chapter 13



Eu havia passado o dia todo pensando se a visão da garota loira havia sido somente um sonho, que eu estava cansada e que com tantas coisas acontecendo, minha cabeça estava me pregando uma peça para que eu me conscientizasse que eu precisava de algumas noites de sono. Mas, de certa forma eu não estava convencida de que aquilo havia sido um sonho, apesar de essa ser a única explicação coerente. Acho que era meu instinto me dizendo para não acreditar na resposta mais óbvia... Nessas situações o mais simples nunca é o correto.


Faltavam apenas alguns minutos para a aula de Feitiços acabar e meu pensamento estava muitos distante de qualquer coisa relacionada a matéria.  Quando a aula acabou eu juntei rapidamente o meu material e tentei sair de lá o mais rápido possível. Resolvi que a única forma de tirar aquela garota da minha cabeça era ir para a biblioteca ler um livro.


- Para onde você vai? – Hermione me perguntou.


- Bem, já que eu não tenho treino de quadribol, para a biblioteca ler um livro. Vamos? 


- Claro. – Ela respondeu.


Fomos para a biblioteca e, apesar de “O retrato de Dorian Gray” ser um livro muito interessante, eu não conseguia sair do mesmo parágrafo. Infelizmente Hermione havia percebido que algo não estava certo.


- Você está assim porque não está no treino? – Hermione me perguntou.


- Claro que não. Eu não sou do tipo de pessoa que se arrepende das coisas.


- Alguma coisa está te incomodando. – Ela insistiu. – Você pode falar comigo, sabe?


- Eu sei Hermione... – De fato eu sabia. – Mas não creio que você vá entender. Eu mesma não estou entendendo...


- Tente. – Ela me pediu.


Eu respirei fundo e pensei se deveria dizer à ela que estava tendo visões.


- Não é nada. - Eu acabei respondendo. - Eu só estou incomodada com o fato de eu e Vitor não estarmos conversando. Mas isso não dura muito tempo, então não precisa se preocupar.


Voltei meus olhos para meu livro, na tentativa de convencê-la. Esforcei-me ao máximo para me concentrar no livro e consegui engatar a leitura, que só foi atrapalhada quando Harry e Ron apareceram. O assunto dos dois foi o mesmo: Que eu deveria voltar para o time de quadribol. Tentei desconversar pedido para irmos jantar, o que foi atendido devido à gulodice de Ron.


Naquela noite eu me deitei cedo, com a cabeça cheia de questões. Nunca, em toda a minha existência eu havia ficado mais de duas semanas sem conversar com Vitor propositalmente e eu já estava pronta para perdoá-lo quer ele pedisse desculpas ou não. De fato, havia escrito inúmeras cartas para ele, mas elas estavam guardadas no fundo do meu malão. Não somente devia somar à minha lista de preocupações eu estar vendo coisas, mais específicamente uma garota loira que insistia em se fazer presente, mas não me dar respostas para as minhas perguntas como também eu e Kathy estávamos conversando apenas o necessário desde  que ela havia dito que eu era a ovelha negra da família. 


Acordamos e, como todos os dias letivos, eu e Hermione esperávamos Harry e Ron no Salão Comunal e íamos para o Salão Principal tomar o café da manhã. Geralmente nossas conversas eram animadas e divertidas, na maioria das vezes por culpa das discussões de Ron e Hermione e, eu digo isso modestamente, meus comentários quase maldosos, que faziam Hermione gargalhar.  Mas, a última semana sem nenhuma notícia de Vitor havia me deixado muito pensativa. Pensativa o suficiente para não dizer nada além de “Bom dia” do Salão Comunal até o Salão Principal.


E lá estava eu, sentada em silêncio ao lado de Harry Potter, com Hermione e Ron sentados a nossa frente, os três me olhando esperando que eu tivesse alguma reação típica minha, como mandá-los parar com aquilo ou resmungar sobre algo. Mas eu estava tão concentrada em pensar se eu devia ou não me desculpar com Vitor que só pisquei quando uma carta caiu em meu prato. Só podia ser de Vitor, e eu respirei aliviada antes de abrir o envelope.


