A razão é você



14. A RAZÃO É VOCÊ

-O que significa isso, Draco?! – perguntou Pansy, de boca aberta, olhando do moreno, para o loiro, para a decoração.

-Uma surpresa que alguém fez pra você – contou Draco, olhando furtivamente para Harry, que sorria, orgulhoso.

Quem chegava ao Salão parava na porta, admirando a bela declaração que havia na parede do fundo, onde tinha a melhor vista. Escrito em letras vermelhas, estava:

“A Razão é Você!

Não sou alguém perfeito, há muitas coisas que me
arrependi.
Mas continuo indo em frente, pra nunca te ver partir,
tentando não chorar antes de ir.
Eu já tentei te esquecer,
Buscando algo bom em mim,
Ou uma razão sem fim,
Tentando entender porque...
... A razão é você!
Desculpe se me atrevo a invadir seus medos sem pedir,
mas cada assopro que perco, é uma chance a menos de
ter aqui.
Seus medos são sorrisos para mim...
Eu já tentei te esquecer,
Buscando algo bom em mim,
Ou uma razão sem fim,
Tentando entender porque...
... A razão é você!
Não sou alguém perfeito, há muitas coisas que me
arrependi.
Tentando não chorar antes de ir.
Eu já tentei te esquecer,
Buscando algo bom em mim,
Ou uma razão sem fim,
Tentando entender porque...
... A razão é você!
Buscando algo bom em mim,
Ou uma razão sem fim,
Tentando entender porque...
... A razão é você!

Eu sei que não sou a pessoa perfeita para você, mas acho que seria impossível deixar aquele como sendo o último dos últimos. Pansy Parkinson, eu te amo! E o que mais quero é que você fique comigo, como me pediu há alguns dias.

Porque a razão da minha vida é você, a razão da minha felicidade é você, a razão do meu amor é você. Você é a minha razão, Pansy, e eu te amo como nunca amei ninguém. Volta pra mim... Talvez eu possa fazer isso dar certo de novo...

Assinado: a pessoa mais idiota do mundo por ter te perdido, Harry.”

Pansy sentiu as lágrimas virem aos olhos, e sorriu para Harry, vendo que ele assim sorria. O moreno se aproximou calmamente dela, e lhe disse, num pedido extremamente necessitado:

-Me perdoa, Pansy?

-Como não poderia, Harry?

-Eu sei que eu fui um idiota, mas eu não sei viver sem você.

-Eu também não, Harry... Eu te amo!

-Eu também te amo, meu amor...

E a cena se encerrou com um beijo romântico, deixando Gina sem jeito. Não porque estava vendo seu par do baile beijando outra na sua frente, ao contrário, estava feliz por eles, mas se sentia sozinha, descartando a possibilidade de receber algo assim de Draco. O loiro já havia ido, deixando os dois aos beijos para trás, sentando-se na mesa que Gina e Blaise já haviam reservado. Calma, foi para lá também.

Pansy se deliciava com o gosto da boca do amado, que não mudara nada nos curto tempo em que ficaram separados. Parecia que seu mundo voltava ao seu devido lugar, parecia que ela voltava ao seu devido lugar, nos braços de Harry. O moreno não se importava se a declaração na parede lhe deixaria constrangido depois, ou o que os outros iriam dizer dela. Apenas escreveu o que sentia. Era uma grande sorte ter Dumbledore como amigo, ou nada estaria feito, e não estaria beijando Pansy agora.

-Está linda, Gina – disse Blaise, se levantando e beijando-lhe a mão, fazendo um leve sorrisinho se esboçar em seu rosto.

-Olá, Draco – ela cumprimentou, vendo que o loiro a olhara de cima a baixo.

-Olá, Weasley.

“Tudo voltou ao normal, mesmo...”

Harry e Pansy logo chegaram ali também, sentando-se um ao lado do outro e ficando o tempo todo de mãos dadas. Gina e Blaise conversavam animadamente, e Harry e Pansy apenas trocavam juras de amor. Draco era o único que continuava em silêncio, parecendo muito impaciente. O que não deixou de ser notado por Gina. Bem, nada deixou de ser notado pela ruivinha.

-Blaise, o que aconteceu? O Draco está tão quieto...

-Não aconteceu nada Gina, até onde eu sei.

-Tem certeza?

-Alguma vez eu já menti pra você?

-Quer resposta?

