Luna Lovergood

O mês de outubro estava pensando rapidamente e Hermione já estava começando a se acostumar com a gravidez os enjoos agora costumavam ser menos frequentes e só apareciam pela manhã. Sua barriga também estava começando a ficar um pouco maior do que o normal, mas quem não soubesse da verdade poderia achar que só tinha engordado um pouco.

Quando a morena chegou a cozinha na manhã daquela sexta-feira, seu pai já estava terminando de tomar o seu café da manhã sentou-se ao lado dele.

- Acho que dormi mais do que devia – comentou apoiando a mão na cabeça – Quando ouvi o despertador desliguei e dormi de novo, acordei só agora.

- A médica disse que sono é normal na gravidez não é mesmo? - ela balançou a cabeça afirmativamente – Então não precisa se preocupar com isso, minha filha.

- Mas eu preciso ir para a aula! - lembrou – Não posso me dar ao luxo de dormir até a hora que eu quero, por mais que os meus hormônios estejam todos descontrolados.

- Eu sei disso, Hermione! - colocou a mão sob o ombro da garota – Mas lembre-se de que você sempre foi uma aluna exemplar, acredito que não vá fazer mal faltar uma vez só por estar cansada.

- E é dessa maneira que eu acabo relaxando dos estudos! - revirou os olhos – Então não consigo entrar em uma boa universidade e vou me sentir culpada pelo resto da vida.

- Acho melhor não falar mais nada sobre isso então - completou – Fiz panquecas e não adianta me dizer que não tem tempo de comer, não vou te deixar sair de casa antes de se alimentar decentemente.

- Pode deixar que eu vou comer sim! - garantiu enquanto pegava uma panqueca e colocava no seu prato – Pelo jeito está realizando o seu sonho de controlar tudo que eu estou começando e não me deixando pular refeições para continuar estudando.

- O que posso dizer – deu de ombros – Tudo na vida tem um lado bom, o da sua gravidez foi esse.

Suspirou pesadamente antes de terminar de comer a panqueca e colocar mais uma no seu prato.

- Mas então! - o homem voltou a falar – Hoje é o grande dia não é mesmo? Você está ansiosa com isso?

- Não posso mentir que pensei muito nisso nas últimas duas semanas – comentou – E certamente vou ficar esperando ansiosa por todo o dia.

- Acho que isso vai ser mesmo bom para você – admitiu – Conversar com outras mães adolescentes, que já passaram ou estão passando pela mesma experiencia que você.

- Foi a mesma coisa que a doutora Shane me disse – lembrou – Disse que eu vou gostar muito do grupo e que as garotas são muito legais.

- Tenho certeza de que vai ser ótimo mesmo! - deu um beijo no topo da cabeça da filha – Agora eu tenho que ir para o trabalho, nós nos vemos a noite.

- Certo! - deu um fraco sorriso – Só vou terminar de tomar o meu café e já vou sair também.

Por fim, Hermione começou dez panquecas e ficou totalmente chocada, nunca tinha comido mais do que três. Sabia que estava “comendo por dois” agora e que o bebê precisava de todos aqueles nutrientes, mas ficava preocupada por todos os quilos que iria ganhar. Infelizmente, tudo que podia fazer agora era esperar que voltasse ao seu peso normal depois da gravidez.

Foi escovar os dentes e pegou sua bolsa, seus livros e seus cadernos para poder ir para a escola. Assim que saiu pela porta tomou um grande susto quando viu sua mãe parada do outro lado do portão.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou se aproximando da mulher, seu tom de voz deixava claro que não tinha ficado nem um pouco feliz com a surpresa.

- Só vim aqui te convidar para irmos fazer compras – respondeu – Estava no shopping ontem e encontrei uma loja para bebês lindas. Você precisava ver, cada roupinha mais fofa que a outra.

- Por que você não vai até lá sozinha! - sugeriu – Sabe, eu nunca gostei muito de comprar roupas, é uma desvantagem de ter sido criada por um homem.

