E eles se encontram



Cap 4: E eles se encontram...

Harry deitado, escutando uma leve música, estava pensando na vida.

Na sua vida.

A sua vida estava parecendo aquelas novelas trouxas que o mocinho sempre é: rico, bonito e um vagabundo.

E Harry era tudo isso e mais alguma coisa.

Ele não poderia ser considerado um mocinho, afinal, nenhum mocinho destrói a vida de uma mulher só porque ela estava doente.

Ao ver novamente os pensamentos em Gina Weasley, o moreno fecha os olhos, sacode a cabeça e pensa consigo mesmo:

“Não adianta se sentir culpado, Harry. Acabou! Não estava dando mais certo! E você também não quer perder mais alguma pessoa que você tem algum vínculo ou quer?”

Harry, querido? O que você está pensando?-disse Marissa Cooper de longe. Ela estava trajando uma minúscula camisola. Aproximou-se do moreno e se aconchegou no seu colo. Harry respondeu monossilabicamente.

"Em nada."

Aquela era a sua segunda “namorada” em apenas uma semana.

E ela não duraria mais do que dois dias.


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Estava cansada de receber “nãos” estava cansada de escutar que ela morreria.

Estava tão cansada que cometeu a maior loucura possível!

Já sem nenhuma esperanças, ela marcou uma consulta com...

DRACO MALFOY!

Não, ela deveria estar em transe quando resolveu se consultar com ele...

Mas já sabia qual seria a resposta dele. Ele não a aceitaria, a insultaria e diria que ela iria para o inferno.

Mas seu pai tanto insistiu que ela fosse à consulta, que resolveu ceder.

A esperança novamente retornaria em Gina Weasley?


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Ao ver que estava livre do purgatório por pelo menos cinco dias, Draco se sentiu mais feliz. Estava tão feliz que ao passar por Rachel Green, ele a cumprimentou educadamente, não disse nada sobre o tamanho do seu consultório (era minúsculo demais para um médico tão competente como Draco). A secretária ficou tão espantada que não percebeu que uma jovem ruiva tentava de todas as maneiras chamar a sua atenção. Só pôde dar existência da moça quando ela, sem pestanejar, deu-lhe um forte beliscão no braço. Rachel pulou de susto e disse:

“O que a senhorita quer?”-a secretária tentou de algum modo ser o mais educada possível, mas aquele beliscão doera por demais!

“Tenho uma consulta marcada com o Doutor Draco Malfoy”-disse Gina, tentando não perder a paciência com a loira que estava sentada a sua frente. Não pediria desculpas para alguém tão distraída.

“Seu nome, por favor.”disse Rachel.

“Ginevra Molly Weasley.”-disse Gina com desagrado. Sua mãe devia estar tão bêbada ao achar esse nome bonito!

“Perdão? Como é mesmo o seu nome?”-disse Rachel. Agora ela se “vingaria” dessa mulher. A faria repetir milhões de vezes esse estranho e bizarro nome.

“Ginevra Molly Weasley. O Doutor Malfoy estÿ”-disse Gina sem pestanejar. Sabia o que aquela mulher queria. Burra! Por que tinha que ter beliscado essa loira doida?

“Ah, ele está sim, mas antes eu tenho que anotar o seu nome.Por favor, repita e se possível soletre.”-disse Rachel se divertindo cada vez mais.

“Meu nome é Ginevra Molly Weasley. Ginevra se escreve: G-I-N-E-V-R-A, Molly se escreve: M-O-L-L-Y e, por ultimo, Weasley se escreve; W-E-A-S-L-E-Y, por acaso eu teria que repetir novamente?”-disse Gina sem nenhuma paciência.

Rachel apenas sorri e diz;

“Não, eu já tinha anotado mesmo.”-e ao ver que a cara da ruiva não era das mais felizes, a secretária completou rapidamente –“Eu vou avisar que você já está aqui, senhorita”.

E assim o seu pesadelo e sua salvação estavam apenas começando.


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Lucio estava tendo aqueles sonhos novamente... aqueles sonhos que não queria, não poderia, não queria ter...

E, mesmo com todo aquele desespero. O desespero de pensar que estava morrendo, de pensar que não tinha mais nenhuma salvação, Lucio Malfoy acordou.

Acordou com um grito. Um grito que mesclava dor, tristeza e também muito, mais muito medo.

Armelina Graham que antes estava lendo um artigo tão interessante sobre a vida nada pessoal de Harry Potter, se sobressaltou.

