Até logo!



Heeey, gente linda do meu S2!!! Então, gente, esse é o penúltimo capítulo... O último será um epílogo, curtinho... Vocês verão... Enfim...

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Depois de uma semana, Snape saiu da Ala Hospitalar. Segundo a enfermeira, o pó estava nas vestes dele. Portanto, a pessoa que fizera isso com o garoto teria de ser da mesma casa, mais precisamente, do mesmo dormitório.


-Portanto, - James disse para Lily - não é possível que tenha sido eu. Eu lhe disse, Lilizita, que não havia sido eu.


-Primeiro: meu nome NÃO é Lilizita...!


-Desculpe-me, Lily.


-Já disse que é EVANS para você, Potter!


-Que seja!


-Segundo: você já me disse isso ao menos onze vezes!


-É para fixar bem!


-Terceiro: eu já disse que entendi!


-Eu sei que sim, mas eu gosto de lembrar...


-Quarto: por que você está falando comigo? Eu já disse, Potter, para você NÃO falar comigo!


-Perdoe-me, cara srt. Evans, por ter dirigido-lhe a palavra!


Lily levantou os olhos dos seus livros; eles estavam no Salão Comunal. Remus e a garota estavam estudando e Peter, James e Sirius haviam descido nessa hora para fazer o mesmo. Duas semanas os separavam dos exames finais e estavam todos preocupados - mesmo que um pouco, por confiança ou por não ligar.


James e Sirius começaram a passar mais tempo estudando e menos tempo planejando coisas contra Snape; ambos estavam bem nos estudos, mas James, para a surpresa dos amigos, disse que era preciso revisar tudo para que tirassem nota máxima. Remus e Sirius riram e Peter replicou, dizendo que ele estudaria para passar de ano.


No sábado anterior aos exames, Remus declarou que passariam o dia inteiro e o seguinte revisando.


-Mas tem Hogsmead! - Sirius exclamou insatisfeito. Eles estavam tomando café da manhã e o garoto quase cuspiu o bacon no amigo à sua frente.


-Exatamente por isso! Esse passeio será maior, hoje e amanhã, então a escola estará vazia!


-Mas eu quero ir! Meu estoque de Bombas de Bosta está quase zerado! Por favor, Remus, vamos para Hogsmead hoje! Hoje é sábado!


-Sirius...


-Hogsmead? Vocês não podem ir a Hogsmead! - Lily disse - É só a partir do terceiro ano.


Os quatro amigos olharam para a garota, que estava com uma sobrancelha arqueada perfeitamente, olhando para eles.


-Não se mete, Evans! - Sirius rosnou.


-Me meter em quê? Tem algo em que eu possa me meter?


-Podemos conversar sobre isso mais tarde... – James disse com um sorriso maroto, enquanto os outros riam e a menina corava – Claro que não, Lilyzita! – Ele completou inocentemente.


-EVANS, Potter!


-Você só pode se meter em nossa conversa. A única coisa possível. - James respondeu rispidamente. Levantou-se e ficou olhando para a garota ruiva desafiadoramente.


-Eu sei que há mais!


-Então além de enxerida e grossa você é maluca?! Só pode ser, já que você está criando coisas na sua mente!


-Vocês já foram para Hogsmead num passeio, não foram? – Ela perguntou em tom de suspeita. James sentiu o estômago afundar.


-Claro que não! Você acha que Minerva teria deixado?


-Oh, eu sei que vocês não foram legalmente!


-Então, ó, Vossa Genialidade, como fizemos para ir?


-Não sei, só sei que foram!


-Como, Evans? Desaparatamos? Quebramos o feitiço de proteção de Dumbledore e desaparatamos? Ou melhor, fomos voando! Uma chave de portal, talvez... Um feitiço de desilusão... Ou então somos animagos, nos transformamos em ratinhos e fomos no bolso de Minerva! Taí, achei a resposta!


A garota cruzou os braços e disse:


-Eu VOU descobrir como fizeram, e quando o fizer... Esperem para serem expulsos!


E ela saiu furiosa, um borrão de cabelos vermelhos indo se encontrar com um Sonserino. James estreitou os olhos e sentou-se raivoso.


-Sirius, nós não podemos ir para Hogsmead, por mais que precisemos. - James concluiu.


-Mas...!


-Nada de mais! Ela nos vigiará agora. Não podemos arriscar!


-E a capa, James? - Sirius sussurrou.


-Agora mesmo que não podemoa usá-la! Imagina se Lily Chata Evans descobre! Ela dedura para Dumbledore! Aceite, Sirius, não podemos ir!


O garoto resmungou mas aceitou, afinal os amigos estavam certo. Depois do café, eles subiram para que Remus pegasse as questões de revisão e eles desceram para a beira do lago, embaixo da árvore que eles haviam estudado com Lily antes.


Depois de uma hora, estavam todos suados, apesar de vestirem camisetas e bermudas.


-Tá vendo, Remus? Se tivessemos ido teríamos Suco de Abóbora...


-Eu dou um jeito... Dylan? – James disse.


O elfo apareceu e Sirius sorriu radiante.


-Mestre Potter - Dylan fez uma reverência - Amigos do mestre James Potter - Outra reverência - Como posso ajudá-los?


-Por favor, Dylan, você poderia nos trazer bebidas refrescantes? Estamos sedentos...


-Sim, senhor - Ele fez mais uma reverência e, com um estalo, sumiu.


-James, obrigado! Era tudo o que eu precisava agora! - Ele disse ao receber a garrafa gelada.


-Senhores, eu trouxe mais de uma - O elfo disse, apontando para um saco plástico - e estas não vão acabar ou esquentar! Caso queiram comer, é só chamar! Vou voltar, meu senhor!


Os garotos riram e continuaram a estudar. Pouco tempo depois, Lily apareceu de novo.


-Suco de abóbora? Como conseguiram?


-Segredo de menino... - James disse, se estirando na grama e passando a mão nos cabelos. Lily revirou os olhos, fazendo muxoxo.


-Foram para Hogsmead? - A garota perguntou desafiadora.


-Sim, fomos! - James respondeu - Mas só nossas almas, porque os corpos ficaram aqui a manhã inteira! - James, deitado na grama, levantou a mão para um risonho Sirius bater nela. Lily virou-se para Remus, que tinha um meio sorriso.


-James tem um elfo doméstico.


-Ah, claro. Uma criatura escrava, não?


