O mistério da Lha Viva



Hoje é segunda, eu ando bastante atordoada, evitando contado visual com Tespot. Peraí tá parecendo que eu estou gravando algo! Vamos tentar mais uma vez, por favor? Ação!


Hoje é um dia pacato de segunda feira, anormalmente eu vou assistir a aula de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Eu não estou agindo bem desde meu ultimo pesadelo; eu não consigo me deparar com nerds ou xadrez e muito menos olhar na cara do Tespot. Ai, ai, estou precisando de um café.


- St! – Eu disse quando a vi passando perto de mim, enquanto eu me olhava no espelho do meu armário, no corredor vazio de alunos.


- Sim?


- Quando eu estiver na aula de Animais Fantásticos&Onde Habitam, por favor, traga-me um café.


- Ok.


Andei com um ar de calma sobre as minhas botas de couro brancas pelo jardim até a casa de Hagrid. Ele abriu um sorriso enquanto eu sentava na minha canga naquele mato que espetava que ele chamava de chão. Vi St chegando rapidamente para entregar meu café, que ela deixou bem ao meu lado.


Eu bebia café enquanto fingia prestar atenção na aula, até notar que Jolie abria na pagina do livro para mim. Sorri para ela, olhando um Sonserino lendo a pagina. Jolie então, de súbito, perguntou se os Duendes Irlandeses podia ser Violeta, e eu cuspi café quando lembrei.Violeta, Calabouço e a Violeta, OMG!


Provavelmente ele deve estar mofando no campo de Quadribol ou o Malfoy poderia... Olhei em volta, nenhum vestígio do Esk, o que será que aconteceu com ele depois de...?Não consegui raciocinar, tinha muita coisa pensando, quando eu percorri meu olhar pro livro aberto, sujo de café, e me deparei com algo escrito sobre a mancha: o café impedia de ver uma parte do nome, mas a parte limpa dizia: LHA VIVA.


- OMG! Com licença, Hagrid, teremos que nos dispensar da aula. Mel, procure a St. Jolie, vem comigo, estaremos no nosso quarto Mel!


- Ok.


Eu corri feito louca, com o livro sujo de café embaixo do braço, o café no outro braço, a mochila pendurada nos ombros... Enfim, joguei tudo na mesinha da sala de estar, me joguei no sofá e comecei a me descabelar de dor. Exatamente, dor. Dor de tanta preocupação.


1ª – O que houve com o Esk?


2ª – O que houve com o meu livro?


3ª – Lha viva, eu achei!


- Rosa! Fala loga o que é, você me tirou da minha aula de... – St entrou furiosa pela porta, com Mel atrás.


- Eu preciso que você vá saber o que ouve com o Esk. – Eu a cortei no seu discurso mal-humorado.


- QUE?! – As três gritaram juntas.


- Você ouviu, né St? Eu to muito ocupada pra blá, pula essa parte e vai logo fazer o que eu mandei. – Eu respirei fundo, abri o livro na pagina manchada de café. Meu desespero era tanto que eu estava suando num local com ar condicionado, e ainda nem se passava por minha cabeça trocar a roupa suja de café e arrumar meu cabelo agora despenteado.


- Tá né. – Ela saiu  reclamando.


Eu olhei pras garotas. Elas estavam com um olhar impaciente e reflexivo.


- É o seguinte... Er... Eu acho melhor você sentar, Jo.


Ela assentiu, confusa, e sentou-se.


Eu peguei a prova do crime, ou melhor, a prova que provava o crime, e a coloquei na mesinha de vidro. Toquei a mancha de café seca, e mostrei-as.


- Leiam o que não está sujo de café. – Impossível como mesmo nervosa eu conseguia dar ordens...


- Era uma vez três irmãos que estavam viajando por uma estrada deserta e tortuosa ao anoitecer...– Eu sibilei o olhei para Jolie, era ela quem lia. Mas ela estava lendo o meu marcador de paginas que continha o primeiro parágrafo de um dos Contos de Beedle, o bardo.


- Bem, minha mãe contava que era a meia-noite, para dar mais medo... – Mel comentou, e eu fuzilei-a com um olhar. Será que elas não entendiam o que estava acontecendo?


- Não isso! Por favor Mel, leia. – Dessa vez eu apontei para aonde era pra se ler.


Eu senti ela bambear quando seus olhos percorreram o papel.


