Problemas Conjugais...Parte I



N/A: É verdade, eu devia postar esse cap desde sexta feira... mas, o que acontece? O pc enlouquece e resolve ficar desligando sozinho. Depois do "conserto" * ele desligou mais uma vez...y.y*, toda vez que eu entro no pc, me vem idéias para escrever coisas que serão meus projetos futuros...huahahahaha. Eu sou realmente maluca. Mas, dei um freio em mim...meus dedos estão coçando para escrever, mas eu vim postar o cap. Além do mais, meu horário no pc foi reduzido radicalmente devido a aproximação do vestibular...y.y. Bom, eu li todos os comentários, mas lamento muito não responde-los todos dessa vez. Eu, provavelmente, terminarei hoje o cap de Relatos. Depois, mandarei para a minha beta.
Bem, e a floreios não mais permite fics sem ser livres na página inicial. E, como eu, provavelmente não poderei mudar a classificação da fic... ainda mais depois desse cap...huahahahahahaha. Irei fazer uma mais leve e postarei um comentário falando das futuras atualizações...hehehehehe.
Beijos
Jé Tonks - Nossa, teu comentário ficou enooorme. Adorei!!! ^^. Respondendo as sua perguntas. Quanto ao Tiago e a Lílian, minha boca é silenciosa como um túmulo. Você chorou lendo a briga? o.O. Foi uma das minhas cenas favoritas de serem feitas * Não liga não, essa autora tem tendências sádicas...huahahahahahahahaha*. Sim sim, é muito legal receber cartas, mas... a gente já trocou endereço, não??hehehehehehe. Espero a sua carta, depois que o correio sair da greve...u.u.
A Marlene NAMORADA do Pedro?? Não, não, não, Merlim a livre desse desgosto. huahahahaahah. Ela é uma personagem de HP. ´Marlene Mckinonn. Ela é citada em HP5, quando o Moody mostra para Harry a foto da antiga Ordem. O nome da música que o Ti canta para a Li é "November Rain" do Gun's in Roses.

Mylla Potter Tonks - Sim, sim, eu me lembro de ti. Que bom que gostou dessa fic também!!!! ^^. Quanto a como eles se transformaram em crianças, não será mostrado necessariamente... só vai dizer o que ocasionou... se foi feitiço, poção... etc. hehehehehehe.

Autora esperando futura azarações se despede aqui... huahahahahaha. Ah, e quem quiser se tornar personagem da continuação da fic, é só me mandar um e-mail, ou um comentário, dizendo as características físicas e psicologicas da personagem. Pode ser adulto ou criança, não precisa ser necessariamente você, pode ser também uma personagem criada por você. Beijos

6º Dia – Problemas conjugais... apesar de nem cônjuges serem.

Parte I


Tiago bateu a porta do quarto propositadamente e Lílian acordou num pulo.
Ao ver quem era – não que ela não tivesse suspeitas – , a ruiva se senta, faz a feição mais formal que ela conseguiu fazer e liga o abajur, fechando os olhos levemente até se acostumar com a luz.
-Sinto muito, Evans... Não era minha intenção te acordar. – disse ele sorrindo pelo canto dos lábios, com a mão ainda na maçaneta da porta, virado de frente para ela.
Lílian percebeu que os botões da camisa dele estavam abertos e os cabelos mais arrepiados do que o normal. Tiago percebeu que ela o observava e se recostou na porta, colocando as mãos no bolso.
-Não me importo, Potter, sei que fez de propósito... Hum, quatro horas da manhã... – disse ela olhando para o relógio.
-Não disse que estaria de volta hoje? – ele a interrompeu, levantando os ombros e os jogando para trás num gesto meio malandro. – Então... aqui estou.
-Devia ter ficado lá.
-Tenho um papel a cumprir aqui, Evans.
-Você adorou a noite, não? – disse ela amarga.
-Foi maravilhosa, se quer saber. – ele ajeitou os óculos e passou a mão pelos cabelos.– Pena que não estava lá para assistir.
A ruiva revirou os olhos.
-Aposto que ela ficou insistindo para você morar de vez lá, não foi?
Tiago sorriu pelo canto dos lábios.
-Ah, foi sim... e ela quase não me deu nenhum tempo de descanso. – ele alargou os lábios, exibindo um sorriso maroto.
-Cafajeste.
-Você não tem do que falar, não é? Afinal, também é uma, talvez até mais do que eu.
Ela revirou os olhos irritada.
-Quantas vezes eu vou ter que te dizer que eu NÃO quis aquele beijo, muito menos correspondi e que aquele estúpido me AGARROU?
-Quantas vezes quiser. – disse ele irritado. – Mas, se você tivesse me falado, eu iria entender. Você não me traiu de uma forma Evans, mas traiu de outra: na sinceridade.
-E você por libidinagem. – disse ela com os olhos um pouco marejados.
-Que você permitiu muito bem... então, não reclame. E do mesmo modo... – ele soltou um suspiro. – Não sou nada seu, mesmo.
-E dou graças à Merlim por isso. – disse ela com a voz trêmula.
-Agora, se não se importa, vou tomar um banho e infelizmente, teremos que terminar essa admirável conversa... a não ser que queira me acompanhar.
-Só se for para te mandar de vez para o inferno, Potter!
Tiago se desencostou da porta e, ainda com as mãos no bolso, ele caminhou para o banheiro da suíte. Quando Lílian ouviu a porta se fechar, ela voltou a deitar na cama, reprimindo um soluço.
-Você é uma idiota Lílian, uma idiota... provavelmente essa noite ele vai sair novamente para se encontrar com ela, não vai ser com você que ele vai estar... é com a outra.
Lílian ouviu a porta do banheiro bater e rapidamente enxugou as lágrimas e deitou-se de costas para a direção do banheiro. Tiago seguiu silencioso, mas observava a feição que a ruiva exibia pelo reflexo do espelho. E, apesar da mesma se encontrar de olhos fechados, Tiago tinha plena certeza de Lílian não estava dormindo.
Ele deita na cama e, enquanto se ajeita, se move mais do que o normal.
-Que eu saiba, eu ainda estou aqui! – ela se vira para ele irritada.
Tiago se move mais uma vez e coloca uma das mãos embaixo da cabeça.
-Sim, e daí?
-E daí? E daí que você passa a noite fora, me acorda e ainda por cima continua a me impedir de dormir novamente. – disse ela irritada.
-Você não vai ter que acordar daqui a algumas horas mesmo? E, do mesmo modo, o abajur ainda estava ligado, sinal de que você ainda estava acordada.
-Mas isso não importa! – disse ela no mesmo tom. – Eu podia muito bem estar dormindo, mesmo com o abajur ligado.
-Quer parar de implicância?
Lílian riu cinicamente.
-Quem está implicando com quem aqui, Potter?
Tiago soltou um suspiro.
-Olha, Evans, eu estou com sono e cansado, e não me agrada nem um pouco a idéia de prolongar essa discussão, ok?
-Ótimo, eu também não! – ela desligou o abajur irritada e se deitou de costas para Tiago. – Péssima noite para você, Potter.
-Depois de tudo o que fiz, não há nada que possa deixar minha noite péssima, Evans.
-Vai ficar jogando na cara isso, toda hora? – num gesto brusco e rápido, ela tornou a se sentar virada para ele.
-Ah, quer dizer que você se importa? – ele se sentou bruscamente, com uma expressão divertida no rosto.
-Claro que não... mas me enoja imaginar você com ela toda santa vez que você me diz isso.
-É mesmo? Ah, me lembrei... o Xander perguntou muito por você. – disse ele num tom maroto, mas com uma ponta de ciúmes. – Ele perguntou se podíamos trocar de pares de vez em quando...
-Ora seu...
A ruiva levantou a mão para bater no rosto de Tiago, mas o mesmo a impediu.
-Nem pense nisso, mocinha.
Lílian puxou o braço com força para perto de si e Tiago o soltou. Irritada e totalmente corada de raiva, a ruiva se ajoelhou e ficou de frente para o maroto.
-Olha aqui, Potter... se você quiser praticar suas orgias, que seja! Mas eu não sou vulgar como você que pega uma a cada hora e...
A ruiva rapidamente perdeu a fala quando o maroto se ajoelhou, ficando muito perto dela.
-E...? – ele perguntou, num sussurro rouco.
-...e ainda por cima... – ela continuou, mas a voz falhou novamente e ela só fez engolir em seco.
-Ainda por cima...
-Fica me convidando para participar com...
Lílian rapidamente foi interrompida por um beijo do maroto. A ruiva sentiu a nuca se arrepiar. Apesar de ter beijado Tiago algumas vezes, nenhuma vez fora igual aquela... Talvez porque o mesmo estava com raiva dela, ou até mesmo porque ela estava com um profundo ódio e decepção por ele.
Tomando consciência do que estavam fazendo, ambos abriram os olhos e se fuzilaram mutuamente.
-Sinto muito, mas eu não gosto muito de resto.
-Seria um arrependimento profundo isso.
Ambos falaram ao mesmo tempo, respectivamente, Lílian e Tiago.
-Como se eu quisesse ter algo com você! – eles tornaram a falar ao mesmo tempo.
-Quer me largar?
-Pode sair de perto?
