Capítulo 2



N/A: Já devem ter notado que não sou a suma paciência pra pensar em nome de capítulos né? ^~

Depois de revisar muito e por alguns dias, acho que finalmente está finalizado. Espero que se divirtam, não deixei o capítulo tão sério quanto o anterior xD~


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Seu sono fora interrompido por barulho de passos. Harry abrira levemente os olhos, encarando as paredes cinzentas de sua cela. Parecia vir uma tropa de pessoas chegando ao corredor, pelo barulho ecoado de seus passos nas paredes daquele corredor lúgubre e solitário. Apesar da única e mísera tocha que havia frente a sua cela, dava para ver uma movimentação de sombras difusas, já que várias pessoas tinham as varinhas acesas com o feitiço de Luz, Lumus, dificultando uma projeção clara e direta dos acontecimentos externos.


- Vamos, Lacbel. O Lorde das Trevas o espera.


A sombra de Lacbel era a única reconhecível, pois não saíra do lugar nem um momento, enquanto as outras se mostravam irrequietas. Até um pouco perturbadas, ele diria. Lacbel movimentou-se em direção à turba desconexa de sombras e, então... As sombras se agitaram, como se estivessem se organizando.


Parecia, através das sombras, que o grupo se dividia em dois, deixando metade para trás, vigiando a cela, e outro indo embora, provavelmente com Lacbel. Para que trazer tanta gente, se Lacbel obviamente devia ir sozinho ao lugar esperado? Após essa organização, os passos começaram a se afastar e diminuir gradativamente de som. Seu cárcere, que era penas um, virara, pelo menos, mais de dois. Continuava deitado, de costas para as grades de sua cela, pensando se deveria se virar e verificar quantos havia ficado de verdade.


No entanto, não o fizera. Apenas ouvia os passos irem sumindo, até finalmente o som se extinguir completamente, tornando o corredor silencioso como antes. Ficara mais alguns segundos esperando, controlando sua curiosidade quando, finalmente, alguém havia falado.


- Horrível. - falara um comensal, com um tom baixo e atemorizado.


- Não gosto do Potter, mas sinto pena por ficar o dia inteiro perto dele. - falou um outro, parecendo compartilhar do mesmo sentimento do anterior.


Harry não entendera o que o comensal havia falado. Qual era o problema de ficar perto de Lacbel? Não havia nada de errado... Só era um pouco maçante quando não conseguia as respostas que queria, admitia, mas, em síntese, não via problema nenhum com ele para ser tão aterrorizante. Não, via só um problema! Lacbel era tão paciente e calmo que chegava a ser gentil, nada característico de um comensal, muito menos de um cárcere. De resto, era completamente... comum.


- Concordo... - falou um outro, ouvindo-se nitidamente que suspirava com ar contrariado - Mas isso, de certa forma, é bom.


- Por quê? - pelo coro de vozes, não deu pra definir exatamente quantos haviam perguntado isso.


- Não veem o óbvio? O Ministério já deu Hogwarts por perdida enquanto Lacbel estiver aqui. Se o Lorde das Trevas está dando uma ordem tão fútil à Lacbel, quer dizer que ele não espera ataques vindos do inimigo. Na verdade, ele deve estar recrutando para mais um ataque em massa. - o comensal dizia aquilo com ar lógico, racional e bem firme. Convincente, realmente.


Naquele momento, Harry decidiu "se ajeitar" em sua tábua que servia como cama, a fim de ter uma visão dos comensais que conversavam. Sua curiosidade finalmente vencera. Mesmo sabendo que eles parariam de falar momentaneamente, para verificarem se estava dormindo, o que ele pretendia dar uma resposta positiva a essa analise, para que sua presença não mudasse o curso dos relatos.


- Que susto. - havia falado um dos comensais, que se aquietaram por alguns instantes, meio apreensivos. - Achei que, por um minuto, Potter estivesse acordado, nos escutando.


- Deixe-me ter certeza. Lumus! - e Harry sabia que, naquele momento, devia ter uma luz sobre si, tentando identificar se estava acordado. - Adormecido... Completamente. - sentenciou o comensal, que logo apagou sua varinha.


- Não sei como ele consegue dormir com Lacbel tão perto. - comentara um comensal aos sussurros e, quando Harry abrira minimamente um dos olhos, observou-o apreensivo.