- L-lha viva... Lha viva... Lha viva, Jolie, Lha viva!


- Lha Viva?! – Ela disse tremula, se levantando imediatamente do sofá.


Mel viu meu olhar que mandava ela continuar lendo, ela respirou e obedeceu:


- Classificação: XXXXX.


- OMG! – Fui eu quem gritei. Eu não sabia do que se tratava, eu não parei para ler aquilo, então qualquer surpresa para elas era surpresa para mim.


- A Mortalha Viva, é, felizmente, uma criatura rara, encontrada somente em climas tropicais...


- O Rogi morava no Brasil! – Jolie disse, depois uma lagrima correu pela sua face.


- Jolie, deixa ela terminar, por favor.


-  Lembra um manto negro com pouco mais de um centímetro de espessura (mais grosso quando acabou de matar e digerir uma vitima)  – Eu senti Jolie ficar tensa a esse comentário. –  que rasteja pelo chão durante a noite. A notícia mais recente que se tem delas foi descrita pelo bruxo Flávio Belby, que teve a sorte de sobreviver a um ataque desse animal em 1782 quando passava as férias em Papua, na Nova Guiné.


“Por volta de uma hora da manhã, quando eu começava finalmente a me sentir, ouvi um farfalhar muito próximo. Acreditando que eram apenas folhas da árvore lá fora, mudei de posição na cama, deixando as costas viradas para a janela, e avistei o que pareceu ser uma sombra disforme deslizando pela porta do meu quarto. Fiquei parado, tentando sonolentamente adivinhar o que produzia tal sombra em um quarto iluminado apenas pelo luar. Sem dúvida a minha imobilidade levou-a a acreditar que sua vitima potencial estava adormecida.


“ Para meu horror, a sombra começou a subir sorrateiramente na minha cama, e senti seu peso leve sobre mim. Parecia apenas um manto preto ondulante, suas pontas farfalhavam levemente sobre mim. Paralisado de medo, senti seu toque úmido no meu queixo antes de me sentar com um movimento brusco.


“A coisa tentou me sufocar, subindo inexoravelmente pelo meu rosto, tampando minha boca e as narinas, mas eu continuei a me debater, sentindo o tempo todo a sua friagem envolvente sobre mim. Incapaz de pedir socorro, tateei a procura da minha varinha. Tonto porque a coisa se colava ao meu rosto, incapaz de respirar concentrei todas as minhas forças para lançar-lhe um Feitiço Estuporante, e, então, como se não fosse o suficiente para dominar a criatura, embora tivesse aberto um buraco na porta do meu quarto – tentei uma Azaração de Impedimento, que também de nada adiantou. Ainda me debatendo como louco, me virei de lado e caí pesadamente no chão, agora envolto pela mortalha.


“Eu sabia que estava preste a perder a consciência, sufocado. Desesperado, reuni minha ultima reserva de energia. Apontei a varinha para longe de mim, para as dobras letais da criatura, procurando a lembrança do dia em que fui eleito presidente do clube de Bexigas da cidade, e executei um feitiço Patrono


“Quase na mesma hora senti o ar fresco no meu rosto. Ergui meus olhos e vi uma sombra letal ser atirada no ar pelos chifres do meu patrono. Ela voou pelo quarto e deslizou depressa para longe de vista”


Mel respirou antes de continuar. Todas estávamos tensas.


- Conforme Belby revela tão dramaticamente, o Patrono é o único feitiço conhecido para repelir uma mortalha-viva. Mas, uma vez que ela sempre ataca as pessoas adormecidas, suas vitimas raramente tem chance de usar magia para se defender. Depois que a presa foi atacada, o animal digere ali mesmo na cama. Sai então, da casa ligeiramente mais grossa e gorda do que entrou, sem deixar pra trás o menor vestígio de si mesmo ou da vitima. É isso, tem que ser isso, é meio obvio não?! Temos que contar pra eles!


Jolie me olhou atordoada, me abraçou e começou a chorar... Ou melhor, soluçar, enquanto a Mel subia pra provavelmente escrever uma carta.


- Então... O Rogi... Não há chances de... Ah, Rosa!


- Eu sinto muito, muito mesmo...


Me deu vontade de chorar, então eu dei a desculpa de que ia buscar água. No caminho para a cozinha, ouvi um barulho de porta abrindo, provavelmente era a St.