Eles soltaram um ao outro e se deitaram de frente para o teto ao mesmo tempo. Lílian cruzou os braços e revirou os olhos. Tiago, entretanto, colocou uma das mãos sob a cabeça e mordeu o lábio inferior. Passado alguns minutos com essa cena, ambos soltaram suspiros irritados.
-Se quiser ter um contato com mais de dez centímetros com outra garota novamente, Potter, que procure outra, ou quem sabe a Sharon novamente. Ela ia adorar uma nova visita surpresa sua. – ela disse ainda fitando o teto.
-Apesar de ter olhos por parte verdes, Evans, eu não sou o Xander e muito menos sou moreno. – ele olhou de soslaio para a ruiva e tornou a fitar o teto.
-Eu agradeço a Merlim por isso. – disse ela rapidamente.
Lílian se deitou de costas para Tiago e ficou fitando a porta da varanda num olhar distraído, até que sua visão foi substituída pelo pano negro do cortinado. Ela vira o rosto na direção de Tiago e o encontrou guardando a varinha na mesa de cabeceira.
-Hey, por que você fez isso? – indagou irritada.
O maroto torna a fechar o cortinado lentamente e se volta para a ruiva exibindo um sorriso sarcástico.
-Eu quase não dormi, e quando amanhecer a luz do sol vai me atrapalhar e eu vou acabar acordando. Não pense que fiz isso para termos mais privacidade... como se eu quisesse ter uma com você.
-Há alguns dias atrás, era o que mais desejava. – disse ela levantando uma sobrancelha.
-E me arrependo profundamente por causa disso.
-Dou graças a Merlim por finalmente ter me livrado de você! – ela tornou a dar as costas a ele e fechou os olhos, tentando dormir novamente.
Ela não soube dizer quantos minutos ficara ali tentando em vão dormir, mas, devido ao silêncio de Tiago, a ruiva chegara a conclusão de que o mesmo já devia estar dormindo. Sem conseguir impedir-se, ela deitou-se de frente para ele.
O maroto estava com a cabeça voltada para a direção dela, uma mão em cima do peito descoberto e a outra ao lado do corpo. A ruiva enterrou o rosto no travesseiro e depois voltou a observá-lo.
-Por que você fez isso comigo, hein? – ela sussurrou e depois soltou um fraco suspiro. – Justo quando eu descubro que te amo de verdade?
Lílian levantou a mão para tocar no rosto dele, mas no último minuto desistiu.
-Por que ela? Hein, Tiago... por que ela e não eu?
Lily solta um longo suspiro.
-Como se você fosse responder... e se sim, de certo diria que eu não chego aos pés dela. – disse ela com os olhos marejados.
-Ela... que te deu carinho... – ela passou a mão de leve pelo rosto dele, no que ele se mexeu um pouco e ela recuou.
Vendo que o maroto apenas ajeitou a cabeça um pouco, ela continuou.
-Que te beijou... – ela passou os dedos de leve sobre os lábios dele. – E fez muito mais com você... Como eu queria ter sido ela no momento em que você a tocou, a beijou...Agora é tarde demais. – ela reprimiu um soluço, no que Tiago soltou um longo suspiro.
-E aqui estou eu chorando por você novamente... será que, por mais que você possa estar irritado com tudo o que aconteceu, você não entende que está me fazendo sofrer com tudo isso? – falou ela baixinho, segurando a mão dele e a observando atentamente.– Droga, Tiago... por que você tem que ser dessa maneira? A culpa nem foi minha... – ela reprime um novo soluço.
-Lily, eu...
Ela tomou um susto e olhou rapidamente para o rosto do maroto. Com uma feição surpresa e ao mesmo tempo aliviada, ela percebeu que ele ainda estava dormindo.
-Idiota...
A ruiva soltou a mão dele e virou-se de frente para o teto.
-Um perfeito idiota...
...
Lílian acordou, mas sequer se deu ao trabalho de abrir os olhos. A ruiva desejava fortememente que, o que raios ela tivesse presenciado ontem à noite, tivesse sido apenas um sonho. Que não existissem Xander, beijo roubado, a briga posterior entre ela e Tiago, e o mesmo dizendo que ia se encontrar com a outra, a tal da Sharon. Sentia uma das faces extremamente quente e o som de um coração batendo tranquilamente junto ao seu ouvido. Sua mão estava abraçando algo que parecia ser um braço. “E que braço” ela abriu um fraco sorriso apertando-o levemente. Tiago soltou um longo suspiro. Ao perceber seus pensamentos, a ruiva bufou de raiva baixinho. Por fim, decidiu abrir os olhos e piscando repetidas vezes, virou-se para fitar o maroto dormindo. A face de Tiago estava extremamente séria e os cabelos mais bagunçados que o normal, suas pálpebras tremeram um pouco, no que Lílian constatou que ele devia estar em sono profundo.
-E não era para menos. – ela murmurou amarga. – Se eu tivesse coragem suficiente, Potter, eu juro que te matava com minhas próprias mãos por ter feito o que fez comigo.
Com um suspiro, a ruiva sentou-se na cama lentamente. Sentiu um arrepio percorrer o seu corpo quando a mão de Tiago escorregou levemente por entre sua cintura e caiu graciosamente em cima da cama, e o maroto soltou um outro suspiro.
Lily fechou os olhos e esfregou o rosto levemente, como se ainda pensasse que aquilo tudo não passara de um pesadelo, mas constatou que estava vivendo a mais pura realidade quando o seu olhar fitou o cortinado negro a sua frente.
-Merlim, por que você está fazendo isso comigo, hein, por quê? Por que tudo tem que ser tão dificil para mim? – ela suspirou. – Eu odiei esse garoto durante toda a minha vida, e você, do nada, me faz amá-lo?
A ruiva trouxe a perna para junto de si e apoiou a testa nos joelhos, segurando os cabelos entre os dedos. Reprimiu um grito de raiva e soluçou levemente.
-Você não vai chorar por ele, Lílian. Ele não merece isso, ele não merece sua lágrimas. – ela murmurou para si.
Demorou um pouco para a ruiva se acalmar. Ela respirou profundamente várias e várias vezes até que sentiu sua respiração cada vez mais calma. Lançando um último olhar à Tiago e, com um novo suspiro, ela se levantou da cama lentamente.
Sentia-se exausta, apesar de ter tido uma boa noite de sono, mesmo que aparente. Sua cabeça doía, seus olhos ardiam e o peso no coração, além do nó na garganta estavam longe de sumir.
Abriu a porta do banheiro melancolicamente. Tudo o que necessitava no momento era um belo banho de água quente e, quem sabe esquecer...
Lílian não soube como se despira e muito menos quando enchera a banheira e entrara nela. Estava tão perdida em seus pensamentos que só despertara dos mesmos quando sentiu a água já um pouco fria.
Levantou-se calmamente e vestiu o roupão sem nem mesmo ter se enxugado. Pegou a primeira roupa que viu pela frente e trocou-se ali mesmo, no quarto. Enquanto descia as escadas e se dirigia para a cozinha, perguntou-se porque havia feito isso... mas ela não precisou pensar muito para ter a resposta: lá no fundo desejava que Tiago acordasse naquele exato momento... que a desejasse, que a abraçasse, que a beijasse. Soltou um longo suspiro.
A ruiva entrou na cozinha e agradeceu por ela ainda estar vazia e os “anjinhos” ainda estarem dormindo. Não estava muito a fim de conversas. Com um olhar tristonho e distraído começou a preparar o café da manhã.
...
Remo sentiu-se ser sacudido várias e várias vezes, e teve plena certeza que aquele balanço não era tinha nada a ver com o barco em que ele estava no sonho. Abriu um dos olhos contrariado e encontrou a face de Sirius a fitá-lo irritadamente.
-Ah, bom dia para você também! – ele falou emburrado.
-Você dorme tanto assim, ou sou eu quem acordei cedo demais? – disse o “irmão” largando os ombros de Remo e se sentando na cama do mesmo.
Remo bocejou e se espreguiçou lentamente.
-Quer mesmo que eu responda?
Remo franziu o cenho ao perceber que a feição do irmão estava estranhamente séria.
-Aconteceu alguma coisa? – indagou se sentando na cama rapidamente.
Sirius suspirou.
-Será que... que eles vão se separar mesmo, Remo?
Remo deu de ombros.
-A mamãe não disse que estava tudo bem? – indagou ele rapidamente. – Devemos acreditar nela, não é?
-Mas e a...
-Pode não ter passado de uma briga passageira. A gente não soube o que aconteceu depois, não foi? – ele rapidamente interrompeu o irmão.
-Mas e se...
Remo suspirou.
-O que você está pretendendo que a gente faça, Sirius?
A feição séria do irmão rapidamente se transformou numa marota.
-Como você soube que eu pretendia fazer algo?
-Te conheço bem o bastante, Sirius, sei quando está querendo aprontar algo.
Sirius alargou o sorriso e se ajeitou pomposamente, como se fosse falar algo muito importante.
-Posso te contar o meu plano?
Remo exibiu uma feição preocupada.
-Não acho que um plano vindo de você possa ser algo bom.
-Hunft! – o moreno cruzou os braços indignado. – Então não vou falar mais! – ele virou o rosto e fechou a cara.
-Você não espera que eu implore, não é?
Sirius exibiu uma careta.
-Por que você sempre tem que ser estraga praze...
-Então? Vai contar? Ou você apenas fingiu que tinha um plano? – disse Remo cortando-o, exibindo um sorriso maroto no rosto.