-Na verdade, Lilyzita, queridinha, é um trabalho remunerado, com folgas e muita educação. Dylan não gosta de receber seu salário, mas dizemos que ele tem de cuidar de sua casa. É o único jeito de ele aceitar o dinheiro - James replicou suspirando. O garoto se sentou, abriu outra garrafa de suco e ofereceu para a garota.


-Aceita, Evans? - A garota mudou o peso da perna e engoliu em seco. Ela estava sedenta, desejando o suco, mas não iria ceder - Sabe, Evans, não envenenei o suco... Tome, pegue um! - A garota pegou a garrafa e agradeceu, tomou um gole e devolveu o suco para James, agora em pé.


-Ora, Lily! Pode ficar com o resto! Tenho infinitas aqui, para hoje e para amanhã... Dylan gosta de mim, ao contrário de você... Só não entendo uma coisa em você, Lily...


-Evans, Potter. Mas diga o que não entende... – Ela estava, obviamente, curiosa e descruzou os braços, em posição menos defensiva. James percebeu tudo, pegou a garrafa da mão de Lily, deu um gole, devolveu e passou a mão no cabelo.


-Como você pode gostar do Ran... Snape e não gostar de mim? – Ele abriu um sorriso convencido e esperou pela resposta, enquanto os seus amigos riam na grama.


-Patético! – Lily disse – PATÉTICO! – Ela pegou o Suco de Abóbora que estava em sua mão e virou na cabeça de James. Ele olhou para a garota raivoso e ela, com um sorriso maléfico no rosto, aproximou-se da orelha de James e, num sussurro arrepiante, disse: – Por que ele não é você!


Lily saiu numa fúria surpreendente, mas alegre, enquanto os três garotos riam do amigo sujo de Suco de Abóbora e mal-humorado.


-Venham, tenho de tomar banho – Ele chamou, mas Sirius, Remus e Peter estavam sem ar, rolando na grama – Riam bastante, isso aí! Vocês vão ver, eu vou me vingar... Ah, seu eu vou!


-Se vingar, James? O que pode ser pior do que banho de suco? – Sirius perguntou quando finalmente conseguiu se acalmar.


-Prefiro suco à Lula Gigante... – James respondeu, com um sorriso assustador.


-Oh, não vai! – Remus disse.


-Ah, eu vou. Pode ter certeza... – Remus segurou o braço do amigo irresponsável.


-James, isso é maluquice! Você vai jogá-la no lago? Você mesmo disse que Snape era um maluco por ter feito isso com ela!


-Mas Ranhoso é Ranhoso! Eu teria o controle da situação!


Remus olhou para ele com um olhar reprovador. James encarou Lily, do outro lado do lago, com algumas meninas mais velhas e suspirou.


-Podemos subir para eu tomar banho?


 


***


 


-Não mesmo! – James quase gritou no dormitório com os amigos. Era pouco depois do almoço e eles haviam subido para pegar as outras atividades de revisão. Remus queria descer imediatamente, mas James tinha uma ideia melhor – Só vamos estudar agora depois que eu resolver minha vingança contra Evans!


-Ele diz Evans agora, é? – Paul perguntou num sussurro para Sirius.


-Pode ser a rainha da Inglaterra, se ela tivesse jogado suco em mim eu também a chamaria pelo sobrenome... – Sirius e Paul sufocaram risos. James os perfurou com o olhar. Eles pararam de rir imediatamente.


-Vamos ficar aqui até que pensemos em algo para eu jogar em Evans! Vamos, pensem! Vocês são ratos ou homens?


Depois de vinte minutos, eles pensaram em algo que satisfizesse tanto James quanto Remus. Não podia ser nada muito constrangedor, mas seria algo que Lily nunca se esqueceria.


-Certo, pessoal, agora vamos estudar poções, sim? – Remus chamou os amigos e eles preferiram ficar no Salão Comunal a descer. James e Sirius ajudaram Paul e, principalmente, Peter com as perguntas que Remus achava que poderiam cair. Além disso, os dois primeiros ficavam jogando uma garrafa de Suco de Abóbora meio cheia de um lado para o outro e ainda conseguiam falar as coisas certas.


Mais tarde, na hora do jantar, Remus ainda fazia perguntas para os garotos, até que James se cansou.


-Remus John Lupin! Ou você cala essa boca ou eu atiro você por aquela janela, com ou sem varinha!


Os amigos riram deram leves tapinhas na cabeça de Remus, que devolveu na mesma intensidade. Estavam todos no sofá, vendo os alunos mais velhos chegarem de Hogsmead.


O que eram leves tapinhas virou uma guerra de tapas e almofadas, gerando riso e diversão entre os cinco garotos. Depois de dez minutos, Lily chegou no Salão, olhando para a brincadeira dividia entre diversão e reprovação. Foram precisos mais cinco minutos para que seus colegas a vissem ali.


-Ah, Evans. Oi – Cumprimentou-a James. Os quatro segundos necessários para ser educado lhe renderam quatro almofadadas, uma por segundo. James gargalhou e revidou em todos, com agilidade surpreendente.


-Oi, Potter. Vejo que já tomou banho... – James corou e os outros quatro gargalharam.


-Ora, claro que sim, Ruiva.


-Desculpe, do que me chamou? – Ela perguntou cruzando os braços. James sorriu maliciosamente.


-Ruiva. Prefere Ruivinha? Ou quem sabe...


-Não! Nenhum desses... Cabeça de Espeto! – Os garotos que não participavam da briga riram, enquanto James pensava em como superar aquele apelido.


-Sabe que eu gostei? Pode me chamar assim, Ruivinha!


-NÃO ME CHAME DE RUIVINHA! – Lily gritou saindo do Salão Comunal. Os meninos estavam gargalhando. James respirou fundo, passou a mão no cabelo e viu quem ele estava procurando do terceiro ano.


-Martha! MARTHA! – Uma garota loira de olhos castanhos se virou e acenou para ele. Ele a chamou e ela foi.


-Oi, James... Meninos...


-Martha esses são Peter, Remus, Sirius e Paul. Gente, essa é Martha Potter, minha prima... Martha, me faz um favor amanhã? – Ele pediu carinhosamente. Ela revirou os olhos e sorriu.


-O que você quer de Hogsmead?


-Hidromel. Custa quanto?


-Acho que uma garrafa custa um galeão...


-Traga duas... – Ele disse tirando as moedas douradas do bolso.


