Reconciliação




Sirius pilotava a moto em alta velocidade para o único lugar que ele gostaria de ir: a casa dos Potter, ele não demorou muito mais de vinte minutos para fazer uma viagem que, de moto, demoraria no mínimo uma hora. Porém, assim que ele estacionou a moto e olhou pela janela, seu coração ruiu.


Tiago e Lílian estavam ali, na sala de estar, dançando lentamente. Tiago egurava Harry em um dos braços, e com o outro abraçava Lílian, que sorria. Sirius, deu meia volta e saiu. Estacinou com a moto no primeiro beco deserto que viu, desligou-a e sentou de lado na moto. Ele passou a mão pelos cabelos.


Em sua mente ele via Marlene, a sua linda e encantadora Agridocicada, vestida com um vestido branco e longo, sorrindo para ele enquanto dizia: "Aceito", depois imaginou-os arrumando uma casa com movéis e fotos, ambos usando uma aliança dourada na mão esquerda. Então, viu uma linda menina de cabelos negros e pele pálida mostrando para os dois um desenho disforme em que Marlene e Sirius acenavam. E como ele nunca percabera o quanto queria isso? E ele percebeu o quanto esteve preso ao passado, o quanto tinha medo de se comprometar pura e simplesmente porque ele sentia falta dos tempos de Hogwarts. Foram bons, mas jamais voltariam, e ele estava perdendo todo seu futuro por causa disso.


- Idiota! Caramba, como eu fui burro! - Praguejou batendo na testa com força. Então resolveu reparar o erro, ligou a moto e pilotou com ela pela cidade, até achar uma joalheria que encontrou. - Oi. - Disse ao senhor que atendia na loja assim que entrou. - Quero alianças de casamento.


- Algum modelo em especial? - Perguntou o senhor sorrindo, Sirius sacudiu a cabeça. - Tenho uma sugestão. - Ele se abaixou e pegou duas finas argolas de ouro, discretas, mas bonitas. Quando Sirius avaliou-as melhor, viu que em uma das alianças estavam gravasdas as palavras: "estarei lá" e em outra as palavras "por você". Sirius sorriu.


- Vou levar. Quanto custam? - E um detalhe, ele não tinha dinheiro trouxa.


- Nada, filho. Só traga a moça aqui um dia, sim?


- O senhor está falando sério?


- Claro que estou, na verdade, você já me pagou... há anos que não vendo um par de alianças como esse. Leve filho, aceite como meu presente de casamento. - Sirius agradeceu o velhinho, e colocando as alianças numa delicada caixinha e depois no bolso, saiu da lojinha e se dirigiu com a moto para a casa de Marlene numa felicidade que ele nunca havia experimentado.


 


A felicidade durou somente o tempo necessário para ele completar a viagem até a casa de Marlene. Assim que ele avistou a Marca Negra no céu, dobrou a velocidade da moto, o coração acelerando. Não, não, não, não!!!


Não! Ele desceu da moto sem desligá-la, ouvia a cair e ronronar, indefesa, mas nem ligou. Ele correu desabalado, sentiu seu coração parar ao ver a imponente porta de carvalho destroçada. Depois, foi correndo até a sala de estar, onde deixara Marly, mas agora só estavam lá os pais da moça, mortos, em um estado deplorável. Ele saiu correndo ainda mais rápido, pensando em se metamorfosear para correr mais rápido, mas um outro choque tomou conta dele: Giles, e aquela que lhe fora apresentada como sua noiva, pálidos e inertes no chão, expressões de horror em seus rostos. Subiu as escadas que dariam acesso ao quarto da amada, um novo surto de pânico ao ver Edmundo com uma lâmina lhe transpassando o pescoço, entrou no quarto de Marlene e viu Mercúcio caído logo na frente do vão da porta, e Merlene...


- Marly! - Ofegou ele correndo mais um pouco para chegar a cama dela. Ela estava atirada na cama de um jeito meio mole, os cabelos esparramados pela cama, e estava usando roupas que não lembravam a sua Marly em nada. A pele clara de Marlene parecia ainda mais pálida, mas estava tão quente. Ela deveria ter morrido há pouco. Sirius, de repente, se sentiu... ele não sentia mais. Ele absorvia uma grande quantidade de dor, sofrimento, lágrimas turvaram a sua visão, o chão pareceu sumir, o mundo parecia estar girando para o lado errado. Ou pior, parecia ter parado de girar. Ele sacou a varinha e se preparou para sussurrar as palavras letais, para dar fim a seu sofrimento.


