Fortaleza destruída



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Capa por: V. Black

~> FORTALEZA DESTRUÍDA

Gina suspirou ao seguir lentamente a fila de pessoas que saíam do avião. Ela se sentia cansada por não ter dormido durante a noite, terminando o desenho de um dos seus vestidos. Conseguira dormir um pouco no avião, mas não muito. O céu escuro de Nova York estava adquirindo um tom mais azulado do alvorecer, e Gina acertou seu relógio de pulso para a hora local. O vôo pousara quinze minutos mais tarde, e a pontualidade de Draco era indiscutível. Ele provavelmente estava andando de um lado para o outro e consultando o relógio de cinco em cinco segundos. Quando chegou à plataforma de cimento ela foi desviando das pessoas que desciam do avião. Gina simplesmente amava voar, especialmente quando era de primeira classe. Chegou praticamente correndo ao saguão, e parou pra procurar Draco. O viu perto da esteira das malas e deu um grito. Draco olhou para ela e, sorrindo, girou os olhos. Gina correu até ele e abraçou-o, rindo e chorando ao mesmo tempo.

-Relaxe, Ginevra! – exclamou ele.

-É Gina, idiota. – disse ela. – Ah, Draco! Eu estava com saudades!

-Eu também... – respondeu ele, enxugando-lhe as lágrimas. – E então, como vai a vida? Aliás, parabéns pelo trabalho!

-Valeu! – ela olhou para o relógio. – Tenho ainda algumas horas com você antes de ir à Alighieri. O jogo é às...

-Seis. Vamos nós dois... E o Leo. O seu irmão nos arrumou entradas.

-Ai meu Merlin! – disse Gina. – O Rony! – ela apontou para a esteira. – Aí, são essas.

-As malas? – perguntou Draco. – E o que o Rony tem a ver com isso?

-Ah, ele vai nos matar... – ela conferiu as etiquetas. – Todas aqui.

-Dá pra pensar em uma coisa de cada vez? – exclamou Draco, carregando as duas malas de alça, enquanto Gina arrastava uma de carrinho e a bolsa em direção ao estacionamento.

-Ok... Ah, é seu? – perguntou ela, indo para um carro preto não muito grande. Draco negou.

-É do senhor Scherpes. Mas vem cá, eu estava falando do Rony.

-Draco, o que você faria se descobrisse que sua irmã caçula viajou com um cara sem avisar a ninguém? Que os dois vão ficar no mesmo hotel...

-Eu não tenho irmã caçula, Gina. – disse ele, pondo as malas no carro e entrando. Gina bateu a porta no banco do carona.

-É uma hipótese, cabeção. – ela riu.

-Por falar em hotel... – Draco inspirou fundo e disse de uma vez, sem pausa: - Nósvamosterqueficarnomesmoquarto.

-O que? Não entendi!

-Ontem eu fui conferir as reservas da Alighieri. Mas o gerente do Ritz disse que a Alighieri só reservou um quarto. Então eu tentei reservar outro, mas... Estava lotado por causa do jogo de beisebol e do jogo de quadribol. O máximo que eu consegui foi uma cama de armar para mim. – os dois saíram do estacionamento em direção a uma rua não muito movimentada, devido à hora.

-Ah, tudo bem. Eu não ligo.

-Mas então fala... O que você fez com seu cabelo?

-Cortei!!! – exclamou ela sorrindo, passando a mão nas pontas que batiam em seu ombro. – Ficou legal?

-Ficou sim... Mas preferia-os compridos.

-É, eu também preferia... Mas eles davam muito trabalho.

-Imagino. – ele sorriu. - Como vão todos?

-Sophie e Fred estão exultantes com o casamento, é claro. Mas até a mamãe duvidou quando recebeu o convite.

-Ok, mas... E a Hermione?

-Bom, ela está... – Gina refletiu sobre a situação: uma notícia chocante para Draco, ele estava no volante... Não, definitivamente não era a hora de contar. – Bem.

-Ah... – disse ele, entrando em uma rotatória e apontando. – Ali vai ser o jogo. E ali é onde a Jandy mora.

-Quando nós vamos visitá-la? – perguntou Gina.

-Daqui a algum tempo. Só vamos comer alguma coisa no hotel.

-O Rony está lá? No Ritz?

