chapter 15



Acordei com a cabeça pesada e uma quantidade relativamente grande de pensamentos e memórias que eu preferia não ter. Eu estava incrivelmente envergonhada, até cogitei apagar da memória de Harry a noite anterior.
Hermione e as outras garotas dormiam um sono pesado, mas aparentemente nem todo o álcool do mundo me fariam dormir bem. Levantei-me, tomei outro banho, vesti uma calça preta e uma camisa branca, calcei as mesmas botas que eu havia usado no dia anterior e estava pronta para me esconder de todas as pessoas, quando alguém bateu à porta.
Entre o mantra “Qualquer pessoa, menos Harry Potter” que ecoava na minha cabeça e minha curiosidade, abri a porta e me deparei com Kathy.
- Pegue algumas roupas e me encontre na minha sala. – Ela me disse. – Nós precisamos ir para casa.
- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei.
- Não temos tempo, Charlotte. – Ela me disse antes de virar as costas e marchar para longe de mim.
Peguei uma mochila qualquer e enfiei nela uma troca de roupa e em pouco menos de cinco minutos eu estava na sala de Kathy.
- O que aconteceu? – Perguntei.
- Alguém invadiu nossa casa. – Ela me disse. - Venha, Dumbledore tirou o feitiço que impede aparatar da sala dele, nós temos que ir para lá para chegarmos logo em casa.
Eu a obedeci, afinal, essa era a única coisa que eu poderia fazer.
Andamos passos rápidos até a sala de Dumbledore, que estava lá
Quando aparatamos no jardim em frente a minha casa, eu desejei mais que nunca estar sonhando. A idéia de que minha casa estivesse naquele estado era inconcebível, até mesmo para uma Hayes. A porta arrombada e as janelas quebradas. Engoli o choro, a última coisa que Kathy precisava era de uma demonstração de fraqueza de minha parte.
- Fique aqui. – Kathy disse.
Claro que eu a desobedeci, corri em direção à minha casa em busca de minha avó. Quando atravessei a porta me deparei com a enorme quantidade de móveis quebrados e queimados.
- Eu te disse para ficar lá fora. – Kathy estava ao meu lado. – Você não precisa ver isso.
- Eu agüento isso, Kathy. – Falei.
- Ótimo, porque eu preciso que você me ajude a encontrar sua avó. – Kathy me pediu.
- Eu olho lá em cima. – Falei subindo as escadas rapidamente.
Entrei primeiro no quarto de Kathy, que era o primeiro. Ele estava aparentemente normal, algumas gavetas abertas e alguns livros fora da estante, mas nada muito preocupante. Depois entrei no quarto que era de meu pai e, novamente, nada muito difernte do normal, assim como no quarto de minha avó. Finalmente entrei no meu, todo escuro.
- Quem está aí? – A voz me perguntou assim que entrei no quarto.
- Você está na minha casa. Você responde as perguntas. Saia da sombra.
- Essa atitude... – Então a pessoa saiu da sombra e eu reconheci os cabelos bagunçados do padrinho de Harry. – Tinha que ser você.
Levantei minha varinha.
- Onde está minha avó? – Perguntei.
- Abaixe essa varinha. Eu estive em Azkaban, você sabe disso, você sabe que se eu quiser eu posso matar alguém com duas palavras. Sua avó está com Remus, lá embaixo. – Ele respondeu.
- Você não devia subestimar uma Hayes. – Falei.
- Eu jamais faria isso. – Ele me respondeu, arrogante.
Eu não sentia vontade de duelar com ele, apesar de achar que ele deveria receber algum sofrimento por minha varinha. Eu só queria ver minha avó, então desci as escadas correndo.
- Kathy! Onde você está? – Gritei.
Então, o que parecia ser um rato inicialmente, em um piscar de olhos se transformou em um homem gordo, baixinho e feio.
- Que gracinha... – Ele me disse.
Levantei minha varinha novamente. Ele deu uma risada esganiçada.
- Deixe a garota, Rabicho. – A voz de Sirius Black soou atrás de mim. – Você não pode ser tão covarde.
- Você me conhece bem o suficiente para saber que sim. – O tal Rabicho respondeu.
E então Sirius me empurrou para o chão, e eu rolei para trás de uma poltrona. Ouvi então uma batalha entre os dois. Eu nunca imaginei que torceria para um ex-prisioneiro de Azkaban ganhar um duelo de magia, mas lá estava eu, desejando que o duelo acabasse logo e que Sirius Black fosse o vencedor.
