Dursleys

A senhora Potter parou o carro em um posto de gasolina no meio da estrada e as duas saíram do veículo para poder esticarem as pernas.

- Eu vou abastecer o carro! - a mulher avisou – Se quiser ir ao banheiro é melhor ir agora, pois só vamos parar em Surrei.

- Na verdade não estou com vontade de ir ao banheiro, fui antes de sairmos de casa – disse – Mas vou comprar um sorvete para mim. Vai querer um também, mãe?

- Você só pode estar ficando maluca, Halley! - revirou os olhos – Está nevando, está muito frio para tomar sorvete.

- Sorvete foi feito para tomar no frio! - a garota explicou – Acontece que tomar uma coisa muito fria faz o seu corpo esquentar por dentro e, consequentemente, por fora também. Diferente de tomar alguma coisa quente que causa um choque térmico.

- Tudo bem, eu já entendi! - levantou a palma da mão para fazê-la parar – Não adianta discutir nada com você, sempre tem um bom argumento de resposta.

- Sabia que iria te convencer! - tinha um enorme sorriso no rosto nesse momento – Também conseguir te convencer a querer um sorvete também?

- Não obrigada, ainda prefiro tomar sorvete somente nos dias de calor – respondeu – Quem sabe eu tome um chocolate quente.

- Choque térmico não é uma boa coisa! - continuou – Sabe, uma mudança brusca de temperatura pode...

- Tudo bem, Halley, eu já entendi! - a interrompeu mais uma vez – Vai logo tomar o seu sorvete enquanto eu coloco gasolina no carro.

- Certo! - foi saltitando em direção a loja de conveniência.

A garota comprou um sorvete de chocolate e voltou para o lado de fora do posto de gasolina. Lilian já estava pagando ao funcionário pelo combustível.

- Acho que já podemos ir! - abriu a porta do carro para que a filha pudesse entrar – Agora está faltando bem poco para chegarmos.

- Que legal! - disse ironicamente – Tudo que eu queria era passar o meu primeiro final de semana de férias do natal na casa da tia Petúnia.

- Ora, minha filha! - passou a mão pelo cabelo, levemente ruivo, da garota – Não vai ser tão ruim assim.

- O dia mais divertido do ano é que não vai ser! - virou o rosto para a janela e ficou olhando a paisagem do lado de fora – Vai ser assim: tio Válter reclamando de tudo, tinha Petúnia tentando ser agradável e puxando conversa e o Duda o tempo todo na frente da televisão ou do computador.

- Tudo bem, eu confesso que a casa da minha irmã não é o lugar mais agradável do mundo – concordou, por fim – Mas ela é minha irmã e eu não posso, simplesmente, deixar de vê-la. Você não faria com o Harry, não é mesmo?

- Claro que não, por mais que não concorde com algumas atitudes dele, eu amo o meu irmão – disse – Aliais, só estou aceitando ir hoje para poder dar um pouco de privacidade para o Harry e para a Mione.

- Fico feliz que você tenha pensado assim! - continuou – Eles precisam se conhecer melhor e isso tem que ser antes do bebê nascer.

- Agora, falando sério, mãe! - Halley virou-se para a mulher, que estava com os olhos fixos na direção – Você acha mesmo que os dois podem se dar bem. Quero dizer, serem um casal de verdade?

- Não posso ter certeza disso, minha filha, ninguém pode fazer isso, na verdade – suspirou pesadamente antes de falar – Somente o Harry e a Hermione sabem o que vai acontecer. Tudo que podemos fazer é torcer para que o que eles decidam seja o melhor para eles e para o bebê.

- Acho que o melhor para o bebê é que os pais se deem bem! - a garota respondeu – Mesmo que isso seja com eles separados.

- Os dois acabaram de casar, Halley, ainda tem muita coisa para acontecer até que essa criança nasça – lembrou – E é importante que eles tenham esses meses para conversarem e se entenderem, pois tudo vai mudar depois disso.

- O que pode mudar depois que o bebê nascer? - a olhou em dúvida – Quero dizer, a única diferença é que eles vão ter um bebê, não é mesmo?

- Halley, minha querida, quando você for mãe, vai entender! - colocou a mão sob a da filha – Quando você tem um filho pequeno, nada mais importa, somente o bebê.

- Acho que isso deve ser verdade, mesmo! - concordou com a cabeça – Afinal, é um ser humano totalmente dependente dos pais.

- E que muda a vida dos dois também! - completou – Por isso, vamos deixá-los se conhecerem melhor e ver no que isso vai dar.

- Sabe mãe, eu fui a primeira a concorda com as atitudes do meu irmão, em como tudo isso aconteceu nem no que ele fez no principio dessa gravidez – a garota estava mexendo a barra do casaco – Mas a Mione é a minha melhor amiga e se a felicidade dela for mesmo ao lado do Harry, irei dar todo o apoio para os dois.