-Trago sim... Bem, já vou, Robert está me esperando... – Ela disse, ruborizando.


-Vou contar para seu pai que Robert está esperando, viu? – James respondeu brincalhão.


-Nem sonhe! Tchau!


O garoto olhou para seus amigos sorrindo.


-Vamos jantar? Estou louco para tomar Suco de Abóbora! – Os outros riram e todos desceram para o Salão Principal. Olhando para a mesa da Grifinória, James escolheu os lugares mais próximos de Lily que ele poderia encontrar.


-Olá, Ruiv... – Ele começou a sussurrar no ouvido da menina, mas esta se esquivou.


-Já disse que é EVANS! – Ela o interrompeu gritando.


-Evans, então, queridinha. Como vai você? A comida está boa? Posso sentar-me ao seu lado? – A garota ergueu os olhos para James.


-Primeiro, não me chame de queridinha. Segundo, estou bem, obrigada. Terceiro, por que você mesmo não prova a comida? Quarto, não, não pode. Quinto, você está doente?


-Eu, doente? Claro que não! Nunca fico doente! Sou bonito demais para isso... – Todos em volta riram.


-James, você NÃO é bonito, seu metido! – Sirius retrucou rindo.


-Não sou metido... E você está certo, não sou bonito sou lindo! – Todos riram com tamanha segurança de James.


-Sejamos justos com James – Holly Hall interrompeu a conversa, para raiva de sua melhor amiga Lily – Ele é fofinho.


-Fofinho? – Sirius perguntou gargalhando – James, ela te chamou de urso de pelúcia! – Todos riram com a interpretação de Sirius, inclusive Lily.


-Não foi isso que eu quis dizer! James, você é bonitinho...


-Viu, Sirius? – James perguntou, sentando entre Lily e Holly. a garota ruiva suspirou, deixando claro que ele não deveria ter sentado ali.


-Grande coisa! Aposto que ela me acha lindinho! Não acha, Holly, querida? – Ele perguntou piscando os olhos rapidamente. Todos riram com a súplica silenciosa do garoto.


-Você também é bonitinho... – Sirius olhou para ela com uma cara de surpresa incrível. Novos risos.


-Chega de briga! – Sarah Davis disse, cortando a discussão que ia começar a se formar entre os melhores amigos – Os dois são mega lindos e vão ser mais lindos ainda quando forem mais velhos!


-Ele não é lindo! – Os dois exclamaram.


-Calem a boca, vocês dois! São bonitos, igualmente! – Mia Lee e Zoe Shaw gritaram juntas.


-Só falta a sua opinião, Evans! – James pediu.


-Isso, decide! Quem é mais bonito, eu ou essa coisa? – Sirius perguntou. Lily suspirou, olhou para os dois e fingiu pensar. Remus reconheceu aquela expressão e riu.


-Os dois são feios! – Ela disse simplesmente. Os dois meninos começaram a reclamar, ao passo que a ruiva suspirou, levantou e saiu da mesa.


-Como assim os dois são feios? Só um é! - James disse.


-Pois é! Só James é feio! - Sirius concordou.


- Isso mes... Ei! - James gritou, ao passo que todos riram. Remus deu um tapa na cabeça de cada um e murmurou "inúteis!". 


 


***


 


O primeiro exame foi de Transfiguração. James respondeu a todas as perguntas sorrindo e olhando para seus colegas. Sirius espocou um sorriso ao ver seu amigo observando-o.


-Terminou? – O menino Potter perguntou sem falar, só mexendo a boca.


-Fácil demais! – O outro respondeu.


-Acho que... – James começou a falar, mas foi interrompido pela Prof.ªa Minerva.


-Fez o quê, Sr. Potter? O que ia dizer ao Sr. Black?


James olhou para cima, deu um sorriso amarelo e passou a mão pelos cabelos. Todos que faziam o exame olharam para a cena. Remus e Peter, com preocupação, Lily e Snape com desejo do garoto metido se dar mal.


-Como ambos terminamos, professora, nós estávamos comentando que achamos que nos demos bem no seu exame. Ia dizer que fiz, no mínimo, 100% do teste, senhora.


-100%? – Todos riram, menos Sirius e Remus, pois sabiam que era totalmente possível – No mínimo? Quão modesto você é... – A professora comentou. Lily e Snape sorriram ao ouvir o comentário. Minerva pegou o exame do garoto e corrigiu o teste, a boca na linha usual e as sobrancelhas erguendo-se a cada linha. Quando ela terminou a correção, arregalou os olhos e afinou ainda mais a boca. James sorriu.


-130%.


Todos ficaram boquiabertos. Sirius e Remus sorriram para o amigo e Peter tentava entender como aquela nota era possível. Lily e Snape estavam incrédulos, assim como o resto dos alunos.


-Sr. Potter?


-Sim, senhora?


-Como você conseguiu essa proeza?


-Eu estudei bastante, professora. O fato de que eu gosto de Transfiguração ajuda. E ter a senhora como professora é o principal fator, creio eu! – James disse, rindo. A professora olhou para ele e esboçou um sorriso.


-Parabéns, Sr. Potter. Seus pais ficarão satisfeitos.


Lily revirou os olhos, escreveu mais uma linha e foi na direção da professora. Minerva pegou o exame da garota e sorriu satisfeita com o resultado da ruiva.


-Parabéns, Srta. Evans. 130%.


Lily sorriu radiante. Depois de trinta minutos, todos terminaram os testes e foram conferir as respostas. James recebeu os parabéns de Sirius, Remus e Peter. Segundo a memória deles, os dois primeiros haviam feito 100% e Peter 43%.


Quando eles chegaram na mesa do almoço, bem mais tarde, James percebeu que estava sentado ao lado de Lily.


-Ruiva? – A garota nem olhou para ele. – Lily? – Ele continuou sem receber atenção. Suspirando, resolveu mudar – Evans?


-Sim? – A menina ruiva respondeu, virando-se para encarar James.


-Só queria desejar-lhe parabéns!


-Pelo quê?


-Pelo seu resultado do teste de hoje, ora!


-Ah, claro. Você só está falando isso para ouvir ‘parabéns, Potter! Você é muito esperto!’, não é?


-Claro que não! – Ele exclamou ofendido – Ora, Evans, eu não seria tão fútil! – Lily ergueu as sobrancelhas.


-Você sabe o que isso significa, Potter? – James revirou os olhos.


