- Você sempre demora pra se arrumar Lene. E ainda é a segunda semana de aula. – Katie disse.


- E fica jogando conversa fora com qualquer um que te cumprimenta – Lily completou.


- Não com qualquer um – ela se defendeu.


- Só com os garotos corvinais – Alice corrigiu passando manteiga no pão e dando para Frank, que retribuiu com um beijinho na ponta de seu nariz. Ela sorriu.


- Você sabe que virou a mãe do Frank né Lice? – Marlene disse revirando os olhos diante da cena. Alice mostrou-lhe a língua, rindo.


- Quando você amar alguém vai entender isso e fazer do mesmo jeito – passou o antebraço pelo braço do namorado se encostando em seu ombro.


- Nunca vai acontecer – Marlene riu desdenhosa.


- Você entender ou fazer do mesmo jeito? – Kay perguntou enchendo seu copo com suco de abóbora.


- Amar alguém – disse normalmente dando uma mordida em sua torrada. Katie e Lily se entreolharam. Elas sabiam do que se tratava.


Há dois anos, quando começavam o quarto ano, Marlene se interessou por um garoto do sétimo. Ele era bonito, jogava no time de quadribol da Grifinória, tinha muitas admiradoras por seu porte e beleza. Ela sabia que era difícil chegar nele de qualquer forma, sendo sempre cercado e tendo garotas mais velhas aos seus pés. Ele era do tipo Potter e Black só que mais velho, e um pouco mais maduro.


Ela ficava olhando ele sempre que aparecia perto dela, e ele às vezes retribuía o olhar, mas nada mais. Não parecia estar querendo nada com ela, mas continuava olhando algumas vezes.


Ficou nisso até no dia da visita à Hogsmead, que coincidia à véspera da viagem de volta pra casa pro Natal. E foi nesse dia que ele a chamou para sair.


Ela ficara extasiada, não parava de falar disso para Lily e Katie, e ficou sexta a noite inteira escolhendo a roupa perfeita, porém no final mudou completamente, como sempre fazia.


Ela descrevera como o encontro perfeito. Andaram por toda Hogsmead para no final tomarem cerveja amanteigada. Quando iam embora ele a levou para longe da multidão e a beijou. Maravilhosamente, como descrevera também.


Passou os feriados de Natal e Ano Novo pensando nele, pensando em como seria na escola quando voltasse, pensando em vários encontros e finalmente ele pedindo-a em namoro. E quanto mais ela imagina essas cenas, mais ela se apegava a tal fato tendo então um amor platônico, pois ele nunca correspondeu.


No dia que voltou as aulas ela foi procurá-lo. Mas ele disse que não tinha intenção de continuar com aquilo. Que foi somente uma vez na vida dela, e ela deveria agradecer a ele por proporcionar tal felicidade.


Aquilo a destruiu por completo, porque naquela época ela ainda era uma garotinha que se apegava e tinha paixonites. E esse amor platônico foi a única vez que chegou perto de amor. E desde então ela não acreditou mais em amor.


Dizia que amor era coisa de criança, que os homens falavam isso somente pras garotas ficarem mais apegadas a eles, para se iludirem e depois irem pra cama, para no dia seguinte darem o pé na bunda.


Ela não acreditava que existia amor. Ela saía com vários garotos, mas somente uma vez, para se sentir bem consigo mesma, porque quando ela se viu por baixo do garoto, jurou que nunca mais faria isso, nunca mais sentiria isso, que os garotos sentiriam isso em relação a ela.


- Ainda nisso Lene? – Lily disse suspirando cansada, massageando as têmporas.


- Sim. E pra sempre será – sorriu rapidamente e voltou para seu café.


Os garotos entraram no Salão Principal, e, como todas as vezes, saíam cumprimentando as pessoas, todas elas, praticamente. Sentaram-se ao lado das garotas.


- Bom dia garotas – Remus disse educado, olhando para as quatro – E Frank. – o garoto cumprimentou-o com a cabeça. As garotas disseram em uníssono “oi”, menos Lily. Remus olhou para a garota, que estava ao seu lado, meio desconfortável. – Oi Lily – ela mesmo assim não respondeu. Katie e Marlene olharam para a garota também desconfortáveis, mas mesmo assim não respondeu, nem olhou para o garoto, que ainda a fitava. Logo os marotos restantes olharam de Remus para Lily. Ela respirou fundo.