- Eu sei muito bem que o Harry, no inicio não queria o bebê e, imagino, que ele até tenha pedido para ela fazer um aborto! - a mulher estava bem séria nesse momento – Mas nem você, nem o Harry, nem a Hermione nunca falaram qual foram as circunstancias em tudo aconteceu. Como foi que os dois acabaram ficando juntos.

- Acredito que esse assunto diz respeito apenas aos dois, não sou eu quem vou te contar isso – respondeu, depois de pensar por alguns segundos - Acho que é tudo que eu posso dizer sobre isso no momento, não é um assunto para se preocupar agora, tem um bebê a caminho que é muito mais importante.

- Tem razão! - concordou, por fim – Além disso, o Harry pareceu se redimir e está aceitando o filho e tudo mais.

- Claro! - concordou dando um fraco sorriso;

Halley voltou a olhar a paisagem do lado de fora. Talvez aquele não fosse mesmo um assunto para se preocupar no momento, mas não podia se esquecer daquela aposta e também do fato de que amiga não sabia de nada. Por mais que estivesse tudo bem entre o jovem casal, dúvida que ela fosse esquecer, caso um dia fique sabendo, que essa foi a causa da sua gravidez.

- Mas agora chega de falar do seu irmão e da Hermione! - Lilian decidiu mudar de assunto – Podemos usar o restante do tempo que temos de viagem para colocarmos o papo em dia. Não acha uma boa ideia.

- Claro! - deu de ombros – Tem alguma novidade para me contar? Alguma coisa boa que tenha acontecido no hospital?

- No hospital está tudo na mesma, como sempre. Pessoas doentes e os médicos tentando fazendo com que elas melhores e amenizando as suas dores – respondeu calmamente – Eu queri mesmo era saber de você, como estão as coisas na escola.

- Também estão na mesma – sorriu – Agora eu Janeiro devemos começar a mandar as nossas inscrições para a faculdade, os professores estão bem empolgados com isso.

- A faculdade é claro! - colocou a mão na testa, com tanta coisa acontecendo nos últimos três meses, já tinha até se esquecido de que seus filhos estavam no último ano da escola – Quer dizer que logo os meus bebês não vão estar mais morando comigo?

- Vai mesmo começar com esse drama agora, mãe? - revirou os olhos – Você não vai nos perder, sempre vai nos ver nos natais e nas férias de verão.

- Tem razão, ainda não está na hora de me preocupar com isso, tenho mais nove meses para me preparar – concordou – E em quais faculdades você vai se inscrever?

- Meu sonho sempre foi Oxford! - lembrou, era o que a garota sempre dizia desde que teve idade o suficiente para começar a ler – Mas é claro que não vai ser única que eu vou tentar. Vou mandar minha inscrição para a Universidade de Londres e para Cambridge, talvez tente também alguma nos Estados Unidos.

- Não é bom mesmo se inscrever em uma faculdade só, pois sempre tem aquela chance de não ser aceito! - concordou – Se bem que, com as suas notas, acredito que você não vá ter problemas em ser aceita em nenhuma delas.

- Também não é assim! - já podia sentir o seu rosto esquentar pela vergonha – Nem sou a melhor aluna da classe, é a Mione.

- Mas você também é uma excelente aluna! - passou a mão pelo cabelo da garota – Tenho orgulho de você e tenho certeza de que seu pai sente o mesmo.

- Obrigada! - sentiu algumas lágrimas se acumularem no canto do seu olho, nunca tinha tido uma conversa dessas com a mãe.

- E agora me diga como está o Draco? - pediu – Não o vejo desde a festa de Halloween quando ele foi te buscar. Nem parece que os Malfoy são nossos vizinhos.

- Não tenho falado com ele desde aquele dia! - revirou os olhos ao se lembrar da atitude infantil do garoto ao contar sobre a gravidez de Hermione para todos na escola – Digamos que estamos meio que brigados.

- Isso é mesmo uma pena! - fez uma cara triste – Vocês dois estavam uma gracinha juntos, até formavam um casal fofo.

- Confesso que posso ter sentindo algo por ele em algum momento – não conseguiu encarar a mãe nesse momento – Mas não sei se daríamos certo juntos, somos muito diferentes.

- Você ainda vai encontrar alguém que te faça muito feliz, minha filha – garantiu – Talvez não seja o Draco, mas será alguém muito especial.

Nesse momento estavam entrando em Surei. Rodaram mais cerca de dez minutos até chegarem ao centro da cidade e chegarem a rua dos Alfeneiros.

- Aqui estamos! - a mulher parou o carro em frente a casa do um grande número quatro na frente – Por favor, Halley, seja boazinha.

