Arriscado




Nos dias que se seguiram, o assunto de todos - desde o primeiro ano, até o sétimo - era que Sirius Black tinha uma namorada séria. E não uma garota qualquer, Marlene. Marlene Mckinnon, irmã de Edmundo McKinnon, "aquela que derrubou três caras da vassoura com um único tiro de balaço..." "ah, sim! Puxa, uma gata!". Ouvia-se em todo corredor.


Remo aconselhara ao casal que tentasse ser discreto em sua relação. Os dois eram populares demais para seu próprio bem. Era um conselho tão prudente, que eles tentaram seguir, mas não conseguiram aguentar até o almoço do mesmo dia em que chegaram à conclusão de seguir o conselho de Aluado.


O que Sirius não esperava era a aprovação súbita de todos os Marotos em relação a namorada dele, mas era impossível negar. Marlene tinha um essência peculiar que encantava a todos, até, ele riu de si mesmo ao pensar isso, sua "querida" mamãe.


Um dia, chegando muito tarde em seu dormitório depois de um encontro com Marlene em um dos muitos esconderijos que conhecia em Hogwarts, Sirius teve que explicar aos amigos como era namorá-la:


- Cara, não sei como dizer... Quando eu estou com ela, eu sinto como se tudo mais desacelerasse. Como se eu fosse viver para sempre com ela ali, e estivesse completamente satisfeito com isso. Sei como isso é clichê, mas eu não ligo de perder o dia, não ligo de ser expulso de Hogwarts, não ligo de pegar detenção. Tudo vai ficar bem se minha Agridocicada estiver lá. - Os amigos o olhavam como se estivesse descrevendo a coisa mais fantásticas do mundo. Sirius era o primeiro a se arriscar a amar e ser amado. - Marlene faz tudo parecer bem. Com ela, esqueço que Voldemort está por aí recrutando e matando gente, esqueço que vivo em guerra com a minha "família", que a Sonserina existe, esqueço como o Ranhoso é nojento. Sério, até isso! - Acrescentou ao ver o olhar de incredulidade no rosto dos amigos. - Caras, eu estou aprendendo mais com ela do que qualquer um desses professores! Marlene me ensina sobre ela, sobre mim, sobre a pacinência, a temperaça e, podem rir, sobre o amor. - Sirius parou por alguns segundos. - Droga! Eu estou virando um babaca!


- Está mesmo, Almofadinhas. Espero chegar em um ponto desses com a Evans. Esperem, esqueçam que disse isso. - Eles riam.


- Aluado, eu tenho a Marly, Pontas gostaria de ter a Evans e Rabicho tem aquele lance muito estranho com a professora Sprout, - foi interrompido por um "Ah, cale a boca!" de Rabicho - e você?


- Vocês sabiam que houve três ataques a trouxas nesse mês? Uma média muito... - Fugiu Remo.


- Não mude de assunto. - Cortou Tiago.


- Eu não posso me dar ao luxo de gostar das pessoas. - Disse Remo amargamente.


- Uau! Nossa, Aluado, isso fez com que eu me sentisse muito bem! Quer dizer que eu não significo nada para você? - Disse Sirius cheio de sarcásmo. - Eu pensei que o que tínhamos era especial!


- Boboca! - Riu Aluado enquanto Pontas e Rabicho rolavam de rir. - É diferente. Eu tentei me afastar de vocês também, mas vocês são leais demais para isso. Mas, não vejo como posso encaixar uma garota nos planos. Aliás, como você pretende fazer isso, Sirius?


Sirius gemeu. Tinham chego ao assunto que queria evitar.


- Bem, ela ainda não sabe. Você contou a ela no primeiro ano que é um lobisomem e Marlene lembra. Mas nunca falei sobre nossas, hã, mudanças para podermos ficar com você na lua cheia. Acho que ela suspeita de alguma coisa. Já me perguntou o porquê de Pontas se chamar Pontas, ou Rabicho de Rabicho. Se duvidar, ela deve até saber a verdade...


- Cara, nunca imaginei que diria isso, as meninas de Hogwarts que se desesperem, mas Sirius Black foi fisgado. - Disse Rabicho enquanto Tiago e Remo contarolavam a marcha fúnbre em um misto com a marcha nupicial.


