Antes
Pedro receava a reação dos amigos, porém quando percebeu que eles não estavam ligando muito para o seu namoro, desencanou. Agora, ele e Margareth viviam aos beijos nos corredores, e agora ela sempre vinha almoçar na mesa da Grifinória. Faziam um casal bonito, e os dois não cabiam em si de tanta felicidade. E foi por este motivo que Pedro perguntou a Tiago na véspera da viagem:
- Pontas, a Maggie pode ir?
- Que Maggie? - perguntou o garoto, distraído, arrumando o malão.
- Como assim que Maggie? A minha Maggie. Minha namorada.
- Ah tá. Claro, sem problemas.
- SÉRIO MESMO?
- É, Rabicho. - mal terminou a frase e Pedro deu um abraço em Tiago, para depois sair correndo comunicar a novidade à sua amada, deixando o outro maroto rindo sozinho.
***
- Lil? - As três estavam arrumando as malas para a viagem. Lílian enfiava as roupas no malão com força. Se arrependera de ter aceitado o convite para passar o Natal na mansão dos Potter, mas deixar a amiga feliz era a sua prioridade.
- Fala. - Entretanto, ainda estava um pouco mau-humorada.
- Será que não tem nenhuma chance de você ficar com o Tiago nesta viagem?
- Claro que tem. - sorriu Lílian, deixando as duas amigas com olhos arregalados. - A mesma de você não ficar com o Sirius. - ela riu, seguida pelas amigas. Então, Marlene comentou:
- É, parece que ainda não vai ser esse ano.
- Mas ainda tem tempo. - completou a outra loira. - Tem um ano e meio.
- E vocês vão sair daqui casados.
- Posso ser a madrinha?
- Nãããããão, eu que vou ser.
- Nós duas então, Lil?
- Não vou nem me dar o trabalho de responder.
- Vou considerar como um sim - disse Melissa, indo tomar banho. - Esse feriado promete... - concluiu em tom enigmático.
A noite se passou em rapidez impressionante, e no outro dia, estavam os oito entrando no trem que os levaria a Londres, e mais tarde a mansão dos Potter. Se viram diante de um pequeno conflito: a distribuição das pessoas nos compartimentos.
- Eu acho que colocar mais de quatro pessoas em um só é exagero, ainda mais porque tá tudo vazio. - disse a ruiva.
- Eu só sei que eu vou com o meu namorado. - Maggie deu um selinho no namorado.
- E eu vou com o meu. - Sirius não perdeu a oportunidade de fazer piada, e se atirou nos braços de Remo, que surpreendeu a todos dizendo:
- Claro, cachorrão. - As risadas escoaram pelo trem quase deserto.
- Tá, vamos fazer assim. - Marlene já havia planejado este momento. - Vamos fazer na sorte. Tirando o casal aqui - completou, quando viu a boca de Margareth se abrir. - [i]Accio pergaminho e pena. [/i] - ordenou, apontando para o malão de Lílian, que sabia que com certeza havia trazido os materiais. Ao pegar os objetos que vinham voando em sua direção, Lílian indagou:
- Mas por quê o meu?
- Porque você e o Lupin são provavelmente os únicos que trazem isso. E, bem, eu... fiquei meio sem graça de pegar as coisas dele. Tá, - acrescentou, tentando disfarçar a leve vermelhidão que inundava seu rosto - eu vou escrever 1 e 2 nos pergaminhos. Quem pegar o 1 vai no da direita, e o 2 vai no da esquerda.
- E você? - quis saber Melissa.
- No que tiver menos gente. Façam uma fila. - rasgou dois pequenos pedaços de pergaminho, escreveu os números e mostrou a todos que um continha o número 1 e o outro o número 2. A primeira da fila era Lílian, depois Tiago,(que bom!, pensou Lene, feliz) Melissa, Remo e Sirius. Pettigrew e Margareth apenas observavam a cena. Discretamente, quando colocou as mãos para trás com a intenção de "embaralhar" os pergaminhos, rasgou o que continha o número um em dois pedaços, e como fez apenas uma linha vertical indicando o 1, os pergaminhos ficaram iguais. Guardou o número dois no bolso de trás, e...
- Vai logo, Lil, pega um. - a ruiva pegou um papel.
