A aposta de Draco Malfoy



1. A APOSTA DE DRACO MALFOY

Era um dia comum, pelo menos era isso que deveria ser. Gina se levantou sonolenta, preparando-se para uma aula de poções com o Morcegão. E, para piorar a situação, a aula seria na companhia de seus maravilhosos colegas sonserinos. Podia existir coisa pior?

Olhou para o relógio em cima de seu criado-mudo, e constatou que não haveria tempo algum para um café da manhã adequado. Portanto, deveria sair correndo em direção as masmorras, se não quisesse ser uma das culpadas pelos mínimos cinqüenta pontos que Snape descontava todas as aulas de sua casa. Com os livros em uma mão e maços de pergaminhos em outra, ela saiu da torre grifinória, apressando o passo. Quando já estava quase chegando ao seu destino, trombou-se com alguém.

-Não vê por onde anda, Weasley?!

Aquela voz de gralha só poderia ser da Parkinson. Ah droga! Seu dia acabara de ficar pior, e olha que ele mal começara. Gina sabia que não adiantaria retrucar algo para alguém tão sem cérebro como a sonserina, então abaixou-se e recolheu suas coisas rapidamente, assim como a morena a sua frente fazia.

Sem que nenhuma das duas percebesse, fizeram uma pequena troca de pergaminhos, sem nem ao menos se darem conta. O dever de Transfiguração de Pansy ficou com Gina, e o de Gina ficou com Pansy. Bem, aparentemente, não deveria ser o mesmo dever, já que as duas estudavam em anos diferentes. Mas a pressa era tanta, que elas nem se deram conta do que acontecera.

Apressada, Pansy saiu dali, sem prestar mais atenção a ruiva, que ainda pegava seus papeis do chão. A morena não tinha aula nesse horário, mas havia combinado um encontro com seu Draquinho, na beira do lago negro. Por sua cabeça, nem passava a hipótese de que ele poderia apenas querer jogá-la nas águas do lugar, que não eram das mais rasas. Gina pegou suas coisas e correu até a sala do professor de Poções, que lhe descontou vinte pontos pelo atraso.

A segunda aula da ruiva era exatamente Transfiguração, juntamente com os corvinais. Pansy teria no momento uma aula extremamente chata de Feitiços, matéria que não se dava muito bem. Mas estava feliz, pois seu Draco apagou a idéia de jogá-la no lago e, ao invés disso, lhe encheu de beijos. Beijos esses que ela não conseguia comparar com nada. Bem, não é todo mundo que tem o privilégio de beijar tal loirinho!

Gina tinha, assim com Pansy, um trabalho de Trasfiguração para entregar a professora McGonagall, e pela ordem a ruivinha entregaria primeiro. Quando a professora pediu o trabalho, Gina foi uma das primeiras a entregá-lo ao homenzinho. A professora olhou-o, fez uma cara de quem acaba de chupar uma laranja azeda e entregou-o novamente para a garota:

-Não posso aceitar, Srta. Weasley.

-Como não?!

-Esse trabalho simplesmente não é seu, e nem é sobre o assunto que pedi.

Gina segurou o trabalho nas mãos, olhando o nome que estava anotado no cabeçalho do pergaminho, em letra desenhada: Pansy Parkinson.

“Ah, droga! Troquei meu trabalho com a Parkinson!”

***

Pansy estava sentada ao lado do “namorado”, como teimara em chamar Draco, mesmo que este dissesse que não eram namorados. Os dois guarda-roupas no loiro sentavam-se do seu outro lado, deixando que a garota ficasse ali e aproveitasse o tempo que ainda poderia passar junto com Draco. Afinal, ele não era de ficar muito com uma só garota, e pelo jeito com Pansy não seria nada diferente. O garoto olhava para os lados, esperando ansiosamente que certo moreno aparecesse por ali.

-Me esperando, Draco? – perguntou Zabine, assim que se aproximou do amigo.

-Sim. Creio que está me devendo algum dinheiro, não é?

-Creio que sim. Lhe mando uma coruja hoje mesmo com a quantia combinada, pela primeira parte da nossa aposta.

Draco assentiu com a cabeça, vendo o outro se afastar novamente. A morena ao seu lado lhe olhava de uma maneira indagadora, como se esperasse que Draco lhe contasse sobre a aposta. Mas, é claro, ele não faria. Isso poderia pôr em risco a segunda parte de sua tarefa.

-Que aposta é essa Draco? -perguntou Crabbe, que sentava ao seu lado.

-Isso é uma longa história, Crabbe. Uma história que eu prefiro guardar segredo até completar.

O brutamontes assentiu, pois sabia que, com Draco Malfoy, não se poderia discutir.

***

Gina caminhava lentamente até o corujal. Queria mandar uma carta ao seu irmão, Carlinhos, que estava na Romênia e não vinha para Londres há um bom tempo. Sentia a falta dele, pois o tinha como o seu preferido. Ela gostava dos outros ruivos, mas Carlinhos era o único que a entendia.

Esperava que o lugar estivesse vazio, mas já havia alguém lá. Gina podia ver apenas seus cabelos, de um loiro cujo qual somente uma pessoa em Hogwarts possuía. Draco Malfoy. Bem, já era tarde para voltar atrás. Vendo que o loiro possuía um pergaminho nas mãos, ela foi até a coruja mais rápida que ali havia, e amarrou o pergaminho em sua pata, percebendo que Draco não a notara. Bem, ela realmente não queria ser notada, não naquele momento.

O loiro riu, amassando a carta e a jogando pela janelinha do lugar, ainda não percebendo a presença de certa ruivinha. Se ele percebeu, então disfarçou muito bem, pois logo que jogou o pergaminho, saiu do corujal, sem nem ao menos insultá-la. Não, isso era particularmente muito estranho. Ela tinha que ler aquele papel. Não, ela não podia ler aquele papel. Mas a curiosidade falou mais alto. Saiu de fininho dali, indo na direção da janela. Podia ver que a carta que Draco recebera ainda estava ali. O vento movia a carta, e logo, logo a levaria para os jardins, onde tornava praticamente impossível a leitura da mesma, devido ao tanto de alunos que transitavam pelo local. Gina se apressou e foi correndo até onde o pergaminho estava, pegando-o nas mãos e o abrindo:

“Draco,

A primeira parte da sua missão foi muito fácil. Ficar com a Parkinson? Não existe tarefa mais sem dificuldade, ainda mais pra você, Draquinho! Mas, o seu problema, vai ser cumprir a segunda parte dessa tarefa. Não que dormir com a Pansy seja difícil, sendo que você é o Draquinho dela, mas não sei se a garota não vai se tocar na hora. Bem, você ainda tem duas semanas para cumprir essa parte, não que eu ache que você consiga fazer isso nesse curto tempo. Mas, como disse, você ainda é Draco Malfoy, o Draquinho da Pansy Parkinson. Aí vai seu dinheiro, os vinte e cinco galeões que eu havia te prometido. Os outros vinte e cinco, só depois que dormir com a Pansy.

B.Z.”

B.Z. Quem poderia ser? Bem, para se apostar cinqüenta galeões com Draco Malfoy, não deveria ser alguém com pouco dinheiro. Também deveria ser um sonserino, já que o loiro só se relaciona com os colegas de casa. Deveria ser algum amigo do mesmo, para poder apostar algo como uma garota. Com essas características, só havia um: Blaise Zabine.





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