-Chato. – falou emburrado e depois tornou a se ajeitar na cama pomposamente. – É o seguinte...
...
Marlene pulou de susto quando abrira o cortinado e encontrou as três “irmãs” fitando-a preocupadamente.
-Aconteceu alguma coisa?
-Ah, você sabe, Marlene. – disse Alice rapidamente. – Nossos pais.
-Temos que tomar uma providência quanto a isso! – falou Belle decidida.
-Claro que sim! – concordou Lisa rapidamente. – E é por isso que estamos aqui!
Marlene sorriu fracamente.
-E eu achando que vocês estavam me esperando.
As “irmãs” riram.
-O que faremos, então? – disse a morena curiosa.
-Não sei... – Belle falou pensativa. – Mas ainda terei uma idéia.
Novos risos.
-Você não disse que a gente tinha que tomar uma providência?
-Ah, sim, sim... mas acontece que eu não pensei em uma... achei que vocês teriam uma no meu lugar.
As outras garotas se entreolharam e começaram a rir novamente.
-Pensaremos em algo...
...
A porta do quarto das garotas se abriu no exato momento em que Sirius fechava a do quarto deles.
-Precisamos conversar com vocês. – falaram Sirius e Belle ao mesmo tempo.
...
Lílian tinha acabado de pôr a mesa quando o som de passos descendo a escada correndo se fez presente. A ruiva sorriu fracamente ao avistar os “filhos” na entrada da cozinha.
-BOM DIA MAMÃE! – disseram em uníssono, no que Lílian riu.
-Bom dia crianças. Posso saber o motivo de tanto entusiasmo?
-Nossa, mãe, que curiosidade a sua, não? – disse Lisa pondo as mãos na cintura. – Não podemos acordar de bem com a vida?
Lílian olhou para cada um dos rosto aparentemente inocentes.
-Não quando estão juntos. – ela disse rapidamente. – O que estão aprontando?
Os filhos exibiram um sorriso angelical.
-Tão desconfiada... – começou Belle.
-Nós nem pensamos em fazer nada e já vão achando que a gente vai fazer alguma coisa... – disse Sirius.
-Ficamos tão indignados... – continuou Lisa.
-Tristes... – disse Remo.
-Deprimidos... – falou Marlene num sorriso.
-Com o coração aos pedaços... – lembrou Alice.
Lílian não pode deixar de gargalhar quando todos exibiram uma feição comicamente deprimida.
-Você pensa isso mesmo de nós, mamãe? Que tudo o que pensamos é aprontar? – indagou Sirius carinhosamente ofendido (se isso existe, não sabemos, mas são as melhores palavras para indicar o tom de voz do maroto mirim).
Lílian revirou os olhos divertida e meneou a cabeça, sem ter o que responder.
-Estou com fome... – disse Remo rapidamente. Sirius deu um pulo para trás, arrancando riso dos outros “irmãos”, uma feição confusa de Pedro e uma gargalhada da “mãe”.
-Você? Com fome? – ele franziu o cenho e colocou a mão na testa do irmão. – Tem certeza que acordou bem?
Remo revirou os olhos.
-É proibido sentir fome, agora?
-Bem, fiquei surpreso. Já que o Pedro é quem fala isso sempre.
Todos riram e, por fim, ocuparam seus lugares à mesa.
O silêncio reinou entre eles. Como Lílian já havia feito o desdejum, decidiu começar a preparar o almoço. Eles rapidamente terminaram o café da manhã e se entreolharam. E, quando ela começou a cortar os tomates para o molho da macarronada, pôde ouvir os “filhos” discutindo entre si através de murmúrios. Ela franziu o cenho, achando aquilo tudo muito estranho.
-Ué, cadê o papai? – indagou Belle preocupada, logo após os murmúrios cessarem. – Ele ainda não acordou?
Lílian automaticamente se cortou com a faca. Dando um gemido de dor leve e uma careta irritada, ela leva o dedo a boca, a fim de estancar o sangue.
-Mãe? – foi a vez de Marlene perguntar.
A ruiva desviou a atenção da parede – a qual estava olhando até agora, com um olhar extremamente perdido e a boca um pouco entreaberta e o dedo ferido próximo aos seus lábios.
-Mãe!!!! – disse Sirius um pouco mais alto.
Lílian teve um sobressalto e se virou para os filhos com um sorriso no rosto. Sua mão ainda segurava a faca suja de sangue e sua mão ainda se encontrava na altura do pescoço.
-Sim, Sirius, Belle?
-O pai ainda está dormindo? – Belle repetiu a pergunta calmamente. – É muito...
Lílian interrompeu a “filha” com um suspiro e abaixou a mão, a outra segurou a faca firmemente.
-Sim, ele ainda está dormindo.
-Até agora? – Alice se pronunciou preocupada. – O papai não pode ter ficado doente, mamãe?
-Doente? – ela falou sarcástica, depois se lembrou de que os “filhos” não tinham culpa de nada. Eles não tinham culpa das canalhices de Tiago Potter. – Não, Alice, eu falei com ele antes de descer, seu pai está em perfeita saúde... – ela suspirou novamente. – ... perfeita... é totalmente correto. – ela apertou o cabo da faca com mais força. – Isso não há como negar. – ela completou sarcástica, mas para si do que para os outros, o que ele fizera não saia de sua mente.
Os garotos se entreolharam, aquela atitude da mãe estava muito esquisita.
-Mas... se você conversou com ele, porque ele não desceu com você, como sempre fez? Hein? Mesmo que descesse primeiro, ele sempre não vinha um pouco tempo depois? – disse Remo seriamente.
-Remo, quando eu falei com o Tiago, – ela reprimiu uma careta rapidamente. – era muito cedo, e ele disse que, se eu não me importasse, ele ia dormir mais um pouco e, qualquer coisa que eu precisasse, eu o chamasse.
-Então, por que ele não está aqui? – foi a vez de Lisa interrogar a mãe, completamente curiosa.
-Eu já falei... – ela disse calmamente. – Seu pai está dormindo, filha.
-Mas, ele não disse que você podia chamá-lo quando precisasse de ajuda? – Sirius falou desconfiado e pensativo. – Então, você não está precisando dele agora, mamãe?
Lílian suspirou, eles realmente eram muito espertos. Num gesto distraído ela acenou a varinha e, no segundo seguinte a mesa foi desfeita e os pratos começaram a ser lavados sozinhos na pia.
-Sirius, eu simplesmente não quis incomodar seu pai, só isso. – ela voltou a atenção à mesa do fogão, pegando um novo tomate para descascar. – E não há nada demais para se fazer aqui... a ajuda do seu pai é desnecessaria. – ela completou, tentando controlar a raiva, mas percebeu que sua voz soara um pouco trêmula. Num gesto impaciente, ela voltou a cortar o tomate.
-Não, vocês ainda estão brigados. – disse Remo receoso. – Estão sem se falar, mas fingem para nós que são o casal perfeito.
A faca e o tomate caíram das mãos da ruiva. A primeira caiu com um estrépito em cima da mesa ao lado do fogão, enquanto o ultímo saiu rolando pelo chão até parar embaixo da cadeira de Alice. A ruiva não pode deixar de ficar admirada.
-Remo Lupin! – ela se virou bruscamente para o filho, tentando dissimular sua surpresa em uma bronca. – Você está insinuando que sua mãe está mentindo? – ela rapidamente ergueu uma sobrancelha e pôs as mãos na cintura.
O maroto mirim corou furiosamente e os irmãos voltaram a atenção para a mesa vazia, como se a vida deles dependessem disso. Pedro não sabia o que estava ocorrendo, então apenas seguiu Sirius ao seu lado.
-Mãe, eu não quis dizer isso, eu só...
-Eu entendi muito bem, Sr. Remo Lupin! – ela falou com a voz trêmula. Lembrar de Tiago deixava sua atuação mais fácil. – Sabe o que eu devia fazer?
Ele não respondeu, apenas abaixou o olhar.
-Eu devia te deixar de castigo! Isso é falta de respeito para com a sua mãe! – ela inchou um pouco. – Isso foi a educação que eu te dei? – ela quase riu, agora sim estava igualzinha a sua mãe quando dava bronca nela devido a sua teimosia.
-Não, mãe... não foi. Me desculpe. – ele falou mais constrangido ainda.
-Ótimo. – ela sorriu falsamente, indicando que estava satisfeita e voltou a atenção para os tomates que cortava.
-Mas eu realmente... – Remo falou baixinho, quase num sussuro.
Lílian revirou os olhos.
-Remo. – ela se virou rapidamente, apesar do seu tom soar calmo. Mas isso não impediu que o maroto mirim pulasse de susto. – Eu e o seu pai tivemos sim um desentendimento. Um tolo e pequeno desentendimento. – ela abanou as mãos em sinal de descaso. – Bobagens. Mas estamos bem agora. – ela finalizou com um falso sorriso doce e gentil.
-Vocês continuaram discutindo. – os olhos dele brilharam tristemente. – Não minta para mim, mãe, eu ouvi tudo.
-Todos nós ouvimos. – completou Marlene.
Lílian suspirou e passou a mão pelos cabelos nervosamente. Não pôde se impedir de recostar-se na mesa, um pouco exausta.
-Ele foi embora de casa, não foi? – murmurou Belle com a voz embargada. – Ele não vai mais voltar.