-Não... Em outro hotel, na verdade não tão longe.

-Ok... Mas e você, convivendo bem com o Aberforth? – ela deu um risinho.

-Ah, claro... Tirando a parte em que ele quer agarrar todas as mulheres que eu conheço, tomar conta da minha vida e me acordar todos os dias com aquele negócio horrível que ele fuma... Bem, é uma relação pacífica.

-E a cicatriz? – ela virou-se de repente, e puxou o rosto de Draco. Agora o rosto do garoto estava marcado bem menos. – Melhor.

-E aí... O grande hotel Ritz. – ele apontou para um alto prédio.

-O de Paris é maior. – ela torceu o nariz.

-Não começa, Ginevra. – resmungou Draco. Gina riu.

-Esse é o Draco que eu conheço!


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-Eu disse que o de Paris era maior! – exclamou Gina, debruçando-se na janela do quarto do hotel, depois de ter tomado café. – Você tem que ver a vista, não são janelas em cada quarto, e sim varandas, e a Torre Eiffel, o Louvre, e...

-Ok, dá pra parar de esfregar na minha cara que você conhece Paris e eu não? – reclamou Draco, sentando na cama de Gina. – E... Se der, dá pra você me dizer por que está assim?

-Assim como?

-Sei lá... Parece diferente.

-Diferente? – exclamou Gina. – Ai meu Merlin, meu cabelo ta ruim? Aposto que...

-Foi o Rafael não foi? – disse Draco cruzando os braços.

-Devia ter me tocado... Não da pra esconder nada de você. – disse Gina, deitando de costas no chão. – Ah, que friozinho bom... Aqui é muito quente.

-Fala logo, Ginevra. – retrucou Draco, deitando ao lado dela.

-Ok... Ele terminou tudo.

-Como? – perguntou o loiro.

-Ele não gostou nem um pouco da idéia de eu vir te encontrar aqui. E então... Terminou. – ela deixou uma lágrima correr pelo lado do rosto até parar nos cabelos. Sem olhar para ela, Draco disse:

-Olha, não chore... Ele vai perceber que foi uma besteira.

-Não, eu não estou chorando. – retrucou ela, sentando e limpando o rosto.

-Se você assim prefere... – Gina parou pensativa por um tempo, e depois exclamou:

-Ei! Você é um homem!

-E...

-Eu devia falar com você sobre quadribol, carros, e... Ai meu Merlin, o Rony!

-Rony? – perguntou Draco. – Por que falaríamos do Rony?

-Não falaríamos dele, e sim com ele!

-Você ainda insiste nessa história? Gina, eles nunca vão te deixar entrar lá!

-Ok, você não me conhece tanto quanto parece...

-Tudo bem. Eu vou te levar lá.

-Ai, valeu! – ela deu um gritinho. – Espere, só vou trocar de roupa e retocar a maquiagem.

-Pra que isso tudo? – perguntou Draco. – Ele é seu irmão! Tudo bem, é o “goleiro que todas as garotas desejam defendendo suas balizas”, mas...

-Você acha que eu vou aparecer na frente de Art Vandelay e Markus Wine desse jeito? – reclamou ela. – É rapidinho!

Quarenta minutos depois, Gina e Draco entravam no carro do senhor Scherpes.

-Você disse que era rápido! – disse ele.

-Eu tenho culpa se meu delineador estava no fundo da mala? – retrucou ela. – Ok, eles estão em que hotel?

-Naquele. – ele apontou para um prédio ao longe. – Ok, não demore. Tenho duas surpresas pra você.

-E eu tenho uma pra você! – exclamou ela. – E vai chegar daqui a duas horas.

-Por favor, que seja algo nem um pouco perigoso ou ridículo... – disse Draco, enquanto fazia uma curva.

-Não é nada ridículo!

-Ok, então é perigoso... – Draco se benzeu.

-Vamos lá, eu sei que você vai adorar!

-Onde nós vamos ver essa surpresa?

-No aeroporto! – exclamou Gina.

-Chegamos. – disse Draco. – Você tem meia hora.

-Até mais. – ela saiu do carro e foi andando em direção à porta do hotel. Abrindo caminho a cotoveladas pela multidão que se amontoava em direção aos seguranças, ela encontrou a barra de ferro que separava os fãs do hotel.

