O fim de um começo



Cap10:O fim de um começo.

O jantar fora muito bom, Gina ainda pensava o quanto se divertira, ainda deitada, olhando para o teto, lembrava do carão que Harry passou. Até sentia pena do “herói”, mas que fora estranho vê-lo acompanhado...

Não poderia dizer que o esquecera completamente, só que depois de tantas humilhações, de tantas verdades que só foram ditas depois de tanto tempo, o amor que sentia era trocado pela mágoa, pela frustração e pelo ódio.

Ódio... estranho falar do ódio, porque essa palavra sempre a fazia se lembrar dos Malfoy’s, mas agora ela não sentia ódio de Draco, era uma coisa diferente, era como se fosse uma amizade, mas pensando bem, não era uma amizade, era algo mais forte.

Sentindo-se confusa com todos esses sentimentos, decidiu se levantar, já perdera o sono mesmo.


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Acordara muito cedo, eram ainda seis e meia, Gina se lembrava que seu pai dormia até umas oito da manhã, já os gêmeos... Ah, esses acordavam sete horas para irem direto a loja.

Caminhando devagar, andou até a cozinha e começou a fazer um café da manhã decente.

Com a idéia de não fazer nenhum barulho para não acordar ninguém, Gina andava com calma até o fogo para esquentar a água, assim faria um pouco de chá, mas no meio do caminho viu uma enorme coruja em pé na cadeira, abafou o grito de surpresa, mas o bule acabou caindo com estrépito no chão-já que, ao abafar, colocou as duas mãos na boca.

E sentindo uma completa idiota e tendo xingado a coruja um milhão de vezes, pegou o bule do chão e com a varinha limpou a pequena bagunça que fizera, a coruja apenas a fitava com uma cara de censura. De imediato lembrou-se de Draco, até que ela olhou a coruja novamente e pensou:

“Ah, Merlin... Se foi Draco Malfoy que me mandou essa coruja a essa hora, eu o mato!”.

Não o mataria, a coruja era de Carter. Mal pegou a carta na pata da coruja, a mesma saiu voando, demonstrando um longo sinal de impaciência.

Gina apenas bufou e, antes de ler, colocou o bule com água do fogão.

Sentou-se e começou a ler a carta do famoso curandeiro:

“Cara senhorita Weasley,

Venho lhe comunicar, que uma audiência foi marcada, o debate será para a legalização da quimioterapia e também da radioterapia.

Essa audiência será daqui a um mês, no dia 06 de outubro, às oito horas, no Ministério da Magia, no departamento de saúde.

Sendo só.

John Carter

Curandeiro Supremo do St., Mungus

Ps.:Já comuniquei com o Doutor Malfoy.”

Gina não sabia se chorava, se gritava ou se ria.

Ela conseguiria...


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Draco não queria acordar, mas o despertador tocava com tanta intensidade que mesmo se o derrubasse nada adiantaria, já que o mesmo fora enfeitiçado para não quebrar tão facilmente.

Assim, acordado e sem paciência, foi para o banheiro. Escovou com tanta lentidão os dentes que pensava que dormiria a qualquer momento.

Não sabia por que iria ao consultório, já que dissera a Rachel para desmarcar todas as consultas que tinha (e não eram muitas!), então por que fora estúpido o bastante para acordar às sete da manhã?

Sentindo-se idiota,voltou para cama novamente.

Deitado, pensava no quão fora divertido jantar com A Weasley. Era verdade que Potter ajudara e estragara ao mesmo tempo.Era verdade também que não era ético jantar e se sentir atraído por uma paciente.

Atraído? Seria isso que sentia? Ou então sentia outra coisa? Será que era aquilo mesmo?

Mas uma simples atração faria tão mal assim? Implicaria no quê? Será que ele simplesmente devia parar de sentir essa atração?

Ele não sabia o que faria, ele não sabia no que pensar.

Ainda deitado, Draco Malfoy se assustou quando uma coruja bateu na sua janela, sabia que corujas não deveria visitá-lo, já que morava em um prédio trouxa.

A preguiça o deixava preso à cama, mas a curiosidade acabou vencendo. Saiu novamente da cama, abriu a janela e a coruja pode finalmente entrar.

Não reconhecendo a coruja, a sua curiosidade aumentava, abriu a carta que a mesma trazia.

Quase não acreditou.


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Um mês depois...

A audiência começara e a sala onde todos estavam evidenciava a tensão. John Carter falava agora. Ele também estava tenso, olhava para os lados em busca de algum apoio. Finalmente o encontrou quando viu Abby Lockhart sorrir calmamente para ele.

“Confesso, que se antes não via nenhuma vantagem em aceitar esse tipo de procedimento, agora eu o vejo. A quimioterapia ajudará muitas pessoas.”-dizia Carter ansioso.

