Se conhecendo melhor

Harry acordou sentindo um cheiro bom, de flor, invadindo o seu nariz. No momento em que abriu os olhos encontrou um emaranhado de cabelos cacheados na sua frente, era Hermione.

Percebeu também que sua mão estava na cintura da garota e a afastou lentamente tentando fazer o mínimo de movimentos possíveis para não acordá-la. Em seguida, se levantou da cama e correu para o banheiro.

Quando chegou a cozinha, seus pais já estavam no local tomando café da manhã em silêncio. Sentou-se em um dos bancos vazios e pegou uma torrada.

- Boa dia! - disse enquanto pegava a geleia de morango na sua frente.

- Bom dia, meu querido – sua mãe disse dando um enorme sorriso – Você dormiu bem essa noite?

- Sim! - balançou a cabeça afirmativamente – Acho que eu estava bem cansado pelo dia de ontem.

- É claro, estávamos todos bem cansados! - concordou – E aonde está a Hermione?

- Ainda está dormindo! - respondeu – Estudamos em biologia que mulheres grávidas costumam sentir muito sono por causa dos hormônios, então achei melhor não acordá-la.

- E faz muito bem meu filho! - a mulher concordou – Deixe-a descansar mais um pouco.

- Eu ainda me lembro da sua mãe quando estava grávida de você e da Halley! - o senhor Potter comentou – Acho que se dependesse dela, dormiria o dia inteiro.

- Estava grávida de gêmeos! - ela lembrou dando de ombros – Tinha dias que eu achava que estava sentindo duas vezes mais sono do que em uma gravidez normal.

- Sabe, eu acho que iria ficar feliz se a Hermione fosse ter gêmeos! - admitiu – Mas, por outro lado, não sei se daríamos conta de cuidar de dois bebês.

- Você sabe que ajudaríamos vocês com os bebês se fossem necessário – Lilian comentou – Não é mesmo, James.

- É claro! - balançou a cabeça afirmativamente – Nunca deixaríamos você e Hermione na mão.

Voltaram a atenção para as suas refeições. Não demorou muito para ouvirem passos de alguém em direção a cozinha, era Halley. A garota estava vestindo uma calça jeans, uma blusa azul de manga cumprida, botas e segurava um casaco nos braços, parecia arrumada para sair.

- Eu já estou pronta, mãe! - disse, mas não parecia muito feliz com isso.

- Só vou terminar de tomar o café e já podemos sair! - ela avisou - Coma alguma coisa também, minha filha, é uma longa viagem até Soure e você vai sentir fome no meio do caminho.

- Tudo bem! - suspirou pesadamente e se sentou ao lado irmão – Bom dia, irmãozinho.

- Bom dia! - deu um fraco sorriso para ela – Aonde é que vocês duas vão? - só agora ele percebeu que sua mãe também estava arrumada para sair.

- Vamos passar o dia na casa da sua tia Petúnia! - Lilian respondeu – Ela andou reclamando que nunca vamos até lá e que são sempre eles que vem passar o dia aqui em Londres conosco.

- Mas, para isso, não precisaria ir a família toda? - perguntou – Não que eu esteja me oferecendo para ir junto, é claro.

Tia Petúnia era a irmã mais velha da senhora Potter e era casada com Válter Dursley. Eles tinham um único filho, Duda, um garoto totalmente mimado que sempre teve as vontades atendidas pelos pais e nunca se deu bem com os primos.

- Eu até tentei convencer o seu pai a ir! - explicou – Mas ele disse que tem alguns documentos que precisa revisar até amanhã.

Harry olhou rapidamente para o seu pai com o canto do olho. Podia apostar todo o dinheiro que tinha no banco que ele não tinha trabalho nenhum, apenas não queria passar o dia todo na casa dos Dursleys. Não podia culpá-lo por isso.

- Mas você não precisa ir, Harry querido! - completou – Afinal de contas, você está em lua de mel.

Então ele pensou em como seria levar Hermione na casa dos tios. Sem dúvida essa não seria uma boa ideia.

- Acho que agora nós já podemos ir! - a mulher disse enquanto se levantava e levava até a pia.

- Com certeza! - Halley repetiu o gesto da mãe – Afinal, quanto mais cedo chegarmos lá, mais cedo voltamos para casa.