- Encontro com vocês depois. Esqueci um livro – se levantou e saiu do Salão Principal.


- Que deu nela? – Sirius franziu o cenho olhando de Katie para Marlene, que estavam ao seu lado.


- Ela tem tantas matérias que sempre esquece algum livro – Katie riu nervosamente.


- Acha que eu sou besta Greengrass? – fitou-a levantando uma sobrancelha.


- Eu acho que sim – Marlene interviu. Estava entre os dois.


- Posso te mostrar que tá errada - ele sorriu de lado, meio cafajeste. Ela riu em desdenho.


- Isso não funciona comigo Sirius.


- Se eu insistir talvez funcione.


- Ah não. Outro James e Lily não. – Katie disse alto pra atrair a atenção dos dois que riram e se voltaram para sua comida.


- Como assim “outro James e Lily”? – James perguntou olhando para a garota que estava a sua frente.


- As suas cantadas funciona em todas, menos na Lily. E você continua enchendo o saco da garota pra sair com você – Katie explicou. – E o charme do Sirius dá certo em todas, menos na Marlene, fazendo deles dois os novos James e Lily.


- Funciona em todas hein, Greengrass? – Sirius se debruçou na mesa tentando olhar pra garota sorrindo marotamente de lado e fitando-a com intensidade.


- Não começa Black – ela rolou os olhos.


- Vai ser azarado de novo, Almofadinhas – Peter disse rindo, fazendo todos rirem e se lembrarem do incidente do primeiro dia de aula.


- Eu ainda não beijei a Evans nem a McKinnon – Sirius disse ainda olhando a loira.


- E não vai conseguir – Katie disse como se fosse óbvio.


- Perai, porque a Evans? – James perguntou olhando para o amigo, com o cenho franzido.


- Ciúmes de novo, Pontas? – Sirius alfinetou rindo de lado. James rolou os olhos. – Eu só to tentando manter minha promessa. De beijar as três. Uma já foi – e se virou mais uma vez para Katie sorrindo de lado.


- Promessa essa que vai ter que quebrar – Marlene se intrometeu.


- Por quê? – Sirius se virou agora para a morena.


- Porque nunca vai conseguir nada comigo.


- Tem tanta certeza disso? – deu-a um olhar de desafio. Manteve o olhar até ela quebrá-lo voltando, mais uma vez, para sua comida.


- É mais fácil James e Lily namorarem do que eu dar um beijo em você Black.


- Ei, ei, ei. Parou. Quem disse que vou namorar a Evans? – James se intrometeu.


- É impossível isso – Remus se manifestou pela primeira vez desde o “bom dia”.


- Concordo Aluado – James disse. – Isso é impossível. Eu nunca vou me amarrar a ninguém, e a Evans, bom... – riu de lado – nunca vai querer nada sério comigo. Possivelmente uns beijos aqui e ali, mas querer algo sério... – parou, processando um pouco. – Pensando bem, acho que ela pode querer algo sim. Mas nunca vai conseguir – riu em desdenho. Katie e Marlene o fuzilaram com seus olhares e se levantaram, bem quando o sinal tocou.


-x-


Lily saiu do Salão Principal quase correndo. Não conseguia respirar direito. Seu peito subia e descia rapidamente e ela nem sabia o motivo. Remus conversou com ela, não tendo feito isso desde a semana passada. E era o que ela queria antes. Mas talvez tenha mudado por conta das atitudes que ele tomara anteriormente.


Ele passara o fim de semana inteiro sem olhar pra ela, sem se dirigir a ela, e magicamente, no meio da outra semana, vem falar com ela? Aquilo não estava certo.


Ele não conversou com ela nenhum momento. Quando os olhos se encontravam ele desviava rapidamente. Se estavam no mesmo grupo de amigos conversando, ele saia de perto pra não correr o risco de falar com ela por acidente, ela imaginava.


Durante praticamente uma semana ele não falara com ela por um segundo, e agora ele dera bom dia como se nada tivesse acontecido.


Por orgulho ela não iria mais responder ele. Era estupidez e criancice, mas deveria ir conforme seus princípios. Ele a machucou muito tendo feito o que fez, e ela não iria entregar sua amizade novamente de mão beijada.


