A máscara cai

Marlene caminhava por aquele quarto que era, mas não parecia ser, dela. Tudo continuava na mais perfeita ordem, mas algo parecia errado. Talvez a grande quantidade de rosas que o enchia, talvez os perfumes, roupas, sapatos e jóias caras que enchiam suas preteleiras, talvez a trilha de roupas masculinas e femininas jogadas pelo chão, ou a garrafa de vinho dos elfos quase vazia ao lado de duas taças recentemente usadas, ou talvez, pior do que tudo isso, o rapaz magro e pálido adormecido em sua cama que não era o seu Sirius. Lágrimas enormes escorriam de seus olhos com insitência, mas ela fazia o esforço de chorar sem soluçar. Rabastan se mexeu preguçosamente na cama, e Marlene apressou-se ao secar as lágrimas e ao se vestir.

- Bom dia, minha bela. - Disse Rabastan.

- Bom dia. Dormiu bem? - Perguntou Marlene.

- Sim. E teria dormido um pouco mais, mas o Lorde das Trevas precisa de mim. - Disse ele se levantando.

- A marca ardeu? - Perguntou Marlene um pouco alarmada, mas como perguntou como se seu interesse fosse apenas por educação.

- Sim. Ontem ele comentou que uns idiotas daquela tal Ordem da Fênix queriam inicair uma missão de salvamento. O rapto daquele tal Beijo Fenwick deu certo. - Rabastan riu baixinho e Marlene fingiu sorrir. - Ele provavelmente vai querer que eu consiga alguma informação dos caras antes de executá-los.

Missão de salvamento. O que ela sabia sobre uma missão de salvamento? Sim, sim. Tiago, Lílian iriam. Ela tinha se voluntariado, mas Dumbledore a retirara da missão, pois seria mais arristcado para ela do que para qualquer um participar desse salvamento. E em seu lugar entrara... Sirius. Não! Não!

- E vocês pegaram eles? - Perguntou Marlene.

- É. Eu estou indo para nosso QG, o Lorde não está muito paciente. Ele descobriu umas coisas que estão o deixando perturbado. - Ela precisava fazer alguma coisa. Isso era mais importante que qualquer disfarce.

- Mas, Rab, querido... - Disse suavemente. Rabastan sorriu com prazer.

- Sim, meu anjo? - Disse ele já quase terminando de se vestir.

- Posso ir junto? Eu não aguento mais ficar sem fazer nada enquanto o número de famílias boas que se perdem ao meio de tanta porcaria trouxa! - Mentiu descaradamente. Rabastan pestanejou. - Eu quero aprender o ofício do Lorde, e nós poderemos ser parceiros, como Bela e Rodolfo...

- Claro, meu amor. O Lorde está de braços abertos para qualquer sangue-puro que queira se juntar a causa. Mas, vamos logo. - Ele beijou Marlene nos lábios brevemente. - Meu senhor não é paciente.

　

- Ora, ora, ora... Veja como você é, Rabastan, eu te peço para aparecer aqui em vinte minutos, e você aparece em dez acompanhado de uma nova seguidora. - Silvou Lorde Voldemort, in persona, e sorriu num esgar estranho. - Srta. Marlene McKinnon, estou encantado em conhecê-la.

- O encanto, o prazer e a honra são meus, senhor. Sempre sonhei em me juntar as suas fileiras. - Disse Marlene fazendo uma messura delicada.

- Você é bem-vinda, Marlene, assim seus irmãos, se puder convencê-los. - Respondeu o Lorde. - Agora, você terá a oportunidade de realizar sua primeira tarefa. Iria mandar Rodolfo, Rabastan e Belatriz, os Lestrange, para aniquilar e torturar dois traidores do sangue e uma sangue-ruim que prendemos no calabouço, você deverá descer com eles, minha cara, e assitir, conhecer os nossos métodos. Que aprenderá com nossos melhores torturadores, eu não tenho duvida. - O olhar do Lorde faiscou estranhamente para Belatriz, e a bela jovem, corou discretamente. A confirmação para todas as suspeitas de Sirius, ela precisou se esforçar para não sorrir. Então, lembrando-se do porquê de estar ali, perdeu toda vontade de sorrir.

　

- Priminho! Você por aqui? - Disse Belatriz saudando Sirius, preso por correntes pesadas pelos pés e mãos, assim como Lílian e Tiago ao lado dele. O corpo de Beijo Fenwick jazia inerte no chão do calabouço.

- Não sou seu primo. Eu nem sei quem você é. - Respondeu Sirius olhando para Belatriz com o maior desprezo. Marlene estava oculta dos amigos, nas sombras, pouco atrás de Rabastan, apenas esperando o momento certo para agir.

