Capitulo 1



N/A: Esta finc e baseada em um livro da autora Elizabeth Duke e é Universo alternativo


Capitulo 1

Conhecer Veneza sempre tinha sido o sonho de Hermione. A mágica e romântica cidade de contos de fadas que flutua no mar. E ali estava ela. Chegara a Veneza havia dois dias, para trabalhar como babá por uma semana. Então o seu sonho havia se tornado um desastre, um verdadeiro pesadelo. Tinha sido demitida de uma maneira vergonhosa, estava sem um centavo e pra piorar a situação, perdera o vôo de graça para voltar à Austrália, sua terra natal.
E o pior era que ela era a maior culpada dessa situação. Desde o começo não sentia muita segurança em relação aos Malfoy. O olhar do marido e o exame gelado a que a esposa lhe submetera deveriam ter servido de aviso, mas eles estavam desesperados para contratar uma babá por pouco tempo e ela estava desesperada pela passagem de volta a Austrália que eles tinham oferecido como pagamento. Então ela tinha aceitado. Tudo aconteceu de um modo inesperado e agora tudo tinha acabado. Revivia os dois primeiros dias em Veneza.
Hermione tinha sido conquistada pelas duas crianças, Julia, de quatro anos, e Josh, de cinco meses. Seus patrões, ambos médicos londrinos, participavam de um congresso realizado no hotel em que estavam hospedados enquanto ela cuidava dos seus filhos. Ela os levara para passear pelo Grande Canal no Vaporetto, o ônibus aquático, e estivera na Praça São Marcos, onde construções com arcadas impressionantes e o esplendor bi¬zantino da Basílica a tinham feito ficar sem respiração. Julia, naturalmente, se interessara mais pelos pombos. Havia dado um passeio de gôndola com as crianças e os pais. Ela teria apreciado mais o passeio se Draco Malfoy não ficasse olhando disfarçadamente para ela o tempo todo.
No segundo dia em Veneza, conheceu um inglês na Praça São Marcos enquanto Julia brincava com os pombos. Nas duas manhãs tinha reparado nele sentado sozinho tomando café da manhã no hotel. E em ambas as ocasiões evitara ao máximo olhá-lo. Afinal, ele já devia estar acostumado a ser perseguido pelas mulheres. Com aqueles olhos azuis, os cabelos incrivelmente ruivos, o físico perfeito e atitude de tranqüila autoconfiança, parecia o tipo de homem que esperava por isso.
O tempo tinha lhe ensinado a desprezar esses tipos de homens colecionadores de mulheres. Vitor era desse tipo, um belo homem que a fizera sentir-se como se fosse a única mulher do mundo. Só que ela não era. Só uma boba como Hermione Granger para se deixar iludir. O inglês aproximou-se e ela fitou-o com frieza.
- Eu a vi no café da manhã do hotel — disse ele como início de conversa, com um brilho amigável demais nos olhos azuis.
- Viu é?
Ela não iria admitir que houvesse reparado nele. E não queria reparar nele naquele momento, mas isso era quase impossível. Desviou o olhar o mais rápido que pôde; aquele homem era dinamite pura. Não deixou de imaginar o que ele fazia sozinho em Veneza; não que isso lhe importasse, afinal os homens estavam riscados de sua vida desde que Vitor saíra dela.
- Está sozinha em Veneza? Além dos seus filhos, quero dizer...
Ele olhou curiosamente o bebê adormecido no su¬porte nos ombros de Hermione e a menininha que agora tentava subir no colo dela. Será que ele está querendo saber como me atrevi a vir para Veneza com dois filhos, ou tem alguma outra idéia? A suspeita fez os olhos azuis se estreitarem. Será que ele queria verificar se ela estava disponível? Disponível para quê? Ergueu o queixo, os olhos frios como gelo. De modo algum daria àquele homem a idéia de que estava no mercado, à disposição dos lobos.
- Não são meus filhos, tomo conta deles. — Ela falava em tom áspero. — E não estou sozinha, estou com os pais das crianças. Você deve tê-los vistos também no hotel.
Mas é claro que ele não vira. Os Malfoy sempre tomavam café mais tarde, com a desculpa de que precisavam verificar as anotações para a conferência, mas Hermione desconfiava que eles quisessem dormir até mais tarde e tomar café sem as perguntas de Julia ou o choro de Josh.
- Então, é a babá dessas crianças... - era evidente o brilho nos olhos azuis.
- Isso mesmo! - disse seca, e saiu andando.
Com apenas dois largos passos ele se colocou ao lado dela.
- É babá permanente deles ou foi contratada só para esta viagem?
Ela parou, franzindo a testa, por que ele queria saber? Será que falara apenas para manter a conversa?
- Estou substituindo a babá, que teve uma infecção no ouvido e não pôde viajar de avião.
Como ela estava desempregada, Lilá, sua amiga e babá dos pequenos, a recomendara para substituí-la.
- No fim desta semana - acrescentou certa de que sua frieza o desencorajaria - estarei voando de volta à Austrália.
De volta aos problemas, aliás...
- Austrália, por isso tem esse sotaque diferente! Eu estava me perguntando de onde você é. Pretende trabalhar como babá quando chegar à Austrália?- Ela estranhou o interesse.
- Duvido muito! - continuou em tom cortante - Estou procurando emprego como contadora, que é a minha profissão e no que eu trabalhava até recentemente.
- Bem... - elogiou ele – aí está uma prova de que beleza e inteligência podem andar juntas.
Pelo amor de Deus, o homem estava flertando com ela.
