Capitulo 4





Apesar do quanto Veneza era encantadora, Hermione não ficou triste ao ver a cidade desaparecer nas brumas, à distância, enquanto o táxi aquático avançada pela laguna em direção ao aeroporto. Veneza era uma cidade para amantes, para romance, para pessoas com tempo para não fazer nada... E Hermione Granger não se en¬quadrava em nenhum desses grupos.
Ela voltou para Londres em meio a um inesperado con¬forto. Ronald Weasley conseguira, de algum modo, que ela fosse mudada para a primeira classe. Para o assento ao lado do dele. Com a boa aparência com que nascera mais todo o dinheiro e poder que possuía, ele, sem dúvida, conseguia o que queria na imensa maioria das vezes.
Afinal de contas, Ronald a convencera a trabalhar para ele, não convencera? Com a oferta de um vôo de graça para casa e trabalho por três meses, caso ela concordasse...
Hermione pensou em Draco Malfoy, que lhe fizera uma oferta parecida. Um trabalho temporário em troca de um vôo de graça para casa, e que no final, não dera certo. Os olhos dela marejaram. “Não vou acreditar nisso até estar no avião de volta para a Austrália”.
Pegaram um táxi no aeroporto para ir para o apartamento de Ronald, parando brevemente no caminho para pegar os poucos pertences que Hermione deixara em um alber¬gue para jovens. Hermione já contara que não tinha onde ficar em Londres e Ronald a convidara para ficar no apartamento dele, garantindo que havia espaço e que isso criaria uma situação muito melhor para ela ter contato com David e sua mãe.
Mas Hermione ainda não se decidira a passar a noite. Ou se ficaria cinco minutos sequer no apartamento dele. Mas não sabia dizer o que temia. Estaria com medo de que, assim que Ronald fechasse a porta, descobrisse que o filho e a mãe eram produtos da imaginação dele? Que haveria grades em todas as janelas e trancas em todas as portas?
Ela riu de forma nervosa.
— Você disse alguma coisa? — perguntou Ronald.
Ela estremeceu ao ouvir a voz dele, controlando-se em seguida. Olhando ao redor, percebeu com um sobressalto que ele se aproximara, e que a perna dele estava tocando a sua. Seu corpo inteiro ficou rígido.
— Não. Eu só estava pensando...
— Eu sei. Você parecia tão concentrada que não quis perturbá-la. Estava pensando em sua irmã novamente? Ou sobre o menininho que eu disse que dará trabalho... Ou ter de viver numa fazenda de ovelhas nos próximos meses?
Hermione não queria admitir que estava pensando nele, que seus pensamentos nos últimos minutos não tinham chegado nem perto do filho, de sua irmã ou do que teria pela frente na Austrália.
— Um pouco de tudo — mentiu ela, tratando então de devolver uma pergunta a ele — Você está ansioso por ver seu filho novamente?
— Claro! Muito ansioso. — respondeu ele sem hesitação, mas ainda assim... O rosto dele, os olhos, não mostravam aquele carinho, o amor orgulhoso que se espera de um pai amoroso. Ele seria eficiente em esconder seus sentimentos? Ou será que não tinha sentimentos profundos pelo filho?
Hermione escutou a si mesma perguntar, curiosa.
— David foi com você para a Austrália no ano passado, quando comprou a fazenda de ovelhas e montou o negócio em Melbourne?
Ele fez que não com a cabeça.
— Ele ficou com minha mãe. Foi melhor assim. Eu fiquei correndo de um lado para outro todo o tempo. — Havia algo no tom da voz dele e um ar distante no olhar que a fez não insistir no assunto. Mas se ia cuidar de David, ela teria de saber mais sobre ele e o pai, e especialmente, sobre a relação de Ronald com o filho. Molhando os lábios, Hermione forçou-se a fazer outra pergunta.
— Que idade ele tinha quando... Quando a mãe morreu?
Passou um longo momento antes de ele responder.
— Onze meses. Diagnosticaram o câncer nela um mês antes de David nascer. — A voz dele era sem emoções. Ela sentiu que simpatia era a última coisa que ele desejava.
— E como... Como você e sua esposa fizeram, tendo um bebê recém-nascido?
— Minha mãe ficou cuidando de David na fazenda, enquanto minha esposa passava pelo tratamento em Londres. Levou semanas, e ela ficou muito fraca... E o
tratamento não funcionou. Ela passou seus últimos meses na fazenda. Ficou mais feliz lá na paz e tranqüilidade do campo. — Ronald virou-se, olhando pela janela. Estaria de¬sejando que fosse o final do interrogatório?
Mas agora que ele se abrira um pouco, Hermione não podia parar. Depois que aceitasse o emprego ele talvez se fechasse como uma ostra.
