Atentado e outros infortúnios

Atentado e outros infortúnios



Capítulo 5- Atentado e outros infortúnios


Ela dormiu no calor dos meus braços
E eu acordei sem saber se era um sonho

Ele acordou, mas não abriu os olhos. Estava tendo um sonho engraçado, algo sobre uma Fada Verde escondendo-se dele junto com suas amigas fadas. Harry esboçou um sorriso fraco e espreguiçou-se. Não lembrava muito bem do que tinha feito na noite passada, mas sabia quer muito bom estar naqueles lençóis macios e cheirosos. Ele virou-se ainda manhoso e sentiu um emaranhado de cabelo em sua boca. Abriu os olhos fazendo uma careta, mas ao ver aquele borrão vermelho na sua cara, a careta se transformou numa expressão do mais puro terror.


Ele violara a sua única lei: Nunca dormir na cama do casal.


Levantou-se desesperado e olhou para aquele anjo ruivo que dormia pesado. Aquela que mais parecia um anjo, nesse momento era o demônio para ele, e dela queria distância. Começou a se vestir o mais rápido que pôde, olhando desesperado para o sol que ardia forte lá fora. O marido dela com certeza estava a caminho. E se ele tivesse pegado os dois na cama? Harry já seria um homem morto há essa hora.


-Mas posso ser um homem morto em dois segundos se eu não sair daqui imediatamente –brigou consigo.


Ele terminou de se vestir e pegou suas roupas molhadas da noite anterior e a garrafa vazia de absinto, já pronto a sair dali quando a olhou novamente. Não podia deixá-la nua em cima da cama, seria um sinal latente de traição. E tudo que Harry menos queria é que o marido descobrisse que foi traído, afinal, dissera seu nome verdadeiro à mulher.


“O que diabos deu em mim?” pensava, irritado consigo. Era irônico pensar que dissera seu nome e não sabia o dela. Mais irônico ainda pensar que gostara tanto da noite passada que nem sabia explicar, mas que por causa disso estava prestes a morrer. Isso não estava certo, pensava ele, sexo era diversão e não problema. Não era para ser do jeito que estava.


Ele pegou uma camisola dela, jogada numa cadeira, e se adiantou para ela. Quando a tocou ele teve um estremecimento involuntário e sentiu mais um peso enorme pousar sobre sua consciência. A ruiva ardia em febre, e parte disso era sua culpa. Ele embriagara uma mulher que estava semidopada. “E se formos levar em consideração há quanto tempo o marido dela a drogava, então ainda tem o agravante de que o sistema imunológico dela é fraquíssimo” lembrou.


-Droga! Maldita ruiva!


Começou a vesti-la, xingando-a por todos os nomes feios que conhecia, mas ele próprio sabia que as palavras se perdiam assim que saíam da sua boca. A culpa não era dela, era dele. Ela era a mulher mais ingênua que conhecera em toda a sua vida, até mais ingênua que as virgens as quais ele fizera mulher, e mesmo assim ele não tomara nenhuma providência para que essa situação não acontecesse.


Ainda a vestia quando ouviu o barulho da carruagem. Largou-a de qualquer jeito e correu para a janela ainda a tempo de ver os últimos fios louros do homem que entrara na casa.


-Querida, cheguei! –ouviu a voz vindo do andar inferior, seguida de passos na escada.


-Pois vá para a merda! –sussurrou Harry totalmente desesperado, terminando de vesti-la.


Os passos estavam já muito próximos e assim que terminou, Harry pegou suas roupas e a garrafa e saltou pela janela, caindo estirado no chão. Mas não houve tempo para a dor. Ele rolou até a esquina e ficou sentado, ofegante, do outro lado da rua que já considerava seguro.


Seu coração estava disparado. Nem com o noivo da Condessa, nem com o Padre e nem mesmo quando o maior assassino da Espanha quis defender a honra da sua irmã ele se sentira tão amedrontado, afinal nunca estivera tão perto da morte. O Noivo tinha uma arma, mas falava demais, o Padre tinha uma arma, mas corria de menos, e o Assassino tinha várias armas, mas a inteligência lhe devia em relação a Harry. Além disso, ele sempre soube quem eram seus inimigos, desta vez sentira-se mais perdido por não conhecer seu oponente. Tudo o que sabia nesse momento é que ele se chamava Draco e era louro e inglês.


Forçou a mente por um momento. Draco não era um nome comum e tinha certeza que já ouvira esse nome. Não sabia bem ao certo, mas se não estivesse enganado, este homem tinha negócios com ricos comerciantes de toda a Europa. O suor escorreu pelo seu rosto e caiu sobre a camisa suja de sangue pelos machucados da queda. Dessa vez fora por bem pouco.