- Às vezes isso acontece, de fato! Será que se pode dizer a mesma coisa de você? Ou é apenas dono de um rosto bonito? – perguntou de maneira fria
Os olhos azuis pareceram perplexos por um instante, depois ele sorriu, exibindo dentes brancos, perfeitos. “Oh, não, meu caro” pensou. “O seu encanto inglês não funciona comigo. Sou imune a ingleses lindos e perfeitos. Estou à espera de um homem simples, decente e honesto.” Tudo bem que ela duvidava que ainda existissem homens decentes e honestos. Virou as costas e saiu andando, mas desta vez num passo apenas ele estava de novo a seu lado. Felizmente Julia veio em seu socorro.
- Estou com fome! — disse antes que ele pudesse falar puxando Hermione pela mão - Quero sorvete!
- Sim, meu bem, vamos procurar sorvete.
Hermione apressou o passo, esperando que o inglês fosse embora, mas ele não foi.
- Deixe-me oferecer-lhes sorvete do Florean.
Passavam diante desse café no momento em que uma música romântica tocava. Ela não parou fingindo não ter ouvido. Nada neste mundo a faria permitir que aquele inglês lhe comprasse qualquer coisa, que comprasse sua atenção, pois era o que ele queria. E os preços do Florean estavam fora do seu alcance.
- Há uma sorveteria do outro lado da praça. — disse brusca, dispensando-o. — Vamos lá, Julia. - Andou depressa, quase arrastando a menininha, mas o inglês continuou a acompanhá-la.
- Estou aqui a trabalho, não a passeio - explicou ele, sem se importar se ela responderia ou não. -Vim por causa de um congresso no Hotel Cipriani, se bem que preferia um hotel mais sossegado, mais simples. Como esta manhã é de folga...
- Onde estão seus companheiros congressistas? - Hermione olhou atenciosamente ao redor - Será que se interessam mais pelos encontros sociais no Cipriani do que pelas delícias culturais de Veneza?
- Hoje estão acontecendo reuniões de negócios e eu nada tenho a ver com esse campo, vim para fazer uma série de palestras sobre o efeito da internet no mundo das comuni¬cações. Hoje à tarde farei a última delas.
- Ah... Bem, eis a prova viva de que beleza e inteligência podem andar juntas.
- Você me pegou! - Os olhos azuis brilharam divertidos.
Por mais que quisesse detestar tudo nele, Hermione tinha que lhe dar crédito por ter apreciado o modo pelo qual ela revertera o comentário para atingi-lo. Em uma situação como esta, Vitor ficaria de cara amarrada.
- Seus patrões costumam dar-lhe folga? À noite, quero dizer — acrescentou ele, com suave insistência - Quando as crianças estão dormindo e os pais não têm compromisso.
“À noite... Sei bem o que isso quer dizer”, pensou ela.
- Não - respondeu seca - e se me dessem folga eu não iria desperdiçá-la com você pensou - Estou aqui para trabalhar, tomando conta das crianças, os pais delas não estão de férias, vieram participar de um congresso de medicina, assim, aproveito para conhecer um pouco de Veneza.
- É mesmo? - Os olhos azuis riam - E o que viu de Veneza até agora?
- Mais do que você pensa! Hoje de manhã estivemos na Basílica de São Marcos... Éramos quase os primeiros da fila. Entramos, também, no Palácio dos Doges, fomos passear no Grande Canal, mais de uma vez. Compramos lembranças, assistimos ao movimento de barcos e gôndolas do mirante do hotel, de onde se tem uma fascinante vista de Veneza. Ontem tivemos um pôr-do-sol de tirar o fôlego de tão lindo... - Nem bem acabou de falar, compreendeu que havia sido um erro.
- Que romântico! — ironizou ele — Assistir a um pôr-do-sol em Veneza na companhia de uma menininha de quatro anos. Precisa apreciar um pôr-do-sol ao lado de um homem.
- Talvez eu considere a companhia de uma criança melhor do que a de um homem — disse ela pensando em Vitor. Fora num magnífico pôr-do-sol que o apanhara no terraço do seu apartamento com outra.
- Você não gosta de homens, ou apenas de um deter¬minado homem? Alguma experiência ruim?
O leve tom divertido na voz dele a enfureceu. Como se ele jamais tivesse sido esnobado por mulher alguma... Pois bem, aqui está uma mulher que não vai ligar para você... Nem para todos os demais ingleses bonitões. Não pensava apenas em Vitor nesse momento, mas em seu bonito cunhado, lá na Austrália... Dino Thomas, outro inglês que passara pela vida de sua irmã como um luminoso cometa, tornando um inferno a vida da pobre Nicole. A irmã e ela realmente eram péssimas para escolher homens!
- Oh, sim, eu gosto de homens, mas não suporto ingleses bonitinhos, acho-os sem consistência e irresponsáveis...
- Você é uma mulher que sabe se defender, gosto disso.
- Eu quero sorvete! — gritou Julia
- Sim, meu bem, agora mesmo.
Com um último e destruidor olhar para o inglês Hermione entrou na sorveteria, puxando a pequenina. O bebê, incrivelmente, dormia tranqüilo apoiado no peito dela. Ofegante e com o coração apressado, tratou de acalmar-se. Sen¬tia as faces em chamas de tanta vergonha. Ele era parecido com Vitor: encantador, bonito, convencido, metido a conquistador; mas nada disso justificava a grosseria dela. Teve vontade de correr atrás dele e pedir desculpas. “Besteira”, avisou-a a vozinha íntima, “deveria é fazer mais comentários ásperos para abalar a armadura de arrogância e convencimento daquele homem.” Ele merecera o que ouvira.


N/A: Espero que vocês gostem, da finc e por favor comentem
bjs

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