Capítulo 17








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Capítulo 17
Halls de Limão com Cristais de Morango
Ou,
Revelações&Relevações.




Narrado por; Lily Evans.





Acordei de repente na quinta-feira de manhã, o sol batendo no meu rosto e com a menor vontade de me levantar de seja lá onde eu estivesse (?). Senti um braço ao meu redor e um perfume horrivelmente conhecido no meu nariz. Era James. Essa era a segunda vez só esse ano que eu acordava e via o James sereno, dormindo como se tudo estivesse no maior paz e amor. So que dessa vez eu não precisava olhar pra ver se era mesmo ele. Eu tinha certeza; só ele pra fazer meu coração ficar daquele jeito.

- James - sussurrei. Abri os olhos finalmente e dei tapinhas a esmo no braço dele. - James, seu gatãão inútil, levanta.

- RRRRRRR (?) - fez James, como uma criança que não quer acordar. - Mais uma hora cinco minutos...

Me ergui e me apoiei pelos cotovelos. Lancei mais um olhar ao James adormecido ao meu lado e finalmente olhei em volta. Ainda estávamos na enfermaria, todos nós deitados em um colchão enorme, escondido numa parte onde os alunos que entrassem não pudessem nos ver.

Em nossa frente, Lene nos observava com um olhar divertido, como se nada fosse mais engraçado do que me ver acordar e olhar em volta confusamente. Estava escorada nos travesseiros, os pés cruzados e um livro no colo. Eu sorri para ela, e me levantei sem fazer barulho. Ela sorriu pra mim também, e pude ver que sua barriga machucada estava bem. Ela finalmente parecia que estava normal.

Me levantei, passando por cima de Emmy, que dormia com o cenho franzido, como se estivesse tendo um pesadelo e fui até Lene.

- Oi, tia - cumprimentei e ela fez uma careta. Eu ri. - Você tá melhor?

- Aham, valeu - agradeceu Lene, se afastando pro lado pra mim sentar ao seu lado na cama. - Puxa, Lily, brigada pela ajuda de vocês ontem - ela estremeceu de leve com as possíveis lembranças obscuras da noite anterior. - O Salão Comunal era mais perto do que a enfermaria...

Eu não consegui rir.

- Lene, você pode não estar querendo falar sobre isso, mas... O que aconteceu? - meu tom não foi exatamente curioso, e sim preocupado. Puxa, uma amiga minha foi atacada, cara. Eu quero saber quem foi o filho da fruta que fez isso com ela, desgraça ¬¬.

- Ah, Lil's - suspirou Lene. - Sabe aquele garoto da Sonserina, que eu achava bonitinho, o Clayde Drummings? - eu acenei com a cabeça. Eu, Dorcas e Emmy arrancamos isso dela num dos nossos jogos noturnos de verdade ou desafio. - Eu tinha na verdade uma pequena queda por ele - ela riu com desânimo -, então ele começou a falar comigo naquela hora que a gente se sentou no meio do corredor e ele me chamou pra dar uma volta. A gente meio que ficou. - Eu arregalei os olhos. Se o Sirius soubesse disso... Coitado do Drummings ;x. - É, eu sei. Só que quando a gente se separou, ele tinha enfiado uma faca na minha barriga.

- Ponte que partiu - sussurrei mortificada. - E o que houve depois? ;x

- Ele saiu correndo e rindo. Eu fui humilhada, cara. Foi horrível. Sem contar a dor - Lene estremeceu de novo. - Era como se a minha barriga fosse cair no chão (?), foi completamente louco. Eu só consegui voltar pro Salão Comunal. E aí o Sirius me ajudou - um pequeno sorriso cresceu nos lábios de Lene. - Ele parecia tão preocupado que talvez fosse pirar.

Dessa vez eu sorri.

- Lene, dá uma chance pra ele - eu falei num murmúrio. Se um dos meninos tivesse acordado e tivesse só fingindo que estava dormindo... - Ele gosta de você.

- Gosta? - perguntou ela cínica. - Ele e o Clayde Drummings. Acho que o Sirius só tira proveito das vezes que a gente se beija, a única diferença é que o ele, o Sirius, é uma pessoa ótima, quando não usa as pessoas, e o Clayde enfia facas na barriga das garotas com quem ele esfrega a língua...

- Lene - a repreendi. - Você não pode ficar falando isso.

- E você devia se ligar também, Lil's - ela falou de repente. Eu não achei que fosse pra escapar do assunto. Lene tem facilidade pra conversar sobre a maioria das coisas. - O James também gosta de você.

- Me ama - eu sussurrei cínicamente. E se fosse verdade? E se eu tivesse certa em ser cínica? E se o James não gostasse nem um pouco de mim? Quero dizer, amar não. Mas... E com esse pensamento, veio-se uma sensação de abandono. Eu fiz uma careta. - E ama também a Juliana, a Fernanda, a parede (?), fora as garotas que ele deve ter ficado quando nós não estamos com os Marotos. O Sirius sim gosta de ti.

- De mim, da Mandy, da Lê, da Lucy Sullivan, daquela albina estranha que a gente tem medo, da Dine, de todo o fã-clube SB&SB - contou ela nos dedos. E depois riu. - Vamos morrer solteironas.

Eu ri também.

- Irmandade das solteironas. - Isso soa sexy, apesar de tudo.

- Ativar - murmurou Lene, me dando uma cotovelada de brincadeira. - Vamos, a gente tem que acordar o povo, que nove horas tem Transfiguração... - ela suspirou e desceu da cama, fazendo uma careta. - ARGH, o lugar ainda dói, mas Madame Pomfrey fez um bom trabalho.

- Imagino - falei, caminhando até Emmy e cutucando ela. - Acorda, tia.

Ela piscou freneticamente, mas de um pulo, acordou e olhou em volta, esfregando o olho esquerdo.

- LENE! - berrou ela de repente, se levantando e abraçando Lene. - Cara, eu não devia ter te deixado sozinha lá. Desculpa, tia.