Ficou sentado no chão, sujo e ofegante, até que suas pernas pararam de tremer. Quando isso aconteceu, ele tentou se levantar, mas caiu no chão, gritando de dor. Olhou para a sua perna esquerda e percebeu que ela estava meio deslocada. Provavelmente ela se quebrara na queda. Maldita ruiva. Tentando ignorar a dor, ele apoiou-se na outra perna, a que estava somente esfolada, e levantou-se. Sua única opção nesse momento era caminhar. Tinha que chegar a sua pensão e descansar bastante, para se recuperar da noite louca que tivera e da manhã desgraçada que passava.


Depois de quase uma hora de uma caminha infeliz, finalmente chegou até prédio maltrapilho e nunca pensou que poderia ficar tão feliz por ver um lugar tão feio. Exclamou um palavrão de felicidade e entrou, manco, esfolado, cheirando a álcool e sujo de sangue, mas feliz. Subiu as escadas com certa dificuldade, mas conseguiu chegar ao seu quarto.

Entrou e largou-se na cama, assustando-se mais uma vez. Entrara tão despreocupado que não percebera que havia uma mulher na sua cama.


-Achei que não chegasse mais –sorriu a mulher com seus dentes mal alinhados e meio podres.


-Achei que os fantasmas não existiam –exclamou ele, observando-a com calma.


Era a faxineira do dia anterior, à qual a cafetina lançara um olhar incisivo quando Harry chegara. Provavelmente uma prostituta implantada ali para sugar todo e qualquer pertence que ele tivesse.


Ela deu uma risada forçada e estridente e passou a mão pelo tórax dele, abrindo-lhe a camisa.


-Ora, ora, o nosso amiguinho se meteu em briga esta noite...


“Feia e burra” pensou ele. O sangue nem havia coagulado direito, sinal de que o machucado era recente.


-Vamos limpar isso? –perguntou ela, imitando uma voz de criança.


Ele fechou os olhos e balançou a cabeça positivamente, dando graças de não ter que fazer isso sozinho. Relaxou o corpo em sua cama e esperou que a mulher viesse com um balde com água e um pano limpo, mas ela nem saíra de sua cama. Ele surpreendeu-se quando ela começou a beijá-lo no tórax, e desconfiou que esse era o modo de ela “limpá-lo”.


-Hei, hei, pare com isso! –pediu ele, afastando-a- Sou uma vagabundo que freqüenta lugares sujos, mas isso é anti-higiênico demais.


Ela deu aquela risada estridente e enfiou a mão dentro da calça dele.


-Você não quer dizer que está me dispensando, está? –perguntou, apertando-o levemente.


Ele sentiu um estremecimento involuntário e resolveu ponderar a situação. Estava cansado, machucado, manco e precisava de um banho, mas sexo era sexo e ele não podia deixar passar uma moça que vinha espontaneamente para a sua cama.


“Espontaneamente, mas não de graça” pensou. Abriu a carteira e surpreendeu ao ver a quantidade de dinheiro que tinha lá, mas do que ele tinha ao deixar a pensão na noite passada. Forçou a memória e lembrou da ruiva, lhe dando esmola por tê-la salvo. Ele não conseguiu evitar um sorriso, usaria a esmola de uma mulher para pagar outra. Isso sim era vida.


-Ok, moça. Você venceu –disse ele, puxando-a.


Ele a beijou e a sensação que teve foi horrível. Nunca tivera um beijo tão ruim na sua vida. Além de a sua boca estar seca devido à ressaca, a mulher não tinha um hálito muito agradável e não movimentava a sua língua muito bem. Ele deu um empurrão leve nela, para que ela se afastasse, mas a moça continua em cima dele a beijá-lo. Tocou-lhe o braço tentando afastá-la, mas a infeliz fazia força para continuar onde estava. Por fim, perdendo a cabeça e a paciência, ele a empurrou com toda força, fazendo com que ela caísse da cama com violência.


-Eu mandei parar! –exasperou-se.


Ela ficou largada no chão por um tempo, pega de surpresa pelo gesto inesperado dele, mas então levantou-se num pulo e atirou-se furiosa para cima dele. Ele teve certa dificuldade para segurar os dois braços dela, mas assim que o fez atirou-a para longe novamente.


-O que deu em você?! –gritou ela.


-Você é uma prostituta e eu não quero mais os seus serviços –disse, calmamente.


Ela o olhava com toda a fúria, ofegando e abrindo a boca, pronta para lhe fazer ameaças. Ele cansou daquela palhaçada e abriu a carteira, pegando o dinheiro e atirando nela.


-Vamos, pegue e vá embora!


Ela ainda o encarava, sibilando ameaças. Mas então o orgulho calou-se e ela abaixou-se para recolher o dinheiro, como um cachorro fuçando o lixo. Então levantou-se e saiu correndo.