- Criatura Lacbel... - debochou o comensal mais cético, usando um tom de correção enquanto olhava para os outros, que retornaram seu olhar, apavorados. Ao todo, eram apenas 5 comensais. Seria fácil de fugir, se quisesse...


- Você é doido? Não fale isso ou vai chamar o demônio! - o que parecia ter mais coragem dissera, apesar de ainda parecer apavorado.


- Parem de fazer superstições idiotas, seus covardes. Mesmo que Lacbel seja realmente uma criatura maligna conjurada do inferno, como tantos acreditam, vai obedecer apenas ao Lorde das Trevas. Acha que só por chamá-lo, de um modo nada delicado, claro, vai aparecer aqui com um toque de mágica? - falou o comensal, parecendo ainda mais cético. - É só lerem os livros certos, incultos.


Harry achou realmente muita falta de delicadeza da parte deles chamarem-no assim. O que estava pensando? Defendendo um comensal de seus próprios companheiros? Por Merlin, onde iria parar o mundo? Mas não podia negar que o comensal fora de muita ajuda...


Mesmo que ele não tivesse a intenção, Harry tivera uma idéia extremamente perversa em sua mente quando ele falara "vai aparecer aqui com um toque de mágica". Seria realmente muito divertido fazer uma imagem de Lacbel e vê-los correndo apavorados iguais a mulheres histéricas. Mas ainda era apenas uma ideia, que não podia colocar em prática sem uma varinha.


- Sabe-tudo... - resmungou um deles, que recebeu um olhar fulminante do mesmo que fora "insultado", fazendo Harry ter de segurar o riso.


Eles acreditavam MESMO em toda aquela idiotice que falavam? Esse era o motivo de terem tanto medo de Lacbel? Não fazia sentido nenhum.


Após um momento de silêncio, recomeçaram a conversar, mas acerca de eventos recentes de fora do castelo, colocando Harry à par dos acontecimentos. A coisa estava realmente feia para o lado do Ministério, que tinha poucos lugares onde se esconder agora. Eles produziam a tática de atacar os lugares mais "indefesos" de Voldemort, para tentar ganhar terreno, o que estava funcionando, em realidade. Mas não significava que eles ainda não estivessem perdendo. Mas o que mais o assustou foi que os principais lugares, Ministério da Magia, Hogwarts, Beco Diagonal e Hogsmeade, estavam completamente dominados. Tudo, pelo que entendera, porque Lacbel estava no meio do exército de comensais. Os próximos locais a serem dominados eram locais trouxas, para começar a mostrar a guerra para eles.


Ao ouvir isso, Harry pensou se não deveria deixar sua missão principal de lado para ter de descobrir os pontos fracos de Lacbel. Talvez pudesse inutilizá-lo, matá-lo, persuadi-lo, sabe-se lá. Qualquer coisa! O objetivo principal, caso percebesse ser importante mesmo, era que ele não ficasse mais ao lado de Voldemort, e isso já era o suficiente para recomeçarem a ganhar. Nem precisavam realmente de sua ajuda, apenas sua ausência. E talvez nem fosse tão difícil, pois ele não parecia satisfeito em servi-lo. Parecia uma missão simples. Quem sabe uma proposta melhor?


Quando Harry decidiu parar com suas cogitações, voltara a prestar atenção à conversa. Mas tornara-se desinteressante e fútil, o que o fez voltar a dormir, após um tempo. Harry estava tendo um sono perturbado por uma capa negra, da qual surgia um demônio vermelho, com chifres e cuspindo fogo. Mas, assim que acordou, suando, viu apenas uma sombra negra, encolhida no canto, próximo às grades. O medalhão do Dragão indicava nitidamente quem era. Lacbel voltara ao seu posto, o que indicava que devia ser de manhã. Ou noite? Quem sabe tarde? Era difícil ter certeza estando lá dentro.


Lembrou-se da noite anterior, do que ouvira falar sobre Lacbel. "Criatura conjurada do Inferno", ele pensou sorrindo. Sério, aquela era a piada do ano para ele. De todos os "demônios" que conhecera, Lacbel devia ser o mais calmo e educado. Isso era verdade. Nem mesmo parecia um Comensal da Morte.