“Chuck,


Antes de tudo, eu não devia estar fazendo isso, mas te conhecendo como eu conheço, eu sei que nada vai mudar sua cabeça e, eu prefiro que você saiba por mim do que tente buscar respostas de formas perigosas.


Espero que te contando o que eu se você consiga me perdoar. O que eu sei, de fato pouco, mas ainda assim um pouco mais do que você conseguiria descobrir. Aparentemente todos os acontecimentos envolvem um único nome: Annabel Catterall. Os Comensais estão atrás dela, aparentemente ela fez algo que não os agradou nem um pouco. Todos os ataques foram feitos com o objetivo de capturá-la. Ela escapou de todos. Ela é boa, mas ninguém da Ordem sabe onde a lealdade ela está. Eu sei que você vai tentar descobrir algo sobre a tal Annabel Catterall, e eu só te peço muito cuidado, com tudo. Se algo acontecer com você, eu jamais vou me perdoar. Apenas se lembre que você é muito importante e insubstituível então... Não faça nada que te coloque em perigo.


Eu sinto muito ter perdido seu primeiro jogo. Eu tenho certeza que você foi ótima, mas eu quero detalhes. 


Com amor, Vitor.”


Assim que terminei de ler a carta, sorri.


- Nós temos duas boas notícias. – Eu falei. – A primeira é que Vitor e eu fizemos as pazes.


Eu parei de falar e voltei a comer.


- Qual a segunda? –Harry perguntou.


- Mais tarde. – Eu lhe respondi.


O dia foi demorado, para o azar de Harrry, Ron e Hermione, que estavam curiosos o suficiente. E eu estava em um daqueles dias que tudo parece estar certo: Vitor havia se redimido, nós tínhamos finalmente um nome e motivo para continuar a nossa investigação.


Finalmente havia chegado o jantar e, Harry, Ron e Hermione comeram o mais rápido possível. Eu estava mastigando


- Sério, vocês não vão ficar me olhando com essa cara não, né? – Perguntei.


- Você podia comer mais rápido. – Hermione insistiu.


Eu coloquei meu garfo no prato.


- Se eu acordar no meio da noite morrendo de fome, você vai comigo até a cozinha. – Falei para Hermione. - Vamos logo. 


Então fomos para o banheiro em que foi feita a nossa primeira “reunião secreta”.


- Certo, acabe com o mistério. – Harry disse.


Então eu peguei a carta que eu havia levado comigo durante o dia todo, como um tesouro. Eu a li, pulando a parte do sincero pedido de desculpas de Vitor e do excesso de preocupação dele. Assim que terminei de ler um silêncio tomou aquele lugar e o único barulho que se ouvia era o de algumas gotas caindo de uma torneira mal fechada.


- Posso ver isso? – Harry me pediu.


- Não. – Respondi. – É uma carta pessoal.


- Eu não vou ler as declarações de amor de Vitor para você. – Harry disse.


- Olha, eu não se de onde é que você e o resto do mundo tirou a idéia de que eu e Vitor temos algo além de amizade mas isso não é verdade. – Falei.


- Então porque você não quer que Harry leia a carta? – Ron perguntou.


- Porque é pessoal. – Falei.


Todos continuaram me olhando.


- Vitor é superprotetor. Comigo. – Expliquei.


- Nós não vamos espalhar isso por aí. – Harry disse e então eu entreguei a carta para ele.


Ele avaliou a carta por algum tempo, depois a entregou para Hermione, que por sua vez, após ler entregou para Ron.


- Nós só temos um nome. – Eu fui a primeira a falar.


- Nós temos um nome. Coincidentemente esse nome é a razão dos ataques. – Hermione sempre sendo otimista. – Isso é bom.


- Bem, pra quem não tinha nada, é isso é um começo. – Harry disse.


- Uma idéia. É procurar uma agulha no palheiro, mas é uma idéia. – Sugeri. Os três ficaram me olhando esperando eu dizer. – E mesmo assim a gente pode não achar nada.