-O que é que você quer? – perguntou um segurança do tamanho de um armário.

-Oi, eu sou Gina Weasley, e...

-Você também? – perguntou o homem, irônico. – Aquelas ali também dizem que são. – ele apontou para um grupo de mulheres perto de uma parede longe. As que Gina pôde perceber em sua rápida olhada eram: uma morena dos cabelos cacheados, a outra era uma prostituta ruiva com uma cara de drogada e a outra era uma mulher que não tinha mais tamanho.

-Ei! É assim que eles me vêem?

-Agora vá se juntar a elas.

-NUNCA! – gritou Gina irritada. – Escuta aqui, eu vou entrar e falar com o meu irmão, não importa o que um armário diga ou não o que eu vou fazer! AGORA SAI DA MINHA FRENTE!

-Senhorita, tem outra garota fazendo escândalo aqui. – disse o homem em um walkie-talkie. – O que eu faço com essa?

-Eu vou aí falar com essas pessoas. – disse uma voz. Pouco depois, uma mulher alta e muito bonita saiu, toda vestida de preto. – Não importa! – exclamou ela, falando baixo, mas as pessoas se calaram. – Eu peço a vocês, saiam da porta! Ou querem que os Ballycastle percam por falta de treino? – as pessoas começaram a gritar e a vaiar. Ela tirou displicentemente uma arma do cós da calça. – Eu posso dar tiros aqui, é o meu trabalho, então... SAIAM DA FRENTE!

-Sua grossa! – exclamou Gina, e a mulher olhou para ela.

-Não acredito... Vaca? – ela deu um sorrisinho e disse ao homem. – Bom trabalho, Carl, mas pode deixá-la entrar. Está comigo.

-Como assim? – disse Gina, surpresa.

-Eu sei, eu sei, ninguém me reconhece! Mina Scrimgeour!

-Aaaah!!! – exclamou Gina. – Sua vaca! Eu devia ter percebido, mas estou com pressa... Cadê o lerdo do Ron?

-Está no saguão. – ela levou Gina até um lugar que estava cheio de homens.

-EI, MINA! – gritou um deles.

-Fala, Jer! - Não acredito, Jerry Constanza... Eu vou desmaiar, pensou Gina.

-Teve que tirar a arma dessa vez? – Mina assentiu, e Jerry se aproximou. – Não acredito que eu perdi dessa vez de novo. Mas fala aí, quem é a sua amiga?

-Amiga? – disseram as duas ao mesmo tempo, e riram. – Nunca.

-Ok, quem é essa, Mina? – perguntou Paola, brincando com um pomo.

-É a irmã do Rony. – disse ela.

-Ok, e por favor, se afastem! – disse Rony, se aproximando.

-Ei, Ron! Essa aí é melhor que a prostituta! – exclamou a voz de Art.

-Cala a boca, Art! – gritou Rony, puxando Gina para um canto mais afastado. – E você, o que está fazendo aqui?

-Eu esqueci de te avisar que estava vindo para Nova York a trabalho. Então encontrei com o Draco, e ele me disse que ia ao jogo com as entradas que você deu. Então vim te procurar.

-Ok... – disse Rony. – Mas e aí, veio mais quem?

-Ninguém! – Rony arregalou os olhos.

-Você não está no covil do Malfoy não, né?

-Claro que não! Eu estou no Ritz.

-Ótimo. – disse ele. – Mas da próxima vez, por favor, não venha me procurar aqui. Peça pra eu ir lá.

-Por quê? – perguntou ela. – Não quer me ver perto deles?

-Você sabe muito bem que a Paola não é boa influência! – disse ele, com as orelhas vermelhas.

-Olha aqui, Rony, a Mina não é boa influência, e nem por isso você parou de andar com ela... – ela baixou a voz. – Tendo acabado de terminar com a Luna!

-Não fique me lembrando disso! – disse ele. – Por favor, eu tenho um jogo daqui a algumas horas!

-PESSOAL, ESTAMOS INDO! – ouviram a voz de Paola, que se aproximava aos gritos. – Ei, Gina... É Gina o seu nome, não é?

-É sim.

-Você vai nos ver jogar?

-Claro! – disse a ruiva sorrindo. – Aliás, eu adoro o jeito que você joga! – ela deu uma olhadinha de relance para Rony.