Mas, em pouco tempo, descobriu que Lacbel se encontrava num estado... Esquisito. Ficara curioso, aproximando-se calmamente. Observando, não conseguia saber exatamente o que ocorria.


Passou as mãos pelas grades e acenou à frente do capuz, mas não houvera nenhuma reação. Sua primeira idéia fora tentar retirar o capuz de sua cabeça. Mas alguma coisa, um instinto próprio adquirido para sobreviver, dizia que não era a hora disso. Mas não conseguia admitir o fato de seu cárcere simplesmente ignorá-lo, quando era seu trabalho ter de vigiá-lo.


Durante um bom tempo, ele não soube o quanto, fizera muitas coisas. Balançara as grades, arrastara os pés, fazendo a borracha de seu sapato trouxa fazer um terrível som, tentava fingir que tinha saído da prisão, produzia ruídos, como se tentasse arrombar a cela. Mas nada parecia tirar Lacbel daquele canto. Encolhido como se quisesse sumir. Desaparecer. Desistiu, finalmente, percebendo que, o que quer que Lacbel estivesse fazendo, pensando, sentindo, estava tomando toda a sua atenção.


Finalmente, sua última tentativa. Fez um comentário alto.


- Terra chamando Lacbel. Responda! - Sem reações, como todas as outras vezes. Seus pensamentos ficaram intrigados com esse fato.


Ficou olhando-o por um longo tempo, agora sem fazer nada. Apenas se sentou na mesma parede que Lacbel, um pouco mais para dentro da cela, olhando-o de soslaio algumas vezes. E, praticamente, o dia transcorreu assim. Apenas na hora das refeições é que Lacbel dava "sinais de vida", mesmo que ele soubesse que, na verdade, parecia mais um zumbi do que realmente um ser vivo, e, logo após a refeição, entrava na letargia. O que Voldemort fizera com ele naquela terça-feira!? Mas, após a segunda refeição, ele decidira fazer, finalmente, algo extremamente perigoso.


Tentaria roubar-lhe a varinha.


Bem sorrateiro, mas imaginava que, mesmo que fizesse extremo barulho, Lacbel não iria reagir de qualquer forma. Lentamente, tentou tocá-lo. Fora, provavelmente, o único teste que não realizara. Tocou o ombro, delicadamente e bem de mansinho, para não "assustá-lo". Sólido, isso indicava que pelo menos Lacbel era um demônio sólido. Conteve o riso, tinha de fazer algo perigoso e não era tempo de piadinhas. Depois, com um dedo, fez uma parte da capa cair para o lado, mostrando a varinha que segurava na mão.


Agora vinha a parte mais difícil da história. Pegar a varinha da mão dele. Isso requeria coragem, cara-de-pau e muito sangue-frio.


Engolindo em seco, rezando fervorosamente e tentando manter a concentração, movera suas mãos até a ponta da varinha, começando lentamente a puxá-la.


A mão de Lacbel estava vindo junto com a varinha, mas não parecia ainda reagir. Foi retirando, com o coração acelerado. Então, com a outra mão, lentamente, começou a retirar dedo por dedo da varinha. Será que estava dormindo? Pra um comensal, parecia ter um sono bem pesado! Finalmente, retirara o último dedo e sua mão voltara novamente ao lugar.


Tinha conseguido? Observou o fruto de seu roubo, com ar incrédulo, olhando para Lacbel espantado. Não podia ser verdade. Estava sonhando, era isso... Beliscou-se várias vezes para ter certeza. Não, não era sonho. Era a completa realidade. Acabara de roubar a varinha do melhor comensal de Voldemort. Devia ser uma armadilha... Então, iria fingir que não havia roubado. Devia ter um bando de comensais esperando lá fora. Mas e se a varinha fosse falsa? E se, na verdade, nem mesmo fosse Lacbel que estava ali!?


Mil cogitações se fizeram na cabeça de Harry enquanto observava a varinha, com o coração aos pulos de tanta emoção. Decidira fazer um teste. Sussurrara o feitiço de luz sobre suas vestes muito surradas. A varinha era verídica.


Então, fingiria que não pegara a varinha daquele boneco. Isso, era isso, obviamente! Um boneco com a forma de Lacbel, para servir de isca. Voldemort devia estar brincando com a sua cara, mas ele tinha de ser mais esperto que isso.