- Só se tu e a Lily pararem de me chamar de tia - sussurrou Marlene indignada, mas abraçando Emmy também. Não foi sua culpa, migz.

Eu sorri pra elas, e comecei a acordar todo mundo. Sirius e James foram os primeiros a acordarem, e os dois correram pra Lene ao mesmo tempo. Por fim, acordei Remmie e Dorcas, os dois igualmente correram para Lene e eu corri atrás deles. Uma grande bola de neve, isso sim que tinha virado o nosso abraço.




{x}





Fomos pra aula de Transfiguração depois termos todos tomado banho e vestido uniformes que não estivessem ensanguentados/amassados/sujos de poeira. A aula até que foi interessante, sobre animagos em geral. Eu sabia que os Marotos, menos Remmie eram animagos, mas eles nunca tinham falado muito sobre isso. Depois, teve aula de Adivinhação, que eu odeio, nem sei porque quis entrar naquilo, mas é útil pra fazer tarefa atrasada. Aí foi hora do almoço.

Nós saímos da sala de Adivinhação, que era abafada e cheirava a maconha [?] (segundo o James) e ofegantes e famintos, fomos correndo até a mesa da Grifinória para comer alguma coisa. Eu me sentei, largando a mochila nos meus pés e comecei a me servir das coisas que eu gostava e estavam ao meu alcance. Comi rapida, mas educadamente, e quando estava finalmente de barriga cheia, ouvi palmas e os alunos se calaram.

Eu, que estava sentada de costas pro lugar onde ficavam os professores, me virei. O professor Dumbledore, vulgo tio Dumbie, nos encarava como se nada o agradasse mais do que nos ver de barriga cheia e recém libertados de um lugar que tinha forte conotação maconhal (?) e sorriu amigavelmente.

- Caros alunos, é com grande prazer que reforço que estamos no final de mais um ano - ele sorriu e eu não pude evitar sorrir também. - Quero que saibam que este ano foi repleto de coisas estranhas - nesse momento, James abafou uma risadinha malvada do meu lado e Sirius idem -, mas foi um bom ano, de todo. Até agora.

Tenho certeza que não fui a única que ficou boiando; Dumbie, que ainda agora estava sorrindo e anunciando coisas obvias (?), de repente estava mortalmente sério e parecendo bem preocupado com a gente.

- Existe um bruxo das trevas que se autodenomina Lord Voldemort. - Um calafrio me percorreu a espinha e James se empertigou do meu lado, Marlene do outro. Eu nunca tinha ouvido nome mais 'TSHAN', mas mesmo assim, isso me deu um pouco de medo. - Ele está em ascenção, cometendo crimes contra trouxas e contra mestiços. Atacando lugares estranhos sem um propósito aparente que não seja causar dor...

Eu me desliguei de Dumbie assim que ouvi "crimes contra trouxas". Meus pais eram trouxas. Meus avós e tios. E a cavala da Petunia, minha irmã que lembra constantemente uma mula (em todos os sentidos) e que me odeia por eu ser uma bruxa e ela ser uma mula... Estavam todos em perigo. Inclusive eu. Eu não era nem metade sangue-puro, era nascida trouxa, e pelo que eu fiquei sabendo as pessoas malvadas daqui não são as maiores fãs de trouxas... E minha família em perigo...

De repente o braço de James estava em minha cintura, minha cabeça no seu ombro. Era uma sensação tão boa que eu quase me esqueci do Voldemort. Quase. E o James era tão quentinho...

- Não se preocupe, Lily - ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo sentir um calafrio.

Só que esse não era de medo (6)

Gentilmente, concordei com a cabeça, me sentindo ligeiramente nauseada. Então tirei o braço de James de minha volta, me sentindo inesperadamente com frio, e voltei a prestar atenção de Dumbie. Ele estava no final do seu discurso.

- Espero que saibam que a união é a melhor arma contra Voldemort. Não se separem, não deixem que a desordem chege às suas vidas. Voldemort desconhece o amor, a amizade. Lembrem-se disso.

Isso fez muito sentindo, Dumbie. Brigada, fofo. /ironiaoff.

Desviei meu olhar para a mesa da Sonserina. Mandy e Math ainda estavam lá, conversando afobadamente como se algum deles estivesse tentando explicar algo importante, por isso não me viram; John desviou o olhar, mas eu lancei um olhar de desprezo a ele e depois percebi o gesto de um grupinho da sonserina; alguns Black inimigos do Sirius que passaram o indicador pela garganta me olhando maliciosamente.




{x}





24 de dezembro;

As semanas se passaram meio rapido pra todo mundo e de repente estávamos no final de dezembro, em meio a tarefas sobre qualquer coisa imaginavel, o professor de poções repentinamente interessadísismo na minha capacidade sobrenatural de preparar uma Poção do Morto-Vivo e a professora de Transfiguração pegando no meu pé para eu ficar no cargo de monitora.

Naturalmente, Dumbledore devia fazer isso (pegar no pé dos alunos para serem monitores), mas ele estava ausente da escola por motivos do mal que eu quero não saber, e essa tarefa ficou a cargo da tia Minnie, que é vice-diretora, como todo mundo sabe.

- Mas, professora... - eu tentei argumentar pela quinta vez em que Minerva McGonagall me surpreendia saindo da sala de Transfiguração de fininho tentando evitar justamente isso. -... não tenho tempo pra isso!

- Suas notas são as mais altas - argumentou ela, me encarando com seu olhar severo e penetrante. Eu suspirei cansada. Estava no meu período inteligente. Rolava sempre quando eu queria que alguma coisa acabasse logo, então eu me tornava mais eficaz. - As suas e as da... Srta. Vance!

Minnie parecia exultante de ter pensado nisso.

- UUHH - murmurei impressionada. Emmy estava mesmo muito boa nessa matéria; já transfigurava urubus (é, urubus) em gatinhos felpudos com uma facilidade que me dava medo (que nem o professor de poções). - É! E as do Remus também...