-Ah, obrigada! – exclamou Paola. Rony resmungou algo parecido com “mulheres” e saiu andando na frente. – Algum tempo depois do jogo, se você quiser e se nós vencermos... Bom, a gente vai jantar em algum restaurante chique pra fazermos bagunça... Se não tiver o que fazer...

-Adoraria, mas... Bom, eu vou acompanhada de um amigo, pode ser?

-Eu não ligo, e acho que nem os rapazes. Então está combinado. – as duas sorriram e apertaram-se as mãos. Saíram em direção ao mar de gente, e então Gina entrou de novo na multidão, enquanto o time ia para o ônibus.

-E AÍ, GININHA, NÃO DESEJA BOA SORTE NÃO? – gritou a voz de Jerry, enquanto subia as escadas. Gina acenou e saiu andando em direção ao carro.

-Preciso dizer?

-Ah, só dez minutos atrasada, nem foi tanto assim... E aí, vai fazer o que depois do jogo?

-Não sei, talvez... Nada.

-Ótimo. Nós vamos sair pra jantar.

-Gina, eu e você somos trabalhadores assalariados, e...

-Vamos com os Ballycastle Bats.

-Por Merlin, já te convidaram pra sair? – Draco riu.

-Há. Há. Há. Muito engraçado, Malfoy. Vamos com o time, a Paola me convidou.

-Paola Finerazzi? A Paola Finerazzi?

-Não... Uma Paola Finerazzi qualquer. Idiota, você é da...

-Hermione? E como ela está?

-Eu já te disse, bem melhor do que você imagina. Estamos indo pra casa da Scherpes? Ai meu Merlin, eu vou conhecer o Leo?

-É, ele vai ficar com a gente durante a tarde e... Como assim a Hermione está bem melhor do que eu imagino?

-Bom, eu já te contei que ela e o Jorge vão se casar... – Draco torceu o nariz. – E... Bom, até lá ela já vai estar com um barrigão.

-Ah ta, ela ta grávida. – Draco deu de ombros.

-O que? – exclamou Gina, abrindo os olhos quando percebeu que o carro não bateu.

-Eu imaginava que isso fosse acontecer um dia. Não é nada tão surpreendente, Gina.

-Ok. Ta legal.

-Era essa a sua surpresa que eu ia gostar e que era tão perigosa?

-Não... Não vou contar agora, estraga a surpresa.

-Chegamos. – ele desligou o carro e desceu. Subiu os degraus e tocou a campainha, com Gina parada do seu lado.

-Ah, oi Dra... – Gina lançou um olhar significativo para Jandy. – Gina! – ela abraçou-a. - O que você ta fazendo aqui?

-Oi Jandy! Há quanto tempo! Nossa, estava querendo falar com você há séculos!

-Eu perdi alguma coisa? – perguntou Draco.

-Ah, esse é o Leo. – disse Jandy, apontando para um garotinho de tênis, calça jeans e uma blusa azul-marinho que andava até eles. – Leo, essa é a titia Gina.

-Oi! – exclamou Gina sorrindo e pegando-o no colo.

-Então, Leo, preparado pra ver seu time tomar alguns gols? – perguntou Draco dando um beijo no garoto.

-Moça bonita, papai. – disse Leo, dando um sorrisinho.

-Ai, que coisa mais linda! – disse Gina, sorrindo.

-Ok.

-Vou pegar a minha mochila! – exclamou Leo.

-Draco, vai junto? – pediu Gina. – Quero conversar com a Jandy um minuto.

-Ok... – disse ele, andando atrás do garotinho. Quando estava a uma distância segura, Jandy tirou o sorriso da cara e disse:

-E então, pobretona, o que você quer?

-Andou tendo mais filhos, Scherpes? – perguntou Gina irônica, apontando para a barriga de Jandy.

-Ta irritada por quê? O namoradinho não ta dando no couro não? – retrucou Jandy. – Ok, fala logo, o Draco já vai descer.

-E então, tem cumprido o nosso acordo?

-Com louvor. – disse Jandy. – Mas não quero você perto do meu filho.

-Ao que parece o Draco também o considera filho dele. Você tem certeza que não fez nada?

-Claro, Weasley. Eu não sou você. - Ouviram os passos de Leo descendo as escadas. – Mas garota, você estava ótima naquela foto!

