Epílogo.








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Epílogo
Halls de Alegria
Ou,
Deixe as chamas começarem.

Narrado por; Autora





Dorcas dançava de um jeito estranho com John, sem tocar seu corpo, apesar dos crescentes esforços do rapaz de ter uma maior aproximação. Olhava nos olhos dele, e via um tremendo carinho lá, mas nada de arrependimento. Ela suspirou e estancou no mesmo lugar, o encarando, mas sem soltar sua mão da dele. Como sentira falta daquilo -

- Dorcas? - chamou John num murmúrio meio exasperado que fez Dorcas quase rir dele.

- Becker - cumprimentou Dorcas com um sorriso malvado que John não soube assimilar direito; era ao mesmo tempo de lado e malicioso, mas ele sabia que era só uma máscara. Dorcas, com seus olhos azuis tão bondosos não conseguia expressar malícia sem que parecesse uma tremenda brincadeira.

- Por que a gente se afastou por tanto tempo pra nada? - perguntou ele, mas imediatamente soube que tinha falado a coisa errada.

- Você me chifrou - argumentou Dorcas agora verdadeiramente tirando sua mão da dele com um olhar de desprezo na sua direção. É. Desprezo Dorcas conseguia reproduzir muito bem. Mas o vocabulário dela parecia ter sido um tanto modificado pela raiva.

- Pelo bem maior - disse John ainda exasperado. Não estava conseguindo dizer nada que prestasse, porque o desprezo no olhar de Dorcas só aumentou.

- Como assim, "pelo bem maior?" - Ela fez aspas com os dedos no ar. John demonstrou seu primeiro sinal de irritação. Franziu o cenho e encarou Dorcas com os braços cruzados. Diabos, ela queria que ele repetisse a história que foi obrigado a repetir pra si mesmo durante três horas inteiras?

- Era um trato, Dorcas. Um trato. Eu beijava a mocréia (?) ou ela contava o que descobriu de você pra todo mundo e -

- Ela descobriu o quê de mim? - interrompeu Dorcas, cautelosa.

John pareceu meio tomar fôlego, mas Dorcas sabia que ele não estava tomando fôlego, e sim imaginando um jeito delicado de contar para ela o que quer que ele tenha descoberto a seu respeito. Estavam entrando numa situação estranha, já que eram os únicos que não dançavam naquela multidão toda; apesar de estarem justamente encobertos pelo povo que se mexia ao seu redor.

- Seu pai - ele murmurou, sabendo que ela entenderia.

E isso foi o suficiente para a memoria de Dorcas entrar em colapso. Ela se lembrou de uma madrugada, em que o cara sequestrou Marlene, quase esfaqueou James e ainda lutou com Lily. Ela fez uma careta; mais tarde, descobriu que o pai foi mandado para Azkaban, e sua mãe lhe mandava algumas cartas de consolo, sem saber que a filha não se importava mais com o pai.

Mas ainda assim Dorcas achava que isso não fazia nem um pouco de sentido. Se John estava falando a verdade, simplesmente a verdade, nada mais que a verdade (?) então significava que se importava mais com a reputação de Dorcas do que com o que ela iria pensar. Dorcas achou que não tinha ajudado beijando James, mas mesmo assim. E ainda tinha o lance de "bem maior".

- E você me traiu pra me proteger? - ela experimentou repetir as palavras em voz alta; soava cômico de um jeito macabro, meio que um humor negro.

Pelo menos para ela, ela que foi chifrada primeiro.

"Ou melhor, proteger minha reputação?", continuou Dorcas. Isso sim parecia ridículo, bizarro, fora do normal...

- Não por isso. E você não me deixou terminar.

Ele experimentou se aproximar um passo de Dorcas, que não recuou, apesar de estarem a uma distância bem menor um do outro agora. John respirou fundo, mas sem fazer ruído. Dorcas ainda provocava sensações estranhas nele.

- Seu pai... Além de ir pra Azkaban, acabou traindo sua mãe. - Isso não surpreendeu Dorcas nem um pouco, mesmo ela estando sabendo de "tamanha barbaridade" logo agora. - E traiu a ponto de... Hm, gerar outro filho.

John não sorriu amarelo. Aquilo não tinha a menor graça. Já Dorcas, ergueu as sobrancelhas. Seu cérebro começou a trabalhar. Ele disse outro filho e não outra filha. Quantas eram as possibilidades de...

