Rotina

Após o jantar, no qual Sirius chegou atrasado, rendendo um olhar de profundo desagrado de Vitória, todos foram dormir, exaustos. ”Incrível como não fazer nada cansa.” – concluiu Vitória, á guisa de boa-noite para as meninas, já no dormitório.
No dia seguinte, os marotos acordaram e se dirigiram ao Salão Principal, onde as meninas já se encontravam tomando café e conversando alegremente. Aparentemente, Vitória contava algo muito interessante, mas ao verem os meninos, a conversa cessou quase que imediatamente.
-Bom dia meninos. - cumprimentaram Alice, Mia e Lílian, no que Vitória os cumprimentou apenas com um aceno de cabeça.
-Bom dia garotas lindas. – falou Tiago galanteador, tomando a mão de Lílian e depositando ali um beijo.
-Bom dia Potter. –respondeu Lílian, rindo.
-Lily, me chame de Tiago, por favor. -continuou o maroto, ainda com a voz galante.
Mas antes que a garota pudesse responder qualquer coisa, a atenção deles foi atraída para uma Vitória muito irritada, que falava a altas vozes:
-Oi Sirius, vai tomar café conosco ou vai sair no meio para um encontro?!
Sirius pareceu muito embaraçado, e foi numa voz sem-graça que respondeu:
-Ah, sobre isso, desculpa por ontem Vi, não foi combinado nem nada, é só que ela estava lá, e daí...bom...hormônios, sabe como é...
-Não, eu não sei como é! Por que eu não deixo meus amigos de lado para beijar pessoas intrometidas! – explodiu Vitória, agora corada de raiva.
-Bom, ela é bem legal, sabe, a Sofia...ela é...- começou Sirius, no que Vitória o interrompeu:
-Ela é bem o seu tipo, Sirius, sem cérebro! Meia hora falando para não dizer nada!
-Ei, Vi, eu já pedi desculpas, não precisa ofender a menina! – falou Sirius, calmamente.
-Mas realmente, aquela menina não é muito legal mesmo. Nem sei como ela conseguiu chegar ao quinto ano! – comentou Lílian.
-Acho que ela não é realmente burra, sabe. Ás vezes parece que ela “se faz” de burra, para chamar atenção ou qualquer coisa. – falou Mia.
-Absurdo. – disse Alice, indignada. – Realmente um absurdo.
As meninas concordaram, enquanto os marotos apenas observavam a conversa, Remo e Tiago se entreolhando eventualmente. Mas foi quando eles repararam que Alice olhava para um ponto do lado oposto da mesa da Grifinória. Um ponto que logo todos descobriram, ser John Walters,- o americano da Corvinal pelo qual Alice sustentava um “sentimentozinho”, como as amigas costumavam chamar- de mãos dadas com Mary Allen, com o namoro supostamente reatado.
Alice apenas soltou um bufo de impaciência e voltou ao seu café, não dando espaço algum para perguntas.
Houve um momento de silêncio após esse momento, mas rapidamente Tiago já estava pedindo a Lílian para chama-lo pelo primeiro nome, “Ou quem sabe” – começou ele atrevido “de meu amor”.
-Acho que apenas Tiago está bom. -respondeu Lílian, rindo.
-Bom, já é alguma coisa. -Comentou Sirius depois com Tiago, que parecia desapontado.
Após todos terem terminado de tomar seus cafés, eles se dividiram e foram para suas respectivas aulas. Depois voltaram e se lembraram que todos iam para a mesma aula, pois era segunda-feira e o primeiro tempo era História da Magia.
-Será que hoje o Professor Binns fala sobre a Revolta de Afrânio, o Fanho? –perguntou Lílian, com visível empolgação. Ninguém se deu ao trabalho de responder a pergunta da amiga, apenas lhe lançaram um olhar de incredulidade e continuaram seu caminho, desanimados. História da Magia não era uma matéria muito popular entre os alunos. Na verdade, entre ninguém.
Depois os garotos se dirigiram a dois tempos de Transfiguração, nos quais Lílian conseguiu transfigurar seu sapo em uma caderneta com as iniciais “L.E” na capa. Sirius, não se sabe como, conseguiu dar asas ao seu sapo, que saiu voando quase que no mesmo instante e aterrisou na aba do chapéu da professora McGonagall. Tiago transformou seu sapo em uma bonita caderneta, sem folhas. Remo e Alice, muito confusos, apresentaram sapos siameses á professora, enquanto que Mia transfigurou apenas metade de seu sapo, e Pedro não obteve nenhum resultado, de nenhum tipo.
-Na próxima aula, vou pedir á Professora McGonagall se ela pode me devolver meu ouvido.-falou Pedro aborrecido, esfregando sua orelha esquerda.- Ela grita muito.
-Bom, acho que ela se irritou muito por você estar no sétimo ano e não conseguir produzir nada.- falou Sirius distraído, no que ele rapidamente emendou um “Sem ofensas, cara.”
Pedro se enfezou um pouco com o comentário, mas nada disse.Apenas seguiu os amigos em direção ao Salão Principal para o almoço.
Passado o almoço e algumas aulas, o dia chegou ao fim. Todos foram dormir exaustos.
Os dias foram passando, a carga de deveres aumentando e o Natal chegando, fato que passou despercebido por aquele grupo de amigos.

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