Mas uma hora perceberiam que pegara a varinha e iriam atrás dele. Por isso, precisava tomar cuidado com aqueles 5 comensais que ficariam no lugar de Lacbel. Iria ter de espantá-los, antes de comunicarem que a armadilha tinha funcionado, em parte. Harry pegara a varinha, mas se fingia de desentendido. É... Obviamente era isso!


Deitou-se na sua tábua, de frente às grades, para ter a visão dos comensais, fingindo dormir, mas, mesmo que quisesse, não conseguiria de tanta adrenalina. Colocara a varinha entre as vestes, próxima de sua mão, para que pudesse utilizá-la em casos de emergência, e mesmo furtivamente.


No entanto, para seu completo espanto, horas depois chamaram Lacbel e este simplesmente fora, como se estivesse normal. Lacbel retornara ao seu estado normal! Mas, afinal, o que era normal pra ele? Mas a melhor notícia... Ele não havia reparado que havia sido roubado. Seu coração batia ferozmente... Agora ele entendia que não fora uma armadilha. Devia ter tido alguma coisa errada com Lacbel. Aquela chance era mais que perfeita. Sua fuga praticamente estava dada pelo destino que o amava, só podia! Será que Lacbel, no fim das contas, queria ajudá-lo? Com certeza, o ocorrido era muito impossível para não ser isto.


Assim que os 5 comensais foram deixados sozinhos, esperou mais um pouco, até se distraírem dele. Sua ideia perversa do dia anterior não se esvaíra de sua mente... E, dessa vez, ele tinha uma varinha disponível. Era sua chance... Agora ou nunca! Eles haviam parado de falar momentaneamente, como se tivessem perdido o assunto.


Bem lentamente, tocara na varinha e murmurara um feitiço de ventriloquismo, visando um dos comensais. O alvo: o comensal que debochara dos outros no dia anterior.


- Criatura Lacbel... Que baboseira... - foi o que sussurrou Harry e sua voz saiu igualzinha a do comensal.


Os outros quatro viraram-se para este.


- O que você disse? - eles falaram, mas até o "dono" da fala estava assustado.


- Nada... Eu juro. - ele dissera, com espanto em sua voz.


Mas Harry já começara a conjurar a imagem de Lacbel. A capa negra com o medalhão de dragão em seu colarinho, deixando todos paralisados. Nisso, fez ventriloquismo mágico novamente, para parecer uma voz diabólica.


- Quem me chamou?


- Disse, sim! - falou um comensal, choramingando, todos encolhidos.


- Eu não disse! - ele falara, todos brancos como neve.


- Isso não importa... Eu vou matar a todos, do mesmo jeito! - e Harry rira diabolicamente, fazendo o seu "teatro" rir também, fazendo com que as "luvas" de sua imagem saíssem, mostrando mãos envoltas em chamas e, do capuz, olhos flamejantes os encaravam. Fora o suficiente para os comensais saírem correndo, apavorados demais para notarem ser uma imagem. E, só de perverso, ainda fez a imagem correr atrás deles por algum tempo, para mantê-los correndo.


Infelizmente, Harry não poderia curtir o momento. Com todo o pavor provocado nos comensais, eles iriam acordar todo o castelo com a gritaria histérica. Abriu sua cela, começando a correr pelo mesmo corredor. Mas com uma varinha... Ninguém ia segurá-lo. Ou, pelo menos, era isso que pensava...


 


 


Onde estava? Ah sim... Era só mais um dia, dava para ouvir pelos ruídos do ambiente. Naquele lugar escuro. Úmido. Frio. Então, havia luz. Traziam comida, mas não estava sozinho... Havia alguém com ele. Dividia sua comida, de bom grado, e, então, voltava à escuridão. Sentia-se ruim, sentia-se... Um ninguém. Tinha uma varinha, mas não a utilizava. Porque não? Não lembrava... Então, sentiu alguém tentando pegá-la. Delicadamente... Sim, era sempre assim. Não podia reagir, precisava ficar esperando... Ficar indefeso. É só isso que deveria fazer... Não deveria questionar, apenas cumprir. Mas não queria. Mas quem disse que tinha escolha? Faria, sendo do jeito fácil ou do difícil, mas ia fazer, no final...