- E então?! – Eu a interrompi na correria para a Sala de Estar. – O que houve com ele?!


- Bem, Rosa. – Ela fez uma cara constrangida. – Digamos que ele quebrou a cara... Hm, ér, literalmente, er...


- O que houve?!


- Parece que ele caiu da arquibancada, algo assim... Ele está desacordado, mas fica... Fica...


- ...?!


- Fica chamado por você... O todo o tempo... Todo.


- Como é? – Meus neurônios disparavam para eu continuar a frase, eu estava pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. – Eu preciso vê-lo, agora! Pelamordemerlin, cuide da Jo enquanto isso!


- Cuidar da...? – Eu não ouvi o resto, pouco me importava. Eu disparei pelo corredor sob minhas botas que não eram feitas pra correr, e eu estava desrespeitando milhares das minhas regras sobre como andar, se vestir e blá. Mas quem se importa? O único que eu quero que se importe comigo está mal... Ok, eu não disse isso.


- Ai! – Exatamente, ai. Eu escorreguei no chão molhado, mas não senti o baque da minha bunda nele, porque alguém tinha me segurado. Me recompus de um pulo e olhei meu salvador. – Tespot?! – Impossível, ele sempre tá no lugar certo na hora certa! Eu o olhei e ele me olhou de cima a baixo. É, provevelmente eu ainda estava com o uniforme sujo de café, o rabo-de-cavalo praticamente solto, a maquiagem borrada de suor, e eu tinha certeza... O “trec” que eu acabar de ouvir fora do salto da minha bota quebrando. Eu estava tirando-as enquanto o dizia: - Olha, seja lá o que você quer, me diz depois que eu te explico isso depois! – Eu joguei as botas nas mãos dele, e agora eu corria pelos corredores de Hogwarts descalça. O chão estava frio, o que previa que o inverno estava se aproximando.


- Rosa?!


- OMG, será que eu posso ter um segundo de paz senhor! Eu preciso ir para...


- Rosa!


- O QUE? – Eu me virei para o tal ser que me chamava. Era meu irmão, que me encarava com uma total cara de reprovação.


- Olha, eu prometi pra você que não a deixaria descumprir umas tais regras e você tá...


- AFF, eu sei, eu estou ocupada agora!


- Rosa!


- O QUE É?! – Nem baixou meu tom irritado, os alunos nem estavam me olhando, e eu nem estava me importando.


- Quantas vezes eu tenho que te avisar, você é uma BRUXA!


- Oh my God, it’s true! OMG, I don’t need to be… To be so…


- Exato.


- Ok, mas isso não importa agora, eu tenho que ir!


Continuei correndo enquanto ele ria. Tipo assim, agora que eu me toquei, eu não tenho a mínima idéia de onde fica a Ala Hospitalar.


Meus pés já estavam doendo de tão frio que o chão estava. Notei as unhas dos meus pés: estavam pintadas de rosa Pink, mas isso não vem ao caso porque...


- Rosa!


- Ah, - Eu parei, mas dessa vez parei de boa vontade. A salvação me chamava, e ela possuía cabelo ruivo, olhos claros e um lindo broche de monitor. – Alvo!


- Rosa? – Ele me olhou com cara de interrogação assim que notou meu estado.


- É, sou eu, e eu preciso de um favor seu.


- O que?


- Me mostre aonde fica a Ala Hospitalar, por favor?


- Bem, Rosa, é bem aqui. – Ele apontou para uma enorme porta que terminava no final do corredor.


- Ah, valeu! – Eu dei um beijo em sua bochecha e sai correndo.


Eu entrei empurrando aquela porta enorme, e eu esqueci que aquilo era um lugar de paz e calma, ou seja, eu provavelmente estava corada quando o pessoal virou-se pra mim. Mas nada importava, eu já via o cabelo loiro do Esk a alguns metros, e corri naquela direção.


- Esk!


Eu ouvi ele murmurar “Rosa” baixinho, e me arrepiei toda. E ele continuava a murmurar. Só assim eu notei sua face: possuía inúmeras cicatrizes, inúmeras... Ele estava completamente machucado. Eu acho que se fossemos trouxas, provavelmente ele teria de fazer plásticas e usar gesso por todo o corpo.


- Rosa... – Ele murmurou um pouco mais baixo.


- Hem-Hem. – A enfermeira murmurou, me olhando. – Quem é você?