Eu confesso; estava tentando dar um empurrãozinho nas circustâncias para Emmy e Remus.

- É, mesmo, não é? - Por um instante, McGonagall sorriu com sua dedução e me encarou de novo. - Chame a sra. Vance e o sr. Lupin assim que os encontrar e diga-os para virem na minha sala.

- OK - eu falei sorrindo. - Beleza, maravilha. Até mais, professora.

E dizendo isso, saí rapidamente antes que ela me obrigasse a dar mais algum recado. Passei pelo corredores pensando em James. Eu não podia mais ficar me esquivando daquele jeito sempre que ele demonstrava algum afeto pela minha pessoa e também não podia ficar surtando por saber que sinto alguma coisa por ele. Quero dizer, é obvio que eu realmente gosto dele, apesar de ficar negando o tempo todo pra Marlene.

Suspirei, esperando por um milagre.

De repente, senti uma mão de dedos longos se fechar no meu braço e me senti sendo puxada para uma sala vazia e escura. Eu não consegui gritar, porque a outra mão do individuo tinha tapado a minha boca delicadamente. Fui encostada na parede e depois de um segundo senti alguém muito perto de mim.

- James! - exclamei surpresa. - Por que me puxou para cá?

Talvez eu estivesse me fazendo de inocente, MUA HA HA.

- Preciso falar com você - ele falou muito sério. Eu não consegui enxergar seu rosto na escuridão. Só consegui sentir seu... Cheiro. E reconheci sua voz. Isso já estava ficando estranho... - Lily, por que diabos tem fugido de mim?

ARGH :@

Era verdade, eu vinha fugindo de James um pouco. Mas era por estar confusa. Queria ficar perto dele (perto até demais) mas eu precisava ficar longe para clarear os pensamentos que ficavam estupidamente embaralhados quando eu tava perto dele. Então... Só me restava fugir de perto dele, por mais doido que isso soe, ou pareça se você imaginar.

- Por que preciso pensar sem você por perto - eu falei. De repente estanquei. Não esbocei reação fisica para não alarmar o James, dando a entender que essa frase tinha segundas intenções. E tinha! Eu estava rezando para não ter dito coisa demais.

- Hm - grunhiu James. - Deixa eu acender a varinha, rapidão. - Ele meteu a mão nas vestes e acendeu a varinha murmurando o encantamento. - Pois é.

Ele sorriu, segurando a varinha entre nós dois. Ele não estava tão perto, mas estava perto o suficiente. E de repente o clima da sala mudou, ficando repentinamente intenso. James parou de sorrir, mas ele não conseguia desviar o olhar do meu rosto, assim como eu não conseguia desviar o olhar do rosto dele. Os olhos do James são tão lindos. Castanho-esverdeados.

Ele chegou mais perto. Eu não conseguia mover um músculo, então considerei isso uma proeza da parte dele. Mais perto. Mais perto. E estávamos tão perto que faltava muito pouco para nossos lábios se tocarem. James colocou uma mão na minha cintura, me abraçando e me trazendo mais pra perto dele. Sua outra mão foi parar no meu rosto, fazendo um carinho.

A essa altura, meu coração estava batendo tão forte que eu estava com medo de ter um ataque cardíaco aqui na frente do James.

- Gosto de você, Lily.

E meu lado que possivelmente não estava afim de morrer, me alertou (?)

LILY, SUA IDIOTA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? QUER SER MAIS UMA DELAS? OLHA AS GAROTAS QUE JAMES BEIJOU! NEM DEVE LEMBRAR MAIS O NOME DELAS!, berrou uma voz que parecia horrivelmente com a minha, só que era distorcida como se eu tivesse pegado uma gripe forte.

Mas que droga, é só um beijo, reclamei na minha voz normal. Não vai acontecer nada, nós não vamos para a cama.

É o que você pensa, caçoou meu lado 'são'.

ARGH, vá à merda!, eu resmunguei mentalmente e voltei ao presente.

James estava ainda mais perto, se é que é possivel. Minhas mãos tinham ido parar na sua nuca e ele sorria. Eu trinquei os dentes e alguma coisa quebrou na minha boca. Era o Halls que eu comia. Tinha me esquecido dele. Detesto quando o Halls quebra, uma vez cortei minha boca com isso...

- James - eu murmurei, indo de encontro a James. - Eu não vou casar com você.

- Não estou pedindo isso.

- Que bom.

Eu não demorei muito pra assimilar que ele tinha me beijado. Acho que eu queria tanto, mas tanto, que estava bizarramente esperando que ele fizesse isso, que me beijasse desse jeito. Era tão bom; era como se ele tivesse o maior cuidado, cara, meio que como se eu fosse escapar e ao mesmo tempo possessivamente e carinhosamente; perfeito. Minhas mãos se ergueram e foram parar na nuca dele, a arranhando, enquanto ele lançava os braços ao redor da minha cintura e me abraçava intensamente. Uma das mãos dele foi no meu rosto, acariciando minha bochecha. Desci minhas mãos por seus braços e indo parar na sua cintura; já as dele estavam indo mais pra baixo... E então eu me separei dele, absorvendo muito oxigenio de uma vez só, mas isso não me impediu de dar vários e inumeros selinhos nos labios macios dele, a unica realidade no mundo.

Ele me abraçou forte, e eu também. Nós dois sorrindo como se fôssemos duas crianças que tinham acabado de ganhar o triplo dos presentes pedidos ao Papai Noel. Eu não sabia se ele estava tão entorpecido quanto eu estava, não fazia idéia; a minha unica pista era o brilho nos olhos castanho-esverdeados do James, que não cansei de examinar, olhando, olhando e olhando. Os olhos de James eram tão lindos... Ele sorriu exultante pra mim. Talvez a promessa de não me casar com ele tenha funcionado. Lily, prepare-se pra ele nunca mais te olhar direito.

- Não me olhe assim. Você não ouviu o que eu falei? Gosto de você - ele murmurou, fazendo um carinho no meu rosto.