É claro que ela queria que tudo fosse como antes, que eles brincassem como irmãos, que falassem sobre coisas estúpidas que só eles entendiam, que entendessem o que estavam pensando somente com um olhar. Mas isso nunca mais aconteceria. E mesmo que ela estivesse com o coração partido, não voltaria a ser como era antes.


Ela nem percebera que esbarrara em uma coisa pequena com cabelos negros de tão profundamente que estava pensando.


- Ah. Lily.


- Luke – exclamou. – Quanto tempo a gente não se vê – sorriu.


- Tempo mesmo. Quando eu chego no café da manhã vocês ainda não estão. E saio e vocês ainda não chegaram.


- Culpa da Marlene – ambos riram. – Como está? Se adaptando muito rápido?


- Sim. Mais ou menos – sorriu amarelo. – Tem aula por aqui?


- Que andar a gente tá? – ela franziu o cenho. Olhou em volta e só viu primeiranistas e segundanistas. Definitivamente não era ali que tinha aula.


- Primeiro.


- Não. Minha aula é no terceiro. DCAT.


- Ah. Tenho aula com ele hoje. 15 horas. Parece que vai ter Clube de Duelos.


- Clube de Duelos? – ergueu as duas sobrancelhas analisando Luke. Ele assentiu. – Não tem isso há muito tempo. O último foi com a minha sala, ainda no segundo ano. Tá adiantado.


 - Talvez por causa da guerra – deu de ombros. Ouviram o sinal bater e os estudantes começaram a se dispersar.


- Eu preciso ir. Subir dois andares – sorriu fraco.


- Ah. Tudo bem. Até no Salão Comunal.


- Até.


-x-


Lily estava na sala de aula e ainda pensava em Remus, e no ocorrido do café da manhã. Ela tinha jurado a si mesma que não iria se torturar com esse assunto, mas não conseguia. Sempre que pensava em outra coisa sua mente divagava e voltava para Remus. Já estava cansada de pensar tanto nele. E não era tão necessário assim. Nem percebera o pedaço de pergaminho que caíra na sua frente.


James vira. Cutucou a garota que o olhou sem paciência.


- Suas amigas querem falar com você – apontou para o pergaminho.


Pegou-o em sua mão vendo a letra de Marlene: "Vai explicar o que aconteceu de manhã?".


Escreveu somente uma palavra "Depois". Devolveu o pergaminho.


- O que aconteceu de manhã? – James perguntou já sabendo que ela não iria responder. E foi o que aconteceu. Ela nem se importou em se virar para ele para rolar os olhos. Ele riu de lado olhando-a de perfil.


Virou-se para frente olhando para a nuca de Sirius. Tentou pensar no que acontecera de manhã pra que Lily não quisesse que ele soubesse o assunto que falava com as amigas. Lembrou dela se levantando da mesa depois que eles chegaram. Depois que Remus olhara para ela e dissera "bom dia".


Era isso. Ainda estavam brigados. Ou pelo menos ela estava. Era a primeira vez que ele falara com ela desde a semana passada. Eles ainda continuavam brigados. Lily estava chateada com ele. Mas por quê? O que fizeram que seria sério ao ponto de pararem de falar? Será que discutiram por algum motivo irracional? Será que Lily fizera algo contra Remus? Ou ele contra ela? Será que se beijaram e se arrependeram?


Seu estômago afundou diante tal pergunta. "Merlin. Eles se beijaram. Ou será que não. Não. Não é possível. Eles não se beijaram não. Ou será que beijaram?"


"Por que tá pensando nisso?"


"Nenhum motivo."


"JÁ DISSE PRA NÃO MENTIR PRA SUA CONSCIÊNCIA BABACA."


"Não to mentindo."


"Tá sim."


"Não to."


"Tá."


"Não."


"Tá."


- Potter?


- NÃO – gritou. As poucas pessoas que estavam na sala olharam pra ele desconfiadas.


- Meu Deus – Lily franziu o cenho. Ela que chamara ele. Batera o sinal e ele não dera nenhum sinal de que tinha escutado – Tá viajando no seu mundo?


- Não – disse rapidamente. Recolheu seu material e saiu da sala sendo seguido por Sirius.


- Que foi aquilo? – perguntou assim que o alcançou.


- Aquilo o quê? – tentou se fazer de desentendido.


- Tava viajando legal hein? – ele riu fraco. James não disse nada. – Nem tava prestando atenção na aula.


