Uma Promessa Não Cumprida

Uma Promessa Não Cumprida



-Você não devia dizer isso! -disse Mione séria- Eu sei que sua vida não é a mais agradável do mundo, mas você não está sozinho. Nem nunca estará.

-É isso aí, cara! -disse Rony amigavelmente, lhe dando um tapa de leve no braço- Nós vamos sempre estar com você.

Harry continuava a fazer uma cara de revoltado com a vida, mas estava feliz por ter os melhores amigos do mundo.

-Ok, então vamos?

Mione olhou janela afora, em seguida olhou para Harry com um semblante negativo.

-Não mesmo, não vou sair enquanto permanecer este tempo.

-Coitada, vai morrer aqui dentro! -disse Rony brincando, mas quando a garota lhe olhou furiosa ele corrigiu- Mione, já faz três dias que chove desse jeito. Não sei de onde está saindo tanta água, mas parece que ainda tem muito mais por vir.

Os três se entreolharam, hoje se reuniriam n'O Caldeirão Furado por breves segundos as maiores autoridades da guerra: Alvo Dumbledore, Sarah Cartar, Bobble Valden.

Esses três eram pessoas singulares: Alvo Dumbledore era o único bruxo a quem Voldemort temia; Sarah Cartar era avó materna de Voldemort (embora este desconhecesse o fato) e tinha mais conhecimento em Artes das Trevas que um ser humano sequer pudesse imaginar, ela era quem estava ensinando aos Aurores e população mais privilegiada em talento como combater os Comensais; já Bobble Valden era uma pessoa misteriosa, sabia-se muito pouco sobre ele, mais conhecido como O (de O homem) era um chefe de espionagem, quando ele decidia descobrir algo não havia quem o conseguisse impedir.

-Nós temos que estar lá -disse Mione para si mesma- preciso passar essas cartas para Dumbledore e Sarah.

-Você sabe, Mione. Você sabe que eles ficaram lá menos de um minuto, será só o tempo de passarem a correspondência entre si, fingir que entraram ali casualmente e saírem. Se você quiser passar essas cartas tem que sair agora.

A garota olhou novamente para a forte tempestade que caía lá fora.

-Ok, vamos.

Não era mais fácil andar pelas ruas de Londres ou de qualquer lugar metropolitano da Inglaterra. Estar transfigurado era quase uma lei para aqueles que precisavam de mais proteção, mostrar que era um bruxo com alguns objetos discretos, mas inconfundíveis, era outra coisa básica. Ser um trouxa nesses tempos era uma maldição tão grande quando ser um judeu na 2ª Grande Guerra Trouxa.

Harry andava com a aparência de um medi-bruxo o que era algo muito sensato, pois se tinha uma classe de pessoas que eram poupadas por ambos os lados era justamente essa. Rony estava transfigurado em estagiário de Harry. Mione estava por baixo da capa de invisibilidade de Harry, afinal, dois medi-bruxos chamariam menos atenção que dois medi-bruxos e uma mulher.

Entraram os três em uma cabine telefônica aparentemente quebrada e Mione, ainda por debaixo da capa discou o número 7341681.

Automaticamente foi teletransportados para cinco quadras antes do bar para onde se dirigiam. O caminho mais fácil a seguir seria reto, mas eles voltaram mais três quadras, entraram em um beco sujo, frio e escuro e entraram por uma pequena portinhola. Depois disso desceram até a garagem do prédio abandonado onde tinham entrado e saíram pelo outro lado da garagem, onde andaram até o final de uma rua cheia de lojas fechadas, e depois disso entraram finalmente pela porta dos fundos de bar.

-Bem na hora -disse Mione avistando uma bruxa de vinte e poucos anos de idade, loura, com uma faixa vermelha- Quero aprender a me transfigurar assim quando eu tiver 132 anos de idade -sussurrou ela para os amigos.

-Mione, se você conseguir fazer isso quando estiver com 132 anos de idade, juro que eu vou ser o apaixonado mais romântico nessa idade! -brincou Rony.

Ela fez uma cara de desagrado e passou pela mulher deixando cair discretamente uma carta no colo dela. A mulher sequer pareceu perceber.

-Onde está Dumbledore? E Valden? -questionou Mione.

Um garoto sorridente de uns oito anos de idade puxou o vestido de Hermione, que custou algum tempo para entender que aquele era seu antigo professor. Ela lhe deu um sorriso amável e, sem ninguém perceber lhe passou três cartas.