- Talvez eu também goste de você - eu falei no mesmo tom de voz, abraçada a ele como se minha vida dependesse disso.

E deixando James meio perplexo, eu com esforço parei de abraçá-lo, dei um selinho carinhoso em seus labios entreabertos e saí da sala de aula depois de puxar minha mochila.



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Narrado por; Marlene McKinnon.





24 de dezembro, mais tarde;

Natal. A época mais fofa do ano, se você não contar com o dia dos namorados. As criancinhas escrevendo cartas para um ser chamado Papai Noel, os adultos sorrindo amarelo tentando não deixar os fedelhos descobrirem que Papai Noel não existe porra nenhuma. AARRRGH :D O NATAAL.

- EU ODEIO O NATAL - berrou Dorcas de repente, muito chateada. Ela cruzou os braços e fez biquinho. Eu e Emmy rimos da cara dela, Lily só revirou os olhos e continuou desembrulhando seu Halls.

Estávamos as quatro sentadas no Salão Comunal da Grifinória, Emmy e eu no sofá, cada uma com um cachecol e uma garrafa de cerveja amanteigada, Lily numa poltrona, meio que deitada, com as pernas para fora do braço direito da poltrona e os cotovelos apoiados no braço esquerdo, com um pacote de Halls e a tarefa de Feitiços no colo. Dorcas estava deitada no tapete magicamente alterado para ficar confortável, com os braços cruzados, resmungando.

- Por que, Dorquitsha? - perguntou Lily distraidamente. - Quer um Halls pra melhorar? ;) É de cereja.

- Quero, obrigada. - Dorcas estendeu as mãos e aparou um Halls lançado pela Lily.

- Ei - protestou Emmy, colocando a garrafa de cerveja amanteigada na mesinha de centro onde as pernas da Dor descansavam sem derrubar nada. Uma proeza. - Também quero!

- Idem - falei desanimadamente. O Sirius não saia da minha cabeça.

- Presente da Lily Noel - anunciou a coisa ruiva, jogando dois Halls. Eu e Emmy apanhamos e resmungamos um obrigada, prestando mais atenção no Halls. - Mas porque tamanho odio em relação ao natal, Dorquitsha?

- AH, simplesmente há umas semanas eu fui chifrada, e eu quero culpar o Natal.

Eu não pude evitar; caí na gargalhada; mas me calei a um olhar de profundo desprezo de Dorcas.

- Foi mal :B

- Não, foi péssimo.

- Eu sei.

E eu ri de novo.

- Mas com Halls todo mundo melhora - disse Lily com uma piscadela.

- E você nem oferece para os amigos, não é, Evans? - eu ouvi uma voz conhecida lá de cima dos dormitórios. Era o Remmie. Ele deceu e com um sorriso se jogou do lado da Emmy. - Oi, Emmy, oi, Lene, oi, Dorcas, oi, Lily.

- Oi, Remmie - dissemos em unissono, ainda prestando atenção no Halls. Lily sorriu e jogou um pro Remmie.

- Emmy - chamou o dito cujo -, hoje tem ronda no sétimo, sexto, quinto e quarto andaesr.

Como Lily tinha recusado terminantemente o cargo na monitoria, o Remus e a Emmeline que ficaram sendo monitores. Emmy gosta disso que eu sei, apesar de ela não admitir.

- OK - resmungou Emmy com a voz pastosa por causa do Halls. - Mas é a última do mês, né?

- Claro, claro - concordou Remus pacientemente, amassando o papel de Halls e puxando a varinha. Com um murmurio e um aceno, o papelzinho tinha sumido.

- Ainda bem - disse Emmeline suspirando. - Eu quero que o ano acabe logo. Não sei porque tanta demora.

- Não fique tão animada; o ano só acaba de vez em março - eu falei, cortando o barato da Emmy.

- Março - gemeu ela, escondendo o rosto nas mãos.

- O que você tem contra março? - perguntou a voz de James das escadas. Ele sorriu, como se cumprimentasse todos com o sorriso. Sirius vinha atrás dele. Os dois se sentaram no tapede ao lado da Dorcas, porque os sofares e poltronas estavam ocupados.

- Nada. Eu amo março - disse Emmy solenemente. - É quando acabam as aulas.

Eu ri um pouco, pegando minha cerveja amanteigada, tentando não encarar fixamente o Sirius.

- É também meu aniversário - James sorriu galante. - Podem ir se coçando pra comprar um presente bonito pro papai aqui.

- Veado - resmungou Sirius rindo.

- Cadela - retrucou James, que também sorria.

- Não comecem - eu reclamei, levando as mãos à minha cabeça, que latejava de repente. - ARGH, preciso de uma poção pra dor de cabeça. Urgente.

Depois de anunciar isso abertamente, eu me levantei com cuidado para não pisar no Sirius, no James ou na Dorcas e me dirigi ao buraco do retrato. Sirius me seguiu sem dizer nada. Caminhou do meu lado em silêncio até chegarmos na Ala Hospitalar.

- Sirius - cumprimentei de forma cordial. Tenho pratica nisso. Minha familia é puro-sangue, e a gente tem que aprender a fingir que não tá morrendo por dentro desde cedo /FATO.

- Marlene - ele retribuiu, mas diferente de mim, no meu esforço para ser cordial, ele foi malicioso. - Outra coisa, eu preciso saber cadê Berta Jorkins...

- Você, caro Sirius, está precisando de uma Poção anti-Confundus, isso sim :D - eu falei cordialmente, parecendo o tio Dumbie, só que mais... Bonita?

Sirius revirou os olhos.

- Fala sério, Sirius - eu falei, já mais descontraída. - Até parece que você não sabe que Berta Jorkins é aquela líder da máfia da fofoca...