- Nós não devemos demorar muito, devemos chegar aqui antes de meia-noite! - a senhora Potter avisou para o marido – Você sabe o número da casa da minha irmã, qualquer problema pode me ligar lá.

- Pode ficar tranquila! - garantiu – Vamos ficar muito bem aqui sozinhos. Não é mesmo Harry?

- Claro! - concordou com a cabeça – Mande um para a tia Petúnia, o tio Válter e o Duda.

- Então as duas saíram pela porta da cozinha deixando os dois morenos em completo silêncio.

- Acho que vou para o meu escritório ler o jornal de hoje! - James avisou – Qualquer coisa pode ir lá me chamar.

- Pode deixar! - respondeu – Ah sim, pai. Você acha que eu devo levar o café da manhã na cama para a Mione?

- Séria interessante, vai deixá-la feliz! - respondeu com um fraco sorriso – No dia seguinte ao meu casamento com a sua mãe levei o café para ela na cama também.

Então acho que eu vou fazer isso! - sorriu.

Terminou de comer e lavou os talheres que utilizou. Colocou água para ferver e escolheu um saco de chá, colocou duas fatias de pão na torradeira, fez ovo mexido e colocou suco de laranja em um copo. Já tinha colocado tudo em bandeja e já estava se preparando para sair da cozinha quando a morena entrou no local parecendo ligeiramente sonolenta.

- Bom dia! - disse coçando o olho.

- Bom dia Hermione! - sorriu para ela – Eu estava indo lá te ver, pensei que ainda fosse dormir um pouco mais.

- Eu não deveria dormir tanto, mas eu não consigo evitar! - explicou – São esse malditos hormônios, estão me deixando completamente desalterada.

- Minha mãe disse que isso é normal no início da gravidez – comentou – Provavelmente daqui há um ou dois meses isso vai melhorar.

- Assim eu espero! - foi quando ela percebeu que o moreno estava com a bandeja na mão – Para quem é tudo isso?

- Para você! - não conseguiu encará-la nesse momento – Estava indo levar para você comer na cama.

- Obrigada! - Hermione começou a sentir as suas bochechas esquentarem – Nunca ninguém fez café na cama para mim.

- Se você quiser ir pode ir lá para cima comer no nosso quarto – sugeriu – Ou então pode comer aqui mesmo.

- Vou ficar aqui mesmo! - disse se sentando enquanto colocava a bandeja na sua frente – Aqui tem muita coisa!

- Imaginei que você fosse acordar com fome! - explicou – Afinal de contas, você está comendo por dois agora.

- Essa uma das milhares de coisas que eu não gosto na gravidez! - revirou os olhos – Antes, eu não comia quase nada de manhã. Não costumava sentir fome quando acordava.

A morena começou a comer em silêncio e Harry lá junto com ela durante todo esse tempo.

- O que você pretende fazer hoje! - ele decidiu perguntar depois de algum tempo – Pensei que poderíamos assistir a um filme já que minha mãe e a Halley saíram e meu pai vai passar o dia inteiro no escritório dele.

- Acho que é uma boa ideia! - concordou – Eu só preciso passar na casa do meu pai. Combinei de ir lá pegar algumas coisas minhas, você sabe: livros, coisas da escola e etc.

- Claro! - concordou – Se você quiser, posso ir até lá junto com você. Estou aqui sem fazer nada mesmo hoje.

- Não precisa Harry! - garantiu – Vou pegar um táxi para ir até lá e na volta vou trazer o meu carro para cá.

- Tem certeza de que pode mesmo vir dirigindo da sua casa? - pareceu ligeiramente preocupado – Quero dizer, nevou durante a madrugada, as pistas devem estar escorregadia.

- Meu pai colocou correntes nos pneus quando começou a nevar em Londres – respondeu – E eu sempre dirijo devagar quando estar chovendo ou nevando, não precisa se preocupar quanto a isso.

- Então está bem! - pareceu um pouco mais tranquilo nesse momento – Enquanto você estiver se arrumando para sair vou pedir para o motorista preparar o carro para te levar até lá.

- Não vai ser necessário! - garantiu – Já disse que posso, muito bem, pegar um táxi aqui na porta.

- Mas não vai ser trabalho nenhum – disse – E, acredite em mim, ir de motorista vai ser muito melhor do que pegar um táxi.