Apenas uma pessoa gritava desse jeito. E quando ela gritava esse não era um bom sinal.

Deixando a revista de lado, correu até achar o leito onde Lucio dormia e, ao encontrá-lo naquele estado tão deplorável, apenas sussurrou doces palavras. Estava certa que ele dormiria novamente.

Mas não foi exatamente isso que aconteceu.

Lucio começou a gritar novamente, gritava palavras desconhecidas em alguma língua morta, com certeza ele queria intimidar Armelina, mas não conseguiu. Sem pestanejar, Armelina Graham pegou sua varinha e disse um feitiço convocatório.

Mas se antes Lucio estava dizendo palavras desconhecidas, agora ele começou a balbuciar palavras que poderiam facilmente ser entendidas, ele começou a dizer:

“Por que não me entende! Por que não é paciente comigo? O que eu fiz...” e em seguida começou a chorar.

Mesmo assustada, apanhou a poção de dormir. E fez com que Lucio a tomasse.

Falaria com Draco o mais rápido possível.


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“Seu canalha! O que você fez com a minha irmã?”-berrava Jorge.

A cena até seria normal, mas a pessoa que Jorge berrava era o todo poderoso do mundo bruxo, por puro instinto, agarrou o moreno pela gola das vestes e disse:

“Você conseguiu deixa-la em um estado pior, Potter. Rony nunca te perdoaria por isso”.

“Você não é ele, Jorge! Você não saberia qual reação ele teria.”-disse Harry com uma pontada de dor.

“Eu sei, sim! Pois ele também faria a mesma coisa que eu estou fazendo! A minha irmã está doente, Potter! E tudo que ela mais precisava era do seu apoio!”.

“Eu não posso apoiá-la! Afinal, ela tem a vocês não é?”-disse Harry com calma.

“Ela tem, mas quando se trata de leucemia, Potter, todo o apoio é bem vindo.”-disse Jorge o largando e saindo do circulo que formaram ao redor.

Harry ainda estava em choque.


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“A senhorita pode entrar”-disse Rachel.

“Obrigada”-falou Gina e entrando no minúsculo consultório.

Se o consultório de Arnold Byrnes era apertado, o de Draco era simplesmente minúsculo. Só cabia duas cadeiras, uma mesa, mas pode ver uma outra sala onde provavelmente teria uma maca e aqueles objetos estranhos que os curandeiros utilizam.

Ao ver Draco Malfoy novamente, percebeu que ele não mudara quase nada! Os cabelos continuavam da mesma cor, loiros platinados, quase brancos, continuava um branqüelo como sempre (mas Gina não poderia dizer nada, afinal, ela não tinha uma cor diferente do loiro) e mesmo usando óculos, os seus olhos continuavam tendo o mesmo significado: frios e sem nenhum sentimento a vista.

Se lembrava daquele loiro aguado que vivia falando a todos os seu “amiguinhos” da Sonserina que os Weasley e todos da Grifinória não mereciam o respeito! Não mereciam ser tratados iguais por iguais. Se lembrava das respostas acidas para Rony e como sempre o seu irmão perdia a cabeça...

Draco estava atordoado com aquela mulher a sua frente! Aquela era Ginevra Molly Weasley? Aquela garotinha que vivia suspirando por Potter em todos os cantos? Mas aquela garotinha tinha crescido! E crescido muito! Tentando tirar esses sórdidos pensamentos, Draco só pôde pigarrear e dizer logo em seguida:

“-Weasley, é?”-e ao receber um simples aceno de cabeça ele continuou –“Eu me lembro de você, Weasley. A namoradinha do Potter não é?”-disse Draco, dando um pequeno sorriso irônico.

“Não, Malfoy. Eu não sou a namorada do Potter.”-disse Gina secamente, sentindo uma pontada no peito.

“Mas algum dia foi. Qual é o seu problema? O que tem de errado em você?”-disse Draco, tirando os óculos e a analisando. Ela parecia muito saudável, só os seus olhos não tinham aquele brilho de felicidade.

“Eu... eu estou doente...”-disse Gina num sussurro.

“Jura, Weasley? O que será que você faria aqui, se não estivesse doente?”-disse Draco com sarcasmo, Gina apenas fitou o chão novamente, pode ver uma pequena lágrima escorrer dos seus olhos, Draco odiava aquilo, então ele disse com a voz mais doce possível – “O que você tem, Weasley?”