Eu tinha descoberto isso fuçando o caderno escrito Berta Jorkins que o Sirius achou. Só que por ironia do detino, eu que deixei ele no lugar onde o Sirius tinha achado, lá na Sala Comunal. Não contei pra ninguém, porque a Jorkins sabia que eu tava com o caderno e ameaçou botar pra quebrar falando pra todo o mundo que a Lily é nascida trouxa, e o Voldemort, aquele imbecil que tá subindo ao poder, odeia esse tipo de gente. E então eu não tive escolha a não ser esconder o caderno, só que eu escondi num lugar onde eu sabia que mais cedo ou mais tarde alguem ia achar o caderno. Eu contava que fosse alguém sangue-puro (nada contra os nascidos trouxas, para deixar claro, o lance é que alguem sangue puro não correria o risco de ser ameaçado), mas eu não contava que fosse ser...

O Sirius.

Só que ele não pode saber disso, o Sirius pode ser facilmente persuadido a contar a verdade; é só você saber beijar bem e usar uma roupa decotada e tá no papo, UHAUHAUHAUHAUAHAUHAUHAUAHAUHAUAHA ;') E... não, eu não posso simplesmente pedir pra Lily não abrir o bico, mas de qualquer jeito a Jorkins ia saber... Ela e os clones dela. Falando sério. São clones. Todas a mesma pessoa. Não me pergunte como ela fez isso, eu não faço ideia. Pelo que eu soube, Jorkins é meio tapada;

- Marlene? - chamou Sirius de repente estalando os dedos na minha frente.

- Hum? - perguntei desnorteada. Percebi que estava dentro da Ala Hospitalar, porque a Pomfrey me olhava com um olhar (?) assassino.

- OK, McKinnon, é com ter um bom motivo pra me acordar às onze e quarenta da noite - esbravejou a tiazona impaciente.

- AH, sim - exclamei com um sorriso. - Dor de cabeça. - E apontei pra minha... Cabeça.

Pomfrey revirou os olhos e acenou com a varinha. Uma poção num frasco veio voando ate mim e ela me fez beber tudo, bocejando. Eu aceitei o conselho da tia prontamente e virei o troço na minha garganta. Um minuto depois eu estava fora dali, com Sirius avido ao meu lado, muito mais perto do que a cortesia exige.

- Dangèr - eu murmurei em francês, parando de repente e colocando um dedo no peito de Sirius, me lembrando de repente das nossas desavenças. Bufei. Ele não facilita mesmo.

- Marlene - repetiu Sirius pela terceira vez só em vinte minutos. Eu revirei os olhos, mas ele entendeu isso com um sinal para prosseguir aparentemente, porque pegou meus pulsos e ergueu meus braços acima da minha cabeça. Senti uma parede atrás de mim e me assustei profundamente com a capacidade do Sirius de me imobilizar.

- Sirius - eu sorri maliciosa, tentando pagar na mesma moeda, me esquecendo que ninguem é mais sedutor do que a criatura parada na minha frente.

- Por que diabos a gente não se entende? - ele bufou tambem exasperado. Meus braços, presos acima de minha cabeça pareciam estar esquentando com seu... Toque? Mas que merda. É pior do que eu pensei...

- Porque, meu querido e idiota Sirius, você simplesmente me beija do nada e eu sou forçada a corresponder - concluí dramaticamente com uma pontada de pânico na voz.

Foi a vez dele de implantar malícia num sorriso.

- Minha querida e bobona Marlene, se você não quisesse me beijar não beijaria - ele falou num tom mais conclusivo do que o meu, chegando mais perto. Ele liberou meus braços para me abraçar pela cintura, me trazendo mais pra perto. Minhas mãos, CONTRA A MINHA VONTADE, estavam nos seus cabelos.

E a gente estava no maior clima de novo. E eu sabia que isso nunca ia ter um final. Ia se sempre assim, a gente se beijando como se nos amássemos pelos corredores, sendo talvez surpreendidos pelo Filch ou por um professor...

Eu não queria abrir mão disso.

- Se não gostasse não ficaria desse jeito - ele falou sedutor, aproximando seus lábios dos meus e os capturando rapidamente, num selinho mal dado. - Se não quisesse não me abraçaria - ele falou num sussurro e eu sabia que era verdade.

A bobona da Marlene continua sem querer abrir mão daquilo.

- E essas são as coisas que eu nunca direi. - Ri com escárnio. Sirius sorriu antes de me beijar.

Dessa vez foi diferente; pra lá de diferente. Eu não senti as mãos de Sirius me apalparem um pouquinho como na primeira vez que a gente se beijou, e sim ficarem no meu rosto e fazerem um carinho lá. Eu senti um frio FDP na minha barriga e um três vezes maior quando nos beijamos com vontade, avidamente, quase com desespero pra sentir os lábios um do outro, a mão de Sirius que não fazia carinho no meu rosto nas minhas costas, no meu cabelo; nossos corpos pressionados um contra o outro, tanto que pareciam se encaixar que nem nas outras vezes que estivemos juntos.

E de repente acabou. Mas não fui eu e muito menos o Sirius que paramos de nos beijar, na verdade, eu mal tinha começado (6) , e foi uma badalada alta no pé do meu ouvido. Eu me desvencilhei delicadamente de Sirius, segurando suas mãos longe do meu corpo pra pensar com clareza.

MAS É CLAARO! :D

ELEMENTAR, MINHA CARA MARLENE, É NATAAL!

BLÉM.

- Natal! - arregalei os olhos para Sirius, que me observava de um jeito muito estranho.

BLÉM.

- PUTZ, isso tá no pé do meu ouvido - reclamou Sirius, me puxando para mais perto como se comigo ao seu lado as badaladas fossem desaparecer.

BLÉM.

Eu lhe dei um selinho e antes que ele pudesse fazer alguma coisa, escapei por debaixo do seu braço, rindo que nem uma maníaca.

BLÉM.

- MWA HA HA HA HA - eu ri maquiavelicamente, passando derrapando por uns corredores entupidos de visgo.

BLÉM.

E cada vez mais perto da sala comunal.

BLÉM.

Eles devem ter cerveja lá, Q.