- Isso não é novidade – Remus disse andando ao lado de James. Peter estava logo atrás deles, não conseguindo acompanhar seus passos largos.


James olhou-o disfarçadamente, pensando se deveria ou não tocar no assunto Lily. Talvez se não falasse tão na cara, ele sem querer soltava alguma coisa.


- Então, Aluado. Tem beijado alguém ultimamente?


"Sutil."


"Cala a boca."


"Sabia que eu sou você né? Então quando tá falando cala a boca, você está se mandando calar a boca."


"Shh."


- Quê? – Remus olhou-o franzindo o cenho.


- Você sabe. Ficando com alguma garota desde que voltou pra cá.


- Por que a pergunta? – começou a ficar bravo.


- Só quero jogar conversa fora.


- Faz isso com o Sirius – olhou pra frente e começou a andar rapidamente, pisando firme.


- Que foi tudo aquilo? – Peter perguntou finalmente alcançando-os.


- TPM – Sirius disse e os três riram.


-x-


- Sério que ele disse Clube dos Duelos? – Katie perguntou colocando suco de abóbora em seu copo.


- Sério. Ele vai ter nas últimas aulas. – Lily disse.


- Estranho – Marlene disse.


- Muito – Katie concordou.


- Então a gente vai ver? – a morena olhou de Lily para Katie com um sorriso de canto. Esse sorriso era a marca de quando ela estava aprontando alguma.


- Tá louca? – Katie olhou-a meio assustada.


- Que foi? A gente só iria matar a aula do Binns.


- Opa. Matar aula? – Sirius disse chegando mais perto de Katie com James colado nele.


- Lily matar aula? – James perguntou com desdenho.


- Por que a pergunta? – ela ergueu uma sobrancelha olhando o garoto.


- Porque você é a Senhorita Certinha. Monitora da Grifinória. Sempre responde as perguntas dos professores. Fica horas na biblioteca estudando mesmo não sendo necessário.


- Já provei mil vezes que isso não atrapalha em nada – olhou bem para os olhos do garoto, desafiando-o.


- Aposto que você não tem coragem – James disse, encarando a ruiva a sua frente.


- Você realmente não me conhece – Lily disse, encarando de volta, meio vermelha.


- Ok. Parou com a tensão sexual – Sirius disse tentando chamar a atenção de volta pra ele. – Então, como a gente faz?


- A gente? – Marlene olhou para ele.


- Sim. Todos vamos matar aula.


- Não seria suspeito? – Katie se intrometeu.


- É o Binns. Ele não vê nem quem dorme na aula dele.


- Ele vai perceber que sumiu muitas pessoas da sala dele. – Lily disse olhando para o maroto.


- Eu posso encobertar todo mundo – Remus interviu. Estava no mesmo banco que Lily, só que alguns centímetros longe. Ela nem olhou para ele. Ficou encarando a mesa.


- Não. Você vai – James disse firme.


- Por que isso? – Remus o encarou.


- Porque nós vamos fazer juntos. Todos. – Remus deu de ombros e voltou para onde estava anteriormente.


- Então. Como vamos fazer? – Sirius perguntou olhando para as três garotas com um sorriso de lado.


- É só não entrar na aula – Marlene disse rolando os olhos.


- Nossa, grande ideia McKinnon. Você é um gênio – disse ironicamente.


- Você que perguntou.


- Tá bom. Chega – Lily interviu antes que começassem a brigar. – A gente não vai na aula. Como Marlene disse. E a gente sai andando.


- Como se ninguém estivesse olhando? – James ergueu uma sobrancelha. Ela revirou os olhos.


- Não tem ninguém monitorando os corredores. E tenho certeza que podemos pegar um atalho.


- Ah não. Vocês não vão conhecer os atalhos de Hogwarts – Sirius disse balançando a cabeça em negação.


- Você acha que é só você quem sabe as passagens secretas? – Marlene disse desdenhosa rindo fraco. – Tão inocente.


- Nem tanto – olhou-a com o sorriso canalha, marca registrada de Sirius Black. Ela riu balançando a cabeça ironicamente.


- Você sabe que isso não pega em mim.


- Chega – Lily interferiu, novamente. – Nós sabemos de algumas passagens que chega até aqui mais rápido.