Os três se sentaram no fundo do bar e pediram uma cerveja amanteigada, e conversaram normalmente sobre trivialidades. A partir daquele momento nenhum deles podia sequer tentar olhar o que estava acontecendo com os três grandes bruxos que se encontravam no bar. Essa era uma tarefa levemente difícil para três mentes curiosas, mas fizeram o possível até onde deu. Quando um barulho do outro lado do bar começou a ficar muito notável, eles deram uma olhada no que estava acontecendo.

-O que é aquilo? -perguntou Mione preocupado.

-Não sei, me parece uma discussão.

Não era uma discussão, era o começo de uma briga terrível. Em poucos segundos, sem ninguém entender como a taberna tinha virado uma baderna.
Mione deu um grito quando um copo passou raspando perto da sua cabeça. Desde que o bar existia nunca havia tido uma mínima discussão lá dentro, e agora estava um caos tremendo.

Saída de um lugar que ninguém sabia qual era, uma espessa poeira se levantou e bloqueou a vista e locomoção de todos no bar.

Harry ouvia os gritos de Hermione cada vez mais distantes, também já não ouvia a voz de Rony. Ele fora empurrado para o meio da bagunça e não sabia como sair dali, já que não enxergava um palmo à frente. Ele ainda tentava inutilmente se desvencilhar de toda aquela confusão quando sentiu algo esquisito na cabeça. Passou a mão em sua nuca e teve uma leve sensação de sentir algo líquido, olhou suas mãos vermelhas sem entender nada. Já não ouvia o barulho enorme que estava no bar, caiu desacordado no chão.



Severo utilizando óculos que ele próprio fabricara para si para ocasiões como esta, viu perfeitamente tudo que aconteceu ali. Ele entrara transfigurado por velha, deu o sinal combinado com um outro Comensal que estava do outro lado do bar que fez o copo de um dos jogadores de dados cair no colo de outro jogador. Pronto. Ambos estavam bêbados e não puderam perceber que o copo se moveu sozinho, a discussão entre os dois começara, só faltava apimentá-la. Um terceiro Comensal entrou na discussão, fazendo-a aumentar a intensidade até que começou a briga de verdade. Pessoas que tentaram apartar foram socadas e acabaram brigando também, agora ele ia fazer o que realmente devia. Jogou por todo o chão do bar pequenas bombas de poeira, uma Gemialidade Weasley.

-Muito úteis -murmurou ele para si.

Ele conferiu Dumbledore, Sarah e Bobble trocando todas suas cartas e devidos olhares (eles também utilizavam óculos como o de Severo) e se sentiu aliviado. Tinha desempenhado seu papel duplo perfeitamente bem. Já estava pronto para puxar os dois Comensais que vieram com ele e sair dali quando viu Harry Potter ser atingido na cabeça e cair desacordado.

Seu cérebro funcionou mais que rápido. Mesmo estando tão longe e com tantas pessoas se movendo em sua frente ele lançou um feitiço e desacordou um dos Comensais e em seguida o transfigurou em Harry Potter. Em seguida correu para perto do Comensal que sobrara.

-Temos que sair agora.

-Não estou vendo Lokkes.

-Está comigo, alguém o acertou na cabeça. Parece estar saindo muito sangue.

Severo, ainda com os óculos, fingiu tropeçar em Harry, que na verdade era Henry Lokkes.

-O que aconteceu? -perguntou o Comensal já impaciente, querendo sair dali.

-Tropecei em alguém.

O Comensal já saía quando Severo lhe puxou a barra das vestes.

-O que foi?

-Mesmo com esta poeira enorme tenho quase certeza que estou em cima de Harry Potter.

-Pegue-o e vamos.

Saíram enquanto a poeira ainda estava alta e todos ainda estavam no meio de uma tremenda confusão.

Utilizando uma Chave de Portal que o Mestre lhes dera, foram transportados para um dos esconderijos da sua laia.

Severo se jogou no chão, totalmente exausto, carregara dois homens, sendo um deles nada leve.

-Não! Não acredito... -choramingou o Comensal.

-O que aconteceu? -perguntou Severo levantando a cabeça.

-Harry Potter está morto. E Lokkes está gravemente ferido, parece que foi pisoteado.