-Você também está maravilhosa, Jandy.

-Acabaram com o papo de comadres? – disse Draco. – Gina, eu quero te mostrar o quarto do Leo. – os três subiram, Draco carregando Leo. Quando entraram, Gina se maravilhou com o ambiente.

-São seus, né Draco? – perguntou Gina, passando a mão em um dos elefantinhos. – Nossa, simplesmente lindo.

-Ok, só queria te mostrar, não precisa morar aqui. Vamos, Leo?

-Vamos! – gritou o garotinho.

-Cuidado com ele, Draco. A mamadeira está na mochila, junto com...

-Eu sei cuidar de crianças, Jandy, não se preocupe. Comigo o Leo estará em boas mãos. – Jandy olhou-a irritada, mas abriu um sorriso.

-Cuidado nunca é demais.


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Harry passou a mão pela barba rala que havia crescido em seu rosto e olhou para o relógio. Há vinte e duas horas não se levantava daquela cadeira, lendo os relatórios dos Aurores. Enquanto isso, as lembranças invadiram a sua mente.

-Reuni vocês aqui porque são os meus melhores subordinados. – disse o diretor-geral dos Aurores aos sete homens e duas mulheres que se reuniam naquela sala. – Antes de mais nada devo assegurar... – ele fez uma rosa levitar em cima do centro da mesa; ela emitia uma luz forte, a única em todo o aposento. Harry rapidamente reconheceu o feitiço: Sub-rosa, era como era chamado, em relação à crença antiga de que tudo o que fosse dito sob a Rosa seria segredo absoluto. Esse feitiço apenas garantia isso. – Que nada sobre essa reunião seja dito fora dessas paredes.

-Com certeza, senhor. – disseram todos.

-Ótimo. Nenhum dos outros Aurores sabe do que está acontecendo... O fato é que estamos em crise.

-Crise? – perguntou Harry. – Como assim, senhor?

-Nós nos deparamos com uma organização fora do comum. Uma organização que pode superar os Aurores do Ministério [[OBS.: Não eh a Vodox, viu gente?]].

-Como assim? – perguntou um dos Aurores, Anthony Tsukaba. – Nós temos os melhores de toda a Grã-Bretanha, que dirá de toda a Europa!

-Eu também pensei isso... Mas o que é fato é fato. Vocês estão aqui só para investigar. Quando chegar o momento correto, faremos o que deve ser feito.

-Como eles agem? – perguntou Harry.

-É até simples, na verdade. Eles lançam a Imperius em alguns trouxas e eles cometem suicídio. Foram exatos oito suicídios até agora. Somos oito. Cada um investigará um caso.

-Sinto muito, mas... Nós somos nove.

-O Potter não irá à ativa. – Harry se surpreendeu. – Você ficará como base de escuta aqui. Vai tentar encontrar lógica nos relatórios. E é o único que vai poder contar algumas coisas. Só algumas.

-Mas eu...

-Eles têm base nos princípios de Voldemort, Potter. Você deve ser o número um da lista de prioridades. – Harry suspirou, e afirmou com a cabeça. – Agora saia da sala. O chamaremos quando for o momento propício. – o moreno saiu da sala, não sem antes ouvir um sussurro; o diretor acabara de lançar um Feitiço da Imperturbabilidade na porta. Andou de um lado para o outro durante meia hora, e ouviu a porta sendo destrancada. Enquanto todos saíam, abismados, Harry entrou e encontrou o diretor-geral sentado, bebendo alguma coisa.

-Senhor? Eu...

-É para dor de cabeça. Essa crise está acabando comigo. – ele engoliu o resto do conteúdo e fez uma careta. – Horrível. Pode falar, Potter. Sente-se.

-Senhor... Eu gostaria de ir à ativa. Ficar parado na sala lendo relatórios é para iniciantes!

-Eu sei... – ele pôs a mão no ombro de Harry. – Mas, Potter, você é um dos nossos melhores. Não posso enviá-lo. É perigoso demais.

-Sempre soube que ia enfrentar perigos antes, senhor. Desculpe-me, mas eu tenho consciência disso.

-Não, não tem. – Harry abriu a boca para protestar. – Não tem mesmo, Potter. Você pode colocar todos os seus entes queridos em perigo se continuar com essa atitude. Você tem uma namorada, não é?