-Não, Belle, não é nada disso que você está pensando. – ela falou seriamente. – Como eu já disse, o Tiago está dormindo. – ela suspirou tentando mantar a voz num tom calmo, apesar da raiva que sentia do maroto fervilhar dentro de si. O que ela menos queria no momento, era ficar prolongando essa conversa que lhe era tanto desagradável. Falar de Tiago doía. – Realmente, crianças, eu lamento muito o fato de vocês terem presenciado tão vergonhosa cena. Mas essa discussão entre mim e seu pai não passou de um desentendimento e agora está tudo bem entre nós. – ela sorriu falsamente desejando que tudo aquilo que dissera fosse mesmo verdade, mas ela sabia que não... nem nunca seria.
-Mas, eu ouvi...você disse para ele ir ver aquela tia, mãe. – disse Sirius calmamente, Lílian ficou escarlate à simples menção da Sharon. – Ele foi ver a tia?
-Não Sirius, ele não foi.
-Mas...
-Ele saiu sim de casa. – ela começou, interrompendo Marlene rapidamente. – Deu uma volta e tomou um ar para se acalmar. Quando o Tiago voltou um pediu desculpa para o outro. Está tudo bem agora.
-Isso não explica o fato dele ainda estar dormindo, já que vocês foram dormir no mesmo horário. – falou Remo seriamente.
Lílian sentiu uma vontade imensa de esganar Remo Lupin por causa daqueles comentários impróprios e perfeitamente lógicos, ou quem sabe fazê-lo se calar enfiando uma rolha na sua boca. Ela pensou alguns minutos antes de responder.
-Ele teve insônia.
-Mas... se ele teve insônia, por que você não contou para a gente antes, mãe? – novamente Remo.
Os irmãos murmuraram concordando, enquanto Lílian soltou um suspiro cansado e fechou os olhos.
-Vocês me interromperam tanto que eu acabei me esquecendo. – ela falou calmamente, ainda de olhos fechados.
...
Tiago, como era de se esperar, acordou por volta do meio-dia. O maroto abriu os olhos receoso e soltou um longo suspiro. A feição que seu rosto agora exibia não lembrava, nem de longe, a de alguém que tivera uma maravilhosa noite igual a que ele dissera para a ruiva que tivera com a Sharon.
Ele fitou a cama ao seu lado, exibindo um brilho estranho no olhar. Os lençois e o travesseiro ainda se encontravam amarrotados, como se Lílian tivesse se levantando há pouco tempo.
Ele se sentou na cama, ainda fitando a cama ao seu lado. Um novo suspiro.
-Não vai ficar se arrependendo agora, vai, Tiago? – ele murmurou para si mesmo e logo depois passou a mão pelos cabelos, num gesto irritado.
Ficou fitando o lado da cama da ruiva e, quanto mais seus pensamentos corriam a mil, mas ele estreitava os olhos, encarando-o com fúria. Num gesto possesso de raiva, o maroto jogou o travesseiro ao seu lado no cortinado. O objeto se embolou no manto negro, fazendo a parte do suporte que o sustentava na ponta da cama desabar com um estrépito.
Fitou a porta a sua frente com a respiração ofegante, sentindo a iluminação, que agora se fazia presente, o cegar.
-Por que ela tem que ser tão difícil e orgulhosa, hein, Merlim? Por quê? Porque ela não admitiu logo de uma vez que me amava de verdade?
Ele esfregou o rosto levemente e depois suspirou resignado. Tornou a desabar na cama, fitando o teto distraidamente, com as mãos sobre a nuca.
-O que você precisa no momento é ter calma, Tiago, muita calma.
Ele colocou os óculos, se levantou lentamente e, pulando o suporte do cortinado caído, ele caminhou até a penteadeira para pegar sua varinha e, depois de murmurado alguns feitiços, o cortinado estava novo em folha. Mirou o travesseiro jazido no chão com um olhar que denotava desprezo e raiva. Não sabia se de si mesmo ou da ruiva que havia se recostado nele.
Sua varinha ainda se encontrava erguida e apontada para o cortinado, enquanto ele fitava o travesseiro. Soltou um longo suspiro. Vestiu o roupão rapidamente e, dando as costas para a cama, o maroto se dirigiu para fora do quarto.
...
O silêncio reinou na cozinha e Lílian sorriu satisfeita. Parecia que finalmente seus “filhos” resolveram encerrar aquele assunto. Confiante, ela resolveu abrir um dos olhos e correr o olhar entre os filhos. Com uma feição de triunfo ela voltou ao seus afazeres.
Não soube por quanto tempo estava ali, mas percebia que ela o centro das atenções dos filhos e aqueles olhares estavam realmente incomodando-a. Desistiu de terminar de cortar os tomates – que por incrível que pareça ela só tinha cortado dois desde aquele tempo todo –, começando a preparar o macarrão e a carne moída.
-Ele não vai acordar, não? – ela ouviu a voz de Lisa indagar receosa.
Lílian suspirou na tentativa de se acalmar, virou-se lentamente para a filha, com a panela do macarrão na mão.
-Ainda vão continuar com esse assunto? – sua voz tremeu levemente.
-Mas, mãe! Já tem muito tempo que ele está dormindo, não?
-Ah, deixem seu pai em paz... quando ele acordar, certamente, ele vai descer. – ela falou emburrada. – Agora, vocês vão continuar com isso?
Ela fitou um a um com um olhar inquisidor. Quase riu quando eles se encolhiam levemente enquanto ela fazia a “inspeção”. Seu olhar parou em Marlene, que se encontrava na cadeira mais próxima à entrada da cozinha.
O coração da ruiva teve um sobressalto e ela sentiu como se uma mão o esmagasse sem piedade quando seus olhos se depararam com um vulto parado na entrada da cozinha... Tiago. Automaticamente, ela deixou a panela cair da sua mão.
-Imobilus. – ela o ouviu murmurar, colocando a varinha de volta ao bolso no minuto seguinte.
Ele ainda se encontrava parado, e, ao parecer da ruiva, estivera fitando-a nos últimos segundos, porque quando seus olhares se encontraram, ele rapidamente os desviou.
-Devia ter mais cuidado, podia se queimar... Lily. – sua fala não passou de um leve murmúrio, mas Lílian ouvira nitidamente.
O olhar de todas as crianças se voltaram para a entrada da cozinha ao ouvir a voz do pai – aparentemente elas estavam distraídas demais a ponto de perceber que a panela de macarrão estava parada no ar e que o feitiço fora realizado pelo pai segundos antes. Tiago sentiu sete pares de braços o abraçarem na perna, mas pareceu não se importar, seus olhos miravam a ruiva discretamente. Lílian apenas virou-se de costas para ele, enquanto escorria o macarrão na pia.
-Já íamos subir para acordá-lo, papai! – falou Lisa rapidamente. – Você demorou para acordar!
O maroto olhou para baixo e não pôde deixar de sorrir ao perceber que todos estavam agarrados as suas pernas, enquanto Sirius rapidamente se separava dele, a fim de não demonstrar que o tinha abraçado – com medo de levar uma bronca, talvez.
-E vocês que se atrevessem a fazer isso. – ele falou docemente. – Vocês não gostariam de ficar de castigo, não é?
-Hey, acordar o pai é motivo para castigo, agora? – Sirius ergueu a sobrancelha e cruzou os braços.
-Quando ele não dormiu muito bem, claro que sim! – Tiago retrucou levantando a sobrancelha dele.
-Ah, certo.
Lílian voltara a atenção para o molho que preparava meticulosamente, disposta a somente se virar numa situação extrema. Tiago ergueu o olhar para fitá-la e soltou um longo suspiro.
-Não mereço um abraço como bom dia? – ele falou docemente, mas Lílian pôde notar o tom raivoso na sua voz.
-Quem quiser que venha buscar. – ela falou provocativa, mas sua voz estava carregada de ironia.
Os filhos automaticamente soltaram Tiago e o mesmo caminhou lentamente em direção a ruiva.
Lílian sentiu mãos extremamente trêmulas deslizarem sobre a sua cintura, abraçando-a por trás. A respiração quente e ofegante de Tiago era sentida rente ao seu pescoço.
-Temos que disfarçar, não é? – ele sussurou no ouvido dela, de um modo frio e irritado.
-Ah, o casal perfeito. – ela falou de volta. – Não vejo a hora de acabar com isso, Potter, estar perto de você me enoja! – ela falou no mesmo tom.
-Ainda bem que você sabe. Acontece o mesmo comigo. – ele retrucou.
Tiago olhou de soslaio para a mesa enquanto pegava os rubros cabelos da ruiva, se preparando para depositar um beijo em seu pescoço. Apesar de estar sendo o mais frio que ele conseguia ser, não pôde impedir Lílian de se arrepiar quando sentiu o hálito quente dele cada vez mais perto e os lábios quentes dele sobre a sua pele e ele, de desejar continuar e prolongar aquele contato.
Lílian suspirou e fechou os olhos. Tiago sentiu um arrepio percorrer seu corpo, e também suspirou enquanto depositava leves beijos no pescoço dela.
-Eles já foram. – ele falou rapidamente, enquanto a soltava.
-Ótimo. – ela murmurou. – Ótimo. Não sei quanto mais tempo agüentaria com essa ceninha estúpida! – ela sussurrou irritada. – Eu já limpei os pratos do café há muito tempo, Potter. Se quiser, faça qualquer coisa para você, ou então espere o almoço ficar pronto. Agora, pode se retirar, por favor? Sua presença me incomoda. – ela disse voltando a atenção ao molho que preparava.