Os dois se entreolharam angustiados, sabiam o que significava um mero Comensal eliminar Harry Potter: provocar a ira do mestre. Não haveria nada no mundo que os livrasse do castigo.

-Você o matou! -disse Grund se afastando- Você quem o trouxe!

-Eu não poderia tê-lo matado simplesmente caindo em cima dele! -replicou Snape furioso.

O plano perfeito parecia ter saído uma catástrofe. O objetivo era somente impedir que Alvo Dumbledore, Sarah Cartar e Bobble Valden trocassem informação... e agora eles traziam o corpo de Harry Potter morto.

-Temos que sumir com isso... -disse Grund- temos que sumir rapidamente com isso!

Severo concordou. Os dois juntos lançaram um feitiço de pulverização, em poucos segundos o corpo de Henry Lokkes (teoricamente Harry) havia desaparecido. Virado vento. Juntado-se ao pó.

-Como iremos explicar ao mestre o fato de Lokkes estar assim?

-Contaremos a verdade, não há nada que possa nos incriminar. Agora vamos.




Ele ouvia pessoas rindo. Rony? Hermione? Não, não parecia a vozes dos amigos. Não conseguia mover um único membro do seu corpo, mas queria poder fazê-lo. Estava com frio. Sentia rajadas de ar passarem por ele levemente. Fez um enorme esforço para abrir os olhos.

Sua vista fraca como seu corpo e mente custou a enxergar algo nítido, durante um bom tempo só via borrões tão indistintos quanto as vozes que ouvia. Quando finalmente pode ver claramente não conseguiu entender. Onde diabos ele estava? Era obviamente uma enfermaria, mas não era nada parecida com qualquer uma das que ele já havia freqüentado (e ele já havia freqüentado muitas!).

Esforçou-se para entender o que as vozes falavam. Estariam falando dele?

De repente ele percebeu que estivera vendo, mas não enxergando. Estivera olhando para sua mão durante mito tempo, mas só agora percebia que sua mão não era tão grande, tão calejada ou tão escura. Forçou seu corpo a fazer um leve movimento para ver o resto do seu corpo.

Ele teria gritado se houvesse voz para sair. Seu corpo era pelo menos duas vezes maior, mais forte e mais escuro do que costumava ser. Isso sem contar que ele estava totalmente nu.

"O que está acontecendo? Por que eu estou desse jeito?".

Tentou deixar sua mente leve e voltar a dormir. Estava cansado e confuso demais para conseguir pensar na situação. Enquanto relaxava sua mente pôde ouvir pequenos trechos de conversas...

-...Eu tentei lançar o Avada Kedavra, mas o maldito fugiu!...

-...Não que milord deva saber disso...

-...Mas todos sabem que Bellatrix é louca...

Ele abriu os olhos apavorado. Ouvira direito? Avada Kedavra? Milord? Bellatrix? Ou ele estava louco ou estava em um dos vários esconderijos dos Comensais.

"Calma, Harry, você está em segurança. Lembre-se que você está transfigurado".

Mas esse pensamento não lhe animou muito. Não fora ele que se transfigurara assim, então quem fora? Ele tinha que sair dali agora mesmo.

Olhou para os lados e viu algumas roupas penduradas na parede. Levantaria-se e as pegaria. Daí então tentaria aparatar dali. Ok, não era o melhor plano do mundo, nem o mais inteligente, já que ninguém aparatava despercebido, mas era o único plano acessível a ele nesse momento.

Seguro ou não, ele não deveria ter tentado se levantar. Seu corpo ainda estava fraco demais para conseguir se manter em pé. O barulho de seu corpo caindo no chão e levando vários objetos do criado-mudo do lado fora ouvido por vários Comensais que conversavam perto da enfermaria. Muitos deles entraram para ver o que estava acontecendo.

-Lokkes conseguiu acordar? -perguntou um baixinho galante.

-É o que parece. Chame Telma para que veja como ele está -disse um outro.

Severo foi um dos primeiro a sair dali. Em seguida a todos terem saído e esperarem por Telma, a enfermeira, Severo utilizou sua capa de invisibilidade e acionou a chave de portal lhe dada por Dumbledore. Colocou algo bem preso dentro da mão de Harry.

-...1, 2 e 3. Agora.

Encostou o pequeno colar com um anel como pingente em Harry e este fora transportado para algum lugar bem longe dali. Severo esperava sinceramente que ele estivesse bem.