Ele estirou-se na cama, sentindo-se ainda mais cansado. Precisava limpar suas feridas, precisava comer alguma coisa para não passar mal e precisava urgente de um banho, mas não conseguia reunir forças para executar nenhuma dessas tarefas. Tudo o que queria era descansar.


Fechou os olhos e deixou a mente vagar. Uma imagem latejava em sua cabeça, por mais que ele tentasse afastá-la. Via a ruiva correndo feliz pelas ruas de Veneza e via o exato momento em que ele deixou a loura a seu lado falando sozinha para seguir a ruiva que passava. Era como perseguir a liberdade ou a felicidade, sentira-se atraído pelo riso solto e pela infantilidade que emanava dela. Então todas as imagens se tornavam escuras e tudo o que havia em sua mente era água, lágrimas de mulher e sedativos. Via o rosto triste dela sem a máscara e o modo decadente como ela caía bêbada e vomitava no chão. Não podia ser a mesma mulher.


Não podia ser uma mulher. Era a Fada.
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Acordou com a cabeça doendo muito e olhou para o lado. Já era noite. Ele levantou da cama com custo e procurou algo pra se limpar. Essa simples tarefa lhe levou um bom tempo, mas o que lhe deixou mais calmo foi o fato de ver que a sua perna estava melhor.


Talvez não tivesse a quebrado, foi só um susto. Olhou e viu que nela tinha um grande roxo e o local parecia meio inchado, mas tocou cuidadosamente e viu que o osso estava no lugar. Colocou uma compressa de água quente e deixou por ali por muito tempo. Talvez com uma semana já estivesse bom.


Abriu a janela e o cheiro fétido entrou junto com a música. Em algum lugar não tão longe já se ensaiava o início da festa. As pessoas começavam timidamente a voltar as ruas, mascaradas e incógnitas, para pecar sem culpa. Ele sorriu. Com a perna daquele jeito ainda era possível voltar para as ruas. Mas a questão era: voltar para as ruas ou voltar para o sobrado rosa?


Não conhecia nada daquela mulher, nem mesmo o nome, mas pelo que conhecia das mulheres em geral, sabia que a culpa devia estar consumindo-a desde que ela acordara, e que ela provavelmente nem pensaria em voltar para a festa. Talvez jogasse a máscara fora, tentando afastar as lembranças da noite anterior. É, ela não deixaria a casa esta noite. Se quisesse vê-la, teria que ir até lá.


“Nunca durma na cama do casal!” apitou sua consciência.


-Não preciso dormir lá –argumentou consigo- Posso ir lá, vê-la, conseguir o que quero, e ir embora a tempo de curtir o resto da noite, quem sabe, até mesmo com outras mulheres.


Sim, era uma boa idéia. Não lhe importava muito se teria o resto da noite na festa ou se aproveitaria outras mulheres, mas lhe parecia essencial voltar ao sobrado rosa. Não tinha nada contra “repetir figurinhas”, mas nesse caso lhe parecia vital vê-la novamente. Tinha um desejo enorme de saber se ela estava bem, se a febre passara, se o marido tentou dopá-la novamente e...


O marido.


E se ele tivesse descoberto tudo? Se tivesse colocado-a contra a parede e forçado-a a contar tudo. Não Harry era um homem morto. Ficou meditando sobre isso durante algum tempo, até que decidiu-se. Se ele tinha descoberto, sabia o seu nome, então mesmo que saísse de Veneza, anda havia o perigo de o homem ter contatos em algum outro lugar para que pudesse capturar Harry. Sendo assim, do que adiantava fugir? Melhor mesmo era ir ver a bela esposa ruiva que esse Draco tinha e não aproveitava.


-Se ele não exige nada dela –riu malicioso- Pode deixar por minha conta.


Sabia que estava se arriscando demais por uma mulher desconhecida, mas talvez a aventura em si desse ainda mais gosto a tudo. A sensação do proibido tornava tudo ainda mais desejável. Não podia deixar de vê-la.


Assim que pôs os pés na rua, em nenhum momento parou em algum bar para beber ou conversar com desconhecidos. Rumou diretamente para o sobrado rosa, o coração disparando toda vez que lembrava do sorriso dela. Estranha sensação, pensou ele, nunca havia sentido algo tão intenso por um uma mulher. Seus passos iam firmes e rápidos, ansiosos por estar logo junto a ela, e sua satisfação foi imensa ao chegar ao seu destino.


Ele conferiu e viu que a carruagem não estava ali, então ao menos que isso fosse uma armadilha, Draco já não estava na casa. Com cuidado ele analisou a situação e viu por onde ia subir. Começou a escalada e quando quase alcançava a marquise, sua perna deu uma fisgada de dor e ele caiu de costas no chão.