- Ah, vão se danar , vocês! - Disse Sirius antes de se enterrar nas cobertas e fingir que estava dormindo para evitar mais perguntas.


 


O sonho de Sirius naquela noite foi horrível. Sonhara com Marlene praticamente desnuda, inconsciente e ensanguantada nas presas de um enorme lobo de pelo completamente branco. Enquanto o lobo levava Marly para longe, ele estava preso a grilhões, que na verdade eram Tiago e Pedro, e não podia fazer nada para ajudar, pois sua varinha não estava em nenhum lugar à vista.


- Marly! Ei! Olhe para mim, Agridocicada! - Gritava desesperado. Marlene olhou para ele e gemeu por ajuda, bem quando ele percebeu que Tiago e Pedro também estavam machucados, e quanto mais tentava chegar perto de Marlene mais moribundos seus amigos ficavam. Ele parou de lutar, para evitar machucar os amigos, nesse exato momento, o grito de Marlene cortou o ar, depois não se ouviu mais nada.


 


- Você está com uma cara péssima, Almofadinhas. Tem certeza que dormiu direito? - Perguntou Pontas, ele fitava o amigo preocupado.


- Sim, só estou preocupado com Marlene. Ela ainda não desceu para o café. - Respondeu, ele não contara aos amigos sobre o pesadelo da noite anterior.


- Deve ter apenas dormido demais. Relaxe e coma uma torrada. Pois, hoje é sexta, finalmente! E amanhã... - Disse Tiago sugestivamente.


- Lua cheia. Demais. - Animou-se. Remo bufou discretamente e Rabicho lhe deu tapinhas nas costas como consolo. Quando Sirius e Tiago riram, Pedro corou de orgulho.


- Ei, olhe, Pontas! Olhe quem está vindo! - Nesse exato momento, Lílian Evans entrava no salão, acompanhada de Severo Snape.


- Como ela suporta esse cara? - Perguntou Tiago indignado.


- Ah, eu não sei. Eu suporto você, então... - Brincou Sirius. E depois olhando para Snape: - Devemos interromper?


- Não! Não! Eles estão brigando. - Respondeu Tiago. Parecia verdade, os olhos de Lílian eram graves e ela falava sem parar, como se estivesse dando uma bronca. Então, do nada sorriu para Snape e eles se separaram. Ele se encaminhou para a mesa da Sonserina e ela para a Grifinória. Tiago se empertigou e arrumou (desalinhou ainda mais) os cabelos quando ela parou na frente dele e dos amigos.


- Oi, Remo. Ainda com esses caras? - Disse sem olhar para Sirius, Tiago ou Pedro.


- Infelizmente, sim, Lílian. - Disse Remo sorrindo. Lílian sacudiu a cabeça rindo.


- Mas, eu queria falar com você, Black. - Então se virou para Sirius ignorando completamente o melhor amigo deste.


- Sou todo ouvidos. Mas antes, onde está Marlene? - As bochechas dela ficaram vermelhas.


- Você deve estar morrendo de rir por dentro, não é? Você e seus amiguinhos! Eu sabia que você não prestava, Black, mas dessa vez se superou! Eu não sabia que você podia jogar tão baixo! Existem jeitos mais fáceis de dispensar alguém!


- Eu não sei do que você está falando, Evans. Nós não sabemos.


- Não se faça de burro! Quando ela leu aquele cartão, até eu acreditei que você gostava dela de verdade. Mas quem diria! VOCÊ ENGANOU MAIS UMA GAROTA! E pior, quase a deixou doente! Foi uma sorte Severo estar por perto, pois estava com um antídoto polivalente no bolso e salvou a vida dela. Depois vocês tentam se achar melhores que ele...


- Espere, espere! O quê? Onde Marlene está? - Disse Sirius agora tremendo.


- Na ala hospitalar, claro. Vai ficar até o fim da tarde. Conseguiram tirar aquele anel estúpido dela, mas... - E ao ver a expressão apavorada de Sirius. - Não foi você, foi? Que enviou o anel a Marlene?