-Mas é claro que sim! Senão não usaria numa frase, Evans, querida. Não vai aceitar meus parabéns?


-Obrigada, Potter. – Ela disse, terminando de comer e saindo. James sorriu e passou a mão nos cabelos.


-EU NÃO RECEBO PARABÉNS? – Ele perguntou, sorrindo, para a garota que já se afastara da mesa. Ela virou-se e James pode ver um esboço de sorriso.


-James, caro amigo, você sabe que assim só irá irritá-la, não?


-Remus, caro amigo, você deveria saber que essa é minha intenção... Caso contrário, não teria gasto meu dinheiro com Hidromel ontem. – Os meninos riram e James observou Lily saindo do Salão principal. Ela parou na entrada, aparentemente indecisa se deveria ir ou não. Então pegou um pedaço de pergaminho, uma pena e tinta e escreveu algo nele. Para surpresa de James, ela transformou o pergaminho em um aviãozinho de papel e, com um aceno de varinha, mandou o papel na direção dele e dos amigos. Quando ele estendeu a mão para apanhar o objeto, este desviou sua trajetória e pousou na mão de Remus, que deixou o pergaminho cair. James o capturou e abriu, lendo-o em voz alta.


-Remus, deixe esses idiotas e venha estudar comigo. Preciso de sua ajuda em Feitiços e DCAT. Não deixe o idiota do Potter ler isso ou ele vai querer vir. Você sabe como ele é metido. Encontro-te na biblioteca. Lily.


Remus sorriu para o amigo.


-Não era para você ter lido, James.


-Rá rá, como você é engraçado – O moreno respondeu sarcástico. Tirou os óculos e limpou-os num pedaço das vestes – Vamos fazer assim... Você vai antes e eu apareço com Sirius e Peter depois...


-Você realmente pretende ir? – Remus perguntou incrédulo.


-Mas é claro! Minha intenção é atazanar Evans e Ranhoso até o fim de nossas vidas! – E James riu maleficamente, causando mais risos de amigos.


-Fim de suas vidas? Pretende passar o resto de suas vidas com eles? – Sirius perguntou. James bateu de leve em seu braço e passou a mão pelo cabelo de novo.


-Com Ranhoso, absolutamente não. Mas com a Evans... Bem, digamos que não seria uma ideia de todo má... – Ele replicou, fazendo uma cara maliciosa. Todos que estavam ouvindo caíram na gargalhada, não só pelo comentário, mas também pela expressão que acompanhou a fala. Dez minutos depois, Remus saiu para a biblioteca.


-Sirius, Peter... Vamos? – James perguntou. Os dois garotos assentiram e seguiram o amigo. A biblioteca estava vazia, exceto por duas vozes que conversavam sobre qual era o melhor feitiço para apagar um incêndio.


-Eu acho que seria aquamenti, Remus.


-Potter! O que faz aqui? – Lily perguntou raivosa.  Remus suprimiu um sorriso que a garota não viu. – Remus, você contou para ele? – Ela perguntou virando-se. James aproveitou para piscar para o amigo, que riu – Você contou, Remus?


-Não, Lily! Eu estou rindo da sua expressão! – A menina o fuzilou com os olhos – É sério! – Ele continuou – Pergunte ao James!


-Remus está falando a verdade, Lily. Ele não mostrou nada.


-Evans, Potter! Aprenda: E-V-A-N-S! E se você não leu nada, por que está aqui?


-Eu disse que não me mostrou, não que eu não tenha lido... – James a corrigiu, puxando um pedaço de pergaminho do bolso. Remus abriu a boca, surpreso, e apalpou suas vestes. Lily pareceu ficar com mais raiva. – Então eu sou um idiota?


-Você ainda não tinha entendido isso? – James revirou os olhos.


-E que história é essa de dizer que sou metido? Eu não sou metido!


-Imagina se fosse... – Lily disse sarcástica. O garoto revirou os olhos novamente, suspirando.


-Eu só vim para pedir ajuda em feitiços! – Ele explicou.


-Potter está pedindo ajuda? – A ruiva gargalhou – Momento histórico!


-Ei, Evans, pare com isso! Eu peço ajuda a muitas pessoas...


-Exemplifique! – Lily ordenou.


-Bem... Pedi ajuda ao Remus, sobre a aula de poções... Pedi ajuda ao meu pai, quando eu tinha quatro anos, para que ele pudesse me ajudar a consertar a minha vassoura... Pedi ajuda à Minerva... – Lily revirou os olhos.


-Seus pais e os professores não contam, Potter.


-Ele pediu a nossa ajuda sábado para planejar...


-PETER! CALA A BOCA! – James gritou. O garoto gordinho se assustou e recebeu encaradas vindas dos dois morenos. Remus balançou a cabeça levemente negativamente. Lily estreitou os olhos e os moveu de James para Sirius, analisando as caras de inocente que eles exibiam.


-Planejar? Potter, o que você está planejando e contra quem? - Ela perguntou encarando James com aqueles incríveis olhos verdes esmeralda. O menino pareceu hipnotizado e demorou a responder.


-Claro que não, Evans! - Ele disse irritado.


-Claro que não o quê?


-O quê do quê?


-Anh? Potter, você está tentando me confundir?


-Anh? Claro que não! Eu não preciso fazer nada...


-ESTÁ ME CHAMANDO DE CONFUSA?


-E se estiver? - A esse ponto ambos estavam de pé, seus rostos a cinco centímetros de distância.


-Eles vão se matar ou se beijar? - Sussurrou Sirius para Remus e Peter. Os dois riram.


-O que, pelas barbas de Merlin, lhe dá o direito de me chamar de CONFUSA?


-O mesmo que lhe dá de me chamar de idiota, inútil, metido!


Lily abriu a boca e cruzou os braços.


-No seu caso, Potter, é verdade!


-No seu também! - Lily bufou - Tá, confusa não, mas é uma sabe-tudo!


-Ouch! - Sirius exclamou num sussurro. Remus concordou com a cabeça.


-Sabe-tudo? Ora, seu metido!


-Metido? Sou metido a quê, posso saber?


-A tudo! Você se acha bom em todas as matérias, se julga melhor que todos, diz que é o mais lindo do mundo...!


-Não sou bonito? - Ele perguntou arqueando a sobrancelha.


-É, mas... - Ela admitiu corando. James sorriu e os outros se entreolharam boquiabertos. - Mas esse não é o ponto!