- Já vi que não vai adiantar ficar aqui discutindo com você – falou por fim – Só preciso lavar essas coisas aqui e já vou trocar de roupa.

- Pode ir logo lá em cima! - avisou – Deixa que eu lavo isso daqui para você.

Dessa vez Hermione decidiu não discutir e foi logo trocar de roupa, voltando para o andar debaixo da casa cerca de dez minutos depois. O moreno ainda a fez pegar mais um casaco antes de sair alegando que estava muito frio do lado de fora.

Assim que chegou em frente a casa do pai disse para o motorista que poderia ir embora. Tocou a campainha e logo o senhor Granger abriu a porta.

- Olá minha filha! - a abraçou com bastante força – Não imaginei que você fosse mesmo vir aqui hoje.

- Eu disse que iria vir! - lembrou – Já se esqueceu disso, pai?

- Não é isso! - explicou – Só pensei que fosse deixar para vir durante a semana já que está de recesso na escola.

- Achei melhor vir logo hoje! - avisou – Sei que te vi ontem, mas já estava com saudades.

- Eu também, minha filha! - respondeu – Mas entre, está muito frio para ficar aqui fora.

Ela entrou e ficou parada na sala observando os móveis. Tudo exatamente da mesma maneira que era há anos, quando sua mãe ainda morava lá.

- Estava terminando de fazer o café! - explicou – Se quiser pode comer alguma coisa, ou, simplesmente, pode me fazer companhia.

- Eu acabei de comer antes de sair da casa dos Potters! - falou e, logo em seguida, sentiu seu estomago ronca – Pensando bem, acho que vou comer alguma coisa.

Pegou apenas uma torrada para comer com o café e, depois, ficou esperando o seu pai terminar a refeição.

- Conte-me como foi a sua primeira noite de casada! - ele pediu – Os Potters foram gentis com você?

- Sim, foram muito gentis! - disse imediadamente – Aliais como eles sempre foram gentis comigo desde os meus 11 anos.

- Isso é muito bom! - deu um fraco sorriso – E quanto ao Harry, vocês dois estão se dando bem?

- Sabe muito bem que as coisas entre nós dois mudaram muito nesses últimos meses – lembrou – O Harry está sendo muito gentil comigo, talvez estarmos casados não seja tão ruim assim.

- Quem sabe vocês não acabam percebendo que são apaixonados um pelo outro? - sugeriu.

- É claro que isso não vai acontecer, pai! - fez um careta – Mas nos dois vamos ser amigos, isso eu tenho certeza.

- Fico feliz com isso, minha filha! - completou – Isso vai ser bom para vocês dois e para o bebê também. Tudo que essa a criança não precisa e ter os pais dela brigando por tudo.

Logo depois ela foi até o seu antigo quarto. Por sorte já tinha colocado tudo em caixas em cima da cama, não tinha necessidade de levar tudo para lá, somente algumas coisas.

- Parece que tem bastante coisa aqui! - o senhor Granger disse parando na porta do quarto – Quer ajudar para levar tudo até o carro?

- Eu quero sim! - respondeu imediatamente! - Essas caixas estão parecendo serem bem pesadas.

- Então está bem! - entrou no local e pegou a caixa que estava mais perto de si – Vamos lá!

Cerca de quinze minutos depois todas as caixas já estavam dentro do carro de Hermione. El fechou o porta malas e voltou a encarar o pai.

- Acho que é isso! - disse dando de ombros – É melhor eu ir embora antes que o Harry ligue querendo saber aonde é que eu estou.

- Cuide-se, minha filha! - a puxou para perto de si e deu um beijo no topo da sua cabeça – E me mantenha informado, quero saber de tudo a respeito de você e do bebê.

- Pode ficar tranquilo que eu mando um relatório completo depois de todas as minhas consultas com o obstetra – garantiu – Também vou ligar todos os dias para saber como você está.

Terminaram de se despedir e a morena entrou no carro, colocou o sinto de segurança e deu a partida. O homem ficou observando até que a filha desapareceu a curva do final da rua.

Enquanto isso, Harry andava de um lado para o outro na sala de casa. Estava dessa maneira desde que a esposa saiu e, certamente, só iria sossegar quando ela estivesse em casa, sã e salva.

- Desse jeito você vai acabar abrindo um buraco no chão – virou-se e encontrou seu pai sorrindo divertido – E a sua mãe vai ficar brava com você.

