Um Dia Como Outro Qualquer



O sol estava escondido pela névoa incomum para aquela época, os archotes já estavam acesos em Hogwarner, Harrycliffe, um menino branco, musculoso de olhos azuis e cabelos curtos de penteado ridículo, olhava para o teto. Desde de que, no quarto ano, seu tios e seu primo Duda foram abduzidos por extraterrestres ele tinha a estranha sensação que já começava o fil... ops, o ano dentro da escola. Finalmente resolveu se levantar, andou até a penteadeira e se olhou no espelho.
– Aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh!!!
Os companheiros de quarto acordaram assustados, o mais aflito parecia ser Runpert Weasley.
– O que foi Harrycliffe?
– Tem uma espinha no meu nariz! – disse ele em tom choroso, mas sem lágrimas visíveis (ou até mesmo invisíveis) – Ontem eu coloquei minha mascara de pepino, como pode ter nascido isso hoje?
– Ah! – exclamou Runpert com uma estranha careta – Isso, nem dá pra perceber.
Harrycliffe ainda estava em frente ao espelho quando os outros desceram para o café da manhã. Era o seu ritual diário que ele sempre cumpria antes de sair do dormitório: a maquiagem. Corretivo, base, pó e gloss de morango.
Ao descer para a Sala Comunal, viu uma pequena aglomeração de pessoas em volta do quadro de avisos.
– O que foi? – perguntou ele a uma garota que nunca tinha visto na Grifinória, parecia ter caído ali de pára-quedas.
– Não é nada de muito importante – respondeu ela – São só os avisos das mudanças estruturais da escola nesse ano.
– Ah, obrigado! – Harrycliffe deu mais uma olhada de cima a baixo na menina, lambendo o que seriam seus lábios, se ele os tivesse, ante de ler o que tinha escrito no quadro.


NOVAS MUDANÇAS FÍSICAS NA ESCOLA

Como vocês devem saber, Hogwarner é uma escola mágica, por isso, tudo está sempre
mudando. Nesse ano, as mudanças mais consideráveis foram:

1.0 A cabana do professor Hagrid agora está dentro da Floresta Negra, na qual dissemos, no primeiro ano, que nenhum de vocês poderia entrar, mas que agora têm toda a permissão;
2.0 No Grande Salão, há agora apenas quatro mesas de plástico, com quatro cadeiras ao longo de cada uma, portanto, se apressem se quiserem um lugar para sentar. Obs.: pessoas acima de 70Kg estão proibidas de sentar, devido ao material muito barato usado na confecção das cadeiras;
3.0 O Buraco Secreto da Mulher Gorda que dá acesso à Torre da Grifinória, agora fica de frente para o Grande Salão. E para que vocês sempre consigam achar a entrada, um grande painel de néon roxo com gravuras de dançarinas de can-can foi afixado acima da entrada. Obs.: A Mulher Gorda foi substituída. Em seu antigo posto está agora um quadro da Pamela Anderson. Essa decisão foi tomada após uma pesquisa feita entre os figu..., quer dizer, entre os alunos.

Qualquer outra mudança será imediatamente anunciada, se não cortarem essa parte da história.

Atenciosamente, Profa. Minerva McGonagall



– A cada dia que passa e entendo menos essa escola – falou Harrycliffe para si mesmo.
Harrycliffe se virou e viu uma roda de meninas sentadas nas poltronas conversando. Ele sentiu uma pulsação no baixo ventre ao ver Cho (rando). Hemmaione também estava lá. Padma Patil fazia uma chapinha no seu cabelo, e sem querer acabou escutando a conversa de Hemmaione com Gina.
– Nossa, você viu ontem o vestido horroroso que a Beyoncé estava usando naquela festa?
– A Mulher Gorda sumiu – respondeu Gina.
– Está tudo bem com você, Gina?
– A Mulher Gorda sumiu!
– Harrycliffe! – gritou Hemmaione correndo na direção do garoto e deixando Gina falando sozinha.
– Bom dia, Hemmaione, você viu o Runpert?
– Da última vez que eu o vi, ele disse que ia treinar novas caretas no banheiro.
– Certo – murmurou Harrycliffe.
– Ah! Olha só, o Gambondore pediu para eu lhe entregar isto.
Hemmaione entregou um pergaminho sujo e mal amarrado com um pedaço de fio dental a Harrycliffe, que o abriu, e na mesma hora reconheceu a caligrafia feia e sem coordenação motora.