— E você conseguiu ficar lá com ela?
Um músculo moveu-se na mandíbula dele. Foi o único sinal de emoção que Ronald mostrou.
— Fiquei com ela todo o tempo... Durante o tratamento e depois na fazenda. Harry cuidou do negócio até... Tudo acabar — ele falou em tom neutro, sem olhar para ela.
“Como ele devia ter sofrido, vendo a esposa morrer na¬queles longos meses”, pensou Hermione, sentindo simpatia. E ele ainda sofria, apesar de ter conseguido disfarçar em Ve¬neza. Ela jamais poderia ter imaginado o tamanho da dor que ele escondia sob a imagem audaz e confiante.
— Deve ter sido um grande conforto para ela, ter você e o bebê — murmurou Hermione, sem saber o que dizer.
— Minha esposa estava fraca demais para cuidar de David — a resposta agora tinha um tom de irritação. — Nosso filho era pesado demais para ela erguer e agitado demais para ela controlar. Minha mãe cuidou de David enquanto eu cuidava de minha esposa. E não fique pensando que David foi negligenciado. Isso não aconteceu. Ele sabia que estávamos os dois ali para ele, bem perto. Ele sempre nos via.
“Por alguns minutos, duas ou três vezes por dia? Pobre criança,” pensou Hermione, “vendo tão pouco o pai e a mãe, e então perdendo a mãe para sempre.” E, alguns meses depois, vendo o pai ir para a Austrália pelo que deviam ter sido semanas ou meses, enquanto ele montava o negócio em Melbourne e a fazenda. David não tinha sido uma alta priori¬dade na vida de Ronald até aquele momento, isto estava claro. Ronald estaria percebendo isso só naquele momento? Seria por isso que ia levar o filho com ele para a Austrália nesta nova viagem?
O táxi parou diante de um luxuoso prédio que ficava diante de um parque bem cui¬dado, à sombra de velhos carvalhos ingleses.
— Você morra neste prédio?
— Exatamente.
Pelo menos David tinha uma área onde brincar. Algo que o menino, se era tão ativo quanto o pai dizia, sem dúvida necessitava.
Entraram no prédio e Ronald cumprimentou o porteiro. Ambos se dirigiram ao elevador, subiram até a cobertura e Hermione observou Ronald tocar a campainha; provavelmente para anunciar à mãe que estava chegando.
A porta foi aberta um instante depois e uma moça jovem com longos cabelos ruivos, muito parecida com ele, apareceu diante deles. Ela simplesmente sorriu.
— Gina como você está? Mamãe está em casa? Onde está o David?
— Mamãe está lá em cima com o David. Eles acabam de voltar de um passeio no parque. — Gina examinou Hermione de alto a baixo, enquanto Ronald entrava levando a bagagem. Um triciclo de plástico encontrava-se largado entre os vasos de plantas de bom gosto.
Uma escada curva levava ao segundo andar da cobertura, de onde vinham vozes abafadas. Hermione notou que um portão de se¬gurança fora instalado aos pés da escada, e calculou que havia outro no alto.
Então a mãe de Ronald Weasley e o filho existiam mesmo. O que significava que Ronald não devia ser algum tipo de pervertido que planejava seqüestrá-la.
Hermione sorriu, sentindo-se um pouco menos tensa.
Ronald largou a bagagem e deu um abraço e um beijo no rosto de Gina, antes de voltar-se para Hermione.
— Hermione, esta é Gina, minha irmã mais nova. Gina, esta é Hermione Granger, da Austrália.
Enquanto Gina a cumprimentava com um aceno, ele prosseguiu:
— Mamãe lhe disse que estávamos para chegar? Como está o Harry?
— Mamãe falou. O Harry está bem, atarefado com sempre. — nesse momento ouviram ruídos vindos da escada. — E aí vêm eles.
Hermione olhou para a escada, onde uma mulher baixa e gorducha com cabelos incrivelmente ruivos e um pequeno menino desciam a escada lentamente. O garoto se concentrava muito em cada passo, enquanto a avó segurava uma de suas mãozinhas.
— Venha, Hermione... — Ronald a levou adiante para conhecer os dois, abrindo o portão ao pé da escada.
— Oi, mãe — Ronald beijou a mãe e estendeu os braços para David, que sorriu e o abraçou. — Então, como está meu campeão?
Hermione ficou aliviada por ver que Ronald não ficava sem jeito diante do filho, e que David parecia feliz em vê-lo. Segurando o filho com um braço, Ronald estendeu a outra mão na direção de Hermione.
— Mãe, esta é Hermione Granger. Ela vai ser a nova babá do David... eu espero. Hermione, esta é minha mãe, Molly Weasley.
— Como vai, senhorita Granger? — disse a mãe de Ronald em tom formal, medindo-a com um olhar rápido e incisivo — Fizeram um bom vôo?