- Eu sou a Rosa... Poderia ficar aqui, só uns minutos, por favor?


- Bem, o horário de visita termina daqui a meia hora, então tudo bem.


- Obrigada. – Eu assenti sem tirar os olhos dele. Sua respiração estava frágil enquanto ele descansava como um anjo. Seu nariz estava meio deformado, provavelmente há algumas horas atrás devia estar completamente quebrado. Daí me veio a pergunta: Quando e por que ele caiu da arquibancada?


- Rosa... – Ele murmurou de novo, e então, levemente eu afaguei sua bochecha. Ela estaria macia se várias cicatrizes não tomassem conta dela. Arg, quem faria aquilo com o meu bebê? Ok, eu já estou passando dos limites. – Rosa... – Eu cheguei mais perto de seu rosto e senti sua difícil respiração, leve, mais difícil... Mesmo de coma, ele possuía um hálito fresco de menta... Impressionante... Aquilo me atraiu, e então senti meu rosto colado no dele. – Rosa...


- Eu estou aqui. – Sussurrei no seu ouvido, e então senti na mesma hora seu corpo ficar mais leve com o comentário, mas mesmo assim, imóvel. Eu tinha que demonstrar que estava ali, e a única forma era... Beijá-lo. Encostei meus lábios suavemente nos dele, e ali permaneci vários segundos... Sem fazer nada. Impossível que mesmo não fazendo eu ainda sentia com a mesma intensidade o fogo colidindo com o gelo... A paixão.


- Quem é você?! – Eu me virei rapidamente e uma Sonserina me encarava repugnante. Ela batia um dos pés no chão com uma sapatilha preta de plástico, que eu considerava bonitinha. Ela era morena, dona de olhos cor-de-mel, seu cabelo era encaracolado e batia nos ombros, ela parecia ser legal.


- Rosa... – Esk murmurou outra vez.


- Ah! Corpzinho, eu estou aqui neném. – Ela abriu espaço para abraçá-lo e  enche-lo de beijos.


 Agora, notando bem, ela tem a maior cara de vadia. Fala sério, que cabelo era aquele?! Aqueles olhos medíocres de quem vai dar pro próximo que disser “oi!”, e aquelas sapatilhas ridículas!


Se controla Rosa...


- Quem é você?!


- Hm? – Ela me encarou indiferente. – Rosa Burnyl, e você?


- Rosa Weasley.


- Ah, a Weasley... – Sua voz falhou por um momento. – Meu bem, sinto informar que o Corp não chama por você, chama por mim. Eu sou a namorada dele.


- Ah, é? – Eu hesitei antes de continuar. – Prova. – Minha voz de autoritária era pura enganação, onde por trás eu corroia de raiva e estava prestes a desmoronar.


- Com prazer... – Ela beijou-o; como assim?! Ela pulou praticamente nele, agarrou-o e começou a beijá-lo de verdade. – Corp, temos visistas...


Ele acordou na mesma hora e se levantou, olhando pra ela.


- Eu te amo bebê.


- Também te amo! – Foram suas primeiras palavras, e foram o suficiente para a outra rir alto e eu sair correndo de lá.


Tipo assim, o que foi aquilo?! O Esk acorda com o beijo de uma vagaba qualquer e com o meu nem demonstra emoção?! Como assim eu estar descalça, imunda de café e suor, meu cabelo estar todo descabelado e eu não me importar a mínima com isso?!  Eu fui totalmente humilhada na frente deles dois, e eles não precisaram mexer um dedo pra isso acontecer, eu fiz, eu me deixei levar pelo idiota do amor que o Malfoy nem sente mais por mim, droga.


Eu parei em qualquer corredor e sentei-me no chão, agora eu já estava acabada mesmo...


Eu praticamente soluçava e o barulho preenchia o corredor vazio. Eu perdi minha dignidade minha moral, meu estilo fashion, tudo por um idiota. Tinha que ser Malfoy, por que eu nunca ouvi meu pai? Por que eu nunca ouvi meus pais? Eles acham que eu serei feliz ao lado do Tiago, talvez eles estejam certos, mas meu coração rejeitava o Tiago, re-jei-ta-va, o único que ele queria era o babaca do delinqüente do Malfoy! Eu não queria saber de mais nada, pouco me importa se eu dormir entre cascavéis, o ADM não precisa de mim, não é? Estúpido, idiota, eloqüente...


