Azaração



- CAPÍTULO QUATRO – Azaração


Depois disso, foram até o Salão Principal na esperança de encontrar algo para comer. Por sorte, sete empadões ainda jaziam em uma tigela. Cada um deles pegou um e, comendo, os quatro seguiram para as estufas, onde teriam aula de herbologia.

Ao chegarem lá, encontraram a estufa cheia de alunos da Grifinória e da Corvinal, e viram o vulto da professora vindo pela orla da floresta até a estufa sete.

Fora uma aula cansativa para os marotos, embora Lílian, Gween e Emilly tenham aproveitado bastante a explicação sobre a Nilmária, uma árvore grande, muito cultivada pelos bruxos brasileiros, que possui frutos com propriedades mágicas.

Os marotos foram os últimos a sair da estufa, e quando estavam quase alcançando um grupo de garotas do sétimo ano da Corvinal, Sirius parou de chofre.

- Sirius? – perguntou Remo. – O que houve?

- Patty. Voltou para a estufa.

- Ah, tá... – disse Tiago.

- Vou até lá. – decidiu Sirius.

E assim, o maroto partiu sozinho para a estufa sete.

- Ele não tem jeito, não é? – perguntou Remo.

- É... – disse Tiago. – E nem eu. – completou, ao avistar Lílian.


***



- Patty, meu amor...

- Black, seu idiota...

- Ora, Patty, não precisa esconder seu grande amor por mim.

- Black, eu amo tanto você quanto você ama o Snape.

- Patty, você sabia que você se confundiu?

- Ahn, Black?

- Você disse: eu amo tanto você quanto você ama o Ranhoso. Mas o correto para os seus sentimentos seria: eu amo tanto você quanto você odeia o Ranhoso.

- Black, não faça piadas.

- Não estou fazendo, querida Patty.

- Então... te aconselho a ir ver Madame Pomfrey, porque você está louco. Dizer que eu te amo... – e desatou a rir.

- Digo o que você quiser à Madame Pomfrey se você for junto.

- Black, qualquer dia desses eu vou fazer você pagar, na frente da escola inteira, por ficar me enchendo o saco todos esses meses.

- Mal vou agüentar a espera... – disse ele, com um sorriso malicioso, no que Patty bufou, saindo de perto de Sirius.


***



- Dia maravilhoso, não, Lily?

- Ver você já tira tudo de maravilhoso que o dia poderia ter. – resmungou ela.

- Lily, Lily...

- Potter, dá para fazer o favor de me chamar de Evans, pelo menos?

- Pra quê?

Lílian revirou os olhos.

- Aliás, sabia que eu te amo, meu amor?

- É? Pois eu te odeio, seu imbecil.

- Tudo bem, minha querida. Eu sou paciente. Vou esperar você admitir que me ama...

- Sinto, Potter, mas você vai morrer e eu ainda não terei admitido isso.

- Veremos, minha amada. – disse ele, dando um beijo no rosto de Lílian.

- POTTER, VOCÊ É IRRITANTE!

- E você é um amor... – disse ele, saindo dali.


***



No Salão Principal Tiago encontrou Sirius.

- Progresso? – perguntou o primeiro.

Sirius suspirou.

- E você, Pontas?

- Também não...

Então os dois sentaram-se à mesa, para comer. Logo, Remo chegou e foi até eles. Pedro, percebendo, se juntou aos marotos.

- Hoje à noite. – disse Tiago.

- Quem é a vítima? – perguntou Pedro.

- Malfoy. – disse Sirius, com um sorriso maquiavélico.

- Soube que ele está indo à biblioteca todos os dias, e sai sozinho de lá por volta das nove e meia. – disse Tiago.

- Então... as nove nós saímos e vamos até um pouco além da biblioteca. – disse Remo.

- Isso aí. – completou Sirius.


***



Naquele dia, na sala comunal da Grifinória, todos estranharam a tranqüilidade que reinava sobre o local. Os marotos estavam, todos, sentados em um canto, conversando calmamente.

Nem mesmo Tiago foi provocar Lílian, ou Sirius incomodar Patty. Todos estavam na mais perfeita calma. O que, nem de longe, era normal.

