Futuro Incerto



Mas tudo isso são coisas das quais não gosto de lembrar, isso são memórias de um tempo em que eu estava confuso e sozinho, coisa que nunca mais estarei. Agora que tudo ficou para trás eu não sofro por isso, mas não faço questão de ficar lembrando com a mesma freqüência com que lembro que eu era um ótimo apanhador, embora agora esteja um pouco fora de forma.
Norma está morta. É esquisito, mas a velhice e suas limitações chegam até mesmo para pessoas que, como ela, pareciam indestrutíveis e inabaláveis. Ela morreu dormindo numa tarde de verão, o coração não resistiu, teve uma parada. Estranho, esse é o tipo de morte que eu imaginaria para Tio Valter, com toda aquela banha e hábitos trouxas.
Hoje entendo muito mais da vida e talvez um pouco mais da morte também, mas estou aberto a tudo. Evito ficar parado, evito lamentar demais e evito ficar insensível, vivo cada dia de uma vez. Agora que isso é algo bem mais fácil de fazer.
Voldemort ficou fraco demais depois que perdeu mais da metade de sua alma para o Talismã do Cobra, que desapareceu em meio toda aquela confusão. Em conseqüência de tudo isso a vida é bem suportável, embora não seja a ideal. Alguns Comensais andam por aí, matando trouxas e dando trabalho para nós Aurores. Mas de qualquer modo, a balança está virada para o nosso lado.
O filho de Rony e Hermione nasceu por esses dias, tal qual não foi a surpresa de ninguém ao ver que o menino puxara os fogosos cabelos dos Weasley, mas Mione já disse que puxará a inteligência da mãe, que será o primeiro aluno de Hogwarts quando para lá for. Os dois me chamaram para ser o padrinho, é claro que aceitei.
David anda por aqui e por aí, mas ele e Gina não estão mais juntos, aliás, dizem as más línguas que ele se encantou por uma norueguesa que não dá muita confiança para ele. Ela é doutora em Transfiguração e não gosta muito de homens irreverentes como ele. Gina diz que agora ele muda de vida.
E falando num homem nada irreverente, Snape também morreu. Foi mais ou menos uma semana depois que eu "morri". Dizem que ele estava protegendo um Auror ou coisa assim quando foi descoberto...
Bem, eu e Gina vamos mais ou menos, já fizemos as pazes e deixamos todas as mágoas e rancores para trás, volta e meia a gente se beija e sai junto, mas não é nada certo por enquanto. Estamos nos conhecendo novamente, afinal o Harry que ela conheceu na infância se perdeu em alguma parte do passado, do mesmo modo que a Gina que conheci em Hogwarts também não existe mais. Quem sabe esse novo Harry e essa nova Gina não se apaixonam...
A vida continua, eu ainda tenho aquele fardo insuportável de ser o menino-que-sobreviveu, embora já seja um homem. E junto com o título ainda tenho a mesma missão: eliminar Voldemort. Sei que isso está mais próximo a cada dia, é simplesmente inevitável. Hoje sou muito mais confiante em mim e posso dizer com quase certeza total que dessa, eu é que fico. Embora sempre que tem a chance a minha ex-professora Sibila Trewlaney me diz o contrário.
Muita gente que conheci eu nunca mais vi ou verei, mas sempre ouço falar de Sany. Assim que as Divisões foram extintas e os fatos ocorridos começaram a serem difundidos, o livro do pai dela vendeu que nem água, todas as famílias bruxas agora têm um exemplar de "Trouxas: fáceis de entender" em casa. Já Guy de vez em quando eu o encontro num corredor do Ministério.
Tudo o que sei é que meu futuro é incerto, e por mais certeza que eu tenha disso, sempre espero pelo melhor.

FIM

N/A: Continua em Sociedade dos Heróis Mortos, em breve.

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