- Número 1 - anunciou para os amigos, dirigindo-se à sua cabine. Não percebeu a piscadela cúmplice que Marlene lançou para Tiago. O garoto pegou um pergaminho, e os outros não manifestaram surpresa ao ver que também exibia o número 1. Pegando de volta o pergaminho com o número dois, continuou o sorteio. Antes de Melissa pegar o papel, ela disse:
- Francamente, era só um teatro para a Lílian. Vamos deixar os dois casaizinhos tranquilos. - indicou com a cabeça Pedro e Margareth. - Não, Maggie, ainda não. - parou na frente do compartimento, que os dois estavam, e Tiago havia fechado as cortinas.
- Precisamos de um pouco de privacidade. - Lílian estava emburrada, não podia acreditar que ela e Potter haviam acabado no mesmo compartimento. Se aquelas duas tiveram algo a ver com isso, vou matá-las!, pensou com amargura.
- Pra quê?
- Pra isso. - ao terminar a frase com um sorriso maroto, passou uma das mãos por trás da cintura da garota, que antes estava encostada no banco. Beijou-a com o maior entusiasmo que conseguiu, deixando-a sem fôlego com uma rapidez impressionante. Foi quando ela se deu conta do que estava fazendo.
- OLHA AQUI SEU IDIOTA? QUEM VOCÊ PENSA QUE É? O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO? EU NUNCA DEVIA TER VINDO PRA ESSA MERDA DE CASA DOS POTTER! - Alarmados com os gritos da garota, os seis do lado de fora se sobressaltaram.
- O que ele deve ter feito? - Melissa questionou, mais para si mesma. Sirius riu debochadamente.
- Você ainda pergunta? No mínimo beijado ela. - respondeu calmamente. Enquanto isso, no lado de dentro da cabine, a garota espumava de raiva, seu rosto quase alcançando a cor do cabelo.
- Me ouve, Lílian. - tentava o garoto, quase arrependido do ato. Quase.
- TE OUVIR? TE OUVIR? MAIS UMA VEZ VOCÊ PROVA QUE É UM COMPLETO IDIOTA, E DEPOIS VEM COM AQUELE PAPO RIDÍCULO DE QUE NÃO É TODA VEZ QUE TEM OPORTUNIDADE. QUER SABER? VOCÊ CONSEGUIU MAIS UMA VEZ ESTRAGAR A SUA OPORTUNIDADE. NÃO VOU PRA MERDA DE CASA NENHUMA. - Nada do que ela jamais disse decepcionou-o quanto a última afirmação. Ele não podia deixá-la ir. Ainda zonzo, quando a viu pegando seu malão, que graças a Merlin por causa de seu peso retardou a garota, e quase saindo do compartimento, ordenou.
- Colloportus - A garota jogou o malão no chão irritada, e levou as mãos ao bolso das vestes para pegar a varinha. Foi interrompida por Tiago, que segurou sua mão. Abriu a boca, mas Tiago novamente a interrompeu. - Não me obrigue a te lançar um feitiço. Eu realmente não quero isso. Só me ouve, por favor. - Como sabia que não tinha saída, calou-se. Do lado de fora da cabine, seis pessoas brigavam silenciosamente junto à porta para ouvir a conversa. - Não vai pra casa. Por favor. Eu sei que não tenho o direito de pedir isso por mim. Pela Melissa então. Olha, eu também sei que não tá certo eu pedir pela sua amiga, ela deve ficar até com raiva de mim depois, mas não tem importância. Contanto que eu te veja por um dia, uma hora, um minuto, um segundo sequer. Que você sorria para mim, mesmo que seja um sorriso sarcástico. Que eu fique com você o máximo de tempo possível, seja acordado ou em sonho. Que você olhe para mim, mesmo revirando os olhos, ou então desvie o olhar na mesma hora. Que você olhe para mim de verdade, pra depois até mesmo me bater. Que eu ouça a sua voz, seja pra me xingar, ou até pra me desprezar. Contanto que você respire o ar que eu respiro, nada mais importa. - As meninas suspiraram apaixonadas. Margareth deu uma cotovelada em Pedro, como se dissesse "era assim que você tinha que ser". A ruiva, porém, ficou estupefata. Aquilo fora uma das coisas mais lindas que já ouvira. Optou por ir, mais por causa de Petúnia do que da declaração.
