Fuga de Paris

Fuga de Paris



Capítulo 2- Fuga de Paris


Alguns anos depois, Paris


Ele pegou a pedrinha e sorriu.


-Olá, Condessa –suspirou para si.


Jogou a pedra e esta acertou uma janela. Ele se afastou um pouco mais da claridade e ficou esperando. A essa hora ela já devia estar deitada, mas certamente acordaria com aquela pedrada.


-Está frio aqui, Condessa... Vamos, acorde!


A luz foi acesa e ele friccionou uma mão na outra, animando-se. Pela cortina ele viu o vulto de uma mulher ajeitando o robe. Segundos depois as cortinas foram afastadas e ela abriu a janela, encolhendo-se em seguida.


A loura na janela cerrou os olhos e esticou o pescoço, tentando enxergar aluem. Ele esperou um tempo antes de sair da escuridão. Ela lhe fez uma cara de repressão.


-Saia daqui, Sr. Potter –sussurrou ela brava- Não sei como passou pelos portões e pelos guardas, mas lhe rogo que saia daqui.


-Não creio que a Vossa Beleza vá me deixar aqui no frio... –lamentou ele, fazendo uma cara de cão sem dono.


-Vá embora, Sr. Potter, ou serei obrigada a chamar os guardas!


-Como eu poderia...? –ele parou de falar para fingir uma crise de tosse, fazendo uma forte expressão de dor.


-Sr. Potter? –chamou ela, preocupada. Mesmo com a pouca luz ele pôde ver pelo canto do olho o semblante preocupado dela.


Ele fingiu ter controlado a tosse e colocou seu chapéu na cabeça, fazendo menção de ir embora.


-Talvez eu devesse mesmo... –e cortou sua fala num novo ataque de tosse.


Ela deu um profundo suspiro e fez um sinal com a mão.


-Ora! Como eu posso te mandar embora assim? Vamos, entre!Vou abrir a entrada da cozinha...


Ele escondeu o sorriso e manteve a cara de sofrimento, ela poderia mandá-lo embora. Gostava dessas assim, com a aparência de fortes por fora, mas frágeis por dentro. Adorava vê-las derreter.


Só percebeu o quão frio realmente estava até que entrou. A lenha do fogão ainda emanava algum calor e foi muito bom se aquecer.


-E então? –rugiu ela, lhe entregando uma xícara de chá.


Ela estava envolta num robe preto, ainda de luto. Os cabelos louros presos numa touca, para mantê-lo arrumado e cacheado. Não dava para ver nenhuma parte do corpo dela, a não ser as mãos e acima do pescoço. E isso lhe dava ainda mais vontade de ver o resto.


-E então o quê? –perguntou ele de forma inocente, lembrando-se de continuar a fingir que estava doente.


-Como passou pelos guardas? Por que veio? O que você pensa que vai conseguir de mim? Por que não pára de me seguir?


“Primeiro passo: se fazer de difícil” pensou ele. Tomou um gole do chá e pousou a xícara na mesa, indo então se ajoelhar para ela, tomando sua mão.


-Por que me questiona se sabe dos meus sentimentos?


Ela soltou-se dele e recuou um pouco. “Segundo passo: se afastar de forma arisca”.


-Eu fiquei viúva há pouco tempo, Sr. Potter, e estou de casamento marcado. O senhor não me respeitou quando eu era casada, não respeitou o meu luto e agora não respeita meu noivado!


Ele abaixou a cabeça e encolheu o chapéu no peito.


-Eu sou mesmo um verme desprezível! –disse ele, batendo a mão fortemente no peito- Não mereço o seu amor! Um ser que tenta destruir o seu antigo casamento e agora quer destruir um casamento que nem sequer começou! Talvez a morte seja mesmo a solução...


Ele pegou uma faca próxima e estendeu ao peito, ela sufocou um grito e correu para tirar a faca da mão dele. Dando-lhe um tapa na cara logo em seguida.


-Oquevocêpensaqueestáfazendo? –ofegou ela, desabando em uma cadeira.