-Por que acaba de fazer isto, Snape? -perguntou a voz maliciosa de Telma.



Ele sentia mão em seu corpo, queria mandá-las pararem de lhe tocar, ele ainda estava nu, mas ele não tinha voz (e mesmo se tivesse não conseguiria usá-la) e aquelas pessoas não lhe podiam adivinhar os pensamentos.
Viu vagamente quando eles lhe deitaram em uma cama macia.

-Ele é um dos Comensais, não é?

-Sim... Henry Lokkes, ele matou a irmã de um amigo meu.

Ele abriu os olhos desesperado, tinha que mostrar àquelas pessoas quem ele era de verdade!

-Acordou, grandão? -disse uma mulher com uma cara de nojo.

Ele balançava a cabeça em sentido negativo desesperadamente.

-O que foi? Ainda está dormindo?

Continuava a balançar a cabeça.

-Você está achando que vamos matá-lo? -perguntou uma mulher calmamente, a voz sonhadora da mulher lhe lembrava alguém... Luna Lovegood.

Ele balançou a cabeça positivamente para a mulher e sorriu para ela. Luna falou em tom casual:

-É, você está certo.

Ele se desesperou novo. Quis usar a voz e sentiu uma raiva muito grande quando não conseguiu. Ele fez um esforço enorme para se sentar na cama, quando fez esse gesto todos apontaram suas varinhas para ele.

-Fique aí, grandão!

Ele pediu com gestos que esperassem, olhou ansiosamente por todo o cômodo tentando ver algo que pudesse lhe ajudar a se comunicar. Reconheceu sua varinha em cima de uma mesa mais à frente. Apontou para ela e depois para Luna.

-Você quer a varinha? -perguntou um louro alto em tom irônico.

Harry continuou a apontar da varinha para Luna.

-Acho que o grandão quer que Luna veja a varinha.

Luna, parecendo muito entediada, se levantou e olhou a varinha. As últimas esperanças de Harry se extinguiram quando Luna continuou com o mesmo rosto e olhou para ele perguntando:

-E daí? O que tem a varinha?

Ele se deixou cair na cama, ainda olhando para Luna. Ela olhou a varinha novamente e seus olhos se iluminaram. Olhou novamente para Harry.

-Finite Incantatem.

A grande figura de Henry Lokkes desaparecera e dera lugar à aparência de Harry Potter.

-Harry?

A sala toda ficou boquiaberta. Luna se aproximou e viu que era ele mesmo. Ele a abraçou forte, sinceramente agradecido.

-Vou chamar alguém para cuidar de você.

O povo da sala ainda o olhava com notável assombro. Ele deu um sorriso amarelo como para cumprimentá-los. Alguns lhe devolveram o sorriso.
Luna entrou na sala acompanhada de uma mulher que não parecia ter mais que 14 anos. A mulher, Sany, começou a examiná-lo. Pouco a pouco todos saíram da sala até só restar Harry e a médica.

-Algo muito pesado bateu muito forte contra sua cabeça -disse Sany pegando alguns remédios- posso arriscar dizer que isto faz quase três semanas. E é este o motivo de você não estar podendo falar normalmente, algo aí dentro deve ter sido danificado... nada que eu não possa resolver imediatamente.

Ela lhe deu uma bebida roxo berrante com bolas laranjadas e ele tomou. Tinha um gosto extremamente horrível.

-Tente falar alguma coisa...

-Onde estou?

-Você está na 5ª divisão.

-Onde fica isso?

-Sinto muito, mas eu não posso lhe dar mais nenhuma informação, senhor Potter. Se quiser saber de tudo pergunte ao Guy.

-Quem é Guy?

-Nosso líder, por assim dizer.

Sany lhe passou uma toalha, roupas limpas e que com certeza lhe serviriam e um sabonete.

-Virando ali à esquerda tem um banheiro, acredite em mim: você precisa urgentemente de um.

Ele sorriu agradecendo e encaminhou-se ao banheiro. Sentia mesmo que precisava dele.

Após o banho, ele foi até Guy Zian, que lhe concedeu todas as informações que ele queria. Mas o que ele realmente queria saber Guy não pôde responder: onde estavam seus amigos.

Já deitado na cama, ele ouviu a voz de Rony martelar em sua cabeça "É isso aí, cara! Nós vamos sempre estar com você".

-Cumpra isso agora, Rony...

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