Durante todos os dias dessas últimas duas semanas, Isobel tem aparecido com várias roupinhas diferentes. A garota sempre dizia que não era necessário, mas ela sempre argumentava de que o primeiro neto ou neta precisava estar bem vestido e para isso precisava de muitas roupas.

Hermione deixou tudo em um canto do seu quarto, mas logo teria que transferir para um outro lugar só não sabia ainda onde, ainda não tinha parado para pensar aonde o bebê iria dormir. Passaria alguns meses na casa dos Potter, mas depois pretendia voltar para sua casa. Talvez pedisse para o pai para usar o quarto ao lado do seu, que estava vazio.

- Só pensei que você fosse gostar de me ajudar a escolher as coisas – explicou – Afinal, é o seu filho.

- Eu, realmente, não posso ir! - tentou responder com bastante calma – Tenho aula hoje.

- Não sabia que você continuava a ir para a aula! - disse – Afinal, você vai ter um bebê;

- Diferente do que pode estar imaginando, não estou encarando essa criança como minha fonte de renda dos próximos 18 anos – cruzou os braços e ficou encarando a mulher na sua frente – Ainda pretendo fazer faculdade.

- Não estou dizendo que os estudos não são importantes – continuou – Eu estava fazendo faculdade quando engravidei e larguei tudo para cuidar de você. Seu pai já trabalhava como assistente de dentista e ganhava bem para nos sustentar.

A morena não conseguia acreditar no que estava ouvindo, sua mãe queria que ela largasse os seu estudos.

- E se você pensa que não estudar não vai te dar futuro! - falou – Saiba que eu fico o dia inteiro em casa tomando conta do seu irmão e vivo uma vida muito feliz.

Já conseguia imaginar até como a mulher cuidava dele, saindo o dia todo para fazer compras e o deixando com uma babá. Da mesma maneira que fazia com ela quando moravam juntas.

- Tudo bem que o pai do meu filho é rico e pode me dar tudo do bom e do melhor, mas eu não sou igual a você, mãe, não é essa vida que eu quero para mim – estava bem séria nesse momento – Quero ter minha independência e ganhar o meu próprio dinheiro. Sem conta em realizar o meu sonho de ser jornalista.

Isobel ficou em silêncio por algum tempo processando tudo que a filha tinha acabado de falar.

- Tudo bem, já entendi, o que você acha de irmos depois da aula então? Posso ir te buscar – sugeriu – Afinal, você também tem que começar a pensar em comprar outras coisas para o seu filho também, como berço e carrinho.

- Hoje de tarde eu também não posso! - explicou – Tenho um compromisso e não posso adiar de jeito nenhum.

- Pelo jeito não vou te convencer a sair comigo hoje, quem sabe um outro dia! -suspirou pesadamente – De qualquer maneira, eu já comprei uma coisa para o bebê nessa loja ontem, toma! - entregou para a morena a sacola que estava na mão.

Ela pegou a caixa e abriu, dentro tinha um vestido cor-de-rosa com um pequeno laço, da mesma cor, nas costas.

- É uma graça! - deu um fraco sorriso – Mas eu ainda não sei o sexo do bebê, pode ser um menino.

- Tenho certeza de que vai ser uma menina! - a mulher garantiu – Da para ver pelo brilho dos seus olhos.

- Até que seria legal ter uma menina! - admitiu - Mas eu tenho tido sonho com um bebê todo vestido de azul.

- Meninas ficam bonitas de azul, você usou muitos macacões com essa cor – lembrou – De qualquer maneira leva, para dar sorte. Se for um menino, você guarda para o seu próximo filho.

Ela queria dizer que não sabia se iria passar por toda aquela experiencia de novo no futuro, mas preferiu ficar quieta. Guardou a roupa novamente na sacola.