- E, o... Seu pai... Traiu a sua mãe com -

A voz de John quebrou de vez e ele não conseguiu prosseguir. Dorcas estava mesmo pensando o pior agora.

- Com a minha mãe.

Dorcas agora estava decididamente passando mal. E as possibilidades? Ela ainda tinha esperanças de serem quinhentas e cinqüenta trilhões para um bilhão e quarenta mil, mas não existiam tantos bruxos de sangue-puro assim no mundo. Ela avançou para seu meio-irmão e o abraçou com força, desesperada por...

Amar o cara do jeito errado.

E eles ficaram ali, abraçados, quase entrando em colapso.

- Ainda tem um meio entre a outra... Palavra, não tem? - sussurrou Dorcas, os olhos se enchendo de lágrimas. Isso parecia TÃO errado para ela, mas TÃO errado...

- Tem - disse John, ainda não querendo mover um músculo. A música já era só um zumbido nos seus ouvidos agora. Nunca tinha se sentido tão mal quanto agora, desde que soubera, desde que fora obrigado a saber; dizer em voz alta parecia tornar tudo duas vezes mais difícil. - Mas e se a gente não ligar?

Dorcas não respondeu, só se aninhou mais contra o peito de John e suspirou inquieta. Se recusava a chorar, mesmo com a gravidade da situação. Ela tentou pensar: "O que é um pai em comum?" E quase -sorriu. Quase.

- Suponho que Charles tenha vivido na clandestinidade durante esses quinze anos, eh? - murmurou John de forma perspicaz.

- É. Suponho que se nós dois fôssemos parecidos com o Charles a gente pudesse ter evitado.

- Duvido. Agora, Dorcas, só deixe as chamas começarem.

E eles ficaram ali, abraçados, até a música mudar.




{x}





Do outro lado do Salão, James dançava de um jeito completamente bizarro, aproveitando a música igualmente bizarra que tocava para toda Hogwarts ouvir. Ele ria, gargalhava na verdade, enquanto chacoalhava seu baço (?) (baço, não braço). James, Sirius, Remus, Peter, três garotas desconhecidas que quase devoravam Remus com o olhar, Emmeline, Lily, Marlene e três garotos que quase devoravam Lily com o olhar (James de vez em quando lançava um olhar mortífero discreto a eles, mas não adiantava porra nenhuma) estavam dançando.

Menos Lily. Ela estava meio preocupada com Dorcas. Sabia que tinha alguma coisa errada com a garota, tendo em vista que ela tinha chegado até a mesa que todos dividiam, se largado lá junto com John e os dois ficaram conversando baixinho, sem ninguem escutar. Não era que as garotas não tivessem tentado falar com ela, era só que ela não queria falar com ninguém.

E James, arrogante, aproveitando ali.

Mal Lily sabia que ele apenas estava aproveitando porque os Marotos finalmente aperfeiçoaram os feitiços para o Mapa do Maroto, uma grande obra para bruxos criadores de caso em Hoggie, um Mapa lindo e maravilhoso que mostrava todo mundo em Hogwarts, todas as passagens secretas. E só não mostrava a Sala Precisa para terem um pouco de privacidade lá, segundo Sirius, cheio de terceiras, quartas e quintas intenções.

- UUUH, YEEEAHH - berravam James e Sirius alegremente, que nem dois possuídos. Lily estava vendo a hora de eles ficarem nus pra todo mundo ver os seus...

- Bando de possuídos - resmungou Emmeline de um jeito tão engraçado que Marlene teve um acesso de riso que durou quarenta segundos inteirinhos.

- Deixa eu ser feliz, Emmy - berrou Sirius dando uma piscadela pras garotas que babavam em Remus, que estava com medo delas. Lily cogitou a possibilidade de isso ter contribuido consideravelmente para o mau humor de Emmeline, mas ela apenas sorriu e continuou dançando.

- CAROS ALUNOS - berrou uma voz conhecida da direção da mesa dos professores e ouviu-se um barulho de desentupidor de pia e todo mundo se calou, meio assustados, mas era só Dumbledore. Ele deu uma piscadela pra eles e sorriu. - OLHEM PRA CIMA.

Todo mundo instantaneamente olhou.