— Sim, foi ótimo. Obrigada, senhora Weasley — respondeu Hermione, imaginando quanto tempo levaria até abandonarem as formalidades. Molly Weasley devia estar muito curiosa quanto a esta mulher estranha que ia cuidar de seu neto pelos próximos meses. — E, por favor, pode me chamar de Hermione.
Molly Weasley apenas assentiu com a cabeça.
— Você não vai dizer alô para a Hermione, David? — Ronald aproximou-se de forma que o rosto do menino ficou a cen¬tímetros do dela. Ela esperava que o garoto apenas a fitasse, ou que escondesse o rosto no ombro do pai, mas ele sorriu e estendeu os braços para ela.
— Pegue-o — disse Ronald quando ela hesitou, não que¬rendo arriscar uma recusa se avançasse com muita ansiedade para o menino. — Ele está acostumado a pessoas novas. E gostou de você. Ele gosta de todo mundo — acrescentou ele, estragando a sensação que Hermione sentiu ao notar que o menino a aceitara.
“Bem, graças aos céus por isso,” pensou ela pegando o me¬nino no colo e dizendo palavras suaves para acalmá-lo.
Ronald riu. Um som que ela ainda não tinha escutado. E isto causou algo estranho dentro dela.
— Ele pesa uma tonelada, não é? Não se preocupe, ele vai querer descer em um instante. David nunca fica parado por muito tempo — Ronald parecia feliz, satisfeito, confiante.
“E qual o problema?” pensou Hermione, “Por que ele não devia se sentir assim? Tinha encontrado uma babá para o filho e o menino a aceitara sem problemas”.
Um instante depois, demonstrando o quanto Ronald co¬nhecia o filho, David começou a se agitar, querendo descer. Quando ela o colocou no carpete fofo, Ronald disse:
— Ele é muito independente, tem suas próprias idéias. Está acostumado a viver na fazenda com espaço de sobra para correr.
Uma criança ativa, cheia de vontade e com suas próprias idéias... obviamente. Apesar do trabalho que sabia que teria, Hermione pensou que preferia uma criança assim a uma tímida e assustada que passasse o dia todo agarrada a ela e que ocupasse os três meses da viagem sentindo saudade da avó e da vida nos campos ingleses.
Hermione viu David ir até a tia, que se abaixou para conversar com o menino. David tinha os olhos incrivelmente azuis e os cabelos de um ruivo bem mais claro do que o do pai.
Olhou a bonita sala onde se encontravam e pode ver, junto às fotos de David, em uma mesinha próxima de onde ela estava, uma única foto que mostrava Ronald e uma mulher, um olhando nos olhos do outro. A esposa dele havia sido uma mulher muito bonita, com cabelos loiros e um sorriso gentil. Uma rosa delicada, o sorriso e o olhar de Ronald na foto, mostravam que ele amara a esposa e que esta aparentava ser insubstituível.
Quando se sentaram para o jantar naquela noite, Gina tinha ido embora e David havia comido e sido posto para dormir. Ronald já havia reservado as passagens do vôo para Melbourne na noite seguinte, e ela aceitara o trabalho como babá de David pelos próximos três meses.
— Você não vai telefonar para a sua irmã? — ofereceu Ronald quando ela pediu licença depois do jantar, pronta para ir dormir. A mãe dele tinha ido para a cozinha, depois de recusar a oferta de ajuda de Hermione. — Imagino que você não tenha tido uma chance de ligar de Veneza.
— Obrigada — disse ela sorrindo com gratidão. Não poderia de forma alguma pagar a ligação de Veneza, e ele sabia disso. — Sim, eu gostaria de ligar. Gostaria muito.
— Tem um telefone no seu quarto. Fique à vontade. E Hermione... — ele tocou seu braço, provocando, para seu horror, uma profunda onda de calor. — Obrigado... por aceitar o emprego.
Ele rompeu o contato e tudo que Hermione pôde pensar foi que ele não ia ser outro Draco Malfoy.
— Eu... vou cuidar bem do seu filho — prometeu ela, querendo passar a impressão de que David era o único motivo de ter aceito o emprego. — Boa noite, Ronald. Eu... eu vou ligar para minha irmã. Obrigada.
Quando atendeu, a voz de Nicole era a de alguém que estivera chorando, apesar de ela tentar disfarçar.
— É... é tão maravilhoso ouvir sua voz, Mione. Você ainda está em Veneza? Veneza é tão romântica quanto dizem?
— Eu não estava lá por causa de romances, estava cuidando de duas crianças — ela recordou usando um tom mais agressivo do que desejava. — E quanto a você, Nick? Ainda está com enjôos?
— Estou me sentindo podre. Esses enjôos matinais estão me deixando louca! E Dino... Dino...
— Ele está cuidando de você?
Hermione ouviu sons de choro abafados e esperou um mo¬mento até a irmã se recompor e voltar a falar.