- Obrigada, eu gostei muito! - disse, por fim – Mas agora eu tenho que ir mesmo para aula.

- Tudo bem! - disse – Acho que a gente se vê amanhã no seu jantar de noivado lá na casa dos Potter.

Acenou afirmativamente com a cabeça antes de entrar no seu carro.

Andou o tempo todo no limite de velocidade, mesmo assim quando entrou no estacionamento o sinal da primeira aula já tinha tocado. Quando conseguiu chegar na sala de aula, o professor já estava escrevendo no quadro.

- Eu sinto muito, professor Lupin! - disse assim que abriu a porta – É que eu acordei um mais tarde do que costumo e acabei de atrasando.

- Está tudo bem, senhorita Granger! - respondeu – Pode se sentar no seu lugar que eu vou dar as instruções para vocês começarem a redação.

Acenou com a cabeça antes de caminhar a cadeira bem ao lado de Halley. Percebeu que Harry a olhou de cima baixo por alguns segundos, como se certificasse de que ela estava inteira, antes volta a atenção para o quadro.

- Isso não é justo professor! - Rony começou a falar de repente – Quando eu chego atrasado, já fico de castigo depois do horário direto. Mas a Hermione não foi nem chamada a atenção.

- E eu tenho um motivo muito bom para isso, senhor Weasley! - cruzou os braços para encará-lo – A senhorita Granger é uma aluna exemplar, sempre tirou notas boas e nunca me deu trabalho. Ao contrário do senhor, algo que é melhor eu nem comentar.

Todos na sala começaram a rir da cara do ruivo, que já estava começando a sentir as suas orelhas esquentar.

- Muito bem alunos! - o professor tentou chamar a atenção novamente para si – Vamos começar logo o nosso trabalho de hoje.

Passou as instruções da redação que teriam de fazer e por fim avisou que tinham até o final daquela aula para lhe entregarem.

- Você está bem, Mione? - Halley perguntou bem baixinho para a amiga quando toda a turma ficou em silêncio – Você não chegava e eu fiquei preocupada.

- Eu estou bem! - respondeu no mesmo tom de voz – Já disse que acordei tarde, ando muito cansada nesses últimos dias. Você sabe, por causa do bebê.

- Eu te conheço há muito tempo, Mione, e sei muito bem que não foi só isso – a encarou bem séria – Pode ir contando a história toda.

- Tudo bem! - resolveu admitir, por fim – Quando eu estava saindo de casa, encontrei a minha parada no portão.

- A sua mãe! - disse um pouco mais alto do que estaca planejando, fazendo com que alguns colegas as olhasse – E o que foi que ela disse?

- Senhorita Potter e senhorita Granger! - nesse momento o professor Lupin estava parado bem na frente da ruiva – Será que tem algum assunto que as duas queiram compartilhar com o resto da turma.

- Não é nada, professor! - seu rosto, nesse momento, estava extremamente vermelho – Desculpe por falar muito alto.

- Está vendo só, professor! - Foi Rony quem falou, novamente – Depois fica dizendo que a Hermione é uma aluna exemplar, ela também fica falando durante a aula.

- Obrigado pela observação, senhor Weasley, mas isso não muda nada a minha opinião sobre o senhor – respondeu – Agora todo mundo voltando para a suas redações.

- Depois a gente conversa! - a morena – Vamos terminar logo essa redação antes que arranjemos algum problema com o professor Lupin.

Por fim, na hora do almoço, Hermione conseguiu contar sobe a conversa que teve com a sua mãe e sobre o novo presente que ganhou para o bebê.

- Eu não acredito que a sua mãe disse uma coisa dessas! - comentou, as duas estavam sentada em uma mesa do lado de fora do colégio – Ela acha mesmo que você vai parar de estudar e ser sustentada pelo meu irmão.

- Também quase não acreditei quando ouvi! - comentou – Até parece que eu iria ser como ela, tenho outros exemplos muito melhores para seguir.