- Sei disso! - fez uma careta – É só que eu não consigo evitar. A Hermione vai voltar para cá sozinha e dirigindo.

- Tenho certeza de que a Hermione é uma boa motorista! - o homem garantiu – Ela já fez esse caminho milhares de vezes, tenho certeza de que vai chegar aqui daqui a pouco.

- Acontece que ela está grávida! - lembrou – Precisa ter certos cuidados e também se preocupar com o bem estar do bebê.

- Ela sabe muito bem disso, meu filho! - deu um tapinha de leve no ombro do garoto -Ela não vai fazer nada que prejudique o bebê.

O moreno suspirou pesadamente e olhou para o relógio no seu pulso. Já fazia quase uma hora que a garota tinha saído, esperava que ela não demorasse muito para chegar.

Foi nesse momento que a campainha tocou. Harry, que tinha acabado de se sentar no grande sofá, se levantou imediatamente.

- Será que ela? - saiu correndo em direção a porta.

Mas, para sua decepção, não era Hermione quem estava esperando na soleira, era Rony.

- Oi Rony! - disse parecendo um pouco desanimado e demonstrando isso no seu tom de voz.

- Também muito bom te ver cara! - o ruivo disse, ironicamente enquanto entrava na casa.

- Não é isso, cara! - tentou se explicar, imediatamente – É que eu pensei que fosse uma outra pessoa.

- Oi Rony! - o senhor Potter acenou para o recém-chegado – Bom, estou voltando para o meu escritório para deixar vocês dois conversando, qualquer coisa pode me chamar.

Observaram o homem caminhar até a a porta do escritório, que ficava do outro lado do comodo. E esperaram até que ele fechasse a porta do local.

- Eu só passei aqui para saber como estão as coisas, vou ser bem rápido! - explicou – Ainda tenho que terminar de arrumar as minhas coisas, mamãe está ficando louca lá em casa.

- Ainda não acredito que vocês vão passar as férias de natal em Aspen! - comentou – Sabe o quanto eu sempre gostei de esquiar.

- Você seria muito bem vindo na nossa viagem! - lembrou – Mas acontece que você decidiu se casar.

O senhor Weasley começou a trabalhar na empresa da família Potter , por isso Harry e Rony praticamente cresceram juntos, estavam sempre na casa um do outro e costumavam viajar juntos.

- Isso é verdade! - concordou com a cabeça – Mas, sinceramente, não estou nem um pouco triste com isso.

- E como é que está a lua de mel? - perguntou com um sorriso malicioso nos lábios, ao amigo só restou revirar os olhos.

- Nem adiantar você me olhar com essa cara! - respondeu – Você sabe que não aconteceu nada ontem de noite, nem vai acontecer.

- Não sei por que você está dizendo isso com tanta convicção! - deu de ombros – Afinal, vocês dois já estão mesmo casados, vão ter um filho juntos, não tem por que não aproveitar isso.

- Não me sentiria a vontade tendo relações com ela, pelo menos não nesse momento – ficou encarando o chão nesse momento – E a Hermione também não deve estar se sentindo segura para isso.

- E como é que você sabe? - quis saber – Perguntou isso para ela ontem de noite, por acaso?

- É claro que não! - sentiu o rosto começar a esquentar e não entendeu muito bem por que isso estava acontecendo, nunca teve problemas em falar sobre sua vida sexual com o melhor amigo, mesmo quando isso acontecia com a irmã do ruivo – Mas nem preciso perguntar para ter certeza disso, afinal, fui um verdadeiro canalha daquela vez. Não vou ficar surpreso se ela nunca mais me deixasse tocá-la.

- Mas é isso mesmo que você quer, cara? - o olhava bem sério nesse momento – Quero dizer, você quer que aconteça alguma coisa entre vocês dois.

- Acho que sim! - Harry não estava conseguindo o outro nesse exato momento – Quero dizer, um homem tem as suas necessidades, e já faz um bom tempo desde a última vez.

- E a Granger está bem gostosa! - recebeu um olhar atravessado – Qual é, até parece que você não percebeu isso também.

Colocou a mão no queixo, pensativo, sem dúvida ele tinha razão. A gravidez já tinha feito várias mudanças no corpo de Hermione: estava com mais curvas e seus seios também estão maiores.