- Rosa? – Alvo ergueu meu pescoço e me olhou firmemente, fazendo-me levantar.


- Eu quero ficar sozinha, Al.


- O que foi que te fizeram? – Ele me olhou por um instante e respondeu a si próprio – Malfoy...


Eu abracei-o e enterrei meu rosto no seu peito. Alvo era o melhor irmão mais velho pra essas horas, ele sempre sabia o que fazer.


- Você quer que eu vá lá e faça com que a cara dele se deforme pra nunca mais voltar pro lugar?


Eu não respondi, mas ele sabia que não. E ele sabia que o Malfoy estava quebrado, então?!


- Al... – Eu funguei, tentando falar. – Eu não quero ver ninguém agora... Posso dormir com você?!


- Que?!


- Você sabe... Como quando a gente era criança e eu brigava com a Lilly ou com o Ti... Eu dormia com você, lembra? E além do mais... Eu não quero olhar na cara de ninguém conhecido assim, e eu não tenho a mínima idéia de onde fica o meu quarto.


- Er... – Ele pareceu meio constrangido, mas eu o encarei com cara de “Eusousuaprimavocêémeumelhoramigoeeununcafarianadacomvocê,támaluco?!” – Tudo bem... Venha, Ros.


Eu me abracei nele e nós andamos em direção ao seu quarto. Era um lugar enorme e aconchegante, seus lençóis eram dourados e vermelhos, e sua cama era de casal.


- Você precisa tomar um banho, Ros. O banheiro é ali naquela porta.


Eu o olhei com cara de: hãm?! Eu não tinha camisola e muito menos toalha pra isso!


- Eu arrumo algo pra você vestir, num instante.


Ele pegou uma calça moletom e uma blusa T-Shirt.


- Toma.


Eu peguei aquilo no ar e me dirigi ao seu banheiro; tão limpinho... Tão organizado, tão... Tão Alvo Severo Potter!


Tomei uma ducha rápida, isso mesmo, eu tomei uma ducha! Sai de lá limpinha. Alvo se encontrava sentado em sua cama, lendo algo, provavelmente um livro escolar...


- Ah, já acabou! Bem, vamos dormir?


Eu assenti, e me sentei ao seu lado. Ele me olhou estranho e se cobriu com seu cobertor. Eu tinha certeza de que ele estava morrendo de vergonha de dormir comigo. Peguei uma parte de seu cobertor e me cobri, foi aí que eu lembrei do Esk, e comecei a chorar de novo.


- Al? É assim que você se sentia quando via a Jolie com o Igor?


[n/a: eu achei essa fala tão fofa em HP6 *-*]


- Hm... – Eu reprimi um soluço – É assim mesmo, só que com menos choro...


Eu soltei uma risada fraca.


- Al?


- Sim?


- Boa noite.


- Boa noite.


Ele devia ter dormido rápido, mas eu ainda fiquei me afundando em pensamentos insanos sobre o Malfoy e sua ladainha...


Eu acordei no dia seguinte com olheiras enormes, na mesinha de Alvo havia um belo café-da-manhã, e ele já estava se vestindo. Fui escovar os dentes e quando eu voltei, Alvo me disse:


- Rosa eu vou fazer minha ronda de monitor agora...


- Peraí Al! – Eu o parei segurando seu braço. Tinha me esquecido o quanto Al era lindo... E forte. – Eu quero fazer um teste... – Eu disse, me aproximando.


- Que teste?


- Mas me promete que ele não vai mudar nada entre a gente... – Ele assentiu, e então eu beijei-o. Nossos lábios se tocaram suavemente, mas eu não senti nada, completamente nada, só uma vontade de parar aquilo na hora.


- Uau, Ros... – Ele disse abismado. – Isso foi como... Beijar uma irmã! Promete que não vai mais fazer isso.


- Não irei, isso não vai rolar. Posso te acompanhar na ronda?


- Pode!


- Tipo assim, eu vou passar pelo meu armário, daí eu escolho uma roupa... E pego meu estojo de maquiagem, estou realmente precisando, olhe só essas olheiras!.


- Deixe de besteiras, Rosa! Você é linda...


Daí começamos a andar.


- Oi Al... – Uma lufana o cumprimentou.


- Oi Deb! – Ele piscou para ela. Hm...