-Agradeço por me querer longe de você, Evans. – ele falou irritado. – Mas, qualquer coisa, estou no quarto.
-Você não chamou ela para vir para cá, chamou? – perguntou amarga.
Tiago, que já havia dado as costas para a ruiva e se preparava para sair da cozinha, se virou para ela surpreso.
-Como? – ele franziu o cenho, confuso.
-Ela, Potter. Você não falou para ela vir para a sua casa, falou? – ela explicou novamente, sentindo o sangue subir à cabeça. Apertou a faca nas mãos enquanto se virava para encará-lo. Aquela arma na sua mão parecia ligeiramente tentadora. Ela não sabia se era para matar Tiago ou a “amante” dele.
-Ah, a Sharon? – os olhos de ambos brilharam estranhamente. Lílian achou que os olhos de Tiago brilharam apaixonadamente e o mesmo achou que os dela brilharam de raiva. – Ah, não se preocupe, Evans. Nunca faço esse tipo de coisa em casa. – ele olhou para ela num misto de descaso e raiva. – Literalmente.
Lílian o olhou da mesma maneira.
-Como se isso aí prestasse para alguma coisa. – Tiago corou de raiva ao perceber para onde ela havia apontado com a faca quando disse isso.
-Evans, você esta insinuando q...
O som de algo sendo cortado violentamente em cima da mesa foi ouvido. Tiago silenciou.
-Que...? Que eu não vejo utilidade... – ela sorriu marotamente, enquanto o observava de soslaio. – Com certeza!
-As pessoas não devem julgar as coisas que nunca viram ou provaram, Evans. – ele disse num sussuro ameaçador.
Lílian cortou algo em cima da mesa, de um modo mais violento. Tiago achou ligeiramente perigoso o fato da ruiva estar com uma faca na mão. Ainda não esquecera da antiga ameaça dela.
-Eu não preciso ver ou provar nada, Potter. Eu já sei... é proporcional a seu cérebro. – ela riu baixinho. – Se é que você tem um.
Lílian gargalhou quando a face de Tiago ficara extremamente vermelha.
-Tão cheia de si, não é, Evans? – ele ergueu uma sobrancelha. – Como se você tivesse algum atrativo. – ele disse irritadamente.
-Tem muita gente que acha o meu corpo bonito, Potter. – ela retrucou amarga. – Eu não me importo nem um pouco se ele é ou não é do seu agrado.
-É mesmo? – ele ergueu uma sobrancelha. – Não foi o que eu presenciei a duas noites atrás.
-Delírios, Potter, nada real. Agora... será que pode dar o fora? Preciso terminar isso aqui! – ela falou irritada, tirando a varinha do bolso e murmurando um feitiço, fazendo a faca cortar o tomate sozinho e eles se jogarem na panela graciosamente
-Farei isso com o maior prazer, Evans. – disse ele rapidamente, dando as costas e saindo da cozinha.
Lílian suspirou e desabou numa cadeira, cansada. Aquilo que estava fazendo exigia muito de si, mas ela iria até o final.
...
-Eu disse que não estava nada bem... – disse Sirius saindo do esconderijo, fitando o vulto do pai subir as escadas irritado. – Eles estão fingindo.
-Eles acham que enganam a gente. – disse Lisa num suspiro. – E foi minha culpa.
-Não é hora para arrependimento. – falou Remo seriamente. – Você já fez e está acabado, não?
A “irmã” riu desgostosa.
-Tão consolador, você...
-Vamos fazer logo isso, sim? – disse Sirius entediado, girando a varinha de Tiago entre os dedos.
Todos exibiram um sorriso maroto e assentiram.
...
Tiago entrou no quarto com um suspiro e bateu a porta fortemente ao passar. Tirou o roupão com violência do corpo e o jogou de qualquer maneira em cima da cama. Sentia ímpetos que puxar aquele cortinado da raiva que sentia da ruiva. Olhou para o banheiro rapidamente e respirou fundo.
Colocando os óculos em cima da pia, ele fitou-se no espelho por alguns minutos. Apesar de ter dormido o que tinha achado suficiente, em seu rosto via-se uma leve formação de olheiras provenientes da noite anterior mal dormida.
-Certamente deve ter sido por causa da briga de agora a pouco. – murmurou emburrado.
Abriu a torneira, observou a agua cair em suas mãos unidas em formato de concha por alguns minutos e depois molhou o rosto.
Ergueu o olhar para se fitar no espelho, e molhando o rosto outra vez, observou os pingos que lhe caíam pelo rosto como se fossem lagrimas. Seus olhos brilharam estranhamente e, sem ao menos tirar os olhos do reflexo, ele saiu tateando a procura da toalha de rosto.
Numa maneira distraída e fitando o espelho com um olhar vago, o maroto começou a enxugar os pingos que lhe caíram sobre o peito. Depois passou a toalha pelo pescoço levemente e por fim, a abriu, enterrando o rosto na mesma, a fim de enxugá-lo.
-Já não era sem tempo, não é? – Tiago, que ainda se encontrava com o rosto escondido pela toalha, a retira lentamente, o suficiente para poder fitá-la através do reflexo.
Lilian se encontrava recostada no vão da porta, com os braços cruzados e uma expressão de raiva e profundo desprezo no rosto.
-Acho que é algo extremamente normal se acordar ao meio-dia, levando o fato de que eu cheguei às quatro horas da manhã em casa, Evans. – ele respondeu no mesmo tom que a feição de Lílian denotava, sua voz saindo levemente abafada no começo, enquanto tirava a toalha completamente do rosto. – Posso saber o que está fazendo aqui? Não acabamos de nos ver lá embaixo, querida?
-Apenas voltei porque tem coisas para você fazer lá embaixo. Não posso fazer tudo sozinha. Sugiro que tome conta das crianças. – ela falou seriamente. – Se é que você ainda tem uma consideração pelos seus amigos.
-Achei que minha presença a incomodava. – ele retrucou.
-E incomoda, mas eu simplesmente não posso ficar fazendo tudo enquanto você não faz nada.
-Certo, então, mas peço que fique o mais longe possível de mim e dirija a palavra a mim o mínimo possível.
-Idem, Potter. Do mesmo modo, eu vou ficar na cozinha, portanto, faça de tudo para não estar lá até que eu chame as crianças para o almoço. Agora, será que pode me dar licença? – ela indagou indiferente. – Eu quero usar o banheiro. – ela completou, ainda na mesma posição.
-Que eu saiba, eu o estou usando no momento, Evans. E, se eu não me engano, nessa casa existe outro. – ele respondeu no mesmo tom que a ruiva, enquanto recolocava os óculos.
Ainda encarando Lílian através do espelho e com a toalha erguida no ar, Tiago viu os olhos dela brilharem de uma maneira esquisita. Ele sentiu um arrepio percorrer pela sua espinha. Já havia visto esse olhar nos olhos da ruiva... eram quase febris. Corou um pouco, mas rapidamente afastou seus pensamentos. Ainda estava irritado com ela.
-Mas, se você não se sentir incomodada com minha presença, sinta-se a vontade para usá-lo da maneira que quiser e bem entender. – ele não resistiu ao comentário, abriu um sorriso maroto. Certamente ela bufaria de raiva, daria as costas e iria embora.
Tal foi a surpresa de Tiago, que seus olhos se arregalaram ao constatar que ela dera de ombros e, num gesto de descaso e olhar calmo, começou a abrir o zíper lateral do vestido lentamente.
-Evans, o q... – ele se virou de frente para ela e sua voz falhou no momento em que ela descia a alça do vestido numa maneira um tanto quanto... lasciva. Ainda segurando a alça do vestido, Lílian ergueu o olhar para ele e Tiago pode ver que ela sorriu pelo canto dos lábios e voltou a atenção para o que fazia.
Tiago pigarreou e fechou os olhos. Sua taquicardia era tanta que ele achava que o coração iria explodir, sentiu um leve tremor no corpo. Sentia seus hormônios começarem a “entrar em ação”.
“Calma, Tiago, isso provavelmente não passa de um sonho, um daqueles seus sonhos malucos... e pervertidos, é isso!” ele pensou desesperado. “Hum, será que ela tira tudo?” um leve tremor percorreu seu corpo, seguido de um intenso arrepio. “Ta, tá... esquece, Tiago, ESQUECE! Merlim, eu também não colaboro!”.
Ele se atreveu a abrir um dos olhos, o que foi um erro. O maroto sentiu todo o sangue pulsar mais rapidamente por todo o corpo e a toalha caiu de suas mãos no exato momento em que o vestido da ruiva escorregara pelo seu corpo, encontrando seu triste fim no chão. Ele tentou não seguir o percurso do vestido, mas foi algo inevitável. Um novo arrepio percorreu pela sua espinha. Ele recostou-se na pia e segurou as bordas da mesma como se sua vida dependesse daquilo. “Ela fez” ele pensou desesperado “O que essa maluca pretende fazer?”.
-Ah, caiu! – ela disse de uma maneira distraída e risonha.
Tiago suspirou e ela riu fracamente.
-Evans, o que raios você pensa que está fazendo? – sua voz saiu extremamente rouca e desesperada.
