Desavença



Manhã do último dia de julho, pensou Tonks. Ela estava deitada na cama, tinha acabado de acordar. Eram seis da manhã, ela se levantou com jeito para não acordar Remo. Ela teria que trabalhar. Ela se vestiu em silencio, tentou derrubar e tropeçar em menos coisas o possível.


Ela desceu para a cozinha, ela cozinhava, não tão bem quanto Remo. Ela comeu, mas quando o bacon desceu pela garganta dela começou a queimar em seu estomago e subiu de novo. Ela chegou na pia bem a tempo. Ela limpou a sujeira e jogou no lixo o resto do bacon que estava em seu prato.


Ela saiu do prédio e desaparatou no Ministério. Chagando lá, ela pegou o elevador e foi para o nível dos aurores.


- Bom dia. – disse Arthur á ela.


- Bom dia. – respondeu Tonks, mas ela se sentiu muito mal.


Ela empalideceu e enjoou do nada, ela perdeu o equilíbrio, mas Arthur a amparou bem a tempo.


- Você está bem?


- Estou sim, foi só uma tontura.


- Eu vou com você até o sala de aurores. – ele passou um dos braços de Tonks por cima de seus ombros, quando não podiam mais ouvi-los ele disse – Você não estava bem quando saiu de casa?


- Estava sim, eu comi um bacon que me fez mal, deve ter sido o óleo.


- Não deixe Molly saber disso, se ela souber que Remo deixa a comida muito engordurada ela vai começar a aparecer na sua casa todos os dias para lhe deixar um café da manhã e almoço...


- Não foi ele que fez o meu café fui eu.


- Não quer ir embora, ou pelo menos avisar Remo?


- Não mesmo.


- Eu posso cuidar dela, e talvez convencê-la a voltar para casa


- Essa voz não compareceu ao meu casamento. – retrucou Tonks voltando-se para trás para abraçar Tânia.


- Mandei um Patrono para você dizendo que não poderia ir.


- Você está em boas mãos, e eu tenho que trabalhar. – disse Arthur.


- Obrigada por tudo Arthur.


- O que aconteceu com você? – perguntou Tânia, ela estava um pouco mais bronzeada desde a última vez.


Quando as duas adentraram e se acomodaram na sala de aurores praticamente vazia, porque desde que Rufo assumiu o Ministério os aurores relaxaram muito com horários, Tonks contou de sua repentina tontura.


- Eu acho, que você...


 


Tonks pediu para sair mais cedo naquele dia, queria chegar logo em casa, Tânia iria junto com ela, só por precaução, mas quando ela entrou dentro do apartamento descobriu em cima do balcão um bilhete de Remo, que dizia que ele tinha saído com Gui para os últimos preparativos do casamento dele.


- Ela saiu. – disse Tonks carrancuda.


- Quando a gente não queria que ele estivesse por perto para escutar nossas conversas ele estava, agora que você precisa conversar com ele, ele inventa de sumir. – disse Tânia.


O alarme do feitiço soou nos ouvidos de Tonks.


- Ande, se esconda, só pode ser ele vindo aí...


Tânia correu para  atrás da parede. Ela só escutou a porta lá embaixo se abrindo.


- Chegou mais cedo? – perguntou Remo.


- É, pedi para sair mais cedo sim.


O barulho de copos tilintando veio fraquinho aos ouvidos de Tânia.


- É que sabe... eu tenho uma novidade pequenininha para te contar.


Pequenininha? Isso era pequeno, não era não era enorme. Tânia saiu um pouquinho para fora e lançou um feitiçinho de beliscão em Tonks, que ela não demorou em retribuir.


- Se você não me disser eu não vou saber. Uísque? Eu comprei um desses, aposto que você não provou é ótimo.


 - Ah, melhor daqui a uns nove meses. – respondeu Tonks a oferta do marido.


- Por que daqui a nove meses? – ele olhou para ela, e depois a compreensão clareou suas feições. – Não me diga que você está...


- Grávida. Eu vou dizer assim mesmo, vamos ter um bebê.


- Me diga que isso é piadinha sua.


- Por que eu diria, eu estou grávida.


- Não, não pode ser verdade...


- Não sei por que não pode.


- Vou te explicar por que.., a minha raça não seria capaz de engravidar uma mulher.


- Eu sei que você pensa assim...