- Bom, isso é verdade! - colocou a mão no queixo, pensativa – Mas você tem que admitir que o meu irmão até que merece isso, por tudo que ele fez.

- Talvez ele até mereça, Halley – respondeu – Mas eu não sou assim, não posso ser sustentada, nunca iria conseguir.

- Eu sei disso, Mione! - colocou a mão sob a da amiga – Ignora tudo que a sua mãe diz, tenho certeza de que logo ela vai embora, além disso, você sabe que a minha mãe está te dando todo o apoio.

Deu um fraco sorriso antes de se virar para o seu prato.

- Mas então quer dizer que sua mãe deu um vestidinho cor-de-rosa para o bebê? - mudou de assunto, em seguida.

- Pois é! - deu um fraco sorriso – Eu tenho que concordar com ela a respeito disso, também quero muito que seja uma menina.

- Uma menina toda parecida com você, mas com os olhos verdes do meu irmão – comentou rindo.

- Acho que seria legal também se parecer um pouco com ele! - disse – Quem sabe uma mistura de nós dois.

- Pode ser! - concordou.

Nesse momento viram Draco Malfoy se aproximando de onde elas estavam. A ruiva revirou os olhos assim que o viu.

- Bom tarde meninas! - sentou-se em uma parte vazia do banco – Cometinha, será que eu posso falar com você? A sós.

- Seja lá o que você tenha para falar comigo, Malfoy! - olhou séria para ele – Você pode falar na frente da Mione.

- Não tem problema, eu saio daqui! - disse se levantando – Vou levar a bandeja lá para o refeitório.

- Obrigado, Granger! - gritou em direção a garota que já estava subindo as escadas – Acho que agora podemos conversar a vontade.

- Acho que não tem jeito mesmo! - suspirou pesadamente – Mas fala logo que eu não tenho o dia todo para ficar aqui com você.

- Tudo bem, eu vou direto ao assunto, você sabe que vai ter a festa da Halloween na semana que vem, não é mesmo? - a garota, apenas, balançou a cabeça afirmativamente – Quero que você vá comigo, cometinha.

- Você está me convidando para ir a festa da Halloween com você? - riu levemente – O que é isso, alguma aposta que você fez com alguém, foi isso.

- Não tem aposta nenhuma, cometinha – garantiu – O que é que eu tenho de fazer para te provar isso?

- Seus antecedentes não são muito bons, Malfoy – cruzou os braços – A Mione é muito boazinha, mas eu não esqueci da aposta que você e o meu irmão fizeram.

- Já sei, acho que só existe uma maneira de te convencer que as minhas intenções são as melhores – colocou a mão no queixo pensativo.

- O que é? - perguntou séria.

Ele não disse nada, apenas a beijou. Foi um simples roçar de lábios, mas fez todo o corpo de Halley se arrepiar.

- Eu gosto de você, cometinha, desde que éramos pequenos – admitiu – Mas como você é irmã da pessoa que eu menos goto nesse mundo foi muito difícil de admitir.

A garota ficou em completo e silêncio sem conseguir dizer nenhuma palavra sequer.

- E o que você diz agora? - quis saber ainda bem próximo dela – Você vai a festa comigo ou não?

- Eu aceito sim! - foi tudo que conseguiu dizer.

- Ótimo! - deu um enorme sorriso antes de se levantar – Eu passo na sua casa as sete horas para te buscar. O que acha de combinarmos as fantasias, podíamos ir de vampiro, está na moda, não é mesmo?

No momento em que o loiro saiu andando em direção ao campo de futebol, Halley não pode deixar de dar um grande sorriso.

Ela ainda encontrou a amiga quando estava voltando para a sala de aula no fim do horário de almoço e contou sobre toda a conversa.

- Quer dizer que você vai à festa com o Draco Malfoy? - Hermione comentou quando pararam na porta da sala, a maioria dos alunos ainda não tinha voltado – Isso é mesmo muito legal!