Harrycliffe,
Eu exijo que você venha imediatamente aos meus aposentos, e aviso que não me responsabilizarei de forma alguma pelo seu estado, caso você não cumpra a minha ordem.
Ass.: você sabe quem é, não seja idiota!

– O que ele quer, Harrycliffe? – perguntou Hemmaione.
– Falar comigo – respondeu Harrycliffe.
– Não se esqueça de levar o seu protetor de gengivas, eu estou com medo por você.
Enquanto Hemmaione falava, suas sobrancelhas treinavam para vencer o concurso de salsa. Várias vezes ela ouvia que poderia ganhar muito dinheiro sendo atração de Freak Show, como ”a menina das sobrancelhas vivas”.
– Eu vou pegar, aproveito e coloco a minha jaqueta de quadribol.
Harrycliffe correu para o quarto, colocou o protetor de gengivas e a jaqueta e em seguida, foi até o elevador que dava na sala do diretor Gambondore (outra mudança ocorrida na escola).
– Jack, o Estripador – falou Harrycliffe e a porta do elevador se abriu para ele entrar.
A viagem demorava alguns minutos, já que Gambondore possuía a sala mais alta, da torre mais alta do castelo de Hogwarner, que, por sinal, era absurdamente alta. Harrycliffe lembrou-se da vez em que o dragão mais imbecil que ele já vira na vida ficou se arrastando pelo telhado dessa torre.
Finalmente, ele chegou à sala do diretor. A porta estava entreaberta, e Harrycliffe ouviu gritos que vinham de dentro do aposento.
– Largue isso agora mesmo, seu verme imundo!
– Não! Eu não vou largar, isso é meu!
Harrycliffe entrou abruptamente na sala e se deparou com a cena mais bizarra que vira no dia. Gambondore e Dobby brigavam pelo que parecia ser um pedaço de lona muito velha e desgastada.
– O que está acontecendo? – perguntou Harrycliffe.
– Nada, meu senhor – disse Dobby fazendo uma profunda reverência – É apenas um mal entendido.
– Nada disso! – berrou Gambondore, espalhando perdigotos por toda a sala – Esse bicho asqueroso está tentando roubar as minhas vestes a rigor!
– Desculpe, senhor, isso são suas vestes a rigor?
– São sim, por que? – perguntou Gambondore ameaçador – Eu mesmo a fiz com a camisola da minha querida avó, depois que minhas roupas sumiram no terceiro ano!
– Meu senhor, diga a ele que esse é o pano de chão que os elfos usam para limpar o assoalho da cozinha – pediu Dobby a Harrycliffe.
– Diretor, acho que ele está certo.
– Ora tudo bem! – disse Gambondore contrariado soltando o pano velho e fazendo Dobby, que ainda puxava o pano para si, cair no chão – Evapora, criatura abominável! Depois nós conversamos!
Ouviu-se um forte estalo e o elfo desapareceu.
– O senhor queria falar comigo? – perguntou Harrycliffe, mas logo se arrependeu de ter lembrado ao diretor o real motivo da sua presença naquele local.
Gambondore correu em direção a Harrycliffe e começou a sacudi-lo pelo pescoço, berrando o mais alto que conseguia.
– Eu estou preocupado com você, Harrycliffe! – os olhos do diretor tinham um brilho alucinado – Você sabe que eu me preocupo! – Gambondore apertou mais o pescoço do garoto – Não sabe?!
– Sim, sim! – murmurou Harrycliffe com a voz fraca, tentando respirar.
– Ótimo! Pode ir – Gambondore soltou Harrycliffe, que pôs-se a tossir – Era só isso que eu tinha pra dizer!
– Era só isso mesmo professor?
– Você está surdo? Não escutou o que eu disse? Vá embora agora!
Harrycliffe foi embora, ainda tossindo muito, embora sua expressão facial não denunciasse diferença alguma, como se os últimos minutos nunca tivesse acontecido.

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