-Sim, mas...

-Entenda, Potter. A sua segurança está em jogo, mas a dos seus amigos e dessa garota está por um fio. Nós do Ministério podemos protegê-lo com mais eficiência do que a eles.


Ele levantou da cadeira, sentindo o sangue voltar às suas pernas pela primeira vez em mais de vinte horas. Foi até o banheiro e lavou o rosto, parando no caminho da volta para pegar um café. Tudo para se manter acordado. Tudo para entender a atitude de Baco Zoidenberg. O relatório de Anthony Tsukaba dizia simplesmente que o homem havia se suicidado, e trazia o bilhete de despedida.

Apesar de eu ser bem amado, eu estive exatamente, com atos extremamente levianos, sem moral de almejar uma outra vida triste. Espero, e talvez reze para que de imediato o que não zerou a minha vida até um tanto quanto solitária acabe transformando a solidão de alguns em atalho para a vida de sobrevivente. Antes de mais silêncio na minha vida incondicionalmente afirmo que a natureza vingará esse meu ato!!!!

Harry sacudiu a cabeça. Sabia que tinha alguma coisa estranha naquele bilhete. Um bilhete de suicídio pedindo vingança? Com certeza era o que o diretor achava; assassinato pela máfia. Mas aí entrava outra pergunta? Um trouxa? Envolvido com a máfia bruxa? Extermínio, pensou. Mesmo assim. Muito estranho. Mas ele sentia-se impotente por perceber que as respostas para essas perguntas estavam praticamente sambando nuas e cruas na sua cara, mas ele não conseguia ver. Voltou a olhar a lista dos prováveis líderes. Riscou dois e suspirou; precisava de ajuda.


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Hermione entrelaçou os dedos em cima da mesa e observou a garota à sua frente. Tentara três vezes iniciar aquela conversa, mas a garota apenas virava os olhos e fazia piadas a respeito do que Hermione dizia. Inspirou fundo e disse:

-Railynn... Eu vou perguntar pela última vez: por que essas suas atitudes?

-Posso conversar a respeito com o diretor da minha casa? – retrucou a menina, encostando-se na cadeira e olhando fundo nos olhos de Hermione, dando um sorrisinho sarcástico que lembrava muito o de Sirius.

-Não, não pode. – Hermione fechou os olhos e fez uma contagem rápida até dez. Sempre odiou tais atitudes de indiferença, não importava de quem viessem: fosse de Draco, Railynn ou Sirius. – Você tem que entender que, se eu te mandasse para o Slughorn... Bem, você estaria em maus lençóis.

-Querendo me proteger, Granger? – disse a garota. Meu Merlin, eu vou perder o controle.

-Não. Eu só tenho muita estima pela sua irmã e não quero que ela fique sozinha na escola, já que se eu contar ao Slughorn metade do que você já fez você provavelmente já estará na Suíça daqui a quinze minutos.

-Estou morrendo de medo. – retrucou a menina. Hermione olhou nos olhos dela e sorriu.

-Ah, você está. Sabe que sua mãe vai se irritar se você for expulsa. Mas...

-CALA A BOCA! – gritou a menina, fechando os olhos. Hermione se repreendeu por dentro; deveria ter usado a Legilimência, e não um pouco de psicologia infantil. Era de sua curiosidade saber o que estava acontecendo com ela. – Não. Se. Atreva.

-Então fale! – ela suspirou. – Railynn, se você soubesse o que eu passei quando estudei aqui... Nossa, vai dar graças aos céus por eu ser uma professora tão compreensiva.

-Compreensiva? – ela deu uma risadinha sarcástica. – É compreensivo usar de métodos proibidos pela escola?

-Só se você considerar psicologia trouxa como proibida. – Hermione deu um sorrisinho. – É, garota, ludibriada por um truquezinho de segunda. Agora fala; não tenho mais aulas para dar hoje, é sexta-feira, eu agüento ficar sem comer até amanhã de manhã. Ou seja, não sairemos daqui até que você fale o que está acontecendo.

-Sua...

-Epa, epa, querida... Sou professora, esqueceu?

-Ok... Vamos ver até onde vocês agüentam.

-E tem outra pessoa aqui? – perguntou Hermione.

-É óbvio que sim! Você... – Hermione a repreendeu com o olhar. – A senhora está grávida.