— Ele não está aqui. Nós tivemos uma briga e ele disse... ele disse que sou má e feia e que estava cansado de mim! — ela começou a chorar abertamente.
— Nick, você está bem?
— Sim... sim... eu acho.
— Você sabe onde o Dino está?
— No cassino, imagino, bebendo e jogando.
— Ele não merece você, Nick. Escute, estou partindo amanhã à noite. Estou de volta em Londres agora e vou estar em casa por volta do meio-dia de depois de amanhã. Recebi uma oferta de trabalho em Victoria, numa fazenda de ovelhas, mas vou ter três dias em Melbourne para ficar com você.
— Só três dias?
Hermione ficou abatida. Em maio, cinco meses antes, quando a empresa de contabilidade a transferira para Londres pelo que seria um período de seis meses, Nicole ficara feliz por vê-la partir. Tinham tido uma discussão por causa de Dino e Nicole declarara que era adulta e capaz de cuidar da própria vida sem nenhuma interferência ou conselhos da irmã mais velha, e que seria ótimo ficarem separadas por algum tempo. E agora ela estava reclamando que teria apenas três dias com a irmã. As coisas deviam ter piorado muito.
— E o Dino? Ainda não está contente com o bebê?
— Não. Ele diz que não podemos sustentar uma criança e ele não quer crianças e... oh, Mione, estou tão feliz por você estar voltando para casa! Eu não sei o que fazer!
— Não faça nada. Apenas cuide de si mesma nesses dois dias até eu chegar. Eu vou ajudá-la. — “de alguma forma,” completou para si mesma. Podia dar apoio moral e até mesmo físico, mas ajuda financeira seria difícil no momento. Talvez o salário adiantado que Ronald lhe prometera ajudasse um pouco. — As coisas vão melhorar. Esses enjôos vão passar, e Dino vai mudar de idéia. Vou falar com ele, se você quiser...
Ela esperava uma onda de protestos, mas em vez disso Nicole disse:
— Oh, você fala? Ele não me escuta mais!
— Vai ficar tudo bem, querida. Você só precisa se cuidar. Estou com saudade. Nos vemos em dois dias. Só dois dias. Tchau, querida.
— Eu amo você, Mione. Tchau.
Hermione ainda estava pensativa quando bateram à porta. Ficou ansiosa, calculando que fosse Ronald. Mas por que ele viria bater à sua porta a essa hora da noite?
Com o coração acelerado, ela foi atender.
— Oh! Senhora Weasley!
A mãe de Ronald tinha uma caneca fumegante na mão.
— Pensei que você poderia querer um chocolate quente antes de dormir. Posso entrar por um momento?
Hermione recuou um passo, abrindo o caminho.
— Obrigada pelo chocolate, senhora Weasley. Quer sentar-se? — ofereceu ela indicando a única poltrona, enquanto sen¬tava-se na beirada da cama, imaginando o que a trouxera ali.
— Bem, será só por um momento. Minha querida, eu entendo que a generosa oferta de meu filho para você foi um tanto súbita. Depois de conhecê-la por apenas um dia, e apenas horas antes de você perder seu emprego. Claro que meu filho garante que você não teve culpa alguma por seu empregador fazer certos... avanços.
— É verdade — confirmou Hermione
— Espero que seja.
— A senhora tem alguma dúvida?
— Não, claro que não. Se você está dizendo... E agora meu filho lhe ofereceu uma posição trabalhando para ele. Ele lhe pediu para ser a babá de David e também contadora da fazenda de ovelhas dele em Victoria...
— Exatamente.
— Bem, você não precisa se preocupar com a possibilidade de meu filho sair da linha da forma que seu antigo empregador fez. Meu filho não fica brincando com as babás do filho dele. Nem com nenhuma de suas... funcionárias.
— Fico aliviada por ouvir isso.
— Mas, mesmo assim, deve ser muito agradável receber uma oferta de um vôo de graça para a Austrália vinda de um inglês atraente e sem compromisso, um dos solteiros mais cobiçados de Londres desde a triste morte de sua esposa...
— Não é exatamente um vôo de graça. Eu vou trabalhar por isso. Cuidando de seu neto, senhora Weasley, tanto durante o vôo quanto durante a estada dele na Austrália.
— É verdade, minha querida. Mas você vai trabalhar em uma fazenda de ovelhas onde estarão virtualmente apenas você, meu filho e meu neto. Você compreende que será apenas uma funcionária de meu filho, Hermione? Uma funcionária temporária? Durante os poucos meses em que meu filho estiver na Austrália?
— Sim, eu compreendo perfeitamente. E acredito que seu filho compreende também.
Apesar do modo como falava, a senhora Weasley tinha um rosto e um olhar bondoso