- Porque é assim, você não estudou lobisomens?


- É claro que sim...


- Então...


- Então eu te digo que poderia sim, a sua raça, como você mesmo disse, nunca tentou.


Ele perdeu a paciência com ela, ele poderia ter gritado, mas disse:


- Eu não vou ficar aqui enquanto você não parar com isso...


- Vai ficar até me dizer o que você tem contra o seu filho, se você não queria... – desta vez ela se calou.


- Não foi isso quis eu quis dizer, longe disso...


- Não to te entendendo.


- O que eu quero dizer é que mesmo que seja verdade, eu não poderia criá-lo com você. - Ela não respondeu, então ele continuou. – E se ele for como eu? E se você não agüentar o parto ou simplesmente não der certo? É isso que eu quero que você entenda. Não suportaria passar a minha deficiência a uma criança inocente, perder você ou ver você sofrer.


- E por isso você prefere acreditar que é uma mentira?


- Eu não sei... Eu vou sair.


- Você prometeu ficar do meu lado. – disse Tonks. Ela parou na porta e olhou para trás, como se recordasse do dia que fizera a promessa.


- Você prometeu me respeitar.


Quando ele foi embora e fechou a porta atrás de si, Tânia achou que era seguro descer, Tonks estava sentada no sofá, com o rosto entre as mãos.


- Viu porque eu te falei para vir comigo, eu sabia que ele ia reagir assim. – disse Tonks com a voz abafada.


- Eu não queria que vocês tivessem brigado. – ela se sentou ao lado da amiga, ela passou os braços pelos ombros dela de forma consoladora. – Ele vai voltar.


- Deus te ouça. – sua voz soou embargada, o que disse com todas as letras para Tânia que ela estava chorando.


Para falar a verdade, demorou muitos dias até que ela se sentisse melhor.


 


Pouco tempo depois.


 


Tonks estava deitada na cama, ela se sentia cansada demais. Ela ouviu batidas na porta. Ela estava na casa dos pais, como Tânia sugerira, era mais seguro ali.


- Pode entrar. – ela pensou que fosse sua mãe, mas era Remo.


Ele se sentou na ponta da cama de casal, que ficava no antigo quarto dela.


- Preciso falar com você, pedir desculpas por tudo. – ela não respondeu, e também não olhou para ele. – Eu precisei que alguém me dissesse que eu era um covarde, para que eu percebesse a idiotice sem tamanho que eu estava fazendo.


- Seja lá quem tenha sido tem razão, e eu aposto que foi o Harry quem te disse isso.


- Eu queria saber quem te conta tudo isso.


- Como assim?


- Não sei quem te contou que eu fui mordido por Grayback.


- Foi Dumbledore quem te contou que eu fiquei sabendo?


- Foi, eu ainda fico pensando com que propósito ele me disse isso.


Ela não respondeu.


- Quem t conta todas essas coisas.


- Eu não vou dizer, é o melhor meio que eu tenho de ficar de olho em você á distancia.


- Tem razão.


Eles ficaram quietos, Tonks ainda encarava o teto.


- Dumbledore te disse porque fui eu quem contou á ele a localização de Grayback. Eu não queria, mas a Ordem não tinha escolha.


Tá bem, dessa parte eu não tinha idéia, pensou Remo com seus botões.


- Te perdôo por ser tão bestão.


- Eu não achei que ia ser tão fácil. – admitiu Remo com alívio.


- E não ia ser, mas a Tânia, quase me obrigou a te perdoar sem antes de lançar umas boas azarações.


- A Tânia voltou?


- Há dias. – ela o olhou pelo canto do olho. – Sei no que está pensando. No Quim, ele já sabe da volta dela.


- E daí? O que aconteceu?


- Ontem ele deixou o Tony com a Molly, a ex-mulher dele tinha voltado. Ele e a Tânia desaparataram para a Itália, para se casar em segredo. Devem estar aqui depois de amanhã.


- Meu Deus, como você sabe de tudo isso?


- Está falando com a melhor amiga da Tânia, e eu já sei que os dois se gostam há séculos. Desinformado.


- Tem certeza que você me perdoou mesmo?


- Tenho, por que?


- Porque eu quero ter certeza.


Ele se aproximou e Tonks se sentou na cama, os dois se beijaram, e foram interrompidos quando Andrômeda surgiu rabugentíssima na porta. 

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