- Eu sempre sou boazinha, mãe! - levantou as mãos em sinal de redenção – Mas se o Duda começar a me encher, não respondo por mim.

- Sei que seu primo não é a melhor pessoa do mundo para se conviver – pensou um pouco em como iria terminar essa frase – São só algumas horas, tenha um pouco de paciência, por favor.

Nem precisaram tocar a campainha, no momento em que saíram do carro, a porta da frente foi aberta. Lá de dentro saiu uma mulher alta, com cabelos pretos e cara de cavalo.

- Lilian, minha irmãzinha, que bom que você veio – abraçou a outra mulher com bastante força – E você também Halley. Você cresceu desde a última vez em que te viu.

- Você me viu no último natal tia Petúnia, ainda não tem nem um ano – respondeu parecendo meio sem jeito – Tenho certeza de que estou da mesma maneira, não mudei nada desde então.

- Mudou sim, é que você não percebe por que se olha no espelho todos os dias! - explicou – Agora eu que não te vejo há uma bom tempo, percebo isso.

Então, ela virou-se novamente para a irmã.

- Agora me diga como é que estão James e Harry? - perguntou enquanto colocava o braço em volta do ombro de foram caminhando.

- Estão muito bem! - respondeu.

- Ótimo! - nesse momento já estavam dentro da casa – Valter, olha só quem acabou de chegar?

- Oi! - acenou sem nem ao menos retirar os olhos da televisão a sua frente.

Tio Valter estava da mesma maneira que Halley se lembrava desde que se entende por gente. Ele é alto, gordo, com a cara vermelha e com um enorme bigode no meio do rosto.

- Hoje tem um jogo muito importante na televisão – Petúnia explicou – Valter disse que não poderia perdê-lo de jeito nenhum.

- Certo, James e Harry fazem a mesma coisa lá em casa! - a outra comentou revirando os olhos – E aonde está o Duda.

- Lá em cima, mexendo no computador! - explicou – Disse que os professores passaram muito trabalho para eles fazerem durante o recesso de natal.

A visita estava sendo justamente da maneira que a garota tinha previsto. Tia Petúnia não parava de falar e tentava agradar as convidadas, tio Valter continuava a assistir ao seu jogo na televisão e Duda nem ao menos apareceu no andar debaixo da casa.

- Acho melhor ir ver como é que está o nosso almoço! - a dona da casa se levantou – Afinal não podemos comer muito tarde pois vocês ainda precisam voltar para Londres.

- Precisa de ajuda com alguma coisa, Petúnia? - Lilian quis saber, já fazendo menção em se levantar do sofá.

- Não precisa, Lilian, querida! - garantiu mostrando a palma da mão e a impedindo de se levantar – Pode ficar tranquila que posso me virar muito bem sozinha.

Então ela caminhou em direção a cozinha, deixando as outras duas sozinha na sala de estar.

- Mãe! - a mais nova começou a reclamar – Tem certeza de que não podemos ir embora agora? Eu posso começar a fingir uma tosse aqui e você diz que é melhor me levar o médico.

- Nós não vamos embora, Halley! - avisou bem firme – Aguenta só mais um pouco, a visita nem está tão ruim assim.

- Tem razão, não está tão ruim! - concordou – Está pior do que ruim, esse é o certo de se dizer.

Quando Petúnia retornou a sala, elas pararam de falar na mesma hora. Por sorte a outra não pareceu perceber nada.

- Já está quase tudo pronto! - avisou – Se vocês quiserem podem me ajudar a colocar a mesa.

- Nós te ajudamos sim! - a mulher mais nova respondeu – Não é mesmo, Halley? Ficaremo muito felizes em ajudar.

- Claro que sim, tia Petúnia! - concordou imediatamente – É só me dizer aonde estão todas as coisas.

Em menos de cinco minutos a mesa já estava arrumada e a comida também já estava toda pronta.

- Válter! - a dona da casa disse para o marido, que ainda estava em frente a televisão – Será que você pode chamar o Duda para almoçar?

- Claro! - desligou o aparelho antes de se levantar – Esse time está uma porcaria, por isso não consegue ganhar nada, tem é que mudar o técnico.

O jantar foi feito basicamente todo em silêncio. Já estavam na sobremesa e ninguém tinha se atrevido a puxar nenhum assunto.

- Eu imagino que o James deva estar ocupado com alguma coisa no trabalho! - Petúnia decidiu falar – Mas por que Harry não veio junto com vocês hoje?

- Decidimos que essa seria uma viagem somente de garotas! - virou-se para a filha que confirmou com a cabeça – Mas sabe que o Harry agora está trabalhando junto com o pai.

- Mas isso é mesmo muito bom! - ela pareceu mesmo feliz com a novidade – Afinal de contas, ele irá tomar conta de tudo daqui há alguns anos mesmo.