De repente, havia acordado com a voz do comensal que o chamava para trocar de posto, para ir dormir. Levantara-se de seu canto. Aquela Terça-feira fora ruim. Tivera pesadelos durante a noite e não dormira. No entanto, agora, não se sentia cansado. Estranho... Cochilara? Era provável. O prisioneiro estava na cela ainda, adormecido, como deveria. Mas, estranho... Sentia algo faltando. Mas não conseguia saber o quê. Mas não pensou muito, apenas seguiu o comensal que o chamara.


O Lorde das Trevas esperava no alto da escada, dispensando os comensais que o guiavam logo que o avistou. Foi caminhando até ele, com resignação, enquanto tomavam o caminho para um dos aposentos do castelo... Precisava dormir. Mas o Lorde não queria que fosse em qualquer lugar. Tinha de ser nos mesmos aposentos que ele. Porque tinha de ser no mesmo aposento que ele? Como se não soubesse a resposta...


No entanto, quando estava para subir para o primeiro andar, uma gritaria alta e histérica se ouviu, vinda do Hall de Entrada do castelo, fazendo Lacbel e o Lorde olharem para trás, com ar confuso.


- Vá verificar o que é, Lacbel. - ele ordenara.


Mas, quando foi pegar sua varinha...


Cadê a varinha? Estremeceu ao perceber o que faltava. A SUA VARINHA! Olhou aterrorizado na direção do Lorde, que o fuzilava.


- Você deixou que Potter pegasse a SUA varinha, Lacbel!? - ele falara extremamente furioso, fazendo-o encolher-se.


- Vou recuperá-la, Milorde. - sua voz saíra num fio, completamente aterrorizado.


- Se ele escapar... - ele falou ameaçadoramente e com a voz tentando controlar a ira - Eu não terei piedade. Nenhuma. - ele enfatizara, fazendo o estomago de Lacbel praticamente congelar.


Com essa ameaça nas costas, saiu correndo em direção ao Hall de Entrada, sem dizer mais nenhuma palavra. Quando chegou, percebeu que a gritaria, na verdade, saía do corredor das masmorras e, de lá, os 5 comensais que deveriam estar vigiando o tal Potter estavam saindo desesperados, como se vissem a própria morte. Pior, quando simplesmente viram a sua silhueta no topo da escada, os 5 desmaiaram no mesmo instante.


- O que...? - ele sussurrara, sem entender e foi quando viu o prisioneiro sair das Masmorras portando a sua varinha.


Lacbel sabia que, mesmo que o recapturasse, o pior dia do mês seria duplicadamente pior. Se ele escapasse, não sabia se sobreviveria. Precisava fazer algo urgente. Tomara a primeira atitude, começando a descer as escadas em direção aos comensais desacordados. Precisava de apenas uma varinha e já seria suficiente.


Mas, sem varinha, tudo ficava realmente mais difícil, fora o que pensara, com a lerdeza de descer aquela gigantesca escada.


O Potter, que já estava praticamente na porta, simplesmente o observou correndo escada abaixo, com ar incrédulo de sua coragem de tentar capturá-lo, mesmo desarmado. Isso deixou-o levemente incomodado pelo que iria fazer. Lutar com um inimigo desarmado lhe parecia extremamente injusto. Então, como sinal de respeito, apenas o deixaria desacordado. Além disso, Lacbel fora extremamente gentil com ele enquanto estava de vigília e, mesmo por isso, sentia-se mal por tê-lo roubado. Então, não fá-lo-ia desacordar com algo brutal.


- ESTUPEFAÇA! - aquele feitiço de iniciante iria servir aos seus propósitos.


Mas, para seu horror, o feitiço não fizera efeito. Fora como se simplesmente tivesse sumido no ar quando chegara ao alvo, que não se dera ao trabalho nem de desviar! Lacbel continuava a corrida pela escada. Mas que diabos...?


Tentara outro feitiço, dessa vez.


- IMPEDIMENTA! - um mais forte, com certeza ia fazer efeito.


Como anteriormente, não produzira qualquer efeito em Lacbel. Harry estava perplexo. Que porcaria de feitiço dava efeito naquele monstro!? Mas, então, Lacbel chegara aos pés da escada, onde ele reparara apenas naquele momento que os 5 comensais desacordados estavam ali, portando varinhas. Lacbel pretendia pegar uma delas para vir em direção a ele!