- Você acha mesmo isso? - pareceu um pouco incerta – Quero dizer, será mesmo que eu devo ir à festa com ela.

- Claro! - deu de ombros – Vocês dois se conhecem desde pequenos e são vizinhos, tem uma grande possibilidade de dar certo.

- Acontece que nos nunca fomos, exatamente, amigos! - lembrou – Nossas mães nos levavam para a pracinha juntos, e ele passava a maior parte do tempo brincando com o Harry e tentava se aproximar de mim, mas o meu irmão não deixava.

- Que fofo! - a morena comentou – Quer dizer que ele já tentava alguma coisa com você desde que vocês eram pequenos.

- Nós tínhamos cinco anos, Mione! - fez uma careta e revirou os olhos - Sinceramente, não tem nada de romântico entre duas crianças de cinco anos.

- Sabe, eu sempre achei que o Draco gostava de você – continuou – Sempre te chamando de cometinha e tudo mais, é uma graça.

- Será mesmo? - Halley não pode deixar de sorrir bobamente nesse momento.

- E pela sua cara! - a olhou de cima a baixo – Acho que posso dizer que você sente a mesma coisa que ele.

- Tudo bem, você venceu – disse, o rosto dela estava totalmente vermelho nesse momento – Ele é o cara que eu disse que estava afim aqui do colégio. Mas eu nunca imaginei que ele fosse corresponder isso.

- Eu lembro que você me disse uma vez que a vida é cheia de surpresa e que nunca devemos dizer nunca – lembrou – Repito essas mesma palavras para você agora.

- Quer saber de uma coisa, no momento em que ele me beijou, foi mágico – cruzou os braços e se encostou na parede – Totalmente diferente de como foi com o Rony.

A morena queria comentar que foi a mesma cisa que sentiu quando beijou Harry, mas não queria estragar a alegria da amiga.

- Você está mesmo apaixonada! - disse, por fim – E isso é mesmo muito fofo.

- Só me faça um favor! - pediu – Não comenta nada com o meu irmão a respeito disso, ele vai pirar se souber de mim e do Draco.

- Pode deixar que da minha boca não sei nada a respeito disso – garantiu – E você vai ter q me fazer um favor também. Não faça nada precipitado, tenho certeza de que você não está com vontade de começar a frequentar o grupo das mães solteiras também.

- Com certeza eu vou me cuidar! - avisou – Já basta termos um bebê Potter a caminho.

Nesse momento o restante dos alunos do último ano da Grifinória começaram a chegar e as duas ficaram quietas. Não demorou muito para o professor Snape entrou na sala, estava com a sua costumeira cara mal humorada.

- Devo dizer que estou totalmente decepcionado! - disse andando de um lado para o outro da sala – Corrigi as provas de vocês e devo dizer que essa turma foi a pior de todos os alunos do último ano.

A prova que o professor Snape passou há duas semanas estava particularmente difícil. Principalmente por ele ter cobrado todo o conteúdo já estudado e mais algumas coisas que ainda não tinha estudado. Tentaram reclamar, mas, é claro, não adiantou.

Começou a entregar as provas corregidas. Hermione pegou a sua, tinha tirado A+ e não podia estar mais feliz por isso, mesmo com todas as coisas acontecendo na sua vida, ainda conseguia tirar boas notas no colégio.

- Quanto você tirou? - Halley perguntou enquanto o professor gritava com Neville Longbotom e estava ocupado demais para ouvi-las.

- A nota máxima! - mostrou a primeira pagina de sua prova, rapidamente.

- Eu também! - a outra fez o mesmo gesto – Quando ele disse que a turma toda foi mal, confesso que eu gelei.

- Também! - admitiu – Mas é melhor nem discutimos com o professor Snape, tudo que eu quero é passar por esse ano da maneira mais rápida possível.