- É muito importante que o filho siga os passos do pai! - o homem comentou, pela primeira vez – Duda, o que acha de começar a trabalhar junto comigo na empresa de rocas?

- Eu não? - clamou, sua boca estava cheia de pudim – O seu trabalho é horrível, não quero trabalhar com isso também.

- E com o que você pretende trabalhar, meu filho? - quis saber.

- Eu quero ser muito rico! - respondeu – Muito rico mesmo, assim não vou precisar trabalhar.

- Mas como é que você pretende ganhar tanto dinheiro sem trabalhar? - Halley decidiu perguntar – Isso é meio contraditório, não acha?

- Ainda não sei? - coçou a cabeça com os dedos gordos – Mas eu vou dar um jeito nisso. Acho que posso ganhar na loteria.

- Entendo! - revirou os olhos – Então você pretende basear todo o seu futuro em um jogo de pura sorte? Não me parece muito inteligente.

- É isso mesmo que eu pretendo fazer! - pareceu bem irritado nesse momento – E não me faça mais perguntas.

- Tudo bem! - deu de ombros – Mas vocês sabia quem o Harry também está em lua de mel?

- O que? - os três Dursleys perguntaram ao mesmo tempo.

- Acho que esqueci de comentar isso também! - Lilian avisou – Harry acabou de se casar, ontem, na verdade. Não os chamamos pois foi uma cerimônia pequena, somente para nós mesmo.

- Não acham que o o Harry é muito novo para se casar? - tio Valter comentou – Ele tem a mesma idade de Duda, não é mesmo?

- E eu não quero me casar? - o garoto reclamou – Que horror! Ter uma esposa só da problema, acho que não vou me casar nunca.

- Isso também faz parte da novidade! - continuou – É que vamos ganhar um novo membro na família, ainda não sabemos se é menino ou menina, mas estamos muito felizes.

- Você está querendo dizer que o Harry engravidou essa garota? - a outra mulher perguntou, já parecendo chocada – Mas que horror!

- Isso é uma irresponsabilidade! - Valter gritou – Como é que vocês puderam deixar uma coisa dessas acontecer embaixo do teto de vocês?

- Sabemos que não foi a coisa mais certa, mas agora já aconteceu e não pudemos fazer nada! - explicou – Além disso, Harry está assumindo a sua responsabilidade.

- Se Duda fizesse uma besteira dessa ele pagaria muito caro! - o casal olhou para filho deixando bem claro que não era pare ele fazer isso – E ainda iriamos fazê-lo pagar por tudo que essa criança fosse gastar.

A mulher queria dizer que tinham feito Harry fazer tudo isso, tanto que ele está trabalhando na empresa da família. Mas percebeu que não valia a pena discutir com o cunhado e com a irmã.

- Pois eu estou achando ótima a ideia de ter um sobrinho ou uma sobrinha! - Halley decidiu dizer para deixar bem clara a sua opinião para todos ali – Principalmente por que a mãe é a minha melhor amiga.

- Espero que você não faça a mesma coisa que ela! - a dona da casa comentou – Já basta o seu irmão ter envergonhado o seus pais.

- Pode deixar que eu não vou fazer isso! - garantiu – Embora se eu fosse fazer, não fosse da conta de vocês – disse esse final bem baixo para que eles não ouvissem.

Depois que terminaram de comer, não demorou muito para Lilian e Halley decidirem ir embora. Alegaram que não queriam chegar muito tarde em casa e que também estavam com medo de pegar muito transito na entrada de Londres.

- Estaremos na sua casa no natal! - Petúnia avisou – Dia 25 bem cedo, como fazemos todos os anos.

- É claro! - concordou com a cabeça – Estaremos esperando por vocês, pode ter certeza.

O sol estava começando a se por quando elas entraram na estrada que as levaria de volta para casa.

- Eu tinha certeza de que esse dia seria uma verdadeira porcaria! - a garota reclamou, seu cotovelo estava encostado no vidro da janela – Ainda por cima começou a criticar o Harry, como se eles fossem perfeitos.

- Se tem uma coisa que eu aprendi com todos esses anos de convivência foi a ignorar tudo que a minha irmã disse e depois que ela se caso, passei a ignorar o marido dela também – explicou.

- Tudo bem! - concordou depois de suspirar pesadamente – Só espero que eles não se atrevam a falar nada durante o natal.

- Tenho certeza de que eles não falaram, afinal, é para ser uma noite agradável com os amigos e a família – garantiu.

- De qualquer maneira, é melhor eu alertar a Mione de qualquer coisa – sugeriu – Não acha uma boa ideia?

- Não acredito que tenha necessidade disso! - deu de ombros – Não estresse ela atoa. Hermione está grávida não é deve sofrer o mínimo de emoções fortes o possível.

- Está bem! - completou – Se acha que é melhor assim.

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