-Grande observação; parabéns. – as duas ficaram em silêncio, apenas se encarando por meia hora.

-O que eu tenho que especificar exatamente? – perguntou ela, e Hermione pôde perceber disfarçado pelo seu sotaque, o orgulho ferido. Exatamente igual ao Draco, pensou.

-Só me diga se são problemas em casa, e...

-Problemas em casa. – Hermione sorriu. – Posso ir agora?

-Você tem que entender que nem sempre problemas são razão para que você crie problemas para os outros.

-Não é só isso. Eu tive inspiração, sabia? Aliás, eu e a Zukka.

-Ah é? De quem? – ela sorriu sarcasticamente. – De mim?

-Não... Do seu noivo. E do irmão dele.

-Ótimo! – Hermione riu. – Pois fique sabendo que, embora eles tenham feito de tudo... - Inclusive criar um pântano no colégio, contrabandear bebidas alcoólicas e tudo o mais, pensou. – Eles estudaram muito, tanto que possuem sua própria rede de lojas e são professores aqui na escola.

-Ok, ok. Agora vou ter que ouvir a lição de moral baseada na história de Fred e Jorge Weasley?

-Não, não vai. – a menina se levantou. – Mas pense bem, Railynn. Talvez a Zukka esteja mais focada no futuro do que você. E talvez ela acabe tendo um futuro longe de você.

-Pode acreditar que isso não vai acontecer, professora. – retrucou a menina, saindo da sala e batendo a porta. Hermione relaxou os ombros e pegou uma poção para dor de cabeça; às vezes, quando conversava com Railynn, parecia que falava com um adulto. Recriminou-se por ter sido tão dura; achou que se envolvera demais com a atmosfera, e agira como se falasse com Sirius. Ou com Draco.


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Hermione passou na sala dos professores para buscar seu material para a próxima aula e encontrou Fred e Jorge. Disse, parecendo séria.

-Fred, você tem que parar de divulgar as traquinagens de você e do Jorge entre os alunos.

-Eu não divulgo! – retrucou o ruivo. Jorge riu.

-Ah, claro que não. Só quando você levou alguns alunos para o laboratório e mostrou a eles a última garrafa que restou do nosso pântano.

-Fala sério! – exclamou Hermione. – Você não fez isso!

-Ok, eu admito. Mas por que esse assunto agora, Mione?

-Vocês andaram espalhando as suas idéias entre os alunos do primeiro ano. Especialmente entre duas alunas em especial.

-Não! – Fred riu gostosamente. – As quase-gêmeas Fork?

-Elas mesmas. – disse Hermione.

-São as duas que fizeram pipocar na minha sala os fogos das Gemialidades Weasley? – Hermione e Fred assentiram. – Tenho que admitir que elas tenham estilo.

-Ok, ok. – ela carregou os livros. – Agora tenho que ir. Mas juízo, hein? – ela despediu-se de Jorge com um beijinho e saiu em direção à sala de aula. Deu quase uma hora de aula normal, mas teve um momento que os alunos passaram a apontar para a porta.

-Professora Granger? – disse uma garotinha. – Tem alguém na aula. – Hermione reparou que ela conseguira transformar com perfeição seu corvo em uma xícara.

-Ótima transformação senhorita Hilton. – disse ela. – Vinte pontos para a Sonserina. Continue treinando. – saiu para a porta, e levou um susto quando viu Harry parado à sua frente. Saiu da sala e encostou a porta, olhando o amigo com atenção.

-Harry... Você parece horrível. O que houve? – Harry passou a mão nos cabelos despenteados e na barba rala.

-Essas são as conseqüências de ser um Auror, Mione. – ele sorriu desgostoso. – Eu preciso de sua ajuda.

-Mas... Agora? – disse ela, apontando para dentro. Viu o olhar de Harry e disse: - Tudo bem, eu só vou dispensá-los. – Harry ficou parado na porta um tempo, esperando que todos os alunos saíssem. Quando a sala esvaziou, Harry entrou.

-Mione... Quero que você me ajude com um caso.

-Caso? Mas que...

-Vou detalhar tudo. - Espero não estar fazendo nenhuma besteira, pensou, logo depois começando a contar o que podia. Falou sobre a máfia e sobre as dúvidas do bilhete. Hermione leu e disse:

-Mas, Harry... Vocês têm certeza...