- Já que parece que vocês não estão aprendendo pela maneira que eu ensino – disse quando voltou para frente da sala – Vou ter que passar mais exercícios para vocês.

Então eles passaram toda a aula fazendo milhares de exercícios, ao fim da aula estavam todos com a mão doendo de tanto escrever. Ficaram aliviados com o fim da aula, agora começava o final de semana.

Hermione tinha um livro para devolver na biblioteca e disse para a amiga que ela não precisava esperá-la. Depois disso ela iria direto para o hospital.

- Já está tudo certo, senhorita Granger – Madame Prince, a bibliotecária da escola, disse depois de colocar livro atrás do balcão – O livro já está devolvido.

- Muito obrigada, madame Prince – deu um fraco sorriso – Acho que segunda-feira vou passar aqui para pegar mais livros. Tenho muita coisa para estudar ainda.

- Está bem, querida – concordou com a cabeça – Mas sabe, você pode pegar o livro agora mesmo.

- Eu até poderia! - olhou rapidamente para o seu relógio, eram 3h30min e o grupo de mães adolescentes se reuni às 4h00min – Tenho um outro compromisso agora.

- Tudo bem! - disse – Sabe de uma coisa, acho que você está com um brilho diferente no olhar, mas não sei muito bem o que é.

- Bobagem, madame Prince! - tentou desconversar – Bom, agora eu tenho que ir mesmo.

Foi andado rapidamente em direção ao seu carro. Estava na matade do caminho e ouviu barulho de gente correndo no campo de futebol, que ficava bem perto.

- Cuidado! - ouvi alguém gritando, em seguida, sentiu alguma coisa batendo na parte de trás da sua cabeça.

- Virou-se e encontrou um bola e futebol caída bem aos seus pés. Olhou para frente e viu Harry correndo na sua direção.

- Desculpa por isso, Granger! - disse assim que parou a poucos centímetros da garota – Acho que chutei um pouco alto demais.

- Tudo bem! - passou a mão na região atingida, estava um pouco dolorido – Quero dizer, eu vou sobreviver.

- Que bom! - deu um fraco sorriso – Bom, acho que vou voltar para o meu treino de futebol.

- Certo! - o viu se virar e caminhar em direção ao campo – Pensei que você trabalhasse as sextas-feiras – comentou, fazendo com que ele a olhasse de novo.

- Eu trabalho sim! - respondeu – Mas que eu tinha treino de futebol hoje, então meu disse que eu podia faltar. Temos jogo de futebol contra um outra escola no inicio de novembro.

- Que legal! - sorriu – Tenho certeza de que vocês vão se sair bem. Você é um bom capitão para o time da Grifinória e deve ser um bom capitão para o tima da escola também.

- Obrigado! - pareceu meio sem jeito nesse momento – Tenho uma ideia. Você poderia assistir ao treino e depois poderíamos ir tomar um sorvete. O que acha?

Hermione quase não conseguiu acreditar no que tinha acabado de ouvir. Ele estava mesma a convidando para ir tomar um sorvete? Seria como um encontro?

- Não vai dar! - teve que responder, por fim – Vou a uma reunião de apoio a mãe adolescentes hoje. Recomendações da doutora Shane.

- Legal! - disse – Agora eu tenho mesmo que ir. Boa sorte na sua reunião. Imagino que você tenha ir embora também, não é mesmo?

- Tenho sim! - concordou com a cabeça – Acho que agora a gente só se vê amanhã na hora do jantar.

- Verdade! - revirou os olhos – Ainda tem esse jantar de noivado amanhã.

Os dois ficaram em silêncio se encarando por algum tempo. Parecia que queriam dizer alguma coisa, mas não conseguiram.

- Harry! - ouviram alguém gritando, era Rony. Pelo jeito, todos o estavam esperando para poder voltar com o jogo.

Então, cada um deles foi para o seu canto. A morena entrou no carro, levou menos de dez minutos para chegar ao hospital.