- Nem precisa nem me dizer nada! - completou – A sua cara já está falando tudo.

- Mas, de qualquer maneira, antes de pensar em ter alguma coisa, preciso ganhar a confiança dela – falou.

- Então ganhe a confiança dela! - concluiu – É simples assim, mostre para ela que você é o cara certo e que vai ser o melhor marido e o melhor pai do mundo.

- Falar é fácil! - suspirou pesadamente – Até parece que é fácil assim eu conseguir ganhar a confiança dela.

- É claro que é fácil! - o encorajou – Vocês já estão casados e morando juntos. Vão passar grande parte do tempo juntos.

Rony estava mesmo certo sobre isso, mas não precisava, necessariamente, colocar o seu plano em pratica. Tinham casado há menos de 24 horas, tinha bastante tempo para isso, ainda não era uma situação de sair atacando.

Nesse momento a porta da sala foi aberta, era Hermione. Ela ficou olhando para os dois garotos a sua frente por alguns segundos.

- Oi Hermione! - Harry, finalmente disse – Você conseguiu trazer todas as suas coisas da casa do seu pai?

- Trouxe sim! - balançou a cabeça afirmativamente – As caixas estão todas lá no carro, são muitas coisas.

- Se você quiser eu posso te ajudar a levar as coisas lá para cima! - sugeriu – Não é legal você carregar peso.

- Vou querer ajuda sim, obrigada! - deu um pequeno sorriso para o marido – Mas eu posso carregar peso, não sou nenhum inválida.

- Certo! - levantou as mãos em sinal de rendição – Não está mais aqui quem falou isso.

- Pelo visto eu estou sobrando aqui e já vou embora! - Rony avisou – Vou deixar o casal sozinho.

- Então tchau cara! - o moreno nem reclamou por ter se referido a eles como um casal e isso não passou despercebido pela garota – Boa viagem!

- Obrigado, cara! - deu um tapinha de leve nos ombros do amigo – E tchau para você também, Hermione.

- Tchau! - ela acenou enquanto o ruivo caminhava em direção a porta.

Harry o levou até a saída da casa e depois retornou para onde estava antes, bem ao lado da esposa.

- Para onde é que o Rony vai viajar? - ela quis saber.

- Vai com a família para Aspen esquiar – respondeu – Vão passar todo o recesso de natal lá.

- Que legal! - disse - Sabe, eu sempre quis ir a uma estação de esqui e também aprender a esquiar, é claro.

- Você nunca esquiou? - a olhou em dúvida – Nem mesmo aqui em Londres? Na rua?

- Já esquiei quando era pequena com os meus amigos da rua – deu de ombros – Mas nunca esquiei em um lugar próprio para isso. Há três anos, meus avós marcaram uma viagem para a Argentina durante as férias de verão, mas eu acabei ficando doente e não pude ir.

- Podemos marcar de ir para uma viagem para alguma estação de esqui. Pode ser Suíça, ou Aspen, ou até Argentina mesmo – ficou mexendo com as mãos nervosamente – Isso quando o bebê foi grande o suficiente para fazer uma viagem dessas e aproveitar tudo.

- Quer dizer que o bebê vai com a gente também? - estava com uma das mãos depositada sob a barriga.

- Claro, assim ele aprende a esquiar desde pequeno! - explicou – Eu e Halley tivemos essa experiencia e quero que o meu filho ou a minha filha tenha isso também.

Hermione não pode deixar de sorrir. Já estava começando a imaginar ela, Harry e o bebê como uma verdadeira família feliz, mas o sorriso logo murchou. Isso nunca iria acontecer, não tinha como.

- O que foi? - a olhou preocupado – Você ficou seria de repente, aconteceu alguma coisa? Você está sentindo algo?

- Não é nada! - deu de ombros – Só estava me lembrando: como é que vamos fazer essa viagem se temos um acordo de nunca mais nos vermos depois que formos para a faculdade.

- Podemos abrir uma exceção durante alguns dias! - sugeriu – Se você preferir ele nem precisa saber que eu sou pai, posso ser apenas um amigo da família.

- Pode ser! - disse, por fim – Mas não precisamos pensar nisso agora. Só vamos fazer essa viagem daqui há alguns anos mesmo.

- Sei que não posso te levar para esquiar agora, mas temos outras opções! - o moreno estava com um sorriso divertido nos lábios – Devemos ter algumas horas antes da neve começar a derreter.