BLÉM.

E completadas as grandes sete badaladas, o Sirius me perseguiu deslizando e me empurrando delicadamente pra um corredor bem vazio, desprovido daqueles visgos do mal.

- Sirius, o visgo fica ali - eu falei distraidamente, apontando por cima da cabeça dele.

- Eu não preciso de visgos pra te beijar. Elementar, minha cara Marlene [2].

O resto é segredo ;)




{x}





Meia hora depois eu e Sirius surgimos misteriosamente na sala comunal, como se apenas tivéssemos ido até a ala hospitalar e não tivesse rolado nenhuma pegação (?). Eu sorri para Lily e Dorcas (Emmy provavelmente estava fazendo ronda pelos corredores com Remus, não sei porque, eu não vi ninguem), que ainda estava deitada no chão. Pode ser interpretado como um gesto normal para a maioria das pessoas, mas era no nosso codigo. Eu piscava e sorria, o que significava que tinha fofoca no pedaço (H), por mais idiota que isso soe.

- Minhas caras amigas - eu exclamei, muito feliz, não me pergunte porque; parecia que eu tinha cheirado aquela amortentia, que faz a gente se sentir ridiculamente alegre. - A que devo tamanho prazer de ver vocês aqui! ;DD

Elas me encararam como se eu tivesse vários algum parafusos a menos na cabeça.

Percebi meio tarde que todos os Marotos estavam ali sentados junto com a gente, até o Pete, que tinha sumido de circulação da fic faz um tempão. Eu sorri cordialmente para ele, que sorriu de volta, me observando como se eu fosse um experimento e ele fosse um cientista (???).

- Hey, gente - cumprimentei os desanimados à minha volta. - Feliz Natal :D

- Valeu - a resposta foi tãotãotão desanimada que meio que ecoou pelo salão comunal vazio exceto pela gente. Quero dizer, que porra deu em todo mundo que ninguem estava festejando e gritando "CADÊ PAPAI NOEEEL?*-*", ninguem estava comendo nada, abrindo presentes...

- ARGH - eu resmunguei -, que desânimo ¬¬.

- HOHO³ - riu-se Dorcas, pela primeira vez animadinha. - Tá todo mundo desanimado, querida Marlene, porque a festa está acontecendo lá fora...

- E o que vocês estão fazendo aqui, seus bando de burucututu? - eu reclamei indignada, encarando os rostos de cada criatura.

- Buru- o quê? - perguntou James assustado, mas rindo da minha cara de tacho.

- Burucututu - expliquei animada. Mas eu estava mais interessada na tal festa que estava acontecendo lá em baixo - Por que estamos aqui se tem uma festa la em baixo? - perguntei curiosa. Será que eu perdi alguma coisa? :D

- Por que sim, ora bolas - respondeu James ainda sorrindo cordialmente. Nota mental; perguntar pro James se ele tambem sofreu daquela idiotice de fingir que não ta morrendo por dentro, já que ele tambem é puro sangue.

- Eu não estou nem aí - eu falei batendo o pé no chão. - Eu vou pro baile. Quem quer vir comigo? ;)

- Bora lá - disse James se espreguiçando. Então e o agarrei pelo braço e nós fomos em direção a porta em menos de dez segundos; ele me encarou com medo.

Antes de sairmos, eu pude jurar que ouvi a voz da Dorcas, se dirigindo ao Sirius e a Lily: "vocês vão ficar parados ou vão atrás dos seus pares?"

E com uma risada que James não deve ter entendido, eu me mandei.
O Sirius vai ter que ralar, meu bem.




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Narrado por; Emmeline Vance.





Eu subi direto até o sétimo andar. O plano era o seguinte; iamos patrulhando e descendo de andares, quando desse duas da madruga, a gente devia ter se certificado de que tudo estava limpo e depois, baile de natal, haha. Eu fiquei com o sétimo e sexto, e Remus parou no quinto, pra ir descendo. Terminei a ronda em meia hora. Não tinha sentido ficar patrulhando a porquera dos corredores já que toda Hoggie estava lá na festa. Então, desci até o quarto andar, onde Remus estava parado encarando um ponto fixo sem mesmo enxergá-lo.

- E aí, Remmie! - eu cumprimentei alegremente, indo até ele como a criança feliz que eu sou.

- Emmy, não me chama assim ¬¬ - reclamou Remmie, revirando os olhos.

- Prefere Reminhozinho?

- Não Oo

- Então cale a boca e aceite o apelido que eu te dei (H);

Remus bufou e eu ri da cara dele. Ele me encarou e eu corei. Sério. Eu, Emmeline Vance, corei. Eu, Emmeline Vance, a loira mais gata ever, corei. Mas fazer o quê? Rolou a mesma coisa com o Sirius alguns capítulos meses atrás, o Pete me contou. O Sirius parecia à beira de um ataque, não aceitou bem que nem eu (H).

- Emmy! - exclamou Remus, bastante surpreso, se virando instintivamente pra mim. Me perguntei se ele tinha esquecido daquela vez que ele me separou do Diggory. Se esqueceu, eu que não vou lembrar, Q - Você corou. :O

Eu o encarei como se ele fosse completamente pirado.

- Dã - murmurei rindo. - Caso não pareça, Remus, eu sou humana.

E de repente ele fechou a cara.

Eu me lembrei que ele não era humano.

- Ops - murmurei, indo até ele e o abraçando pelos ombros. - Não liga, Remus, você só tem um... Probleminha peludo, oras.

Ele não sorriu.

- Vamos, Remus - eu murmurei, pousando meu dedos congelados (sim, eu tô com frio) na sua bochecha, forçando-o a me encarar. Funcionou. O lobo mal se arrepiou todinho (6). - Não seja tão complexado.

- Você fala isso porque não sabe como é - ele murmurou de volta, me abraçando também, pela cintura. Eu me senti mais quentinha ao me aninhar com ele, pousando meu rosto na curva de seu pescoço e o abraçando com força. Isso pareceu animá-lo a me confidenciar coisas (?). - Você não sabe como é se transformar naquela coisa horrenda...