- Boa tarde! - disse assim que se aproximou da bancada da recepcionista – Eu estou aqui para a reunião do grupo de apoio as mães adolescentes, em que sala eles se reúnem?

- Sala 34! - respondeu sem ao menos olhar para morena.

Ela acenou com a cabeça antes de caminhar em direção a parte de dentro do hospital e ir em direção a sala 34.

Havia várias garotas no local, a maioria delas, provavelmente, já tinha tido filhos, mas uma delas, estava grávida, porém já deveria estar com uns sete ou oito meses.

- Olá, sou Hermione Granger! - disse para a mulher, que deveria ser a conselheira do grupo – A doutora Shane me mandou aqui.

- Olá Hermione, nós falamos por telefone! - ela disse com um enorme sorriso – Pode escolher um lugar para se sentar.

Percebeu que todas estavam olhando para ela, provavelmente olhando o seu uniforme. Hogwarts Academy era a escola mais tradicional de Londres, ninguém nunca imaginou que uma aluna de lá poderia aparecer grávida. Que maravilha, que estava sendo julgada até no grupo de mães adolescentes.

- Então acho que já podemos começar a nossa reunião! - a conselheira começou a dizer quando o relógio marcou 4h00min – Primeiro, vamos dar as boas vindas a Hermione Granger. Tenho certeza de que será bem-vinda por todos. Ela e esse lindo bebezinho que está a caminho.

- Todas começaram a bater palma e Hermione começou a sentir o seu rosto esquentar.

Nesse momento a porta da sala se abriu mais uma vez. Uma garota baixinha e loira entrou empurrando um carrinho de bebê.

- Desculpe a demora, Marta! - começou a se explicar – Mas que a creche não ia funcionar hoje e o meu pai está muito ocupado no trabalho para ficar com Ian, então tive que trazê-lo comigo.

- Está tudo bem, Luna! - deu um pequeno sorriso para ela – Por que você não se senta, já tínhamos começado a nossa reunião.

Ela concordou com a cabeça e se sentou ao lado da morena. Retirou seu filho de dentro do carrinho e o sentou em seu colo.

- Você vai ficar bem quetinho aqui! - disse – Depois a mamãe te leva para tomar um suco na lanchonete do hospital.

O restante da reunião foi bem interessante na opinião de Hermione. Ouviu o depoimento de várias da mãe que estavam ali e também a encorajaram a contar um pouco sobre a sua história e como estava se sentindo com a ideia de ter um bebê.

Por fim todas começaram a ir embora, mas Marta pediu para que a morena ficasse mais um pouco.

- Eu percebi que você gostou muito da reunião, Hermione, isso é muito bom – comentou – É claro que você não precisa continuar assistindo as reuniões se não quiser.

- Eu quero continuar a assistir as reuniões! - respondeu – Achei bem interessante a troca de experiencias, ainda tenho muito o que descobrir.

- Fico feliz com isso! - respondeu – Como a doutora Shane já te disse, o nosso grupo se reúne na terceira sexta-feira de cada mês. Espero você aqui na próxima reunião.

- Pode ter certeza de que eu estarei aqui – garantiu.

No momento em que saiu da sala, encontrou Luna sentada em um dos banco ajeitando o filho dento do carrinho. Ela tinha permanecido calada durante toda a reunião, provavelmente era tímida.

- Oi! - ela disse assim que a morena se aproximou – O seu nome é Hermione, não é mesmo? Sou Luna Lovergood – estendeu a mão para ela.

- Olá Luna! - apertou a mão da garota para cumprimentá-la – Não tivemos muito tempo para conversar durante a reunião.

- Verdade! - concordou – Mas, sabe, eu ouvi a sua história e achei muito interessante. Será que poderíamos conversar um pouco, tenho que levar um Ian para tomar um suco.

- Vamos até a lanchonete então! - respondeu – Estou ficando com fome mesmo, não como desde o almoço. É claro que minha médica não pode saber disso.