Era um auê. O teto de Hogwarts, enfeitiçado pra parecer o céu lá de fora, estava explodindo em fogos de artifício. Era cada coisa que Lily não conseguia distinguir um do outro, mas era lindo. Sem falar que lançava uma claridade sobre eles que ninguém conseguia assimilar ninguém, mas Lily, que era fã de coisas excêntricas e conseguia enxergar algo de benigno nas ditas cujas, gostou muito.

Era lindo de certa forma. A cara de Dumbledore, o gênio pirado. Lily sorriu e puxou um pacote de Halls do seu bolso. Sempre é bom andar com uma coisa doce, pensou ela animadamente, puxando um. Instantaneamente James se virou para ela com cara de pidão.

- Halls? - falou ele alto para Lily ouvir, só que foi coincidentemente na hora em que os fogos pararam de explodir. Todo mundo (e quando eu digo todo mundo, é TOODO mundo) se virou para Lily, assustada, com um pacote de Halls na mão.

- Oi gente :B - Lily sorriu amarelo, tentando escapar dessa. Mas não deu certo.

Cinco segundos depois, Lily estava rodeada de estudantes pedindo Halls.

Ela gemeu. - ARGH, por onde eu começo? ¬¬




{x}





- A vida é doce, eh? - murmurou Dumbledore, observando tudo de longe com um sorriso no rosto. Suas crianças se saíram melhor do que ele esperava. Ele pousou a taça de vinho no seu pires e voltou a admirar os fogos de artificio, que formaram a palavra Halls. Dumbledore empurrou os oclinhos de meia lua para a ponte do nariz. Halls. E é esse o espírito.




{x}





Micro-Bônus;
Erros de gravação.

Cena I, John e Dorcas, tomada 1. E... AÇÃO!

- Você me chifrou - argumentou Dorcas agora verdadeiramente tirando sua mão da dele com um olhar de desprezo na sua direção. É. Desprezo Dorcas conseguia reproduzir muito bem. Mas o vocabulário dela parecia ter sido um tanto modificado pela raiva.

- UNHÉÉÉÉÉÉIIN, UNHÉÉÉÉÉÉIN.

- PUTZ, UM BEBÊ! O QUE A GENTE VAI FAZER COM UM BEBÊ? - berra a diretora do nada, colocando as mãos na cabeça.

- Não é um bebê, é a fala do John, q - diz Lily morrendo de rir.


Cena II, John e Dorcas, tomada 1. E... AÇÃO!

- Duvido. Agora, Dorcas, só deixe as chamas começarem.

Ouve-se um barulho, um estrondo e em dois segundos tudo pega fogo.

- AAAHH, NÃO FOI ISSO QUE EU QUIS DIZER! - berra John exasperado.


Cena III, James, tomada 5. E... AÇÃO!

Do outro lado do Salão, James dançava de um jeito completamente bizarro, aproveitando a música igualmente bizarra que tocava para toda Hogwarts ouvir.

De repente, James cai de bunda no chão.

- AI, PORRA.

- Que foi, quer massagem? Temos os melhores massagistas - comenta a diretora ameaçadoramente, apontando para um brutamontes que estalou os dedos dando um sorriso malicioso.

James empalidece.

- Nãããn, que é isso? :B


Cena IV, Dumbledore, tomada 3. E... AÇÃO!

- CAROS ALUNOS - berrou uma voz conhecida da direção da mesa dos professores e ouviu-se um barulho de desentupidor de pia e todo mundo se calou, meio assustados, mas era só Dumbledore. Ele deu uma piscadela pra eles e sorriu. - OLHEM PRA CIMA.

Todo mundo instantaneamente olhou.

Lá em cima, pra todo mundo ver, apareceu a imagem de Dumbledore de cueca, escovando os dentes e cantando uma musiquinha das Esquisitonas com a escova de dentes, jogando a barba pra trás como se sua vida dependesse disso.

- PUTZ, FEITIÇO ERRADO.


Cena V, Lily, tomada 2. E... AÇÃO!

[...]Sem falar que lançava uma claridade sobre eles que ninguém conseguia assimilar ninguém, mas Lily, que era fã de coisas excêntricas e conseguia enxergar algo de benigno nas ditas cujas, gostou muito.

De repente tudo parou e todo o cenário ficou preto.

- Quem apagou a luz? - perguntou a voz do Sirius.

- Jesus.

(?)

- Não entendi.

- Ferre-se, miserável ¬¬.


A vida é doce.
OH YEAH.

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