- Você parece feliz com os outros Marotos - argumentei, começando a me balançar junto com Remus como se estivéssemos dançando.

- E sou. Só que é tão horrível...

Ele não continuou, o que eu interpretei como carta branca pra abraçá-lo carinhosamente, como apoio emocional, ou sei lá o quê. De repente, o lobo mal/Remmie/Reminhozinho/Moony/Remus parecia tão... Frágil. Mas não frágil que nem uma boneca de porcelana, só... Frágil. Eu sabia que ele nunca tinha falado muito disso pra ninguem, e que ele tentava fazer o que ele podia pra não parecer tão complexado, mas eu sabia que ele era e muito, QQ-

- Eu sempre vou estar aqui, Remus - eu falei convicta. Sabia que ele sorriu dessa vez, então sorri também. - Vou estar aqui pra ver se eu faço entrar nessa sua cabeça oca que você não é um monstro e sim o garoto mais legal ever, ever e ever.

Então Remus pousou o indicador no meu queixo e ergueu meu rosto para me ver. Eu sorri. Remus não era tão mais alto que eu quanto parecia, ele só era levemente mais alto a ponto da parte cartilaginosa do meu nariz (?) bater no seu queixo. Então, totalmente, surpreendentemente, incondicionalmente, fofamente, lindamente, lobalmente, não-sei-o-que-mais-mente, Remus me beijou.

Acho que eu demorei uns dois segundos para retribuir tão avidamente que ele foi forçado a corresponder, mesmo se a sua intenção fosse só me dar um selinho ou coisa parecida. Demorei mais dois segundos pra perceber que eu queria isso muito³ fazia muito³ tempo, que tudo o que eu aleguei sentir era só um obstaculo, que nenhuma sensação era melhor do que a dos lábios de Remus se movendo num perfeito movimento junto com os meus.

Alguma coisa sacudiu geral lá em baixo no baile de natal. Tipo uma explosão pra confirmar que Remus e eu deveriamos ter feito isso há eras, gerações, milênios. Eu continuei beijando Remus, que começou a me mover, só pra enterrar os dedos no meu cabelo e o acompanhar até os ombros, enrolando-o nos dedos. Já minhas mãos ainda estavam no seu rosto, meu coração acelerando cada vez mais quando Remus me abraçava mais apertado contra seu corpo.

E eu precisava de um pouco de maldito oxigênio. Mas a minha prioridade não era nem de longe respirar, era beijar o Remus porque eu sabia de algum modo que a gente nunca mais se beijaria desse jeito, que pra mim era tão novo, tão novo que eu precisava dele e PUTZ. O beijo se acalmou e eu dei um pequeno selinho em Remus, timidamente então me separei dele porque eu precisava MUITO respirar.

As mãos dele me empurraram para frente, me prendendo na armadilha que eram seus braços e eu respirei mais calmamente, eu pelo menos tentei, cara, porque ficar calma na presença do Remus agora era uma tentativa perdida, HAHA.

- Emmeline Vance - sussurrou ele ofegante; eu sorri discretamente, não pude evitar -, nunca mais faça isso.

O sorriso escorregou do meu rosto. O que diabos ele queria dizer com isso?

- Está tentando me deixar maluco? - Só pela sua voz eu percebi o sorriso dele. Parecia feliz. Eu sorri de novo.

- Oh, não; você descobriu meu plano maligno - eu falei, rindo, ainda abraçada a ele.

- Vamos juntos ao baile? - perguntou ele com um tom de incerteza misturado com fascinação na voz (virei especialista em vozes, obg).

- Claro, o que pode dar errado? :D




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Quem pensou que alguma coisa ia dar errado, se enganou, saca? Eu falei aquilo porque eu tava desnorteada (literalmente) e eu precisava dizer alguma coisa, né? Então; nós descemos, fomos pro baile e eu me despedi brevemente de Remus pra me encontrar com as meninas. Lily, Lene e Dorcas estavam as três sentadas numa mesa lá na PQP, me obrigando a atravessar uma pista de dança tão cheia que eu me perguntei se não dava pra aumentar o troço um pouco. Quando cheguei lá, elas sorriram vagamente.

- Ficamos - eu anunciei baixinho só pra elas ouvirem.

- Idem - responderam Marlene e Lily em uníssono, as duas sorridentes.

Eu sorri para elas radiante, mas não podia deixar de me preocupar com a Dorcas. Estávamos numa mesa redonda; eu sentei ao lado de Lily, de costas pra pista, que estava ao lado de Marlene, que estava ao lado de Dorcas, as duas sortudas de frente para a pista.

- Dor - eu sussurrei com um sorriso pra minha amiga. Ela retribuiu com uma piscadela, mas parecia desanimada. - Dorcas Meadowes, nada de ficar aí sentada com a dama que você não é - ela revirou os olhos, mas eu prossegui sem me deixar abalar -, e vai procurar um homem, ou teu homem.

- Sonserinos não prestam - ela disse num fio de voz, colocando a maior raiva possível. Dorcas não ficou remoendo a chifrada que ela levou esse tempo todinho caso seja isso que estejam pensando. Ela saiu com uma pá de caras (nenhum sonserino q) e é bem feliz, mas as vezes ela começa a repetir isso. "Sonserinos não prestam".

"Só pensam neles mesmos", ela prosseguiu com raiva, olhando algo por cima do meu ombro.

Eu olhei discretamente também. John estava atracado a uma vagaba qualquer, mas eu não pude evitar observar a expressão dele. Alguma coisa nela estava meio errada. Ele não estava feliz e olhava para cá às vezes. Mas Sonserinos são astuciosos; ele deve estar tramando alguma coisa.

- Onde estão os Marotos? - Incapaz de arrumar uma desculpa para o comportamento bizarro de John Becker, eu mudei de assunto, querendo saber onde estavam os supostos pares de Lily, Lene e o meu suposto par.