-Então qual é?


-Veja o Remus, por exemplo! Ele é muito bonito mas não fica falando para todos que é! - O garoto mencionado corou e viu o rosto da colega ficar ainda mais vermelho.


-Mas eu sou ainda mais bonito, não sou, Ruivinha? - Toda a raiva de James passara de repente, e ele simplesmente não sabia o motivo. Ele alargou o sorriso.


-Não. Me. Chame. De. RUIVINHA!


-Você ainda não respondeu à minha pergunta... – Foi a vez de Lily ficar confusa. Eles se encararam, olhos nos olhos. De um lado, verde intenso e do outro castanho esverdeado. O sorriso de James estava tão aberto que chegava a ser estonteante.


-Bem, sim, mas... – James gargalhou de prazer e, ninguém entendeu muito bem o porquê, ele abraçou Lily, a esse ponto tão corada quanto seu cabelo, levantando-a do chão.


-POSSO SABER O MOTIVO DE TANTOS GRITOS? – A bibliotecária apareceu com um espanador na mão – Sr. Potter, solte, por favor, a Srtª Evans no chão, sim?


-Isso, coloque a Srtª Evans no chão, Sr. Potter – Lily murmurou sem ar. James riu mais uma vez e soltou a menina, que, colocando as mãos nas pernas para se apoiar, respirou profundamente. Os meninos estavam rindo da situação e até a garota esboçou um sorriso.


-Vocês podem ficar, com a condição de fazerem silêncio! – Todos assentiram, mesmo achando loucura; só eles estavam ali.


-Então, James, que abraço foi esse? – Sirius murmurou para o amigo, enquanto Lily recolhia as penas que haviam caído longe. James corou profundamente e Sirius riu baixo.


-Não sei...


-Acho que tem alguém aqui mudando de lado... – Sirius provocou, recebendo uma tapa – Será que aquele Hidromel não será usado para o plano original? – James lhe bateu novamente, enquanto seu amigo ria. O garoto não conseguiu aguentar e gargalhou com o amigo, tapando a boca com a mão para abafar o som.


-Posso saber o que é tão engraçado? – Remus perguntou, depois de ajudar Lily a arrumar as coisas. Ela expressava curiosidade, mas não ousou perguntar.


-Sirius é um idiota, só isso! – James respondeu sorridente.


-Eu sou um idiota? Você faz aquilo, se contradiz e eu sou idiota? – James gargalhou e passou a mão pelos cabelos. Lily revirou os olhos.


-Bem, eu sei que não sou! – Lily arregalou os olhos, como se comprovando sua tese. – Ei, nem vem, Lily!


-Eu não disse nada! – Ela respondeu inocentemente. James revirou os olhos.


-Um olhar vale mais que mil palavras! Eu estava brincando! Eu sei que sou idiota às vezes, ok? E metido, também... Mas todos têm defeitos, sabe? Esses são os meus: sou infantil, idiota, metido e confiante. Mas você também tem os seus... Ou não?


-Claro que tenho! Sou teimosa, sou orgulhosa e sou chata demais em relação a certas coisas...


-E, em minha humilde opinião – risos –, tá, tá. Em minha opinião, é uma coisa realmente boa saber quais são seus defeitos e tentar melhorá-los. Melhorar não só para tentar ser uma pessoa melhor, mas também para fazer mais felizes aqueles que o cercam. Eu tento fazer isso, mas nem sempre consigo reconhecer no que preciso melhorar. Por isso ainda não te matei – Ele concluiu brincalhão –, você é a única pessoa que enxerga meus defeitos. Todos, sem exceção.


Sirius e Peter estavam boquiabertos e Remus sorria levemente. Lily estava chocada, mas não demonstrava. James parecia ter amadurecido uns dez anos com aquela fala. Ela limpou a garganta.


-Concordo plenamente, Potter. Se quiser, posso listar mais uns defeitos... – Ela disse, aliviando o clima. Mas James estava inexplicavelmente feliz. Nem ele sabia o motivo. Mas Remus, é claro, desconfiava.


 


***


 


-JAMES, DÁ PARA VOCÊ PARAR? - Remus gritou pela sétima vez, enquanto seus amigos riam. Eles estavam no Salão Comunal da Grifinória, Remus em um canto estudando DCAT com Lily e os outros três bagunçando. Lily sorriu ao ver, de novo, o livro do amigo flutuar sobre sua cabeça.


-Estou estudando, Remus! - James disse sorrindo ainda mais ao ver que a garota ruiva também o fazia.


-Estudando o quê? Formas de causar o seu assassinato? - Remus resmungou. Lily abriu ainda mais o riso.


-Ora, Remus, não seja tão obtuso! Estamos estudando Feitiços! - Os três garotos no sofá riram tanto que Sirius caiu no chão. Lily também gargalhou, colocando o rosto entre as mãos. James levantou-se na direção deles e entregou o livro para Remus, piscando para a garota, que corou. Seu amigo, entretanto, pegou o livro e utilizou-o como arma no moreno, que se protegeu com o braço e saiu correndo.


Então Remus correu atrás de James pelo salão comunal, enquanto Sirius, Peter e Lily riam da cena. O “fugitivo” era muito mais rápido do que seu “seguidor” e ficava parando para atirar almofadas.


-POTTER E LUPIN! – Um dos monitores gritou – DÁ PARA VOCÊS PARAREM? TEM GENTE PRECISANDO ESTUDAR PARA OS N.OM.s E PARA OS N.I.E.M.s!


-Desculpe-nos! – James pediu, sentando no sofá. O monitor assentiu e voltou para os estudos. Sirius e Peter bateram na mão do amigo encrenqueiro e observou Remus e Lily irem na direção deles, ambos sorridentes. Potter riu ao vê-los fazerem o mesmo.


-James, você tem um problema mental? – Remus perguntou sentando-se no sofá. Lily foi para a poltrona observando os meninos.


-Você ainda pergunta? – Ele respondeu. Mais risos.


-Tem razão... Eu deveria ter perguntado quantos problemas são...


-Muito engraçado, Remus, realmente estou morrendo rir! – James respondeu ironicamente.


-Você achou? Achei uma piada meio sem-graça... – Peter disse. Todos o encararam e riram ainda mais, sem acreditar que o garoto não percebera a ironia na voz do amigo. O menino gordinho ficou sem graça e sem entender, até que Lily se apiedou dele e explicou-lhe do que estavam rindo.