Lílian tornou a rir, apesar de estar um pouco corada. O cérebro de Tiago dizia “Agarre-a”. Ele apertou as bordas da pia com mais força e se recostou mais ainda na mesma.
-Você não disse que eu podia usurfruir do banheiro se eu não me sentisse incomodada com sua humilde presença nele? – ela chutou o vestido lentamente no chão, da mesma maneira provocante que o tirara.
Tiago se virou, ficando de costas para ela. Sentia a respiração cada vez mais ofegante. Agora o comando “Agarre-a de uma vez por todas” era o único que seu cérebro era capaz de processar, ele fechou os olhos e abaixou a cabeça lentamente... num novo suspiro.
-Então? Você não disse? Estou fazendo. – ela falou cada uma das frases de modo lento, gesticulando cada sílaba exageradamente quando viu que Tiago abrira os olhos e agora a fitava cobiçosamente com o olhar erguido através do espelho, ainda mantendo a cabeça um pouco baixa.
Pontas sentiu um novo arrepio. Não que a roupa íntima que agora a ruiva usava na frente de Tiago fosse transparente, “especial”, ou até mesmo menor do que o biquini que ela usara. Era um conjunto preto, feito do que parecia ser lycra e algodão. Mas, o fato é que ele realçava perfeitamente o colo da ruiva e... bem, depois de várias olhadas predatórias de cima a baixo no corpo da ruiva, Tiago achou melhor se contentar em não olhar mais para baixo.
Enquanto ele se esforçava em pensar “Que rostinho lindo ela tem, não?”, tinha como resposta um “Que corpo mais gostoso” e os sinais de “AGARRE-A” que seu cérebro ordernava. Seu orgulho se mantinha firme, dizendo para ele se mostrar superior... Mas a situação já estava no auge do seu controle.
-Está se sentindo mal, Potter? – Lílian indagou e depois riu fracamente.
-Estou ótimo. Obrigado por se preocupar, Evans. – sua voz saiu arrastada e falhando fracamente, houve também um resquício do que era para ser um tom completamente irônico.
Lílian viu Tiago fechar os olhos mais uma vez enquanto suspirava. Ele apoiou as mãos em cima da pia, a fim de sustentar o corpo, a respiração dele estava completamente ofegante e a ruiva já percebia as primeiras gotas de suor brotarem no seu rosto. Ela alargou o sorriso: nada melhor do que uma bela vingança.
Fazer o maroto desejar tocar o que agora estava vendo e saberia que não teria permissão para tanto... um belo plano, ela deveria comentar. Assim, a ruiva mostrava para Tiago o que ele perdeu ao procurar a outra, além de aumentar sua estima (que naquela manhã estava menor que um grão de areia) ao perceber que estava deixando um garoto – ela corou furiosamente – bem, certamente como Tiago estaria agora.
Ela caminhou lentamente em direção a banheira e, quando passou por Tiago, deixou “sem querer” suas unhas passarem pelas costas dele, parando um pouco mais a frente dele para ver sua reação. Ela viu Tiago estremecer e abrir os olhos rapidamente... tornou a rir, lançou um olhar de soslaio para ele e voltou à caminhada.
A ruiva sentiu uma mão suada fechar sobre o seu pulso firmemente. Ela o olhou por cima do ombro, fitando primeiro sua mão fechada sobre o seu pulso, subindo o olhar gradativamente até chegar ao rosto.
Tiago estava quase debruçado sobre a pia. Sua outra mão segurava a borda da pia firmemente. Sua testa estava recostada na superfície fria do espelho e sua cabeça levemente inclinada para a direção da ruiva, a observando de soslaio.
Lílian sabia que provocar Tiago era o mesmo que brincar com fogo, mas sorriu internamente. Provavelmente, aquela seria a hora do ataque. Com um sorriso vísivel no canto dos lábios, ele a fitava firmemente, e seus olhos pareciam estar em chamas.
Tiago fez a ruiva se voltar-se para si. Com a outra mão ele segurou o rosto dela levemente, alisando sua face... Lílian fechou os olhos, não estava em condições de resistir.
-Por que você esta fazendo isso, hein, Evans? – ela sentiu o hálito quente dele perto dos seus lábios. O sussurro que ele proferira era quase que suplicante, apressado e desesperado.
Lílian sentiu os lábios dele tocarem levemente os seus, mas antes mesmo de aprofundar o beijo, ele se separou dela. Lílian abriu os olhos, para encontrar os dele ainda fechados.
-Por nada. – ela murmurou, apesar de desejar falar outra coisa. Mas seu orgulho não permitia dizer que ela estava sofrendo por causa do que ele fizera. E simular seus sentimentos era muito mais fácil do que isso. – Agora, por favor, pode me soltar?
Ele não respondeu, apenas deu as costas para ela, soltando a mão dela levemente e se dirigindo ao box do chuveiro.
A ruiva também deu as costas para ele e, se sentando a beira da banheira, começou a abrir as torneiras levemente, num gesto que denotava um profundo interesse.
O som da porta de box correndo para um lado e depois para o outro se fez presente. Lílian teve um sobressalto. Tiago agora estaria... e então... ela balançou cabeça e voltou a atenção para as torneiras.
Um novo som se fez presente, dessa vez o da agua caindo um pouco atrás dela. Segundos depois ele se tornara abafado, o que permitia a Lily deduzir que ele já deveria estar debaixo da ducha. Não houve nenhum som do lado de Tiago a não ser um fraco gemido do mesmo, seguido de um suspiro aliviado. A ruiva corou furiosamente e decidiu ignorar o desejo de olha-lo e entrou lentamente na banheira. Ela podia não estar olhando para trás, mas sentia que o olhar de Tiago se voltara para ela novamente.
Devidamente deitada na banheira, cuja água estava numa temperatura extremamente agradável, a ruiva arriscou um olhar de soslaio para Tiago. Ele estava quase na mesma posição em que ela o vira a pouco. Olhos fechados, testa recostada na parede, uma mão na nuca enquanto a outra segurava os óculos por uma das hastes.
Vendo que não era observada, a ruiva voltou o rosto na direção dele. Foi a vez dela se arrepiar, ele ficava muito “agarrável” daquela forma.
Com uma mão somente, Tiago fechou os oculos e o colocou em cima de uma pequena prateleira de vidro grudada na parede ao seu lado. Ainda de olhos fechados, o maroto se desencostou da parede, passando a molhar o rosto voltado para cima.
Ele abriu mais o chuveiro e abaixou a cabeça novamente. Lílian sentiu a temperatura da água estranhamente quente quando percebeu que a respiração dele estava ofegante e ele respirava pela boca. A ruiva tentava não seguir novamente a agua que descia pelo corpo dele, mostrando uma cueca extremamente grudada em sua perna... tornou a balançar a cabeça. “Lílian, Lílian, isso é doidice! Lembre-se do que ele fez... ele é um cafajeste... ele é um cafajeste... ele é um maravilhoso e lindo cafajeste...”.
Tiago tornou a erguer a cabeça, dessa vez passando a mão pelos cabelos e pelo rosto diversas vezes. A ruiva se ergueu um pouco, ficando sentada na banheira. Metade dos rubros cabelos estavam molhados e grudados pelo seu peito e costas, mas ela parecia não se importar... seus olhos estavam muito mais preocupados em observar uma certa mão que percorria aquele corpo maravilhoso. Ela só gostaria que a água estivesse mais fria.
Começou pela nuca, a qual ele massageou lentamente, soltando um longo suspiro enquanto tornava a abaixar a cabeça. Subiu pela face esquerda, deu uma passada brusca pelos cabelos e, entre um meneio de cabeça de uma forma um tanto quanto lenta e provocante um novo suspiro foi ouvido.
“Quente demais...” pensou a ruiva. Seu coração batia fortemente no peito, e ela sentia o sangue fluir velozmente pelo seu corpo. Soltou um longo suspiro.
Lílian mordeu o lábio inferior quando as mãos dele desceu para o peito. Lílian sentia a respiração acelerar. “Será que é assim que ele passa sabonete pelo corpo?”, ela sentiu o corpo estremecer, enquanto um arrepio percorria sua espinha.
Sentia-se ligeiramente tentada a perguntar “Será que aí no chuveiro cabe mais um?”, ou então “Se quiser ajuda...”, balançou a cabeça para espantar seus pensamentos. “Ele preferiu a Sharon, Lily. Não você”.
Tiago abriu os olhos e suspirou. Se espreguiçou lentamente, deixando à mostra as divisões do já definido corpo dele. Logo depois, ele jogou os ombros para trás. Tornou a fechar os olhos e voltar a cabeça para cima. A mão dele se posicionou na barriga e subiu lentamente, passando pelo pescoço... e, quando chegou ao rosto, ele passou a mão pelos lábios de uma maneira provocativa e sorriu marotamente. Num gesto rapido, ele se volta para a ruiva.
-Está sentindo alguma coisa, Evans? – seus olhos brilharam enquanto ela corava de raiva. Mal havia passado pela sua cabeça o fato dele fazer isso somente como forma de provoca-la.
Lily fechou a boca – que estava entreaberta até então – e bufou de raiva. Foi a vez de Tiago gargalhar.
-Ah, agora você está achando ruim, não é? É bem ruim para você a idéia de ser a vítima agora... – ele sorriu pelo canto dos lábios. – É bom, não é, Evans?