“Eu... eu tenho... leucemia, Malfoy. Uma leucemia,que a cada dia vem me matando.”-disse Gina com toda dignidade. Ela olhava para o loiro como se ele estivesse pronto a despachá-la do pequeno consultório.

Surpreso o loiro apenas disse:

“Me dê os seus exames, Weasley. Eu acho que posso ajuda-la”.


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Harry sentado no pub e tomando o seu chá gelado (Londres conseguia ser muito quente no verão), só conseguia pensar nas palavras de Jorge:

“Ela tem, mas quando se trata de leucemia, Potter, todo o apoio é bem vindo.”.

Ele agora não sabia se, se culpava ou então culpava Gina.

Ainda pensando nisso, não se deu conta que Marissa Cooper já estava a sua frente, só quando ela o cutucou, foi que Harry percebeu que ela estava lá. Ela parecia feliz por demais. O moreno estranhou, nem teve tempo de perguntar pois ela foi logo dizendo:

“Harry, tenho novidades! Você finalmente conhecerá a minha mãe, Julie Cooper”-disse Marissa como se fosse uma ótima notícia.

“Mas, querida? Você não acha que é cedo demais?”-disse Harry depois de tossir inúmeras vezes. Sabia quem era Julie Cooper. E não poderia dizer que ela era uma pessoa... normal.

“Lógico que não! Você terá que conhecê-la não acha? Vá a minha casa hoje, às oito horas. Não se atrase, querido”-disse Marissa e antes que Harry pudesse retrucar, ela disse-“Eu tenho que ir! Vou comprar uma nova roupa agora”.

Harry novamente estava atônito.


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“Eu te ajudarei, Weasley.”-disse Malfoy depois de analisar criteriosamente todos os exames que a ruiva tirara.

“Mas como? Como você me ajudarÿ”-falou Gina surpresa. Não aquilo não era possível! Draco Malfoy a ajudaria? Mas como? Se em todos os curandeiros que fora todos a recusaram. Por que Draco Malfoy a aceitara? Não... devia ter algo errado!

“Você é jornalista não é, Weasley?”-disse Draco com bastante calma. Gina apenas assentiu, então logo ele continuou-“ Então você deve ter pesquisado muitas coisas sobre essa doença não é?”.

“Sim, pelo que pude entender eu tenho leucemia linfóide aguda, ou seja, eu tenho excesso de glóbulos brancos no sangue e na medula óssea, na caso da minha doença esses glóbulos não amadurecem e, por isso, se multiplicam, esses glóbulos em excesso se acumulam no tecido linfático e, por conseqüência, esses tecidos ficam inflamados e os glóbulos brancos acabam tomando o lugar de outros glóbulos”-disse Gina com calma.

Draco por sua vez, estava num misto de incredulidade e de pura satisfação. Ele só pôde bater palmas e dizer:

“Muito bem, Weasley. E me diga quais seriam os procedimentos num hospital trouxa?”.

“A quimioterapia, mas em certos casos a radioterapia também, poderá ser utilizada,o transplante de medula óssea é uma boa alternativa.”-respondeu Gina com calma. Era o primeiro entre sete médicos que consultara que a “aceitara”, seria tão bom se essa pessoa não fosse Draco Malfoy...

“Maravilha. Bom, Weasley, você realmente tem sorte. O que eu estou tentando fazer a todo custo é conseguir uma autorização para tratar os pacientes que tem leucemia com procedimentos trouxas, mas para eliminar esses desconfortáveis sintomas da quimioterapia entrarão os procedimentos bruxos”-disse Malfoy explicando brevemente o que aconteceria. Gina sentiu novamente a felicidade no olhar, mas pôde perceber que Draco não estava nada feliz, mas antes que pudesse perguntar o que estava acontecendo, ele disse-“ O problema Weasley, é convencer os meus superiores”.

“Malfoy, não me diga que você não conseguiu até agora...”-começou Gina... mais um balde de água fria que recebia. Num instante ela poderia até considerar Draco Malfoy como seu salvador, mas no outro...

“Não consegui, Weasley. Eu... eu preciso de uma... como que os trouxas dizem mesmo? É algo como 'cabaia'...”-disse Draco se alterando levemente.

E pela primeira vez em dias. Gina sorriu. Com o sorriso ela disse:

“Eu serei a sua cobaia, Malfoy”.

CONTINUA...

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