- Certo, qual é a idéia? – Harry perguntou.


- A gente tem que procurar algum registro de Hogwarts, com os alunos. – Eu falei. – Então a gente descobre se ela estudou aqui, e se sim em que ano e em que casa. Com alguma sorte alguma foto, e aí talvez, com mais sorte ainda, algum fantasma se lembre dela.


- Como você pensou nisso? – Ron perguntou.


- Eu pensei nisso o dia todo. – Menti.


- Então, a primeira parte do plano é descobrir nós temos acesso a esse tipo de registro. – Hermione disse. 


- Achei que a primeira parte fosse descobrir se existe um registro assim. – Ron falou.


- Existe. – Hermione falou. – Está em “Hogwarts, Uma História”.


- Como você consegue lembrar essas coisas? – Eu perguntei para Hermione.


- Ela leu esse livro mais de cinco vezes. – Ron debochou. – No primeiro ano!


- Eu não... – Hermione ia discutir, mas desistiu. 


- Você acha que existe a chance desse registro estar na biblioteca? – Perguntei para a Hermione.


- Talvez, eu teria que checar. – Ela falou. – Vou começar por lá.


- Então a reunião acabou, certo? – Perguntei.


- Acho que sim. – Harry disse.


- Boa noite! – Então eu virei às costas e saí do banheiro sem ao menos esperá-los.


Algo dentro de mim, algo que eu, naquele momento por estar ignorante do que estava acontecendo comigo eu chamei de instinto, me mandou sair de lá. Dei poucos passos no corredor e percebi que alguém estava ao meu lado. E geralmente era a “pessoa” que eu menos queria ver.


- Você. De novo. – Falei.


Um sorriso surgiu nos lábios da garota loira.


- Eu vou começar a te ignorar. – Falei. – Talvez você vá embora.


- Você não quer que eu vá. – Ela me disse. - Lembra da última vez?


- Acredite em mim, eu quero desesperadamente que você vá embora.  – Falei.


- Talvez por enquanto, que você não sabe quem eu sou. Eu espero que quando você descobrir você ache mais legal me ter por perto. – Ela me respondeu.


- Porque você não me diz, e acaba logo com isso? – Perguntei.


- Eu não posso. – Ela me disse. – Seria mais fácil, mas as regras do feitiço não são essas.


Então eu pisquei e ela desapareceu. Eu ficava tão nervosa quando isso acontecia. Então eu senti uma mão no meu ombro, e quando me virei vi meus três amigos parados, os três com expressão de susto, ou algo similar.


- Eu falo sozinha. Ás vezes. - Expliquei.


- Estranho. - Ron falou.


- É mais fácil de organizar meus pensamentos. - Tentei justificar.


- Continua sendo estranho. - Ron continuou.


- Eu desisto. - Falei. - A única pessoa que tem forças pra discutir com você é a Hermione.


Continuamos conversando sobre besteiras até chegarmos no Salão Principal, eu dar alguma desculpa e ir para meu quarto dormir.



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-nota da autora: 
fico orgulhosa da minha primeira atualização de 2012! hahaha 
bem, não há muito o que falar, só que o mistério continua! obrigada pela espera e pelos comentários, daqui 7 dias o próximo capítulo será postado sem falta, prometo!
 love ♥, hell  
ps: espero que o natal e ano novo de vocês tenha sido tão bom quanto os meus

 


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Comentários (2)

  • Eduarda Werneck

    Nossaaaaaa essa fic ta mto boa!Mas quero logo que ela comece a desvendar os mistérios e fique logo com o Harry, ta na cara que eles fazem um casal fofo *_*!! Por favor...não demora mto pra escrever os outros caps não, pq a minha curiosidade me consome!Parabéns pela Fic! u.u 

    2012-01-19
  • Alexis_watson_

    Uhm...Estou achando q a garota que aparece para a Chuck é a tal Annabel Catterall...Só acho.Estou bem curiosa.Beijinhos

    2012-01-06
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