“Muitos desses românticos já se suicidaram, vai que esse louco decide acabar com a própria vida na minha cozinha?” pensou ela, assustada. O que faria com ele?


-Não sei porque fez isso –lamentou ele de cabeça baixa- Eu não valho o gesto...


-Pare com isso, Sr. Potter... –disse ela piedosamente- Por Deus, não diga uma coisa dessas!


“Terceiro passo: derreter” pensou triunfante. Oito meses, 12 romances e 23 porres depois e finalmente ela seria sua. Abaixou a cabeça e começou a chorar.


-Eu lembro a primeira vez que a vi, milady. Estava saindo da missa com o seu marido, enquanto eu... Eu estava voltando da noitada –bateu no peito novamente- Nesse dia eu percebi o quanto a minha vida era vazia, como esses romances casuais eram fúteis e só o verdadeiro amor importava. E percebei mais...


Ela balançava a cabeça a cada frase dele. Seus olhos brilhavam de curiosidade e emoção para saber o que ele havia percebido.


-Diga, Sr. Potter! Vamos, diga!


Ele deu um profundo suspiro, fechando os olhos. Então sorriu como se estivesse revendo a cena em sua mente.


-... eu percebi que a senhora era o amor da minha vida, milady. O amor da minha vida.


Ela suspirou fundo e se inclinou lentamente para ele.


-Eu não posso... –sussurrou ela, fechando os olhos.


Ele a tomou nos braços e estava muito próximo de beijá-la quando ela abriu os olhos novamente e o afastou de supetão.


-Não aqui –disse ela levantando-se e se afastando dele.


Ele se levantou também, seguindo-a.


-Então quando? Onde? Diga-me, pois tenho pressa de tê-la. Sinto que sem você minha vida é vazia...


Ela parou de andar e mordeu o lábio inferior, pensativo.


-Amanhã. Sairei mais cedo do Baile da Corte. Encontre-me na antiga capela... –disse ela, corada, olhando para baixo.


“Antiga capela” sorriu ele. “Lá estarei eu mais uma vez”.


-Estarei lá –disse ele beijando a mão dela.


Ela não conseguiu esconder um meio sorriso, mas então retirou sua mão.


-Agora vá! E não volte aqui por nada nesse mundo!


Ele se curvou e colocou o chapéu na cabeça, sorrindo em seguida. Estava na porta quando se voltou para ela mais uma vez.


-Estarei esperando, milady.
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Ele entrou na taverna e olhou para os lados, encontrando logo quem procurava.


-Patric!


-Harry!


Os dois amigos se abraçaram e sentaram juntos, Patric fazendo sinal para que o garçom trouxesse mais bebida.


-E como vai? Achei que tivesse saído de Paris... Me disseram que te viram indo em direção ao sul.


Harry tomou um gole do vinho e franziu a testa.


-Te disseram? Quem? –ele continuou sério por uns instantes- Leonard “te disseram”?


Patric riu e abaixou a cabeça.


-Sim, confesso que foi Leonard. E confesso também que acreditei na informação dele, embora agora vejo que não deveria.


-Não, não. Dessa vez ele realmente te deu uma informação certa, eu realmente estive no sul alguns dias. Problemas de família.


-O que aconteceu?


-Um tio morreu, tive que ir para o velório.


Patric riu e se engasgou com a bebida, Harry teve que lhe bater nas costas para que desengasgasse.


-Você? Comparecendo a velório de parentes?


Harry riu e lhe deu um fraco soco no ombro.


-Pare com isso. Gosto da minha família.


-Sei... –riu Patric com desdém.


Os dois ficaram se encarando de forma séria até que Harry riu e levantou os braços.


-Ok, eu me rendo. Só fui porque ele deixou uma parte da herança para mim!


Patric deu uma gargalhada, batendo a mão na mesa.


-Eu sabia que tinha algo mais!


Harry ficou olhando entediado para o nada.


-Ele era um chato. Trabalhador e chato. Ainda bem que não segui os passos dele.


-Mas em compensação, você não terá herança para deixar para ninguém depois que você morrer.