— Já lhe garanti, minha querida, que não precisa se preocupar com isso. Meu filho jamais faria com uma babá o que seu antigo patrão fez.
— É muito bom saber disso. E para tranqüilizá-la ainda mais, senhora Weasley, deixe-me contar-lhe algo sobre mim. Rompi recentemente um noivado por causa da infidelidade de meu noivo. Por causa da infidelidade de meu noivo inglês. E por isso não tenho nenhuma intenção de me envolver novamente. Muito menos com um inglês!
— Fico feliz por você se sentir dessa forma, Hermione, porque se tiver qualquer idéia tola sobre meu filho se apaixonar pela babá, vai ficar decepcionada. Isso nunca vai acontecer. Ronald garantiu-me várias vezes que a última coisa que deseja é se apaixonar novamente. E ele provou isso inúmeras vezes desde que minha nora morreu. Mulheres entraram e saíram de sua vida, algumas delas mulheres muito especiais, que eu não hesitaria em aceitar como noras e mães de meu neto. Ela suspirou antes de prosseguir.
— Mas de certa forma nenhuma chegou ao nível de Luna. Nunca chegaram perto, quanto mais tirar a imagem dela da mente de Ronald. Acho que ele amará Luna enquanto viver, e nunca deixará outra mulher tomar o lugar dela em seu coração. Então esteja preparada, minha querida, e não se deixe apaixonar por ele.
Ela ergueu a mão quando os lábios de Hermione se separaram.
— O que pode lhe parecer impossível agora, Hermione, pode vir a acontecer. Seja o que for que você pense dos homens neste momento, e especialmente dos homens ingleses — então os olhos da senhora Weasley eram bondosos — Meu filho é um homem muito charmoso, muito carismático, muito bem-sucedido. Uma combinação muito atraente para qualquer jovem mulher. E ele a tratará bem... Ele trata bem todos seus funcionários. É possível que ele, mesmo sem querer, venha a fazer com que se interesse por ele. Mas não esqueça do que estou lhe dizendo agora, minha querida. Ele é um homem de uma só mulher, e sua capacidade de amar morreu com ela. Meu filho...
— Senhora Weasley...
— Não, por favor, deixe-me terminar. Eu conheço meus filhos, Hermione, e Rony amou sua esposa com todo seu coração, corpo e alma. Infelizmente eu vi meu filho mudar com a dor. Qualquer sentimento que tenha restado, e dói em mim ver quão pouco restou, ele dedica ao filho. Ele nunca vai amá-la, Hermione, nunca vai lhe oferecer algo mais do que já ofereceu. Um emprego. Bem, eu só pensei que devia avisá-la.
Hermione colocou a caneca na cabeceira da cama e se levantou.
— A senhora sempre fala dessa forma franca com as babás do seu neto? — perguntou ela enquanto Molly Weasley se levantava também.
— Talvez não de forma tão franca quanto falei com você, minha querida. Mas também meu filho nunca trouxe uma babá jovem e descompromissada de outro país antes. Por favor, não se ofenda. Não tenho nada contra você pessoalmente. Especialmente agora depois que tivemos essa conversinha. De fato, espero que um dia mude de idéia quanto a se apaixonar novamente. Uma experiência ruim não...
— Duas. Minha irmã está tendo uma experiência similar e também com um inglês. Infelizmente, ela se casou com ele. E agora é terrivelmente infeliz.
— Lamento quanto a isso. Talvez, no futuro, seja melhor que você evite ingleses, Hermione. Mas vamos torcer para que, no devido tempo, um homem, quem sabe do seu próprio país, a faça recuperar a fé na outra metade da humanidade.
Hermione sorriu rapidamente.
— A senhora deixou bem claro o seu ponto de vista. E quem sabe? Talvez esteja certa — a imagem de Vitor e de sua companheira de cama surgiu em sua mente.
— Mas eu duvido.
— Creio que você será uma ótima companhia para meu neto, Hermione — disse a Sra. Weasley quando chegou à porta. — Você parecer ter as qualidades que meu filho e eu estávamos procurando. Uma jovem mulher sensata, prática, confiável... com um bom cérebro e um coração carinhoso, mas não suave demais. E você tem jeito com crianças. Fiquei observando-a esta tarde com meu neto.
— Obrigada, Sra. Weasley — agradeceu Hermione, tentando não parecer seca. Como babá, era perfeitamente adequada. Como qualquer coisa mais... bem, tinha sido avisada.
“Como se precisassem me avisar,” pensou ela. “E se alguém precisa de aviso, Sra. Weasley, é seu filho. Ele pode ter perdido o coração, mas ainda era homem. Então vamos torcer para que esteja certa quanto a ele manter-se longe das babás.”
— Boa noite Hermione.
Hermione sorriu sem muito empenho ao despedir-se da outra mulher.