- De mim ela não saberá de nada! - garantiu.

Então as duas foram até a lanchonete e fizeram os seus pedidos. Ela pode dar um olhada melhor em Ian enquanto a outra garota dava o suco dele, ele tinha os cabelos pretos e seus olhos eram profundamente azuis como os de sua mãe, sem dúvida daria muito trabalho quando fosse mais velho.

- Esse seu bebê é coisa mais fofa do mundo – comentou – Da vontade de apertá-lo todo.

- É verdade! - Luna deu um rápida olhada para o bebê no seu colo – E ele é tudo que eu tenho nesse vida agora.

Hermione não pode deixar de sorrir. Esperava sentir o mesmo pelo seu bebê quando ele nascesse.

- A história da sua gravidez, pelo que contou, foi muito complicada - a loira começou a falar – Mas pelo menos você tem o apoio de todos a sua volta. E o pai do seu bebê vai assumi-lo, mesmo obrigado.

- Por que é que você está me dizendo isso? - perguntou.

- Sabe, as coisas não tem sido fáceis para mim desde que perdi minha mãe com 9 anos – explicou – Ela era pesquisadora e o avião em que estava indo para a China caiu.

- Eu sinto muito! - foi tudo o que conseguiu dizer.

- Tudo bem, já faz tanto tempo – disse – De qualquer forma eu passei a morar com o meu, ele é editor de um revista e sempre passou a maior parte do tempo na editora, nunca ligou muito para mim. Foi então que eu o conheci.

A morena estava ouvindo toda aquela história atentamente. Essa era, justamente, a troca de experiencias que esperava viver.

- Eu só tinha 13 anos na época e ele era bem mais velho, pensava que estava perdidamente apaixonada – deu um fraco sorriso – Namoramos escondidos por um ano, até que eu descobri que estava grávida.

Luna passou a mão no rosto para enxugar uma pequena lágrima que queria cair dos seus olhos.

- Quando eu contei para ele, disse que era um loucura termos um filho naquele momento e sugeriu que eu abortasse – olhou rapidamente para o pequeno Ian, que parecia distraído com o guardanapo nesse momento – Quando eu avisei que nunca faria isso, me disse que teria que me virar sozinha e nunca mais procurá-lo.

A morena pensou que essa parte da história era bem parecida com a sua. Mas o final era bem diferente.

- A parte mais difícil foi contar para o meu pai! - continuou – Ele ficou totalmente decepcionado e disse que estava sujando o nome da família. Então me mandou para a casa da minha avó em Manchester, onde eu tive o meu filho longe de todos.

- E quanto a pai dele? - quis saber – Você nunca mais o viu? Ele não quis mesmo conhecer o filho?

- Nunca mais o vi! - respondeu – Nem quero vê-lo. Estou criando o Ian muito bem sozinha. Além disso, o meu pai ajuda, pelo menos financeiramente.

- Certamente essa história é bem chocante! - conseguiu admitir por fim – Nunca imaginei que você tivesse passado por tanta coisa.

- Mas eu as superei e tenho certeza de que você também vai superar! - colocou a mão no ombro da morena – Ter um filho na adolescência não é tão ruim quanto parece.

As duas continuavam a conversar animadamente. Pelo jeito iriam acabar se tornando grande amigas.

Quando decidiram ir embora do hospital. Estava começando a chover, ainda estava bem fraca, mas pelo jeito iria aumentar.

- Essa não! - Luna comentou – Ian esteve gripado na última semana, não queria que ele pegasse chuva.

- Se você quiser eu posso te levar em casa - a outra sugeriu – Meu carro não está muito longe.

- Não precisa Hermione! - garantiu – Ligo para o meu pai e pergunto se ele pode passar aqui, provavelmente vai me mandar pegar um táxi.

- Então economiza o seu dinheiro! - avisou – Vamos logo, eu faço questão, é para isso que servem as amigas.

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