-Isso não foi um suicídio, Hermione. Eu sei disso, você sabe disso.

-Mas então por que alguém se daria ao trabalho de lançar uma Imperio em um trouxa... Fazê-lo escrever isso, e depois matá-lo?

-Era justamente isso o que eu queria saber... – respondeu ele encostando-se à mesa. – Mas você não acha estranho?

-Acho.

-Então, Mione! – disse Harry.

-Mas que motivo?

-Eu estive pensando... – disse Harry em voz baixa. – Eles têm ideais dos Comensais...

-Harry...

-Escuta Hermione... Ideais de Comensais, Comensais no grupo... Não acha que está, sei lá... Voltando demais pro nosso lado? Não acha que... Eu, você e o Ron não podemos estar entrando em uma besteira agora, e...

-Harry... Dorme um pouco. – ela pousou a mão no ombro do amigo. – Sério, com todos esses anos que nos conhecemos eu posso dizer com sinceridade... Você ta horrível.

-Realmente você me animou muito, Hermione. – retrucou ele. Hermione riu.

-Eu falo sério. Sei lá, se não for dormir, dá uma volta com a Vianne ou com os rapazes. Essa história ta tomando demais sua mente. Se você não for cabeça fria e não relaxar não vai conseguir pensar em nada.

-E olha quem ta falando... – disse Harry baixinho, fazendo-a sorrir. – Ok, Mione, eu vou fazer o que você está dizendo. Mas amanhã.

-Harry, é...

-Hoje é entrega de relatórios. Eu tenho que estar no QG. Porque você sabe, já que já fez o início do curso, que...

-O relatório faz o caso. – disse ela. – Então tudo bem. Amanhã você descansa.


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Harry chegou a Hogsmeade e aparatou diretamente no Átrio do Ministério. Chegando lá não encontrou nenhum dos seus colegas, mas viu que algo estava estranho. Pegou o elevador, e se abaixou rapidamente: dezenas de memorandos interdepartamentais entraram logo atrás dele. Riu baixinho: é assim que minha mente está agora. Esperou pacientemente o elevador chegar ao andar. Mas, quando chegou, suas entranhas reviraram.

-POTTER! – gritou o diretor. Harry andou até ele, em meio às pessoas que corriam e gritavam. – Onde demônios você esteve?

-Fui procurar ajuda.

-Ótimo, porque precisaremos de toda possível.

-Como...

-Outro suicídio. – disse o homem. – Dessa vez foi mais sério.

-Um bruxo?

-Quase. Aborto. Noivo de Elizabeth Yale.

-A Elizabeth Yale? A candidata a Ministra da Magia irlandesa?

-Exato. – o diretor suspirou. – Ela está na sala de interrogatório. Os irlandeses estão dizendo que ela é culpada.

-Alguma carta? – disse Harry, andando até a perícia.

-Sim. Só estava esperando você para abri-la. – ele fez um sinal para um dos homens na perícia. Ele trouxe um envelope de plástico.

-Não tocamos em nada, senhor... – disse o homem que trouxera. – Como o senhor pediu.

-Obrigado, Hill. – respondeu Harry, educadamente. Calçou luvas, pegou o papel e pôs em uma mesa.

-E então, Potter?

-Temos mais uma charada para resolver, senhor. – ele apontou para a carta. – Leia isso. – o homem leu e disse, o rosto vermelho de fúria.

-Mas quem é esse desgraçado, por Deus?!

Quase sempre fui seu único amor, sua única esperança. Tenho tido problemas maiores que qualquer amante miserável, porém sua vida andará melhor sem mim. Tenho dúvidas, talvez não ame você, já amei mulheres melhores durante minha amada vida. Lembro de trair você muitas vezes. Ontem me repugnei desse ultraje. Seu noivo antes perdidamente eterno. Claramente irritado sem senhorita Yale. Sempre incondicional Xavier.

OBS.: Heyy girls!!! Postando aquii, rapidinho, pq tenho que sair... Demorei muito (pergunta infame)? Bom, na sexta eu posto as respostas dos coments, mas a capa eu não sei qnd deve sair. Bom, saudades de todass (ainda não vi nenhum nino aki), okeyy??? Beijõess!!!

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