-Não – respondeu ele, sorrindo de forma inocente.

-Certo... Harry, de onde tirou a idéia da declaração? – perguntou Gina, pra mudar de assunto.

-Ah sim, o Zabini teve a idéia.

-Blaise, você pensa?! – perguntou Pansy, fingindo-se de espantada.

-Mais do que você possa imaginar, Pansy – respondeu ele, sorrindo de lado, e dando uma olhadela para o loiro ao seu lado, fazendo Pansy crer que a noite ainda não estava nem perto de acabar.

***

-Vamos dançar? – perguntou Harry, estendendo sua mão para Gina. A ruiva deu uma olhadela para Pansy, e vendo que a morena concordou, aceitou a mão do namorado da outra.

-Claro.

Juntos, os dois caminharam até a pista de dança, logo se embalando no ritmo lento. Pansy estava conversando animadamente com Draco e Blaise, parecendo não se importar com isso. Afinal, os dois eram só amigos.

-Está feliz, não é? – perguntou Gina, forçando um sorrisinho.

-Muito. Quem não está muito aqui é você.

-Na verdade, eu fico feliz por vocês dois terem se acertado.

-Mas não está completamente feliz, e o motivo está conversando com a minha namorada.

Gina deu uma olhada um tanto triste para o loiro, que agora conversava de forma mais que animada, como se o que eles passaram não tivesse sido nada.

-O Malfoy te faz mal – concluiu Harry, levando-a para mais longe dali.

-Não faz. Pelo contrário, é a falta dele que me deixa assim.

-Entendo. Mas acho que ele está sofrendo também com a sua falta.

-Conta outra! Olha só pra ele, é a pessoa mais feliz do mundo!

-Talvez seja, talvez não.

-Mas Harry, veja bem...

-Posso dançar com a minha irmã?

-Claro que pode, Ron – disse Harry, passando Gina para o ruivo. Afinal, ela só estava ali naquele baile por causa deste dito ruivo!

-Você está bem? – perguntou Rony, também notando a mudança da irmã – parece abatida...

-Não é nada, Ron.

-Tem certeza?

-Absoluta.

-O.k... – concordou Rony, ainda meio desconfiado.

***

-Isso é sério, Draco? – perguntou Pansy pela quinta vez, fazendo o loiro revirar os olhos. Certo, essa era uma atitude meio criança, mas ela ainda não acreditava naquilo!

-Sim, Pansy.

-Viu como eu penso? – vangloriou-se Blaise, fazendo os dois rirem.

-Muito de vez em quando, mas pensa – disse Pansy, ainda sorrindo.

-Você gostaria? – perguntou Draco, parecendo preocupado.

-É claro que eu gostaria! Eu já amei a decoração daquela parede – e nisso a morena apontou para a declaração que Harry lhe fizera – imagina se eu não ia gostar de uma coisa dessas!

-Sério? – perguntou Blaise, sorrindo de lado.

-Sério!

-Espero que outra pessoa também goste...

***

-Rony, posso levar sua irmã de volta? – perguntou Harry ao amigo.

-Por quê? Agora que nós estávamos dançando...

-Eu já estou cansada, Ron. E eu ainda espero ter muitos bailes seus pra dançar.

-Certo... – concordou Rony, ainda mais desconfiado.

Gina foi com Harry até a mesa, conversando coisas bobas. Ao chegar, viu que alguém estava faltando. E logo quem no podia faltar.

-Onde está Draco? – perguntou ela para Pansy, que apenas sorriu.

-Ele volta já – disse Blaise, também sorrindo.

“Se eu não estivesse falando de Draco Malfoy, podia jurar que ele vai fazer uma grande declaração pra mim. Mas como o assunto é ele...”

Para interromper os pensamentos de Gina, a música parou repentinamente, fazendo os casais que estavam na pista irem se sentar, desapontados. A ruiva pôde ver que houve uma pequena troca de olhares entre os outros três na mesa, e podia jurar que Draco estava por trás daquilo. Mas o que o loiro podia estar tramando?!

***

Draco estava, pela primeira vez em sua vida, nervosíssimo. Tinha medo de errar, de receber um “não” e todos os medos comuns. Preparava-se para entrar em cena, quando sentiu uma mão em seu ombro.

-O Harry me contou – disse Ron, sério.

-Contou o quê?

-Sobre o que você vai fazer e sobre a troca.