Tiago Potter, Sirius Black, Remo Lupin e Pedro Pettigrew em silêncio e sem aprontar nenhuma? Com certeza era algo novo.

O que eles não sabia era que não havia nada para aprontar... por enquanto.

Quando Remo olhou para o relógio, pela décima vez naquele dia, disse:

- Nove horas. É agora.

Então os marotos levantaram-se e foram pelo buraco do retrato. Mas...

- Onde é que vocês pensam que vão? – perguntou uma voz autoritária às suas costas.

- Não te interessa, Evans. – respondeu Sirius.

- Eu sou monitora, Black, por tanto me interessa sim o que quatro alunos da Grifinória vão fazer pelos corredores da escola, à noite.

- Eu também sou monitor, Lílian. – respondeu Remo.

- Eu sei. E devo dizer, Remo, que não esperava uma atitude como essa vinda de você.

Remo corou.

- Agora dá para fazer o favor de deixar nós irmos? – perguntou Pedro.

Lílian olhou-o nos olhos.

- Faltam ainda uma hora para o horário proibido. Se não voltarem nesse meio tempo, comunicarei McGonagall.

Os marotos, então, saíram antes que a garota mudasse de idéia.


***



- E então, que horas são?

- Pela oitava vez, Tiago, são nove e vinte e oito.

Todos os marotos estavam ansiosos, é claro, mas Remo era o único que conseguia manter a calma. Por esse motivo, foi ele quem notou primeiro que a vítima se aproximava.

- Aí vem ele.

- Expelliarmus! – bradou Pedro.

A varinha de Malfoy voou até o maroto.

- Boa, Pedro! – disse Tiago.

- Agora o que iremos fazer com ele? – perguntou Remo.

- É melhor saírem da frente – começou Malfoy, mantendo a calma – os meus camaradas estão vindo.

- Não se preocupe, Malfoy... eles te encontrarão. – comentou Sirius.

- Só não garanto que irão te reconhecer... Metamorfus Garci! – bradou Tiago.

Então, Malfoy começou a se modificar lentamente... e uns cinco minutos depois não era mais Malfoy que estava na frente deles, e sim uma garça.

- Humm... Coloryx! – bradou Lupin, no que a garça ficou verde.

- Ah, tá faltando um detalhe... Pitsorang! – berrou Pedro, e a garça adquiriu florescentes bolinhas laranjas.

- E, para completar o espetáculo... Tarantallegra! – finalizou Sirius.

As patas da garça começaram a se movimentar rapidamente, num sapateado desajeitado. Sem conseguir parar de dançar, Malfoy acabou se movimentando pelo corredor.

- Só mais uma coisinha... – disse Tiago. – Rictusempra!

- O feitiço das cócegas? – perguntou Pedro. – Que efeito ele tem sobre um animal?

- Espere, Rabicho, e verás. – disse Tiago, num tom teatral.

Alguns minutos depois, a garça começou a berrar alto, se contorcendo, como se uma força invisível a estivesse cutucando.

- Vamos sair daqui... – murmurou Pedro, um tanto medroso.

- Tá bom... vamos. – disse Sirius, no que os quatro começaram a correr de volta para o dormitório.

Entrando fingindo inocência, com caras de santos, e deram com uma Lílian sentada, lendo um livro.

- Vocês me surpreenderam, sabiam? – disse ela, quando viu os quatro indo para o dormitório. – Chegaram no horário... parabéns. É um recorde, não? – ironizou ela.

Os quatro estavam como intensa vontade de rir, de modo que não arriscaram falar nem mesmo para argumentar com o que Lílian havia dito. Simplesmente subiram para o dormitório, onde sentaram-se nas camas e desataram a rir.

- Malfoy... garça...

- Verde... dançando...

- Berrando... bolinhas laranjas...

- Perfeito...

E assim ficaram os quatro, a reviver o engraçado momento pelo qual haviam passado. Deste modo, quando foram dormir, estavam todos com lágrimas nos olhos e dor na barriga, de tanto rir.

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