- Bom dia Alvo! – Uma garota da Corvinal queria vir falar com ele, mas havia algo que a impedia, e talvez fosse eu...


- Dia Nath!


- O que foi isso?! – Eu falei quando ele me olhou, sorrindo.


- Hm... Você não lê mais os jornais Rosa?


- O que? Aquela droga de jornal?! Não. – Ele pegou um exemplar de sua mochila e me amostrou a lista dos 5 mais bonitos da escola. Ele estava em 3º lugar, perdendo para Tiago e o insuportável do Malfoy, que inclusive ainda estava em primeiro... – OMG, quer dizer que o meu primo agora é um dos mais  gostosos de Hogwarts?


Eu senti ele ficar sem graça, pra depois responder:


- E acredite se quiser, eu estou entre os 20 mais galinhas.


- Merlin desce aqui e me abana! Comofez?


- Simples Rosa. Você já disse, minha beleza é boa de mais pra se deixar largar por uma só garota.


- Tá né...


Demoramos uns 20 minutos para chegarmos perto do meu armário. Eu o avistei: duplo, rosa e brilhante, a alguns metros de mim.


Abri-o e escolhi rapidamente uma roupa. Era uma saia branca, uma blusa preta, um par de botas também brancas, e uma boina rosa.


- O que acha?


- Rosa, tudo que estiver em você vai estar bom...


Tá, eu tava tão ocupada com a minha maquiagem mágica, ordenando como eu queria que ela me maquiasse, que eu nem notei que aquilo fora um elogio. Quando eu fechei o armário Al me interrompeu, dizendo:


- Rosa, lembra daquele teste? – Claro que lembro, não se passou nem uma hora!


- Hm... Lembro, mas era para nós esquecermos?


- Sim, sim. – Ele pôs o dedo indicador na minha boca para deixá-lo falar --‘  - Mas foi você quem prometeu. Vamos tentar só essa vez, [i]eu[/i] quero testar.


Eu assenti, preocupada, e na mesma hora ele me puxou pra perto dele. Merlin, o Al tem pegada ‘-‘


De repente ele me beijou, nossos lábios se encostaram, e ele queria aprofundar isso, nósqueríamos, mas algo impedia.


- Ok, vamos parar com isso antes que eu vomite!


- Cara, Ros, isso é perfeito para o meu projeto! “Amor de primo: uma coisa que pode virar amor de irmão” Eu tenho que fazer uma peça... Entende? – Impossível como mesmo sendo lindo, e agora galinha, e mesmo assim ser tão NERD!


- Entendo... Bem, qual é a próxima aula? – Eu disse, pegando a sua mão para irmos juntos.


- É poções, mas eu acho que o Tiago vai querer levar você... – Ele disse soltando a minha mão e me mostrando que Tiago estava chegando. – Hoje vocês fazem um mês, ontem ele passou o dia preparando seu presente.


- O que?!


Eu não me recordava disso, não mesmo! Vou ter que criar um presente do...


- Oi Ros! – Ele disse me agarrando por trás, e eu vi o Al se distanciar.


- Er... Oi Tespot! – Logo depois ele começou a me beijar. – Hey, espere! Guarde isso pro meu presente... – OMG, eu não acredito que eu disse isso!


- Ok... Deixe-me mostrar o meu então... – Ele disse meio pervertido, por que eu disse aquilo?


Ele me entregou uma pequena caixinha; eu abri, e nela continha um colar com um aderesso: ele se abria. Eu o abri: lá dentro tinha uma foto que se movia minha e do Tiago dando um selinho quando eu tinha SEIS anos ¬¬’ No outro lado estava escrito “Eu te amo, Tiago”


- Ai, Tespot... Que lindo!


- Eu demorei um século, mas consegui: só nós conseguimos abrir!


- Sério?


- Sério!


- Incrível Tespot! E então, vamos pra aula?


- Claro! – Ele segurou a minha mãe enquanto íamos pra aula. Sinto informar que não prestei atenção em nada, queridas.


- ST! – Eu gritei assim que a vi pelos corredores. – Pelamordemerlin providencie correndo o melhor jantar romântico que você conseguir.


- Ok.


- E... St! Você adora poções né?


- Tá brincando? Eu vou ser professora de poções! Eu amo poções!


- Então, provavelmente você um estoque enorme de diversas poções, né?


- Sim, sim, por que?