Xingou alguns nomes, mas se colocou de pé ainda mais disposto que antes a subir aquele lugar. Pensou por um instante antes de subir e conferiu a maçaneta. Destrancada. Pé ante pé ele subiu até o segundo andar, abrindo bem devagar a porta do quarto.


Mas estava vazio.


Harry ficou parado sem entender o que estava acontecendo. Teria Draco levado a sua doce Fada para finalmente festejar o Carnaval de Veneza?


Desapontado, Harry sentou-se na cama para pensar o que estava acontecendo. Mil hipóteses vieram a sua cabeça antes de ele perceber o essencial: não havia nada na penteadeira. Olhou para o lado e não viu os remédios na badeja, no chão também só havia uma mala. Desesperado, ele abriu a mala e só viu roupas masculinas.


Ela não estava ali.
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Sua cabeça girava e girava, e ela se sentia pior do que jamais estivera. A dor era imensa, tão grande que ela não sentia muita consciência de si. Durante muito tempo apensa sentiu o chacoalhar sem se importar com o que estava acontecendo, não conseguia raciocinar. Tudo o que queria era que a dor sumisse. Mas então veio aquela ânsia e ela abriu os olhos num rompante.


Abriu a porta e vomitou tudo o que havia dento de si e desequilibrando-se, quase caiu. Teria caído da carruagem se a empregada não a tivesse segurando pela cintura e puxado-a para dentro. A moça tinha uma pano à mão com o qual lhe limpou a boca.


-Senhora, eu tentei dizer a ele... –lamentava a menina aos prantos- Eu disse que seu estado era muito delicado...


Ginevra por um segundo não conseguia entender o que estava acontecendo. Mas então o visual familiar da carruagem lhe veio á mente num choque.


-O que está acontecendo? –exaltou-se.


Ainda forçou o corpo, tentando sentar direito, mas tudo doía tanto e ela tinha tão pouca força que caiu novamente no banco duro.


-Seu marido, milady... Eu disse ao Sr. Malfoy que não era bom removê-la da casa, mas ele não me ouviu!


A ruiva olhou a empregada, tão jovem, desesperada com a atitude do patrão. A menina chorava desesperada e suas mãos estavam trêmulas. Tão grande era o desespero da moça, que Ginevra até mesmo se acalmou. Ora, não era nada surpreendente.


Draco estava se livrando dela.


-Acalme-se, menina –disse ela, a voz entediada- Seu patrão está somente tentado se livrar de mim.


A menina deu um soluço e limpou-se sem perceber com o pano que havia limpado a boca da ruiva.


-Eu sou uma mulher doente e Draco não vai permitir que eu atrapalhe a sua tão sonhada festa.


-Mas a senhora tem a saúde frágil! –retorquiu a garota, mesmo indignada com a atitude do patrão- Como ele não vê que é loucura forçá-la a essa viagem longa nesse estado?


A ruiva deu uma risada de escárnio e limpou as lágrimas da menina, forçando a olhar para ela.


-Você não vê? Draco está tentando se livrar de mim... Definitivamente.


As lágrimas da menina secaram na mesma medida em que seu rosto empalideceu.


-Draco está tentando me matar, para ver se não tem mais que me aturar. Se eu morrer nessa viagem, ele ficará um mês de “luto” e depois vai viver a sua vida. Ninguém vai dar atenção, não percebe?


A empregada sentou olhando para o nada, totalmente chocada. Ginevra teve pena da garota, tão jovem e tendo que presenciar uma coisa tão brutal.


-Ora, não fique assim –consolou-a- Creio que eu estou torcendo para que ele tenha sucesso no seu plano. –a menina a olhou espantada- A morte será maior consolo do que a vida me foi.


Ginevra fechou os olhos, concentrando-se na sua dor de cabeça e na ânsia fraca que começava a se formar novamente. Torcia para que Draco conseguisse o que queria. Desejava muito morrer nesse momento, a morte seria a anulação de toda a dor.
Ainda de olhos fechados, quando sua mente vagava no limiar entre o sono e o despertar, sua mente foi preenchida pela leve imagem de uma moça ruiva se jogando no rio.
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N/A: Olá, pessoal! Eu sei q esse cap demorou um pouco, mas a culpa não é minha. Segunda passada ele já estava escrito, eu salvei em disquete para atualizar na parte da tarde, mas quando eu voltei o arquivo deu pau e não abria de jeito nenhum. E eu tive já algumas obrigações acadêmicas a cumpri semana passada, o que impossibilitou eu ir pro pc escrever. Eu vou tentar não demorar com o próximo, vou me esforçar para isso, mas sejam compreensivos!rsrs Bom, se vc chegou até aki, não faça feio e entre na campanha “Eu faço uma autora feliz””rsrs Bjusss, Asuka


Helena Jimenez Weasley: Amei o recadinho no orkut!!! Q bom q vc tá gostando da fic, espero q não tenha demorado muito esse cap! Bjusss

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