- Petrificus Totalis. - Então uma terceira voz surgiu, feminina, mas não a da Kathy.
Então eu me levanti de detrás do sofá, ainda com a varinha a postos. Uma mulher de cabelos curtos e azuis estava parada do outro lado da sala.
- Está tudo bem, criança. – Sirius disse.
Eu fiquei paralisada, talvez por que eu ainda estava em estado de choque com tudo que estava acontecendo. Então, quando eu pensei que seria bom ver um rosto familiar, a garota loira surgiu ao meu lado.
- Se minha palavra vale alguma coisa, você pode confiar neles. – Ela me disse.
Eu olhei para ela e balancei a cabeça afirmativamente.
- Onde está minha avó? – Perguntei para a mulher.
- Venha. – Ela disse.
Eu, ela e Sirius então caminhamos para a sala de estudos. Lá estava Kathy, Remus, minha avó e Trick. Minha avó estava sentada em uma das poltronas, com Kathy ao seu lado, com um olhar preocupado. Remus estava em pé, a uma distância respeitosa de Kathy.
- Senhorita! – Trick foi o primeiro a falar comigo.
- Como ela está? – Eu lamentei não dar atenção a Trick, mas minha preocupação é maior.
- Relutante em levá-la para o St. Mungus. – Kathy disse. – Ela disse que não precisa.
- Eu nunca quis usar isso a meu favor... Eu não tenho mãe, meu pai morreu... A última coisa que eu preciso é de outro luto. – Falei deixando escorrer uma lágrima.
Eu tentei ao máximo segurar meu choro. Minha avó finalmente concordou, balançando a cabeça para Kathy. Chantagem emocional realmente era meu forte.
- Então o plano é o seguinte: Tonks vai levar Rabicho até o Ministério, Katherina leva a Senhora Hayes para o St. Mungus. Remus leva a garota até Hogwarts e eu volto para casa. – Sirius disse.
- Não. – Eu falei. – Eu vou ficar no St. Mungus. Kathy vai para Hogwarts e nós fingimos que nada disso aconteceu.
Olhei para Kathy que balançou a cabeça afirmativamente.
- Hogwarts é o lugar mais seguro... – Sirius ia dizer.
- Não é sobre eu estar segura...- Eu fui interrompida por Kathy.
- Sirius, você pode entender muito de muitas coisas. – Kathy começou dizendo. – Mas não sabe nada sobre os Hayes. Nós vamos seguir o que Charlotte disse, ela está certa. Se Remus e Tonks puderem ficar no St. Mungus com Charlotte tudo correrá tranquilamente.
- Não se preocupe Hayes, eu estarei lá com a garota. – A mulher de cabelos coloridos, quem eu presumi ser Tonks, disse.
- Então eu e Trick devemos voltar para Hogwarts. – Kathy disse.
- Posso saber por quê? – Sirius me perguntou em tom baixo, enquanto Kathy, Tonks e Remus conversavam. – Porque seu plano?
- É mais fácil uma aluna passar despercebida que uma professora. – Expliquei. – E eu sei que a última coisa que vocês querem é chamar atenção, seja para Kathy, seja para qualquer evento. Direi que passei alguns dias com Vitor e tudo ficará certo.
- Você é esperta. – Ele sorriu envergonhado.
Eu tentei forçar um sorriso em meio aquela tragédia.
Logo Kathy me apressou, para que Remus aparatasse comigo no St. Mungus e que todas as outras pessoas seguissem o plano proposto por mim.
Minha avó foi encaminhada e, durante esse tempo todo Remus, Tonks e a garota loira estiveram ao meu lado, tentando me entreter de alguma maneira. Eu até gostei da companhia deles, apesar de saber que Remus era um lobisomem. A garota loira parecia tão tensa quanto eu e ela esteve lá até o momento em que fiquei sabendo que minha avó estava estável, mas que ficaria em sob o efeito de um soro que a faria não gastar nenhuma energia até estar 100% bem. Depois da boa notícia a garota sumiu e eu, tão cansada quanto estava apaguei no sofá do quarto em que minha avó estava.

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De novo, desculpem a demora. Mas aqui está, capítulo 15 e, comentem, que eu posto o 16 daí! 
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