N/A: Mais uma capitulo pronto

Sâmya Carvalho : Obrigada pelos comentários, espero que tenha gostado deste capitulo

Ara Potter: Obrigado pelo comentário, eu amo o Rony e é difícil ver fincs com ele desse jeito na verdade eu nunca vi, se você tiver alguma para me indicar eu agradeço.

Carla Ligia Ferreira: Obrigada pelo comentário , o Rony ainda vai surpreender no decorrer da finc espero que você tenha gostado do capitulo

Ginna Weasley Potter: Aqui esta a atualização desculpa a demora obrigada por comentar espero que você continue gostando da finc

luli jones: Obrigada pelo comentário

*Mari Granger: Obrigada por comentar,

Tanne: Realmente não tem muitas UA R/H como casal principal, no momento não me lembro de nenhuma, mas se eu lembrar ou ver alguma eu aviso, vou fazer o possível par ser mais detalhista nos próximos capítulos obrigada pela dica e por comentar

gonzaga: Espero que você tenha gostado do capitulo, vou tentar não demorar tanto pra atualizar obrigada por comentar

Dibiela: obrigada por comentar

Ágata Weasley: O Rony realmente merece o dinheirinho que ele sempre sonhou neh rs, mas o dinheiro nem sempre traz a felicidade. Obrigada por comentar

Espero que vocês tenham gostado do capitulo, Eu vou fazer o possível par postar o 5 o mais rápido possível, por favor comentem e deixem uma autora feliz.
Beijos

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Nossa.........A Molly é....Merlin ,ela já chegou avisando a Mione! kkkk fiquei até com medo! Agora já descobri quem é a mãe do  David!

    2011-11-29
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