Agora ele percebeu o motivo de dizerem que Lacbel era uma criatura. A coisa mais óbvia que pensou foi em correr para mais longe possível daquilo, rápido e desesperadamente. Porque quem iria encarar um duelo com aquele monstro? Só um louco!


Abriu as portas do castelo, correndo o máximo que conseguia. Nem mesmo notara os comensais de vigília na porta, de tanto desespero. Mas estes também não fizeram nada, assustados pela repentina aparição. E se pretendiam fazer alguma coisa, paralisaram ao ouvir a voz furiosa do Lorde no alto da escada.


- PEGUE-O, LACBEL!


E, como num toque de mágica, Lacbel estava à sua frente, fazendo-o frear. Como uma sombra. Por Merlin, agora ele estava mesmo aterrorizado! Tentara atacá-lo com um feitiço Bombarda, mas Lacbel tinha aparecido em outro lugar, como se aparatasse. Mas não tinha como, aquele lugar era protegido, além disso, o estralo característico não se era ouvido. Como se fosse um fantasma... Então, ele teria de usar feitiços mais fortes.


Tentara se defender, mandando de tudo, um mais forte que os outro, para todas as direções. Incendiara, explodira, tentara até mesmo mandar feitiços letais, azarações, maldições. Chegou ao cúmulo do desespero de usar feitiços de magia negra. E, horrivelmente, nada funcionava. Lacbel era muito mais rápido. Quando ele decidiu parar para respirar... Percebeu que ele estava nas suas costas.


- Desculpe. - ouvira um sussurro ao seu ouvido, quando sentiu seus pés perderem o chão.


Havia acabado de levar uma rasteira e, para o seu completo horror, antes de chegar ao chão, Lacbel já apontava a varinha que ele havia lhe roubado para seu peito. Ele usara um monte de magias para acabar sendo derrotado por uma rasteira! Isso fazia-o lembrar-se de uma frase de Rony que jamais esquecera, quando fora de encontro ao primeiro duelo de sua vida.


"Se nada funcionar, joga a varinha fora e mete um soco na cara dele!"


Ele devia ter usado aquilo, provavelmente seria mais funcional na situação!


Mas, naquele momento, caído aos pés de Lacbel, nem mesmo tinha coragem de respirar direito, com medo de que qualquer movimento brusco fosse o último que faria. Sentia-se paralisado enquanto encarava com os olhos arregalados a silhueta negra em contraste com a lua do céu noturno.


Harry, naquele dia, descobrira o que era sentir realmente medo de alguma coisa.


Já enfrentara muita coisa pela sua vida, que fora eternamente feita para "ficar por um fio". Logo em seu primeiro ano de vida, Voldemort iria matá-lo. Depois de 10 anos, quando fora para seu primeiro ano em Hogwarts, tivera de enfrentar um professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, bem mais experiente. Pensando que não poderia existir coisa pior, em seu segundo ano fora obrigado a enfrentar um basilisco, uma das criaturas mais letais que existia no mundo mágico. Depois, em seu quarto ano em Hogwarts, enfrentara o próprio Voldemort e sobrevivera! Depois disso, ele achava que praticamente era abençoado por continuar com vida. Mas aquilo... Era ridiculamente pior que tudo isso junto. Aquilo era invencível! Imune aos feitiços e ainda nem se dera ao trabalho de usar magia contra ele.


Ele precisaria rever seus conceitos de piadinhas. Agora achava que os comensais falaram muito sério a respeito de Lacbel e aquilo não era tanta idiotice assim. Na verdade, aquilo parecia o mais próximo do real possível.


- Gostou de conhecer meu novo discípulo, Potter? - perguntou a voz fria de Voldemort, que se aproximava de ambos. - Creio que seu isolamento não o tenha deixado a par... De seus feitos. - ele dissera enquanto dava a volta nele, sorrindo maliciosamente, tomando o lado de Lacbel, colocando a mão extremamente branca em um de seus ombros.


- Ele parece... Interessante. - falou Harry, ainda muito apavorado. Como Voldemort conseguia controlar aquilo? Obviamente que era muito mais forte que ele! Porque Lacbel não se rebelava? Tudo o que os comensais falavam pareciam as únicas respostas possíveis para aqueles enigmas...