- Por nada, só curiosidade... Só mais uma coisa... Você mora lá na minha “casa”, né?


- Sim, sim, não foi você quem me convidou?


- Claro que foi bobinha... Só curiosidade!


Ela disparou para sua próxima aula, e eu desviei de Tiago, para a minha “casa”.


Entrei no quarto da Stellar, agora vem a pior parte: procurar a bendita poção, sem magia. Bendita poção! Tipo assim, dizem que ela é eficiente. Dizem, só rindo mesmo. Dizem significa Ted e Victorie, que falam um bando de coisas pra gente...


Enfim, eu achei um armário dela cheio de poções, e o melhor de tudo, foi fácil de mais, estavam todas em ordem alfabética. Bem, eu resolvi não assistir aula, pra escolher uma boa roupa pro jantar. Eu iria escolher, eu somente.


O dia passou rápido, rápido de mais. Como eu dividia a casa com as meninas, foi decidido que nosso jantar ia ter de ser no meu quarto, por que senão onde elas ficariam? ¬¬°


Meu quarto estava dividido em parte “sala” e parte quarto, omg. Stellar – eu não sei de que jeito – pegou parte do meu closet e transformou-o na tal sala. Seria a primeira vez que o Tespot entraria em casa... Eu acho.


Eu trajava um vestido preto simples acompanhado de luvas da mesma cor. O que quebrava tal simplicidade eram minhas pulseiras de diamante puro.


A “sala de jantar” já estava preparada. Mas eu não estava preparada para aquilo: receber meu primo em meu quarto, fingindo que o amava e que amava aquela completa farsa, isso me lembrava demais o Malfoy. Eu preciso me distrair...


- Oh, Fire Whisky! – Eu falei comigo mesma enquanto enchia um copo. Eu beberiquei a bebida antes de sentar-me. Passaram-se uns 15 minutos e a garrafa cheia já se encontrava pela metade. Ouvi batidas na porta, abria-a com o maior sorriso possível.


[narrado por Tiago]


Eu me dirigia até o quarto de Rosa, já dentro de sua enorme “casa”. Bati de leve na porta e ouvi seus passos agora pesados saltitarem ao vir atender a porta.  Ela me ama.


- Ti! – Ela gritou um pouco alto demais, soltando uma estranha gargalhada. Ela segurava um copo que continha um liquido que eu logo reconheci por Uísque de Fogo. Vestia um vestido preto, colado ao seu corpo, o que realçava suas belas curvas. Curvas que toda a Hogwarts tentava desvendar por trás de suas roupas estilosas... Eu a fiquei a admirando. – Vamos, entre! – Ela estendeu os braços, segurando a minha mão ela me puxou para perto de seu quarto, e eu tive a impressão de que ela cambaleava enquanto andava.


Me levou para uma pequena mesa e me serviu de algo que eu não me recordo o nome. Ela me serviu de dois copos de Uísque de Fogo e acabou com o resto da garrafa. Ela dava gargalhadas de algo sem sentido que dizia.


- Ai, tá calor aqui né?


Ela tirou suas luvas e pulseiras, as jogando em sua cama, sentando-se nela. Disse algo como tirar os sapatos e quando dei por mim ela já havia tirado sua meia calça. Ela olhou-me provocante, eu me levantei da mesa, dizendo:


- Olha Ros, já está tarde, acho melhor eu ir embo... – Ela correu até mim, me impedindo, seu cabelo agora todo bagunçado; ela se mexia de um modo provocador.


- Xiu! Me beija, bobo. – Ela me puxou para perto, mordendo meus lábios. Eu não resistia a provocações, não com ela, seu corpo era desejado demais e ela era minha namorada, o que havia demais?


Eu a beijei enlouquecedoramente; quando me dei conta ela havia tirado a minha blusa, e dera um jeito de tirar seu vestido. E então eu contemplei seu corpo, e sentia suas bochechas corarem com isso.


- Tem certeza de que quer fazer isso?       


Ela assentiu se afastando, mexendo as mãos, convidativa. Foi então que tudo agiu por instinto.
 ---
Notas da Autora,
então gente, são só esses capitulos completos que eu tenho; eu sei que vs deve achar horrendo, quem sou eu pra por patricinhas em Hogwarts? Isso mesmo, podem escrever aí criticando, e caso vs esteja gostando, pelamordemerlin comenta algo, por favor. 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.