-Ele estava sendo irônico, Peter...


-O que é isso?


-Isso o quê?


-Irônico. O que significa?


Dessa vez não foi só Sirius que caiu no chão, James o acompanhou. Lily estava quase chorando de gargalhar, assim como Remus.


Depois de 10 minutos, James começou a se levantar, ainda com uma mão sobre o abdômen e se viu ao lado de Lily, que estava em situação parecida. Ele se sentou no braço da poltrona ocupada pela garota, sem perceber.


-Peter, amigo querido e um pouco menos ligado nas coisas que o resto das pessoas normais... – James disse – Existe uma coisa trouxa onde as palavras e seus significados estão concentrados. O nome é: dicionário.


Peter pareceu ficar envergonhado pela falta de conhecimento e abaixou a cabeça. James e Sirius se apiedaram do menino e correram para abraçá-lo, fazendo que ele se sentisse melhor.


-Então... O que fazer agora? – Lily perguntou olhando para Remus. Os quatro garotos arregalaram os olhos para ela, fingindo surpresa incrivelmente bem.


-Que foi? – Ela perguntou sem entender.


-Lily Evans está perguntando o que fazer na véspera de um exame? Meu Deus, o mundo vai cair agora! – James disse, fingindo um desmaio no sofá. Seus amigos riram e Lily fechou a cara para ele.


-Muito engraçado, Potter! Acontece que eu já estudei tudo, portanto não preciso preocupar-me com isso!


-Wow, calma aí, Evans! Só estava brincando... – Ele disse, levantando as mãos como se estivesse se rendendo. Os lábios de Lily esboçaram um sorriso e eles viram o mesmo acontecer com James, seguido por Remus. Sirius e Peter se entreolharam sem entender e deram de ombros.


-Não sei vocês, mas eu vou estudar mais um pouco... – Sirius respondeu se espreguiçando. Todos o encararam incrédulos. – Que foi?


-Quem é você e o que você fez com meu melhor amigo? – James perguntou olhando para Sirius preocupadamente. O garoto sorriu.


-Quer dizer que sou seu melhor amigo, Super-J? – James revirou os olhos ao ouvir o apelido e pela pergunta do amigo, mas não conseguiu esconder o sorriso que se abrira em seu rosto.


-Super-J? – Lily perguntou rindo.


-É um apelido idiota que Sirius inventou... – James explicou passando a mão pelos cabelos.


-Idiota mesmo!


-Foi Sirius, o que você esperava?


-EI! – Sirius gritou revoltado. James piscou para ele.


-Mas essa superou os padrões dele... – Lily concluiu sorrindo.


-PERA LÁ! AGORA JÁ É DEMAIS, VOCÊS DOIS! – Sirius gritou revoltado apontando um dedo para Lily e outro para James, ambos gargalhando com a reação do garoto.


-Não é?!


-Mas o que isso significa? – Lily perguntou curiosa de verdade.


-Sei não, pergunte para o “gênio”...


-É que James é um protetor de mocinhas dóceis e ruivas... – Sirius disse, estreitando os olhos para James. Lily gargalhou de desdém.


-Ah, é? Você é, James? – Ela perguntou. Todos notaram a súbita troca do sobrenome para o nome.


-Ele diz que sou, mas eu acho que não, Lily... – Ele respondeu passando a mão pelos cabelos. A menina sorriu.


-Bem, não seria a primeira vez que ele entende algo errado... – Ela completou.


-Lily Evans, se James Potter não era protetor de mocinhas ruivas, é melhor ele passar a ser pelo bem de sua vida! – Sirius ameaçou, correndo atrás da garota. James gargalhou e foi ao encontro deles pela frente. Como Lily estava olhando para trás, ela trombou em James, que a segurou firmemente pelo braço.


-Er... Obrigada? – Ela disse, tirando uma mecha do cabelo ruivo da frente do rosto


-Sem problemas! – Ele respondeu sorrindo galanteador. Ela revirou os olhos e gritou de susto ao sentir uma mão no seu ombro.


-AGORA VOCÊ NÃO ESCAPA, EVANS! – Sirius gritou com uma expressão homicida. Lily correu e se escondeu atrás de James, girando-o quando Sirius o fazia.


-Virei um escudo, foi?


-Calado, James! Ele vai me matar!


Ele suspirou, rindo, empurrou a garota para trás e se aproximou do amigo. Eles sorriram e James piscou, mexendo a mão esquerda perto de Sirius. Quando este olhava só para a mão, James passou o pé por trás das pernas dele e empurrando-o com o braço direito no sofá. Sirius caiu em cima de Peter, que gemeu de dor.


-Er, desde quando você luta karatê?


-Ora, Lily, você não sabe tudo sobre mim! Agora me diz... O que é Karatê? – Ela revirou os olhos e foi sentar-se na poltrona. James se jogou no chão ao seu lado e olhou para ela pedindo explicações. Lily suspirou e começou a falar.


 


***


 


Era o último dia deles em Hogwarts. James e seus amigos haviam passado de ano perfeitamente. James tirara 100% de todos os exames, assim como Lily, Remus e Sirius. Peter, no entanto, quase perdera.


Lily se tornara mais amigável com James e Sirius. Os três se chamavam pelo primeiro nome, fato que alegrava Remus imensamente.


Na tarde anterior ao dia que eles voltariam para o mundo trouxa, Remus chamou James para conversar.


-Que foi, Remus?


-Bem, eu quero saber se você ainda vai fazer aquela maluquice.


-Que maluquice?


-A maluquice de jogar Hidromel na Lily.


-Mas é claro que...


-Que não? – Remus perguntou esperançoso. James riu.


-É claro que sim. – Ele respondeu revirando os olhos. Seu amigo suspirou e colocou a mão no seu ombro.


-James, você começou a virar amigo dela. Você e Sirius. Quer estragar isso? – James deu de ombros, sem ter certeza se era isso mesmo. – Faça como quiser. Mas não diga que eu não te avisei...


Mais tarde, James e resto do Grifinórios estavam no seu Salão Comunal aproveitando a última noite deles no castelo. Entre os alunos do sétimo ano, havia um quê de tristeza neles que Sirius não conseguia entender.


-Se alguém, sem ser Remus ou Lily, explicar a razão de tanta tristeza eu ficaria agradecido! Quer dizer, eles estão saindo da escola. Não terão aulas. Não precisarão mais ouvir Binns falando sem parar. Isso seria excelente!