 


Marlene, em sua inconsciência consciente, viu Sirius se aproximar de sua cama, apavorado, ouviu-o chamar seu nome e chorar imensamente sobre seu corpo, a cada momento ela fazia um esforço enorme para mostrar a ele que estava viva, mas não conseguia. Porém, quando ela o viu sacar a varinha, ainda choroso, ela soube o que ele faria. Seu coração começou a bater mais rápido, e ela sabia que tinha que impedir...


- Não! - Gritou Marlene num ofego lúgubre. O feitiço de Rabastan não foi mais forte que seu amor por Sirius, não fora mais forte que sua vontade de salvá-lo.


- Marlene, você está via! - Disse Sirius, ele sorriu e beijou-a nos lábios, sentindo o mundo se intalar no lugar certo novamente.


- Não por muito tempo, meu amor. - Disse ela acariciando os cabelos de Sirius. - Fui invenenada, com veneno de dragão peruano. Eu posso sentí-lo tirar minha vida pouco a pouco. - Ela suspirou.


- Não, não! Vou levar você para o St. Mungus e você vai...


- Sirius, meu assassino foi esperto, ele fechou os cortes que usou para me intoxicar. Além do mais, já se passaram vinte minutos desde que isso aconteceu, pela quantidade de veneno, eu já devo estar a centímetros da morte.


- Não é hora para piadas, Marly. - Reprimiu Sirius, ainda chorando.


- É, sim. Eu estou feliz, Sirius. Não faça essa cara! Estou feliz porque eles me deram tempo, estão tirando minha vida, mas me deixaram viva tempo suficiente para ver você mais uma vez. - Ela sorriu para o rapaz. - Se me matassem com a Avada Kedavra como fizeram com todos os outros, eu seria uma lembrança triste para você, mas com esse tempo que me deram, eu serei uma lembrança feliz.


- A mais feliz de todas, amor. - Disse Sirius encostando a cabeça na dela.


- Eu tenho dois pedidos, Sirius, que significariam muito para mim se você os acatasse.


- Qualquer coisa.


- O primeiro é Harry. Cuide dele, Sirius, faça o possível para mantê-lo seguro, e se o pior aocntecer com Lílian e Tiago... fique com ele. Crie Harry como se fosse nosso filho, mas não fale sobre mim para ele. Por favor. Eu não quero que ele sinta a dor da perda... com sorte ele nunca vai lembrar que teve uma "Tia Marlene". - Disse ela segurando a mão do namorado. Ele assentiu prontamente. - O segundo é você. Proteja-se, Sirius, de todo mundo, inclusive você mesmo. Não se machuque, nem deixe que ninguém o faça. E lembre-se, nós nos veremos de novo algum dia.


- Claro, meu amor. - Respondeu Sirius. - E eu também tenho um pedido a você. Sei que não é o momento apropriado, mas... - Ele tirou do bolso a caixinha das alianças e a abriu.


- Sirius! - Disse Marlene sorrindo ainda mais, as lágrimas recomeçavam a escorrer.


- Marlene McKinnon, casa comigo? Estou certo que, algum dia, teremos tempo de sobra para viver nosso casamento. - Marlene assentiu.


- Sim, eu caso. - Respondeu ela. Sirius sorriu e pegou a menor das alianças e depois a mão esquerda de Marlene, com muita cautela ele colocou o anel em seu dedo anelar e depois o beijou. Marlene esticou a outra mão para a caixinha e tirou a outra aliança.


- Sirius Black, com essa aliança eu prometo a você que vou amá-lo e respeitá-lo até que..., bem, por toda eternidade. - Ela colocou a aliança na mão do noivo. - E como curandeira-chefe do Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos, ou seja, a maior autoridade presente, nos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.


Sirius beijou Marlene com força, colocou naquele beijo todos os sentimentos que tinha, seu amor, a tristeza, a felicidade, a saudade que já sentia e a paixão. Colocou também uma promessa de que ele seria fiel a ela, e que aguardaria o momento em que eles se reencontrariam. Sirius teve o prazer de sentir a esposa retribuir por algum tempo, porém, antes que ele pudesse se quer notar, a vitalidade de Marlene se desprendeu do corpo. Seus braços delgados caíram ao lado do corpo e sua cabeça pendeu molemente para a esquerda. Os olhos incríveis pareciam em paz, e refeletiam vagamente as palavras gravadas nas alianças: "Eu estarei lá por você".


Sirius beijou a testa da esposa e saiu da casa, nenhuma lágrima escorria de seu rosto, e entçao ele percebeu que o seu amor por Marlene era mais forte do que a morte, e ela jamais morreria para ele.


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Comentários (1)

  • Lana Silva

    :( Sem palavras. Muito triste. Nossa, inconformada aqui com tudo isso aquele filho da vovózinha matou a a Lene e a familia toda e a impediu de viver o amor dela com o Sirius que nojento. :/Bjoos! 

    2013-02-07
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