O loiro sentiu o sangue gelar. Não que tivesse medo daquele ruivo, mas apenas não gostava de tê-lo tão perto como estava agora.

-E...? – perguntou ele, tentando não demonstrar que não o queria por perto.

-E eu quero te dizer que se você fizer algo errado depois dessa noite, eu juro que você vai se arrepender, Malfoy.

-Não se preocupe, Weasley – respondeu Draco, quase sorrindo de alívio – eu não vou errar de novo.

***

A música parou e as luzes se apagaram. Gina se arrepiou, segurando fortemente o braço de Blaise. Este soltou um pequeno “ai” pelo aperto, mas não fez nada para tirar a amiga dali. Uma pequena luz, vinda do céu (da decoração do telhado, melhor dizendo) iluminou o palco, fazendo todo o salão olhar para lá. Logo, um certo loiro apareceu ali em cima, caminhando de forma extremamente elegante.

-Draco?! – foi a única coisa que Gina conseguiu dizer, tamanha era sua surpresa.

Draco fez um sinal, e uma música começou a tocar. Ele segurava um microfone, o que deixou Gina ainda mais curiosa. Blaise já havia ouvido a música, afinal, fora ele quem a selecionara para o espetáculo. Quando a música chegou ao seu ponto certo, Draco começou a cantar, deixando Gina com a boca mais aberta ainda:

“Eu não sou uma pessoa perfeita
Eu não pretendia fazer aquelas coisas com você
Mas eu continuo aprendendo
Eu pretendia fazer tantas coisas
E então eu tenho que dizer antes de ir
Que eu apenas quero que você saiba

Eu encontrei uma razão para mim
Para mudar quem eu costumava ser
Uma razão para começar de novo
E a razão é você...

Eu sinto muito ter te magoado
É algo que eu devo conviver todos os dias
E toda a dor que eu te fiz passar
Eu gostaria de poder retirá-la completamente
E ser aquele que apanha todas as suas lágrimas
É por isso que eu preciso que você escute

Eu encontrei uma razão para mim
Para mudar quem eu costumava ser
Uma razão para começar de novo
E a razão é você...
E a razão é você...
E a razão é você
E a razão é você...

Eu não sou uma pessoa perfeita
Eu nunca quis fazer aquelas coisas para você
E então eu tenho que dizer antes de ir
Que eu apenas quero que você saiba

Eu encontrei uma razão para mim
Para mudar quem eu costumava ser
Uma razão para começar de novo
E a razão é você...

Eu encontrei uma razão para mostrar
Um lado meu que você não conhecia
Uma razão para tudo que eu faço
E a razão é você”

O loiro era um tanto desafinado, mas Gina não se importava. Afinal, ele cantava olhando diretamente para ela, deixando que seus olhares se encontrassem. Ao término, ele ouviu a salva de palmas dos alunos, mais que impressionados, e começou a fazer o que veio fazer:

-Eu não sou muito de cantar, nem ao menos gosto muito de música, como quem me conhece sabe. Mas eu acho que o motivo que me levou a fazer isso supera os meus gostos. Eu vim aqui em cima desse palco e cantei super mal apenas pra fazer um simples pedido.

Gina suspirou fundo, vendo Draco descera do palco e que agora vinha na sua direção. Blaise apertou sua mão, dando um daqueles sorrisinhos “eu não disse?” enquanto ela ainda observava o loiro que se aproximava da mesa.

-Gina Weasley, você aceita voltar a ser a minha namorada?

Essa simples frase causou tal efeito, que o salão todo comentou-a. Afinal, não era todo o dia que se via um Malfoy fazendo um pedido de namoro no meio de um baile de formatura, ainda mais para uma Weasley.

Gina estava sem palavras, vendo que o loiro estava ajoelhado com um joelho só na sua frente, segurando sua mão. Por fim, depois de um tempo que pareceu uma eternidade para todos, ela se levantou junto com ele e disse:

-Estou impressionada, Draco.

-E eu estou apaixonado – e, dizendo isso, o loiro enlaçou Gina pela cintura e lhe deu um beijo super-hiper-mega apaixonado, com direito a salva de palmas e tudo que um beijo quase cinematográfico merece.






N/A: adorei escreve o fim desse cap! As últimas frases deles são do filme Cruel Intentions (o meu favorito) e a música que o Draco cantou é The Reason do Hoobastank. Espero que tenham gostado, e esperem pelo epílogo!

Bjss

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