- Por que aqui? – James a olhou. – Por que não lá fora. É isso que vocês fazem quando matam aula? Vem pro Salão Principal pra comer? – disse divertido, vendo-a revirar os olhos mais uma vez.


- Idiota. A gente vai vir pra cá ver Luke.


- Vai ter Clube de Duelos na sala dele – Katie completou.


- Clube de Duelos? – Sirius disse – Pensei que...


- Tinha acabado. É. Acabou. – Lily disse – Nossa sala foi a última a ter. E éramos do segundo ano. Mas aparentemente voltou por causa... – parou e respirou fundo – da guerra.


- Lily. Não precisa fazer isso. – Katie disse sorrindo fraco pra amiga.


- Fazer o quê? – James interrompeu.


- Ela tá com medo de que Comensais da Morte vá no bairro da casa dos pais dela. – Marlene disse.


- Obrigada por compartilhar minha vida Marlene – disse ironicamente.


Com essa guerra eclodindo ela ficara com muito medo. No começo, quando era alguns desaparecimentos, ela não se importava tanto, nem sabia o que estava acontecendo. Achava que era natural, como acontecia no mundo dos trouxas, quando alguma pessoa de família virava sem teto e sumia.


Mas ai teve a batalha no Ministério da Magia entre Voldemort e Dumbledore onde mudou tudo. Voldemort se expôs. De nada adiantava continuar matando pessoas em segredo, e em número pequeno.


Começaram a sumir e aparecer mortas em bastante número. Como se não fosse o bastante para ele. Ele exterminava mais trouxas e nascidos trouxas, dizendo não merecerem o mundo, que eram inferiores a eles.


Lily ficava assustada toda hora que abria o jornal e via alguma notícia sobre desaparecimento ou morte de trouxas, pensando ser algum amigo ou sua própria família. Sempre que mencionava o nome do bairro torcia para não ler Cokeworth, onde ela morava com os pais. Tinha muita afeição por aquele bairro. Nasceu e cresceu lá. Mesmo não tendo amigos lá ela se importava muito por onde morava. E nem por mudar de escola e ser uma bruxa deixou de se preocupar com as pessoas que viviam em seu bairro.


Não gostava de se sentir daquele jeito. Sempre com medo, impotente, sem conseguir fazer nada e só conseguir chorar baixinho toda noite para que ninguém escutasse.


Prometeu a si mesma que não iria fazer mais isso, que iria se esforçar para se tornar uma Auror e ajudar os trouxas que não sabiam o que estava acontecendo.


Mas desde que voltou para a escola sua vida estava uma bagunça, e ainda era a segunda semana de aula. Com o que aconteceu com Remus ela não conseguia mais pensar em nada, e nem se concentrar em seus estudos. O ano que vem já era seu último ano, e ela queria começar cedo para se preparar bem e ser boa.


- Não precisa se preocupar Evans. Tem Aurores lá fora cuidando disso – Sirius disse sério pra garota.


- Mas ainda tem pessoas morrendo. – engoliu em seco.


- Tem que haver sacrifício para o bem maior – olhou-a significativamente. A ruiva se assustou com ele. Nunca tinha visto ele falar daquele jeito. Tão seriamente, tão convicto que o bem iria ganhar, que não deveriam se preocupar com isso. Que deveriam ficar calmos. Ela assentiu respirando fundo, e ele deu um sorriso rápido.


- Ok. Onde estávamos – James disse depois de cinco segundos, olhando de Sirius para Lily.


- A gente não entra na sala e vem pra cá. Simples. – Marlene resumiu.


- Feito então. – James sorriu pra garota. E os dois marotos voltaram pra onde estavam anteriormente.


-x-


O castelo estava silencioso. Todos estavam nas suas respectivas salas ouvindo os professores durante os intermináveis minutos. Ninguém estava andando pelos corredores. Somente sete sombras que corriam com a cabeça baixa, entre as armaduras, para ninguém reconhecê-los.


Depois de dez minutos correndo nos lugares escuros eles chegaram no Salão Principal. Já estava cheio de pequenos alunos e a passarela enorme já estava colocada no meio deles.


- Esses primeiranistas são tão baixinhos. Não era assim quando eu era primeiranista – James disse.


- Claro. Você já nasceu gigante – Lily disse rolando os olhos.


- Você que é baixinha demais.


- Eu tenho a altura normal.