- NÃO! Que anel? - Lílian empalideceu e sentou-se na frente de Sirius.


- Alguém colocou na cama de Marlene uma caixinha de presente. O cartão dizia: "Aqui vai um presente no qual coloquei meu coração. Só um lembrente de que estou em suas mãos." Ela chorou toda emocionada, dentro da caixa tinha um anel de prata com uma opala. Ela colocou e começou a ficar pálida, depois de um tempo ofegante. Perguntei o que estava errado e ela disse que estava bem, então continuamos nosso caminho para cá. Quando estávamos quase aqui, os cabelos dela começaram a ficar brancos e ela ficou com a pele enrugada. Colocaram loção de envelhecimento instantâneo, da Zonko's, no anel. Mas exageraram na dose. Severo a fez tomar o antídoto e ela parou de envelhecer, mas não começou a ficar jovem de novo, por isso a levamos para a ala hospitalar. - Disse Lílian. E quando Sirius se levantou acrescentou: - Mas nem adianta ir lá. Ela não pode receber visitas. - E sem dizer mais nada, Lílian levantou-se da cadeira e caminhou para sentar-se com as amigas.


- Pontas, me empresta...? - Começou Sirius.


- Claro, está no meu baú. - Disse Tiago, sabendo o que o amigo queria.


- Muito obrigado. - Disse Sirius, então correu para pegar a capa da invisibilidade.


 



- Sirius! - Sussurrou Marlene encantada ao vê-lo mostrar apenas a face. O resto estava invisível.


- Ei, Agridocicada. - Sussurrou ele de volta. - Por favor, eu juro que...


- Tudo bem! Eu sei. Eu sei. Não foi você que me enviou o anel. Foi uma menininha do primeiro ano que colocou no meu quarto, madada por outra pessoa. Ela confessou quando ficou sabendo que tinha me feito mal. Mas ela não sabe quem mandou. Disse que foi uma menina da Lufa-Lufa, da nossa idade... Pobre menininha. Veio aqui tão assustada. - Murmurou Marlene.


- Sim, eu vou descobrir quem foi, então vou levar essa menina para passar uma noite de lua cheia com Aluado...


- Não! Sério, eu é que merecia um castigo! Fui burra.


- Marly...


- Eu sempre soube o quanto você é popular, e quantas garotas dariam tudo para estar no meu lugar. Eu devia ter previsto que isso aconteceria, mais cedo ou mais tarde. Como se não bastasse que ficassem me azarando o tempo todo que não estou com você.


- Azaram você? - Dessa vez Sirius teve que se controlar para não gritar.


- Geralmente com o Levicorpus. Mas, eu sei porque isso acontece e posso muito bem me defender. Preciso parar de agir como se nada estivesse acontecendo, parar de agir como se não afetasse em nada. Se preciso passar por isso para ficar com você, que se


dane! Eu aceito o desafio! - Sussurou ela com decisão. Sirius sentiu que seus sentimentos pela namorada duplicaram.


- Sim. Com certeza. Eu também. - Disse Sirius se lembrando do sonho. Agora ele entendeu qual seria o desafio dele. Ele não poderia escolher entre Marlene e os amigos sem se destruir. - Preciso conversar com você, Agridocicada. Tenho coisas a contar e a mostrar. Sei que posso confiar em você. Me encontre hoje, às nove da noite, atrás do espelho do quarto andar, onde fomos ontem.


- Certo, Sirius, mas...? - Começou a dizer ela.


- Agora preciso ir, tenho aula de Feitiços em cinco minutos. - Ele se inclinou para beijar os lábios de Marlene brevemente. Então se cobriu inteiro com a capa desaparecendo. Marlene sorriu.


- Vejo você de noite. - Sussurou, sabendo que o namorado ouvira.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Nossa coitada da Lene :/ que garotas malucas... Armando sempre. Eu fiquei besta quando a Lily começou a falar com o Sirius e quando ela caiu em sim, sabendo que não seria ele que faria isso... Nossa, tô gostando bastante da historia *---------------* E aquele pressentimento do Sirius então  ? Nem imaginaria isso...bjoos! 

    2013-02-06
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