Silêncio. Em resposta, veio-lhe apenas o som da agua que se movera bruscamente devido ao movimento irritado da ruiva quando ela mergulhou de bruços na banheira.
Lílian subiu alguns segundos depois e passou a mão nos cabelos distraída e, quando abriu os olhos, pulou de susto ao ver que Tiago estava sentado à beira da banheira, já de roupão, tendo os braços cruzados e um sorriso pelo canto dos lábios.
-O que foi agora, Potter? – ela falou emburrada.
O maroto apertou os olhos para enxerga-la melhor e alargou o sorriso. Lílian corou um pouco ao perceber que ele se aproximava cada vez mais do rosto dela.
-Você não respondeu a minha pergunta, Evans... – ele falou lentamente, Lílian suspirou.
-Não me sinto obrigada a respondê-la, Potter. – ela disse emburrada, enquanto se levantava da banheira.
Tiago apenas a observou passar por ele e vestir o roupão. Lílian não ousou encara-lo nem um segundo sequer durante esse período. Ela se abaixou lentamente e pegou o vestido. Antes que ela saisse do banheiro, ela voltou o olhar para Tiago e sorriu marotamente.
-Ainda acha que eu não tenho “atrativos”, Potter?
-Não podemos dar uma opinião sobre coisas que nunca provamos, Evans. – disse ele, fitando o chão. Lílian pôde ver a sombra de um sorriso a povoar-lhe os lábios.
...
Tiago não soube por quantos minutos ficara ali sentado à beira da banheira, mas, quando entrou no quarto novamente, a ruiva ainda se encontrava nele. Abotoando a calça jeans que estava usando.
Pontas rapidamente desviou o olhar ao perceber que ela não tinha vestido a blusa ainda, e que estava apenas de sutiã. Lílian apenas exibiu um fraco sorriso e procurou uma blusa no guarda-roupa.
-Achei que você já tivesse saído, Evans. – ele murmurou, enquanto procurava uma roupa para ele. – E que você NÃO trocaria de roupa aqui.
-Estou composta, Potter. – ela falou enquanto vestia a blusa. – Não posso dizer o mesmo de você... do que está por debaixo disto. – ela apontou para o roupão dele, quando o mesmo se voltou para encara-la. – Olha, Potter... – ela fechou a porta com um suspiro e voltou a encara-lo um pouco irritada. – ...se não se importa, fale o mínimo possível comigo, ok? Se eu quiser falar com você, eu mesma começo uma conversa.
Com isso ela saiu do quarto e bateu a porta fortemente ao passar. Tiago franziu o cenho sem ao menos ter entendido nada.
-Num minuto ela praticamente só falta se jogar em cima de mim, no minuto seguinte, só falta me comer vivo... – ele revirou os olhos. – Mulheres!
...
-PAIIIIIIII!!!!!! – o grito ecoou pela casa e, Tiago, que estava trocando de roupa, pulou de susto e correu ao encontro das filhas.
-O que foi? – ele abriu a porta e encontrou as quatro garotas em cima de uma das camas, encolhidas em um canto.
-Tem um bicho aí dentro do guarda-roupa, eu vi! – falou Marlene rapidamente.
-Que tipo de bicho? – ele falou com uma sobrancelha erguida, enquanto colocava a camisa.
-Acho que foi uma barata...
-Não, foi uma aranha...
-Não, Alice. Foi um escorpião...
-Não era um rato?
Tiago revirou os olhos e suspirou.
-E de que lado vocês viram.
Todas automaticamente olharam para Marlene.
-Segunda porta. – ela falou rapidamente.
Tiago se dirigiu à porta do guarda-roupa, no que as garotas gritaram mais ainda quando ele a abriu. Ele suspirou ao notar a bagunça que se encontrava no guarda-roupa. O maroto já estava jogando as primeiras roupas no chão quando a porta se abriu novamente.
-Que gritaria é essa?
Lílian pôde jurar que viram as quatro sorrirem por alguns segundos antes de Lisa responder.
-Tem um bicho no nosso guarda-roupa mamãe.
Lílian tremeu levemente.
-Um bicho?
Tiago rolou os olhos pedindo paciência quando as garotas começaram a debater que tipo de bicho seria. Lílian sorriu amarelo.
-Você não quer ajuda aí, não é Potter? – ela falou rapidamente quando entreouviu a palavra “barata”. – Eu posso muito bem ficar aqui sentada na cama, junto com as garotas. Se eu a vir saindo do guarda-roupa eu posso matá-la, não?
-Ok, Evans. – ele falou um pouco risonho. – Eu entendo. Mas, não seria mais fácil você dizer que esta com medo?
Lílian ficou levemente emburrada e pôs as mãos na cintura.
-Esta insinuando que eu estou com medo?
-Estou afirmando, é diferente. – respondeu monotamente enquanto jogava mais algumas roupas.
O orgulho da ruiva fora ferido outra vez. Ela levantou-se, exibindo um porte altivo e se dirigiu para junto do “marido”, ajudando-o a procurar o bicho.
-Nada do que uma boa lábia para ferir o seu orgulho, não é Evans? – ele falou quando viu as mãos dela retirarem as roupas junto com ele.
Lílian o olhou de soslaio como quem dizia “Não te dei permissão para falar comigo, Potter.”, e voltou a atenção para as roupas.
A porta do quarto se entreabriu e Sirius fez um ok com a mão e saiu. Tiago e Lílian, que estavam muito absortos em discutir entre si, não perceberam o fato. As “irmãs” sorriram marotamente.
-Ali!!! Ali!!! – disse Marlene desesperada apontando para o que elas combinaram de que seria um bicho.
Tiago ergueu uma sobrancelha.
-Marlene, isso é só um prendendor de cabelo. – ele disse num tom monotono.
-Aaah, é? – ela exibiu uma feição confusa. – Mas eu pensei que...
As “irmãs” olharam feio para ela e depois as quatro gargalharam.
-Sorte que não foi nada. – falou Lílian seriamente, enquanto se levantava. – Mas eu acho que agora as senhoritas podem descer da cama, não? Ao invés de ficarem em pé nelas?
As quatro sorriram constrangidas e pularam rapidamente para o chão. Tiago se levantou e passou a mão pelos cabelos, se posicionando ao lado de Lílian.
A ruiva se virou lentamente e, num aceno da varinha, fez com que todas as roupas voltassem para o guarda-roupa, estando devidamente dobradas.
Tiago, ao vê-la com a varinha, pôs as mãos no bolso e, com um olhar surpreso, viu que ela não se encontrava lá.
-Onde foi que eu larguei... – murmurou pensativo. As garotas se entreolharam e sorriram cúmplices.
Ele automaticamente pensou no fato de Sirius ter pegado a varinha do seu bolso e, sem mesmo ter dito mais nada foi a procura do filho.
-O almoço já está pronto, crianças. Vocês lavem as mãos perfeitamente e me esperem lá embaixo. – ela olhou para cada uma com um olhar desconfiado. – Sem aprontar nada. – elas sorriram amarelo. – Vou chamar o seu pai e os seus irmãos. – e, dizendo isso, saiu do quarto.
-Se Sirius tiver feito tudo certo, a primeira parte do nosso plano foi completada! – falou Belle rapidamente.
-Uma por todas... – falou Lisa, estendendo a mão com um sorriso maroto no rosto, enquanto as outras colocavam a mão por cima da dela!
-E todas por uma. – gritaram ao mesmo tempo e soltaram uma gargalhada.
-Se bem que a idéia não foi nossa e sim do Sirius... – disse Alice pensativa. -Ah! – as outras três exclamaram ofendidas e deram um tapinha na cabeça da irmã.
-Só porque ele “criou”, não significa que nós não tivemos nossas brilhantes idéias nisso. – falou Marlene rapidamente no que as outras concordaram.
-E, se a idéia dele não der certo, temos a nossa na manga, não é? – disse Belle rapidamente.
-Com certeza!
-Modéstia a parte, a nossa é muito melhor. O único problema é que vamos ter que acordar MUITO cedo. – disse Lisa pensativa.
-O que é o de menos. – retrucou Belle.
-É melhor descermos. – sugeriu Alice.
...
Tiago ouviu uma explosão vinda do quarto dos garotos no exato momento em que ia abrir a porta.
-Ganhei novamente! – disse Sirius, a voz abafada pela porta fechada. – Ah, Remo, assim perde a graça.
-Hunft!
Tiago abriu a porta, já com o rosto extremamente emburrado. Sirius e Remo, que estavam sentados no chão, rapidamente esconderam algo atrás de si e sorriram angelicalmente. Tiago correu o olhar por todo o quarto. E, com uma feição extremamente confusa, constatou que estava intacto. A única coisa de anormal ali era o rosto chamuscado dos dois filhos. Pedro apenas assistia a tudo atento, sentado junto deles.
-Posso saber a razão de vocês estarem com o rosto assim?
Eles se entreolharam.
-Bem, pai, não fique zangado com a gente... é que... – começou Remo olhando para o chão.
-Nós pegamos isso aqui do sótão. – continou Sirius mostrando o que tinha escondido, assim como Remo.
Tiago riu ao reconhecer o seu antigo jogo de Snap Explosivo.
-Ah, tudo bem. Pensei que vocês estavam com minha varinha novamente. – ele os encarou inquisidoramente.
-Você acha que seríamos capazes de fazer isso, pai? Depois daquela bronca que você nos deu?