- Não se preocupe. Eu gosto das baixinhas – deu um sorriso de lado. Lily rolou os olhos.


- Dá pro casal calar a boca? – Marlene disse olhando de Lily para James.


- Se disser casal de novo te dou um soco na cara – Lily ameaçou.


- Boa sorte com a sua mulher – Sirius disse irônico. Lily deu um soco no braço do garoto que resmungou, mas riu.


- Vamos ficar aqui atrás – Katie disse apontando para um pilar que estava a uma boa distância dos alunos, mas que dava para se esconder.


- Não to muito confiante – Lily disse com o cenho franzido.


- Tá se arrependendo Evans? – James disse com um sorriso cínico na boca. Ela não disse nada, tentando não se irritar com o garoto.


Ficaram atrás do pilar, como Katie dissera, olhando as crianças. Vez ou outra subia dois primeiranistas na passarela para duelaram. Outras vezes duelavam no chão.


Raios coloridos sempre passavam perto da cabeça, orelha e barriga dos alunos, mas não conseguiam acertar, e quando o faziam não era com tanta intensidade. Alguns alunos nem conseguiam fazer os feitiços.


- Nós deveríamos estar aqui? – Lily disse, abaixando, tentando ficar do tamanho das crianças.


- Relaxa Evans senão vai delatar a gente – James disse ficando de joelhos, praticamente, pra não ser visto pelo professor Hughes.


- Não sabia que você sabia palavras difíceis – Katie disse olhando para o garoto.


- O quê? Pensou que eu era uma porta? – olhou para ela com a sobrancelha erguida.


- Basicamente – encolheu os ombros. Todos riram.


- Shhh – Lily disse, tentando segurar o riso. – O professor vai ouvir.


- Vai nada Lily – Marlene disse olhando para a enorme passarela que estava no meio do Salão de Jantar.


- Por que a gente não tem mais clube de duelos? – Sirius disse olhando o professor andar pra lá e pra cá falando com os primeiranistas.


- Porque não somos mais primeiranistas – Remus respondeu, também se encolhendo.


- E daí? E com essa guerra quase explodindo? – disse James.


- Não fala da guerra – Peter se encolheu em um canto, ficando menor que os alunos do primeiro ano.


- Por que não Pettigrew? Se está realmente acontecendo? – Lily olhou para onde ele estava. Franziu o cenho.


- Não fala assim com ele – Remus interviu.


- Hein Peter? – Lily disse sem olhar para o maroto.


- Então vai ser assim? Me dar gelo pra sempre? – ele levantou uma sobrancelha.


- Não sou eu a covarde aqui – disse ainda olhando Peter. Todos prenderam a respiração, esperando pela resposta de Remus, só que não veio. Metade deles sabiam o que estava acontecendo. Outra metade não fazia a mínima ideia.


- Olha. É o Luke – Marlene disse rápido, cortando a tensão. A atenção voltou para o centro do Salão de Jantar.


O pequeno garotinho de cabelos muito negros estava subindo até a passarela gigante, junto com outro aluno, que era quase o dobro de sua altura. Se bem que qualquer um era quase o dobro da altura de Luke, por ser tão pequeno. O professor Hughes disse algumas palavras e se afastaram. Cumprimentaram-se e deram cinco passos para trás, se virando e preparando-se para atacarem. Não passou nem cinco segundos e Luke já gritava:


- Expelliarmus – o feitiço atingiu o garoto grande bem no peito. Enquanto sua varinha voava longe o garoto voava um metro de altura para depois cair de bunda no chão, fazendo um enorme estrondo. Todos gritaram, batendo palmas. Os sete, marotos e garotas, ficaram boquiabertos com que o pequeno garotinho acabara de fazer.


- PAREM O QUE ESTÃO FAZENDO – alguém de longe gritou. As garotas e os marotos ainda estavam processando o que acabara de acontecer pra se preocupar com a pessoa que estava chegando perto do professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.


- Algum problema Sr. Filch? – o professor franziu o cenho olhando para o velho que acabara de interromper sua aula. Esqueceu do garoto caído no chão gemendo de dor.


- Caralho, o Filch – Sirius sussurrou.


- Meu Merlin – a voz de Lily tremeu um pouco.


- Vamos embora logo – Katie disse.


- Me foi informado que sete alunos do sexto ano estão fora de suas salas e andando por aqui. – disse, tentando ser um profissional prestativo.