- Sumiram há alguns minutos alegando que iam armar alguma coisa. - Dorcas deu de ombros e eu ri. Não fazia idéia do que eles estavam armando, mas devia ser uma grande arapuca pra eles disperdiçarem as gatas que somos desse jeito.

Passamos agradáveis dez minutos conversando entre nós, recusando os convites para dançar com um não educado e um sorriso, até que alguma agitação vindo da mesa dos professores onde os mais sérios (tipo a McGonagall, que batia um amigável papo com o tio Dumbie) estavam vigiando os adolescentes, tentando evitar que a gente vá pra pista/mesa se é que me entendem.

Pois é, agitação. Dumbledore de repente sumiu. É, cara, sumiu. Sem mais nem menos. De acordo com o que eu sei (uma vez caí na besteira de perguntar se a gente não podia chegar desaparatando em Hoggie e a Minnie me deu um carão dizendo que não dava pra desaparatar aqui e blablabla), não dava pra desaparatar aqui. De repente um infeliz berrou apontando pra mesa dos professores:

- OLHEEEM! :O

E como não somos bobos nem nada, olhamos Q. As luzes de repente escureceram e Dumbie surgiu do nada, vestido de um jeito MUITO bizarro, meu. Óculos escuros, um daqueles fones de ouvidos que os DJs trouxas usam, umas vestes azuis que se assemelham às roupas daquele cantor, Chris Brown, o trouxa que canta "WITH YOU, WITH YOU, WITH YOU, WITH YOU, OOH YEEAH".

- E AÍ, GALERA, BELEZA? VAI ROLAR UM SOOOM? (H)

Todo mundo olhava Dumbledore assim; :OOOOOOOOOOO³

Eu comecei a rir. E todo mundo (menos a tia Minnie, que parecia desaprovar essa porra de "eaígalerabeleza") riu muuuito. Dumbie deve ter interpretado isso como uma deixa e começou a fazer aqueles barulhinhos com o CD,quando você mexe ele pra cima e pra baixo.

- Três, dois, um, MUSICA LENTA, galera - anunciou o DJ-D com um movimento esquisito das mãos.

James, Sirius, Remus e Peter surgiram do nada, saindo da capa de invisibilidade do James. Os quatro rindo muito, cada um parabenizando o outro. James foi o primeiro a se recuperar do acesso de genialidade. Começou a se curvar para a Lily, mas pressentindo que algo estava fora do lugar, se sentou ao meu lado, pedindo pra gente abrir espaço pros outros Marotos.

- Genial - parabenizou Lily sorrindo. - Então isso foi culpa de vocês?

- Elementar, minha cara Lily - disse James com uma piscadela. - Nós somos os Marotos.

Depois de acomodados, ouvimos um pigarro atrás de nós e Becker estava ali, encarando Dorcas fixamente, com tanta intensidade que eu fui obrigada a desviar o olhar.

- Podemos conversar?

Se eu fosse a Dorcas, eu não disperdiçaria essa oportunidade, porque é dificil passar por cima do proprio orgulho pra fazer isso. ACEITA, ACEITA, ACEI-

- Claro, claro.

E os dois saíram, tentando caminhar lado a lado, embora Dorcas repudiasse isso evidentemente.

- Tomara que isso dê certo - murmurei.

- Quer dançar, Emmy? - chamou Remus com um grande sorriso. Agora que eu lancei macumba pra Dorcas, eu posso ir em paz (?).

- Claro.

Dez segundo depois estávamos abraçados, nos movendo no ritmo lendo da musica que era as vezes interrompida pra Dumbledore fazer aqueles barulinhos com o CD. Eu sorri; vi Peter tirar uma garota pra dançar, vi Sirius e Lene dançarem como se estivessem zoando com o resto do mundo e vi James e Lily, sem perder tempo, se beijando calmamente num canto, apreciando o momento como se fosse unico.

- Eu sabia que eles iam acabar juntos - murmurou Remus. Eu sabia do que ele falava; tinha acabado de ver Dorcas ser abraçada por John numa parte mais escura da festa, os dois com sorriso de paz nos lábios.

- Eu também - murmurei de volta com um sorriso.

Remus me olhou nos olhos. Sua expressão era indecifrável. Então ele piscou e me beijou mais uma vez.




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N/A: HEY! Último capítulo, fortes emoções, hein? Peguei vocês de surpresa? Não se enganem, foi muito dificil escrever essa joça, cada cena de beijo foi alterada pelo menos três vezes até ficar desse jeito e a que eu mais gostei foi todas, valeu. Tentem entender o ponto de vista dos personagens; eles preferiram jogar tudo pro alto e ficar uma vez na vida com quem eles gostavam, ok? Não intepretem mal a historia.

Quanto a fic, ainda terá o epílogo, onde eu vou mostra a cena do beijo do John e da Dorcas, que foi o primeiro casal a dar relativamente certo aqui na fic, por isso que eu adoro eles, então não fiquem tristes, o que é improvavel, eu sei,UHAUAHUAHAUHUHAUAHAUHA.

Não posso negar minha felicidade. Acho que eu esclareci tudo, menos alguns pontos, tipo o mapa do maroto. Epílogo. Não tenho coragem pra acrescentar mais um capítulo, não. Escrever Halls exigiu mt de mim, UAHUAHAUHA. É serio, ok? Putz, sempre enrolando, sempre enrolando. Mas depois de tudo, aqui estamos nós.

Queria agradecer a todo mundo que ainda tem algum carinho pela fic, ok? Sem citação de nomes, como sempre. Outras informações. Vai ter uma surpresinha no epílogo pra tudo ficar mais interessantezinho, meio que uma despedida. Como eu tinha falado num dos meus avisos doidos, existia um projeto de continuação dessa fic, mas acho melhor não postar, porque como eu falei, Halls é ao mesmo tempo o meu diamante e a pedra no meu sapato.

Então, até mais.

Cuidado com o bicho-papão,
Julie Padfoot.

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