-Sirius, eles não estão tristes porque vão sair da escola. Estão tristes porque vão sair de Hogwarts.


-James, amigo, você não percebe que Hogwarts é uma escola? Aonde foi parar seu cérebro? – Sirius provocou.


-Hogwarts não é uma escola. Hogwarts é nossa adolescência. Hogwarts é uma grande parte de nossas vidas. Conheceremos nossos amigos – James respondeu, olhando para os seus – aqueles que irão nos acompanhar. Aprenderemos como fazer as coisas mais úteis. Conheceremos nossas futuras mulheres, acho eu – Ele continuou, sorrindo marotamente – Ou ao menos teremos algumas namoradas.


“Sair de Hogwarts não é sair de uma escola. É sair de uma vida. É sair da fase em que ouvimos as notícias e ir para a fase em que seremos as notícias, para, finalmente, darmos Hogwarts de volta para as pessoas que mais iremos amar: nossos filhos.”


Todos ficaram boquiabertos com o discurso de James, até Lily. Remus sorriu para o amigo.


-Acho que você capturou a essência de Hogwarts, Super-J. – Lily disse brincando. Aquele apelido realmente pegaria, como Sirius previra.


-Sabe o que eu acho?


-O quê, Sirius?


-Que temos que subir para fazer as malas... Amanhã nós vamos embora...


-Vocês ainda não fizeram as malas? - Holly perguntou. Sirius rolou os olhos.


-Se tivéssemos feito, não chamaria Super-J, certo? - Eles riram.


-Eu sei, Black, é claro que eu sei...


-Holly?


-Sim?


-Pode me chamar de Sirius... - Ele disse, piscando para a garota, que corou furiosamente. O resto deles riu e James puxou o garoto para o dormitório.


Passaram duas horas até que os dois tivessem, finalmente, terminado de empacotar tudo. James estava indo para a cama quando se lembrou da garrafa de Hidromel e do seu plano.


-Hey, Sirius, não estamos esquecendo de nada? - Ele perguntou, se espreguiçando. O outro sorriu.


-Pensei que fosse amarelar! Vamos? - Ele perguntou, estendendo o braço para dar passagem. James pegou a garrafa de Hidromel, quente, e desceu.


-Hey, Evans? - Ele chamou. A garota olhou para ele, aparentemente estranhando o sobrenome.


-Potter?


-Tenho uma surpresa para você...


James sorriu e mostrou a garrafa cheia. Lily ainda tinha a sobrancelha erguida, sem entender nada. Ele destampou a garrafa lentamente e se aproximou da garota.


-James, o que...? - Mas sua pergunta foi interrompida pelo Hidromel que descia pelo seu cabelo. Ela levantou da poltrona, enxugou os olhos e, com a boca aberta de pura raiva, encarou o moreno sorridente.


-POTTER!


James gargalhou e bateu na mão de Sirius e os dois fugiram para o dormitório masculino, trancando a porta. Lily estava, aparentemente, esmurrando a entrada.


-POTTER E BLACK: ABRAM JÁ ESSA MALDITA PORTA PARA QUE EU POSSA MATÁ-LOS!


-Ora, Lilyzita, não iríamos fazer essa idiotice, faríamos? - Sirius respondeu, rindo. James não conseguia falar de tanto gargalhar. O som deixava Lily ainda mais raivosa.


-REMUS! ABRA A PORTA DO SEU DORMITÓRIO PARA QUE EU POSSA MATAR AQUELES COVARDES!


Sirius parou de rir.


-Ei, nós não somos covardes! - Ele gritou de volta.


-SE NÃO SÃO, ABRAM AGORA!


-Ora, quem ela acha que é para chamar James Potter e Sirius Black de covardes?!


-Sirius, não! - James gritou, mas já era tarde. A porta estava aberta e uma fúria vermelha passou e se postou na frente de James. Ao ver Lily com raiva e melada, ele caiu na gargalhada de novo.


-Posso saber o motivo de você ter jogado, sei lá, HIDROMEL NO MEU CABELO?


-Eu posso fazer a mesma pergunta, Lily!


-EVANS!


-Que seja!


-E eu NUNCA joguei...


-Ah não? Só alguns dias atrás...


-Mas eu tinha motivos ali!


-E quais eram, posso saber?


-Você disse coisas!


-Eu disse que sou bonito e legal, eu sempre falo isso!


-Mas eu... Eu me irritei naquele dia!


-Ou é por causa de Ranhoso? - Ela corou.


-E se tiver sido?


-Você o ama? - Ele perguntou, o tom raivoso e brincalhão ofuscados por outra coisa que Lily não conseguia distinguir.


-Como amigo, é claro, Potter! - James, inexplicavelmente, sorriu e pegou um travesseiro. A menina não gostou do olhar que ele exibia.


-Potter, o que você...? – De novo, ele interrompeu a pergunta de Lily. Dessa vez foi com o travesseiro de penas, que rasgou deixando seu conteúdo espalhar.


Lily, que já estava com Hidromel no cabelo, recebeu a chuva de penas e estas grudaram no líquido, fazendo com que ela parecesse uma coruja.


James e Sirius olharam para a cena e não agüentaram: caíram no chão, gargalhando alto, e era impossível levantarem. Aquela era cena mais engraçada da vida deles.


Dez minutos depois, eles haviam começado a se recuperar e saíram do quarto com a mão na barriga, um usando o outro como apoio. No Salão Comunal, Remus e Peter conversavam calmamente, e todas as meninas encararam James e Sirius antes de saírem da sala. Lily não estava à vista.


-Isso... foi... simplesmente... PERFEITO! James, amigo... Dessa vez você se superou!


-Sirius, a arte de pregar peças nas pessoas... bem, essa eu domino! – Os dois recomeçaram a rir, acompanhados pelo histérico Peter e pelo contido Remus. James notou a reação dos amigos.


-Peter, cuidado ou você vai se engasgar. Remus?


-Hun...?


-Você não achou engraçado?


-Achei...


-Então porque não riu?


-Eu ri!


-Você sorriu.


-Bem, apesar de eu ter achado engraçado, Lily é, de fato, minha amiga...


-Eu também sou e quando ela derramou algo em mim você só riu! – Ele reclamou indignado. Remus riu levemente.


-Mas você estava pedido...


-O que eu disse?


-Você insultou o amigo dela.


-Que amigo?


-Ranhoso!