- Quem disse? – Peter sussurrou.


- Quando eu descobrir não vai existir mais pra contar a história – Marlene disse entre os dentes.


- Ok, para de ser uma matadora de elite e começa a andar rápido pro corredor sem ser vista – Sirius disse empurrando ela.


Logo todos estavam praticamente correndo com a cabeça abaixada pro corredor mais próximo. Peter estava mais pra trás pois não era acostumado com tanta pressão. Começou a tropeçar nos próprios pés, fazendo barulho enquanto tentava firmá-los no chão.


- Rabicho, para de fazer barulho – James disse nervoso, repreendendo-o.


- Eu... Não to... Conseguindo... Correr  – disse sem ar.


- Você tinha que ter repetido três vezes na sobremesa de hoje né – Sirius disse, também nervoso. Ao longe ouviram o Sr. Filch:


- O que é esse barulho?


- Não fala assim com ele Sirius – Remus disse.


- Ah. Para com isso. Virou o defensor dos fracos e oprimidos Lupin? – Lily disse brava, se virando para o garoto.


- Cala a boca os dois – Marlene disse alto e brava. – Vamos entrar aqui. – Apontou para um armário de vassouras perto deles.


Entraram com tudo, um empurrando o outro. Era um lugar pequeno. Estavam todos apertados um contra os outros. Só ouviam a respiração acelerada de todos, tentando se estabilizar.


Lily estava ao lado de Remus, sendo esmagada por Lene. Remus estava se mexendo, por estar sendo esmagado por Peter e Kay.


- Dá pra parar de se mexer? – Lily disse brava. Remus cutucou-a sem querer. Ela o cutucou de volta.


- Ei. Eu não te cutuquei por querer tá? – Remus disse olhando para a garota.


- Que seja – mexeu-se novamente, cutucando ele.


- Dá pra parar? Tá machucando – disse nervoso.


- Para vocês dois – Marlene disse nervosa.


- A culpa não é minha – Lily disse.


- Claro que é. Você que tá me machucando de propósito. – Remus se defendeu.


- Não é de propósito. To tentando me sentir confortável – disse irônica.


- Não vai muito longe – disse retribuindo a ironia. Lily revirou os olhos.


- Peter, se acalma. Para de se mexer – Marlene disse pondo a mão no ombro do garoto para ele se controlar.


- Eu... Não... Respiro... – disse pausadamente.


- Respira sim. Vai. Com calma. Se acalma – Katie o tranquilizou pousando a mão no outro ombro dele.


- Isso tá errado – Sirius disse franzindo o cenho. Estava ao lado de Katie.


- Que tá errado? – ela perguntou.


- O Peter tá no meio de duas garotas, e eu to do lado do Pontas – disse batendo no estômago do amigo.


- Sirius, cacete, não me bate. Eu também não to no meio de duas garotas – disse. Ele estava ao lado de Sirius e de frente à Katie.


- A gente pode mudar de posição né Rabicho? – Sirius disse com a sobrancelha levantando, olhando suplicante para o amigo.


- Claro que... não – disse se acalmando. – Esse é o meu momento de glória. – todos riram. Mas pararam na hora que a porta do armário foi aberta com estrondo.


Era Filch com McGonagall.

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Tentei compensar por ter demorado tanto tempo para escrever o capítulo, mas não consegui. E realmente sinto muito. Eu poderia demorar mais um pouco pra escrever mais, mas ai eu demoraria muito, principalmente agora que voltou a faculdade. Então, novamente, perdão pela demora. E eu tentarei escrever mais rápido, só não vou prometer, porque agora tá mais difícil que antes. Ps.: Essa fanfic está no Nyah. Se alguém já imigrou pra ela está aqui o link fanfiction.com.br/historia/506824/Rivalidade_contra_Desejo/ 
Obrigada pra quem ainda a lê. Significa muito pra mim. Aliás, obrigada pelos comentários. Eu sempre esqueço de respondê-los.

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Comentários (2)

  • LeleCangane

    Quanta complicação, meu Deus kkkk Estou adorando, parabéns Má <3

    2016-02-20
  • Bru Mckinnon Black

    adoreiii o cap! Parabén! Amo d+ o Sirius e a Lene!! Fofos!! Não demora muito pra escrever o próxim, viu? Bjo

    2015-02-21
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