- Lacbel, faça as honras e retorne nosso querido hóspede aos aposentos dele... - ele falara com uma voz mansa e viperina.


- Eu acho que posso fazer isso sozinho... - ele falou, se levantando de mansinho, com os olhos grudados na sombra que ainda lhe apontava a varinha.


- Eu insisto, Potter. - falara Voldemort, com os olhos pregados nele.


- Já que insiste... - ele falou, dando as costas, mas sentindo-se agora extremamente indefeso e não parava de olhar para trás, querendo manter os olhos na sombra que o seguia. Não queria perdê-lo de vista e até mesmo esqueceu-se de andar.


- Comece a andar. - ordenara Voldemort e foi imediatamente atendido por Potter, que nem mesmo cogitara não obedecer.


Harry só olhava para frente, suando frio, com o estômago retorcido. Observou os comensais da porta se encolherem um pouco, o que indicava que ainda estava sendo seguido pela silhueta negra. Sim, ele estava mais preocupado com Lacbel do que com Voldemort.


- Continuem em seus postos. - ordenara Voldemort rispidamente enquanto passavam, fazendo os comensais pararem de olhar a procissão que retornava ao castelo.


Adentraram o castelo e Harry viu os comensais desacordados. Sentiu pena pelo que fizera com eles agora. Fora extremamente cruel. Se estivesse na situação deles, sabendo o que eles sabiam, também entraria em pânico e sairia correndo histericamente para salvar a própria vida. Esperava sinceramente que eles não descobrissem que ele foi quem havia produzido a imagem de Lacbel na frente deles.


- Pare, Potter. - ordenara, novamente, Voldemort. Nunca imaginaria que um dia iria atender às ordens dele tão imediatamente, mas isso era menos pior do que ter que enfrentar aquele monstro atrás de si.


Voldemort fora até os comensais desacordados.


- Enervate! - ele pronunciara isso cinco vezes seguidas, acordando cada um dos comensais.


Eles acordavam sem entender o que acontecia e, quando se viraram, vendo Lacbel atrás de Harry, encolheram-se choramingando e implorando por perdão.


A cena não fora tão engraçada quanto Harry gostaria que tivesse sido. Voldemort produzira um feitiço do sono, pois eles não estavam em condições emocionais para voltarem a vigiar. Precisava, agora, de outros 5 comensais.


Naquele momento, sua cabeça virou-se, olhando para Harry de soslaio, com um brilho maligno de ira. Harry não soube como conseguira dar aquele sorriso forçado em sua direção.


- Lacbel, leve-o até a cela de onde saiu e fique de vigia até eu encontrar outros comensais para tomar seu lugar. - falara finalmente, levando consigo os 5 comensais desacordados.


Achou que Lacbel ia dizer um "Sim, Milorde", mas isso não ocorreu. Em sua espera, simplesmente não andava, então, Lacbel apenas bateu com um dos pés um pouco firme no chão, para fazê-lo começar a andar em direção às masmorras. E ele sentia que dali ele não sairia mais. Pior, tinha quase certeza que Lacbel estava irado com ele por ter-lhe roubado a varinha sem notar. Ambos andavam em completo silêncio, agora já pegando o corredor onde estava sua cela, e Harry não soube como conseguia continuar a caminhar. Sozinho com Lacbel, o momento oportuno para ser massacrado. Durante todo o percurso, Harry sofrera mais esperando receber algum feitiço do que se tivesse recebido algum, talvez. E, finalmente, aquela caminhada eterna chegara ao seu destino.


Adentrou a cela, ouvindo a porta sendo fechada logo atrás de si e sendo trancada. Ele virou-se automaticamente para encarar a silhueta negra e, caminhando de costas, foi até um canto e ali se encolheu, os olhos arregalados encarando seu cárcere, com medo de dormir e receber sua vingança. Seus pensamentos estavam irracionais.


Via aquele "novo discípulo" com novos olhos. Simplesmente não era possível haver um bruxo como ele, principalmente Voldemort tendo simplesmente aparecido com ele num momento oportuno demais. Sim, os comensais pareciam cobertos de razão...


Era impossível que Lacbel fosse um humano. Isso era quase certeza.


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