- Vamos logo com isso, Bela. Você que ficar com o Black? Tudo bem, mas comece logo. - Disse Rodolfo cuidadosamente, e como sempre, respeitando a figura da esposa, mas não amando.

- Bem, eu começo,para novata ver como funciona, então ela assume. - Respondeu Belatriz colocando uma mecha do cabelo escuro atrás da orelha. Ela tinha os mesmos traços arrogantes que Sirius, mas enquanto Sirius lembrava um astro do rock bonitão, Belatriz lembrava uma modelo serial killer. A moça deu um passo para mais perto de Sirius e abaixou-se, para poder olhá-lo nos olhos. - Agora, seu traidor do sangue maldito, eu quero que me diga: em quantos vocês são? - Ela sacou a varinha e apontou para o peito de Sirius.

- Olhe, - disse Sirius sorrindo, mesmo naquela situação crítica, Marlene sentiu o corpo tremer ao ter aquela visão - sempre soube que você era meio retardada, mas se você não sabe contar, o problema não é meu.

Belatriz endureceu o queixo e deu um tapa estalado na bochecha de Sirius e então sibilou: "Crucio", Sirius tremeu, mas não deixou escapar nenhum gemido.

- Na próxima, mira mais para a direita, estou com uma tensão no ombro que, vou te contar.... - Pela nova insolência ele recebeu outro tapa.

- Responda, eu estou mandando! QUANTO PESSOAS SÃO IMBECIS O SUFICIENTE PARA FAZER PARTE DESSA ORDEM DA FÊNIX ESTÚPIDA? - Gritou Belatriz, a voz ficando estridente.

- Ei, Bela, você pensa em cantar na ópera? Porque você tem chance... se um dia eles precisarem de alguém para fazer o papel de uma arara. - Disse Sirius, troçando. Belatriz urrou.

- Eu estou perdendo a paciência, Black! Me diga o nome dessas pessoas idiotas!!!

- Tudo bem! Tudo bem! Eu digo. - Disse Tiago. Sirius olhou para ele abismado, mas Marlene ficou grata, não aguentaria ver Sirius sendo torturado outra vez. Belatriz olhou para Tiago. - O nome das pessoas idiotas, deixe-me ver, ahn... Snape, Avery, Belatriz, Rodolfo e Rabastan Lestrange, Mulciber, Malfoy, Crabble, Goyle, e é claro, o mais idiota: Lord Voldemort.

Os três Comensais presentes iam avançar para Tiago com fúria, mas Marlene fianlmente saiu do torpor e interferiu:

- Belatriz, deixe-me terminar. - Disse saindo de trás de Rabastan e debaixo das sombras frias.

- Marlene? - Guinchou Lílian. Marlene olhou para a amiga, fingindo desprezo, então disse a Tiago: "Diga a essa sangue-ruim que não fale comigo"

- Ela pode ouvir você, por que você mesma não diz, sua traidora hipócrita? - Bradou Tiago, Marlene deu-lhe um sorriso de escárnio, então sacudiu a varinha, fazendo com que uma corda saísse e se espalhasse em torno de Tiago, Sirius (que estava pálido e com o olhar perdido) e Lílian (que derramava lágrimas), praticamente os sufocando.

- Vocês devem estar com frio, não é? - Disse Marlene, enquanto em sua mente transformava a corda em uma chave de portal, e a progamava para mandá-los para a casa de Lílian e Tiago em dez segundos. - Bem - nove - veremos - oito - se esse - casaquinho - sete - de cordas - seis - aquece - cinco - vocês - quatro - três.

- Marlene, você... - Começou Lílian, mas então a imagem deles começou a desfocar e de repente eles tinham desaparecido. Marlene se virou para encarar os comensais da morte então disse:

- Adeus. - E desaparatou.

Belatriz gemeu.

- Não! O Lorde das Trevas vai ficar furioso!

- E já estou, Bela. - Disse Lorde Voldemort descendo as escadas do calabouço. - Não estava escutando gritos o suficiente e então vim checar. Que absurdo! Foram enganados por uma curandeira. Da Ordem da Fênix.

Belatriz se ajoelhou, Rodolfo e Rabastan abaixaram as cabeças.

- Eu quero resultados, Lestrange. E resultados positivos, estou certo que corrigirão a situação até o fim dessa semana.

- Com certeza, milorde! Na primeira oportunidade. - Disse Rabastan, antes mesmo que Belatriz o fizesse.

- Você talvez queira cuidar disso pessoalmente, Rabastan. - Disse Voldemort.

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