-Ah, mas ele é...


-Amigo dela. Não importa o quão detestável você ache que ele é, é amigo dela. Quando ela fala mal de você, eu a impeço. Ou tento.


-Ela fala mal de mim? – James perguntou surpreso. Remus rolou os olhos.


-O que você esperava, James? Ela fala mal de você para você, imagina se não falaria para mim...


-Faz sentido... Do mesmo jeito, eu me vinguei dela, só isso...


-Você sabe que não é bem assim que funciona, James...


-Que seja! Já fiz, me diverti e não convivia com ela antes, porque iria querer agora? – Ele se levantou, murmurou ‘boa noite’, pegou uma almofada e foi dormir.


-Droga de menina! – Ele pensou, antes de adormecer profundamente.


 


***


 


O dia seguinte foi de despedidas. James viu Dumbledore acompanhar os alunos do primeiro ano no embarque. Para sua surpresa, o diretor da escola falou com ele.


-Como vai, James?


-Bem, senhor, obrigado. E o senhor, professor?


-Estou bem. Escute, você poderia me fazer um favor?


-Claro, professor! Qualquer coisa! – Dumbledore riu.


-É simples. Só preciso que você entregue essa carta para seu pai. É extremamente importante e, como você deve ter percebido, sigilosa. Por isso estou pedindo para que você entregue; assim não corro o risco da coruja ser interceptada.


-Claro, senhor. – James disse, estufando o peito. Dumbledore se afastou um pouco, piscando.


-Senhor Black... Olá, Remus, como vai? Sr. Pettigrew... Lily Evans, como está?


James virou para olhar a garota, ela sorriu humildemente para o diretor e conversou com ele. Os meninos se afastaram, procurando um vagão livre e logo o encontraram. Com um feitiço, levitaram seus malões e o guardaram no compartimento para bagagens.


-Um dos últimos feitiços que usaremos antes de vir para Hogwarts de novo... – Sirius notou, suspirando. James concordou, também cabisbaixo.


-Sabe, deveríamos deixar uma lembrança de Ranhoso para as férias... – James começou, sorrindo.


-Potter, seja o que você estiver pensando, desista. – Ele olhou para o lado e viu Lily na porta.


-Ora, Ruivinha, porque não?


-Não me chame de Ruivinha, Potter!


-Só se você me chamar de Super-J! – Sirius gargalhou.


-Ah, James, ela não pode mais te chamar de Super-J!


-Posso saber o motivo, Sirius?


-Você não protege mais as ruivas... você as ataca! – Os dois riram, enquanto Lily rolava os olhos.


-Como eu dizia – Ela continuou –, vocês não farão nada com Sev, já que eu estarei sentada com ele. Capisce?


-Capito, rosse.


-Você sabe falar italiano? – Lily perguntou erguendo as sobrancelhas. James passou a mão pelos cabelos.


-Tem muita coisa que você não sabe sobre mim, Ruiva...


Ela revirou os olhos e saiu do vagão. James a observou e a viu sentando com Snape na frente deles.


-Ranhoso está encarando... Vamos? – Ele perguntou sorrindo. Remus o encarou.


-Que seja...!


O resto da viagem foi calmo. Os quatro garotos riram bastante e, de vez em quando, James olhava para Lily e a via encarando de volta para rapidamente desviar o olhar, corada.


Quando eles finalmente chegaram na estação, o Sr. e a Sra. Potter estavam à espera do filho. Eles acenaram e sorriram para James, que retribuiu a recepção e foi pegar o pesado malão.


-Peter, venha conhecer meus pais...


James direcionou os amigos até o lugar em que sua família o esperava.


-James, querido, como foi seu ano? – Sua mãe perguntou sorrindo para ele. Ele gargalhou levemente.


-Pode me abraçar, mãe. Sei que você está morrendo de vontade... – A Sra. Potter riu e puxou o menino.


-Diga que você não queria também?


-Bem, eu tenho de fingir que não, certo? Meus amigos estão aqui, afinal... – Os outros riram e James foi abraçar seu pai.


-Filho, eu lembro que você tinha prometido poucas cartas reclamando...


-E foram poucas para o que eu pensei em fazer lá! Aquele lugar está cheio de possibilidades!


-Que bom que você descobriu o verdadeiro significado da escola... – Sua mãe disse ironicamente.


-Ah, mãe, esse é Peter Pettigrew, lembra?


-Sim, lembro... Como vai, querido?


-Bem, Sra. Potter, obrigado.


-Remus e Sirius! Como vão?


-Estamos felizes de sair daquele pesadelo! – Sirius disse, fingindo um tremor. Os outros riram e Remus lançou-lhe um olhar de censura.


-SIRIUS BLACK!


O garoto olhou para trás e gemeu.


-Lá vem o verdadeiro pesadelo... – Ele murmurou.


-SIRIUS BLACK, EM QUE CANTO VOCÊ ESTAVA ENFIADO, SEU MOLEQUE?


-Senhora e senhores: Walburga Black... – Ele murmurou para os outros – ESTOU AQUI, SUA VELHA MALUCA!


-SIRIUS BLACK, NÃO FALE ASSIM COM SUA MÃE!


Toda a estação 9 ¾ olhava para os dois até que Sirius suspirou.


-Gente, eu já vou. Mando uma carta depois para vocês, viu?


-Apareça lá em casa – James convidou.


-Ah, pode ter certeza que sim! Eu iria nem que você tivesse me chamado... Enfim, tenho um escândalo para terminar... JÁ VOU, WALBURGA!


Os outros riram dele.


-Um amor de pessoa, não? – James comentou sarcástico. Remus e Peter se afastaram rapidamente, após prometerem passar na casa dos Potters no final das férias.


-Vamos, James? – O Sr. Potter perguntou.


-Só mais uma pessoa... – Ele pediu, estreitando os olhos buscando pelos cabelos ruivos. Sorriu.


-EVANS! – A garota olhou para ele. Estava acompanhada por seus pais e por uma menina um pouco mais velha, com cabelos pretos e pescoço longo.


-Que foi, Potter? – Ela perguntou sem falar.


-ATÉ LOGO! – Ele gritou piscando. – Agora podemos ir...


Seus pais colocaram o malão em um carrinho e foram conversando com o filho. James passou a mão pelos cabelos e, olhando para Lily, sorriu.


É, até que o ano fora bom.

N/A--> Como sempre, reviews!! Beijos! 

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