Tiago lançou um último olhar desconfiado para eles e saiu. Quando se virou, acabou por esbarrar em Lílian, que estava atrás dela.
-O que foi agora, Evans?
-Nada, Potter, você que esbarrou em mim.
-Você que estava atrás que devia prestar atenção, não?
-Como se eu me devesse ao trabalho de fazer isso, ainda mais tendo que prestar atenção a todos os seus movimentos imprestáveis.
Tiago suspirou, estava simplesmente cansado de ficar discutindo com Lílian toda vez que eles se encontravam. Encarou-a firmemente e uma lembrança do encontro no banheiro povoou sua mente. Mordeu o lábio inferior e seguiu pelo corredor sem ao menos ter dito uma palavra... novamente.
-O almoço está pronto, Potter. Espero que, ao menos, você se dê ao trabalho de aparecer. – disse Lílian rapidamente.
-Não se preocupe, Evans, você terá o prazer em almoçar em minha companhia. – ele falou antes de bater a porta do quarto deles.
Lílian fitou o corredor vazio por alguns minutos e fungou levemente. Abriu a porta do quarto dos garotos, no exato momento em que as garotas saiam dos dela.
-Sirius, Remo, Pedro... vamos descer, o almoço está na mesa. – falou ela calmamente. – Espero que vocês descam comigo nesse exato momento, se não quiserem ter uma tarde inteira de castigos. – completou rapidamente ao ver que eles não tinham se levantado.
Os filhos rapidamente obedeceram e levantaram, seguindo-a.
...
O almoço àquele dia ocorreu num silêncio extremamente contrangedor. Ninguém ousava falar nada e, aparentemente, faziam de tudo para não bater seus talheres nos pratos a fim de não quebrar aquela falta de ruídos.
Quando viu que todos haviam terminado e estavam ali fazendo não-sei-o-quê, a ruiva se levantou e, com um aceno de varinha, fez os pratos se lavarem sozinhos na pia novamente.
Não havia o que dizer, não havia o que fazer, o clima entre eles estava levemente tenso. Lílian se preocupou em fitar um ponto qualquer da cozinha, enquanto Tiago olhava para os “filhos” distraído. Suspiraram profundamente.
Uma a uma, as crianças foram saindo da cozinha, dispostas a deixar os dois à sós.
-O que vamos fazer agora? – perguntou Lisa curiosa, enquanto os outros já se instalavam nos sofás.
-Alguma idéia?
Todos resmungaram entediados em resposta.
-Não podemos começar com a segunda parte do...
Alice sentiu diversas mãos taparem-lhe a boca ao mesmo tempo.
-Shii. Eles não podem saber!!! – murmurou Sirius aflito.
-Você tem certeza de que isso vai funcionar mesmo, Sirius? – Belle perguntou para o irmão ao mesmo tempo que fitava Remo desconfiada.
-Claro que vai! – respondeu o moreno pomposamente.
-Remo...? – Belle rapidamente o encarou com mais firmeza.
-Ela diminuiu quando eu entrei... – ele sorriu marotamente. – Tenho plena certeza de que realizei o feitiço perfeitamente.
-Mas, como saber se é confiável? Nós nem sabemos quem são esses “Pontas, Aluado, Rabicho e Almofadinhas”? – ela perguntou inquisidora.
Remo e Sirius se entreolharam.
-Temos plena certeza de que já ouvimos esses nomes em algum lugar... – responderam ao mesmo tempo, com os olhares extremamente distraídos. -Do mesmo modo... – falou Lisa, os tirando de seus devaneios quando jogou um livro negro e de capa grossa e com os dizeres “Marotices e Traquinagens” de vermelho berrante e logo embaixo de dourado estava escrito “O livro das invenções dos MAROTOS”, em cima da mesa de centro, fazendo subir um pouco de poeira.
As quatro garotas espirraram ao mesmo tempo. Pedro soltou um gritinho e se escondeu atrás de Sirius, enquanto este e Remo fungaram levemente.
-Ops, esqueci que o pegamos no sotão... – Lisa falou com um sorriso amarelo no rosto.
Os outros reviraram os olhos.
-Sim, do mesmo modo... – continuou ela, abanando o ar com as mãos, a fim de espantar os últimos resquícios do pó. – Temos aqui um fato interessante... – ela falou com um sorriso, enquanto abria a primeira página. – pertence a Tiago Potter.
Ela apontou para o canto da página, onde tinha uma letra fina e apressada – com um grande traço cortando o “Tiago Potter” para dar lugar à palavra “Marotos”.
-Como você leu tão rápido? – perguntou Sirius curioso.
-Eu já tinha lido antes... sei o que está escrito.
-Talvez esse tal grupo “Marotos” seja o grupo em que o papai pertencera quando estudava em Hogwarts, não? – perguntou Remo curioso.
-Mas... você confiaria em alguém que escreve um livro e se auto-intitulam Marotos?
-Claro que sim! – falaram Sirius e Remo ao mesmo tempo.
As outras suspiraram.
-Lisa, o feitiço inventado tem a letra do nosso pai, sabia? – falou Belle tomando “educadamente” o livro da mão da irmã e folheando rapidamente até chegar a página. – Viu? – ela devolveu para a “irmã”, que a fitou com um olhar emburrado ao perceber que ela estava certa.
-Ah, certo. Vamos ver no que isso vai dar então. – ela fitou o título “Sentire tuto minus odiu e similiares” com um comentario “especial para L.E.” e suspirou.
Eles ouviram o arrastar de uma cadeira na cozinha. Belle rapidamente fechou o livro e o tirara da mesa, ao mesmo tempo em que Lisa abria o livro “Onde está o Bruxonildo??” – versão bruxa de “Onde está o Wally??” – e começavam a debater sobre onde ele podia estar.
-Ah, fiquem quietos vocês! – falou Remo emburrado enquanto as pessoas vestidas com roupa de gala num enorme salão dançavam alegremente.
Elas olharam emburradas para Remo e pararam de dançar.
-O que vocês estão fazendo? – Tiago falou num tom desconfiado enquanto se aproximava lentamente.
Todos rapidamente ergueram o olhar para o pai e sorriram fracamente.
-Estamos procurando o Bruxonildo. – disse Marlene animada.
-Mas acabamos de perdê-lo novamente. – concluiu Lisa entediada, enquanto voltava a atenção para o livro. – Primeiro foi o Sirius, agora o papai... desse jeito não vamos passar nem para a terceira página. Eu queria tanto procurar o Bruxonildo no Egito... – ela suspirou longamente e os “irmãos” gargalharam.
-A culpa não foi minha. – o moreno retrucou, ainda risonho. – Você é que foi lerda demais e não conseguiu pegá-lo.
Ouviu-se novas gargalhadas. Lisa mostrou a língua para o “irmão” e cruzou os braços.
-Você que me atrapalhou! Ele já estava na minha mão praticamente. O Bruxonildo estava muito ocupado paquerando uma loira.
Tiago riu fracamente e voltou-se em direção à mini-biblioteca em profundo silêncio. Os irmãos se entreolharam.
-Será que ele desconfia de algo? – sussurrou Belle e eles juntaram mais as cabeças, fingindo estar procurando o Bruxonildo no livro aberto.
-Acho que não... – respondeu Remo espiando o pai por uma fresta entre Sirius e Lisa. – Ele está lendo algo... e escrevendo também. – ele voltou a atenção para os amigos. – E quando começamos?
-Vamos dar um tempo... – falou Lisa distraída. – Ah, ACHEI!!!!
Os “irmãos” pularam de susto e gritaram. Tiago deixou o livro que lia cair no chão e ajeitou os óculos num gesto contrariado. Lisa sorriu enquanto um bruxo com vestes listradas reclamava com ela por estar quase esmagando-o com o dedo. Os outros olharam emburrados para ela e ela gargalhou.
A garota retirou o dedo lentamente e a página virou sozinha, mostrando um campo de Quadribol.
-Onde ele deve estar agora? – disse Belle num tom alto para que o pai pensasse que eles estavam entretidos com o livro. – Quando vai ser, Sirius?
-Devemos procurar não? – respondeu Alice ao mesmo tempo que Sirius murmurava um “Daqui a pouco”.
Eles rapidamente silenciaram. Tiago pegou o livro do chão e voltou a atenção para o livro. Lily, que saíra da cozinha para ver o que havia acontecido, lançou um olhar rápido em Tiago e voltou para dentro novamente.

Nota da Beta Maluca: o sete vai ser o último? Então só tem mais um dia e um epílogo... um dia pra eles fazerem as pazes... ei, o Tiago não dormiu com a Sharon, dormiu? Nãããããão!!! Eu não deixo!!!! E, meu Merlim, santo orgulho... As cenas das provocações: GENIAIS!!! Amei, amei, amei demais... tá tudo muito perfeito, amor... demais... ahhh, que máximo, to louca que chegue o próximo!!! Hehe... mil beijos, te amo! E, pessoas, COMENTEM!

N/Autora - Não, a fic vai ter oito caps, um épílogo, um bônus e um trailler da continuação da fic. Sim, sim, ela terá continuação...hehehehehe. Quanto as outras perguntas... tirem suas próprias conclusões...huahahahahahahahahahaha. Quanto ao parte um lá em cima, o cap seis foi dividido em duas partes, porque ficou enoorme. Futuramente, teremos a segunda parte.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.