- Tá. Mas me deixa sair daqui. - Nem o sorriso radiante que ele deu fez a menina continuar no compartimento. Ao abrir a porta, viu os outros acabando de entrar em vários compartimentos diferentes. Depois discutiria isso com eles, agora ela precisava descansar.
E foi o que fez a viagem toda, até chegarem em Londres. Marlene a acordou, e a menina levantou-se eufórica, percebendo que dormira a viagem toda. Trocou as vestes de bruxa por um vestido branco simples e prendeu os cabelos em uma longa trança que se estendia até a metade das costas. Saindo do expresso com as amigas ao lado, viu que o olhar de Tiago recaiu demoradamente em seu decote em V e corou de leve. Tentando disfarçar, virou-se de costas para os marotos, que estavam procurando os pais de Tiago. Ela e as amigas conversavam sobre roupas e penteados.
- Sabe, acho que vou cortar o cabelo. - disse Lílian.
- NÃO! - gritaram as outras duas, fazendo os garotos olharem para trás.
- Você tem algum tipo de problema? - os garotos perceberam que não era nada, e voltaram a procurar o Sr. e a Sra. Potter. - O seu cabelo é perfeito. - completou Marlene.
- Ahaaaam, Lene. - fez Lílian.
- É sim, Lil - Melissa concordava com Marlene. - Olha só, você só fez uma trança, nem penteou direito e ele tá lindo. Olha só o meu. Tá uma bosta.
- Pelo menos a sua franja não tem pontas-duplas.
- Ah, vai à merda. O seu cabelo é o mais perfeito de todos. - disse a ruiva. - Ele é liso e nas pontas é ondulado. E loiro. Não ruivo.
- Mas você disse que adora o seu ruivo! - exclamou Marlene.
- É, até que eu gosto de ser ruiva, é meio diferente. Quase ninguém tem, mas quem tem sempre sofre. "Os ruivos são esquentadinhos", "olha, ela tá da cor do cabelo" - fez uma voz engraçada. - Odeio isso. - terminou, fazendo as amigas rirem tanto que não perceberam quando Sirius chegara, e já estava com uma das mãos em volta da cintura de Melissa.
- Desculpe interromper a agradabilíssima discussão capilar, mas a Helen e o Anthony já chegaram e estão as esperando.
Os quatro foram em direção ao casal de bruxos que estavam conversando com um grupo de adolescentes. De longe, já escutavam a
voz rouca de Pedro.
- E esta é a minha namorada, Margareth Wilson. - apresentou-a para os pais do amigo.
- Olá, Sr. e Sra. Potter, prazer em conhecê-los. podem me chamar de Maggie, não estou acostumada com Margareth. - sorriu para o casal.
- Oi, Maggie. Pode me chamar de Helen e ele de Anthony.
- E o prazer é nosso. - concluiu Anthony sorrindo. Ao ver a chegada das meninas com Sirius, exclamou:
- Sirius! Meu querido, já estava com saudades das suas roupas espalhadas pela casa. - abraçou o menino, que sorriu também.
- Não se preocupe, tia, vou passar tempo suficiente aqui pra você sonhar em me ver longe.
- Nunca perde a piada, - disse entre risos - e quem são essas outras meninas lindas? Tiago, onde estão os seus bons modos? Não vai nos apresentar as garotas?
- Elas se apresentam por si. - disse o garoto, fazendo a mãe dar um muxoxo de reprovação. Marlene foi a primeira a se apresentar.
- Meu nome é Marlene McKinnon, mas todos me chamam de Lene. E acho - continuou ao ver a boca de Helen se abrir - que posso chamá-los de Helen e Anthony. - os dois fizeram que sim com a cabeça.
- Eu sou Melissa Lewis, mas eu prefiro Mel. Prazer em conhecê-los.
- E eu sou... - começou a ruiva, mas foi interrompida por Helen.
- Lílian Evans, Grifinória, 6º ano, monitora. Com esses cabelos ruivos e olhos verdes, impossível não reconhecer. O Tiago me fala de você o verão todo. Já estava ansiosa pra conhecer minha futura nora. - Todos riram, menos Lílian, que se apressou em explicar.
- Mas eu e o Potter não temos nada... - tentou, quando foi interrompida mais uma vez.
- Claro que não. - disse Anthony com um sorriso maroto, deixando a garota confusa sobre a seriedade de sua voz.
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