“Mas haverá pessoas que morrerão.”-retrucou o Doutor Robert Romano, um dos curandeiros supremos, o Doutor Romano era o único que estava totalmente cético que a quimioterapia não adiantaria em nada.-“O tratamento é caro demais, Doutor Carter, para desperdiçarmos dinheiro com pessoas que no final morrerão”.

Tumulto! Gina Weasley olhava horrorizada para o curandeiro a sua frente, sentada na primeira fileira e ao lado de Draco Malfoy, só pode olhar e esperar que Carter retrucasse algo.

“Eu peço silêncio!”-disse o Doutor Stephen Connor, ele era o juiz, a única pessoa que deveria ser imparcial, mas não adiantou pedir, então Stephen, um pouco mais alterado, disse-“Encerro por aqui! Próxima chamada, dia 13 de outubro, no mesmo horário”.

Gina estava pálida, estava cansada, mais uma semana a espera de um tratamento? Não, isso não era possível! Não poderiam deixa-la esperando por mais algum tempo.

Não agüentando mais, a ruiva explodiu:

“Como assim? Daqui a uma semana? O Doutor por acaso está louco?”.

Parecia que o tempo havia parado, todos a olhavam, Carter e Romano estavam estupefatos, Draco não sabia o que fazer, ainda continuava sentado.

Já Connor que saía, parou por alguns momentos e virou para olhar Gina.

A ruiva desceu calmamente as escadas que a separavam do juiz, então continuou:

“O senhor sabe o que é viver com uma doença que dizem não ter cura? E que quando finalmente acham a cura, a mesma é recusada? Sabe o que é sofrer a cada dia que passa? Sabe o que é suportar esse terrível fardo? Sabe o que é consultar muitas médicos e esses recusarem acreditar na verdade? Sabe o que é pesquisar a doença a fundo para entende-la e depois ser enxotada de um consultório? Quer saber as respostas? O senhor não sabe! O senhor não sabe o quanto é difícil! O senhor não sabe o quanto é doloroso você ver todas essas manchas no meu corpo, eu encosto em alguma coisa e eu já fico com uma mancha roxa!”-dizia Gina mostrando as manchas que tinham no seu corpo.-“Eu estou cada vez mais doente! Eu sinto que eu vou morrer e percebo que a minha morte foi em vão”-falou Gina, as palavras ecoavam pela sua cabeça, sentia que todos a fitavam, abaixou o rosto e deixou que as lágrimas saíssem, só não deixou que os outros vissem as suas lágrimas.

Gina se surpreendeu quando o Doutor Stephen Connor levantou a sua cabeça, ele apenas disse:

“Agüente até o dia 13. Nós resolveremos isso de uma vez por todas.”-e saiu calmamente.


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“Você está bem?”-foi a única coisa que Draco perguntou, a ruiva continuara no mesmo lugar, agora com a cabeça erguida, não chorava mais, apenas olhava para o nada.

Draco não sabia o que fazer, a única coisa que queria era consolar a ruiva a sua frente.

Então, Draco a abraçou, Gina pareceu surpresa no inicio, mas retribuiu o abraço e disse:

“Eu não agüento mais! Eu quero ser curada! Eu preciso ser curada!”

“Você será!Eu te prometo!”-retrucou o loiro a soltando do abraço, ele segurou a mão de Gina e disse-“Eu prometo.”.

Ela suspirou e disse:

“Então, eu acredito em você!”

Os dois se olhavam, Gina não conseguia se desprender desse olhar, não conseguia soltar a mão de Draco, não conseguia deixar de idolatrá-lo.

Idolatrá-lo pelo que fizera, pelo todo esse consolo, pelo carinho, pela ajuda...

Mas alguma coisa não estava certa, algum segredo que Draco tinha a incomodava muito.

Soltou da mão dele e começou a andar.

Os pensamentos mais malucos continuavam na sua cabeça.

Pensava que poderia morrer, pensava na vontade de continuar o tempo todo com Draco e pensava que estava ficando louca! Como poderia desejar ficar o tempo todo com ele?

Ainda mergulhada nesses pensamentos, não percebeu que Draco segurara a sua mão, não percebeu que as suas pernas já a levaram até o Átrio, não percebeu que já o abraçava novamente...

Os dois rostos agora se tocavam, os dois narizes já estavam próximos demais, Gina apenas conseguiu balbuciar:

“Malfoy... isso não é errado?”

“O errado, às vezes, Weasley é o melhor”-disse Draco, a beijando.

Que beijo era aquele?

Qual beijo poderia de alguma maneira desnortear alguém?

Que beijo poderia deixar as pernas bambas, o coração acelerado, as mãos molhadas de suor?

Que beijo poderia mostrar o desejo de uma maneira clara?

Que beijo poderia mostrar o amor?

Apenas um beijo apaixonado.

FIM.

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