- Vamos até lá! - concordou coma cabeça e o seguiu em direção ao quintal da casa dos Potters.

O terreno estava com neve em todos os lugares. Essa era o típico cenário londrino durante o inverno.

- É por isso que inverno é minha estação do ano favorita, adoro esse frio e toda essa neve – Hermione comentou – O que acha de fazermos um boneco de neve.

Então começaram a reunir a neve para poder fazer a parte de baixo do boneco. Logo já tinham formado uma grande bola.

- Hermione! - o moreno disse fazendo com que ela se virasse e recebesse um bola de neve em cheio no rosto.

- Isso não tem a menor graça, Potter! - fingiu-se de brava – Eu estou grávida, caso você tenha se esquecido.

- Não é você que está sempre dizendo que mulheres grávidas podem fazer tudo que as outras fazem? - lembrou – Que mudança é essa de opinião senhorita Granger?

- Tudo bem! - acabou dizendo, por fim – Se você quer uma guerra de neve, a guerra está armada.

Então, os dois começaram a atirar bolas de neve um no outro, logo estavam correndo por todo o terreno. Já estavam fazendo há cerca de meia hora quando a garota parou próxima a uma árvore.

- Ok! Eu desisto! - disse enquanto respirava ofegante – Tenho que me render, você é melhor em guerra de bolas de neve do que eu.

- E o que eu vou ganhar por ter sido o grande vencedor? - se aproximou perigosamente e colocou as mãos uma em cada lado dela.

- O que acha de eu fazer as suas tarefas de casa por um mês? - sugeriu, mas na verdade não estava conseguindo raciocinar direito com aquela proximidade – Você sabe, eu sou bem inteligente.

- Acho que eu vou aceitar isso! - encostou a testa na dela – Só não se esforce muito, não queri que você fique muito cansada.

- Não precisa se preocupar com isso! -ela fechou os olhos, estava sentindo a respiração pesada de Harry no seu rosto – Estudar nunca me cansa, acredite em mim.

Ele se afastou um pouco, deixando Hermione levemente frustrada. Mas o garoto, simplesmente, ficou encarando a barrigada dele, fez menção de colocar a mão naquela região, mas logo mudou de ideia.

- Você não precisa ter medo! - sussurrou e segurou o pulso dele o colocando sob a sua barriga – Não vai machucá-lo assim.

Ficaram se encarando por alguns segundos até que Harry a beijou. Começou simples, mas a medida em que foram aprofundando o contato, ele foi pressionando a morena mais na árvore. Quando o de olhos verdes mordeu, levemente, o seu lábio inferior, soltou um gemido involuntário.

- Harry! Hermione! - ouviram a voz do seu Potter e se afastaram rapidamente – O que vocês dois estão fazendo aqui fora? Está muito frio.

- Estávamos fazendo um boneco de neve! - o garoto respondeu, sem dúvida eles não estavam sentindo frio nesse momento – Não iriamos ficar aqui muito tempo.

- A cozinheira preparou um bolo! - avisou – O que acha de entramos? Vocês podem comer um pedaço e tomar chocolate quente.

- Claro! - disseram ao mesmo tempo.

Então, os três seguiram para dentro da casa. Por mais que não tivessem mais comentado pelo restante do dia, Harry e Hermione não tinham esquecido daquele beijo trocado no quintal.

***
N\A:´Prontinho gnt, ta ai o cap dessa semana.
Capítulo totalmente H², espero q vcs tenham gostado.
Primeiro o Harry todo preocupado com a Mione ir sozinha para a casa do pai dela.
Depois foi a conversa dele com o Rony completamente reveladora.
Sem contar com o beijo dos dois no final (é claro que alguém tinha q atrapalhar os dois neh kkkkkk).
Pro favor gnt, não queiram atrapalhar os dois.

O Harry ainda não vai admitir que está realmente apaixonado pelo Mione, na verdade a relação dos dois vai ser meio q para o lado sexual agora, mas isso já é um passo neh?
E, claro, não esqueça da aposta e tb q a Mione ainda não sabe de nada.
Se vcs ficaram curiosos a respeito da visita da Halley e da mãe a casa dos Durslyes, aguardem  o proximo cap q vai ser muito divertido.
Bom gnt, é isso
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