-Não pretendo ter alguém para deixar herança quando eu morrer –riu Harry- Nada de viúva, dois filhos, uma prima e a criada da casa que já é da família. Isso seria a visão do inferno.


A porta da taverna foi aberta e os dois olharam para ver quem entrava, mas não era ninguém que conhecessem. Patric encheu o copo dos dois.


-Então agora nós temos dinheiro para esbanjar!


-Nós não, meu amigo –riu Harry- Eu tenho dinheiro para esbanjar. E nem é tanto assim. Mas por falar em dinheiro...


Patric franziu o cenho e levantou os braços.


-Nem venha. Não emprestarei dinheiro para ninguém, não me venha com seus negócios furados.


Harry riu e fez um muxoxo com a mão.


-Nada de negócios furados. Venho cobrar uma aposta.


Patric ficou sério e o encarou, analisando-o.


-Que aposta?


-Adivinhe –disse Harry, com ar triunfante.


Patric começou a rir e balançar a cabeça.


-Não, não mesmo. A Condessa não!


Harry modelou o corpo dela no ar e então riu.


-Sim! A condessa... Ganhei a aposta.


-Achei que nem estava valendo mais! –disse Patric tentando fugir- Faz tanto tempo que apostamos isso e você nunca mais deu notícia!


-Estava investindo em outras também... –disse Harry, encolhendo os ombros.


Os dois se encararam com um sorriso maroto. Boa vida.


-Achei que você não ia conseguir –disse Patric tirando a carteira.


-Eu sempre consigo, Patric. Sempre. –respondeu Harry, convencido- Foi difícil, mas o segredo é não desistir. E tudo ficou mais fácil depois que o Conde se foi.


Patric balançou a cabeça pensativo.


-Morte feia a dele, não?


-É... Talvez por isso que a Condessa ficou mais frágil –sorriu ele- Sabe? Precisando de alguém que a consolasse...


Harry insinuou o corpo dela no ar novamente e os dois riram, Patric ficou observando o amigo.


-Você é engraçado, Harry –disse ele por fim.


O moreno apoiou a cabeça num braço que descansava na mesa.


-Por que diz isso? –riu Harry, como se o que Patric tivesse dito fosse uma piada.


-Você ama intensamente a todas. E no final não ama nenhuma.


Harry riu e bebeu mais um gole.


-Nunca amei nenhuma, Patric. Nenhuma. Essa bobeira de amor não existe... Mas é uma boa máscara para se conseguir mulheres. –acrescentou, em tom de conselho.


Patric o olhou sério, não estava achando graça mais.


-Você não deveria brincar com o sentimento dos outros, meu amigo. Isso um dia vai se voltar contra você.


Harry riu descontroladamente, a bebida já fazendo efeito. Olhou a expressão séria de Patric e isso lhe pareceu muito cômico.


-O amor não existe, Patric. –abaixou a voz como se fosse contar um segredo- Ele é uma invenção... Só os tolos acreditam nisso! Você não deveria acreditar.


Patric levantou o copo, propondo um brinde.


-Ao amor que você ainda vai encontrar, Harry. Que ela não te faça sofrer nem a metade do que você já fez com outras.


Harry levantou o copo também, estava achando aquilo uma piada. Nunca se apaixonaria, mas não custava nada entrar na brincadeira.


-Ao amor que eu vou encontrar! –riu, levantando o copo- Que ela seja mais linda que a Condessa, mais volumosa que Eneida, mais cheirosa que Dominique e mais inteligente que Francine.


Patric riu da última parte e engasgou com a bebida.


-Qualquer uma é mais inteligente que a Francine... –riu Patric.


-Mas eu não quero qualquer uma... –disse Harry, fazendo uma careta.


Patric riu da cara do amigo, mas falou sério:


-Para conquistar você, meu amigo, ela vai ter que ser muito mais que qualquer uma.


-Então outro brinde a ela! E um outro para a Condessa também... –riu ele, voltando à expressão marota.


Patric riu e abaixou a cabeça. Aquele era um caso perdido.
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Abriu os olhos. Não sabia como tinha chegado em casa. Isso sempre lhe acontecia, acordava depois sem se lembrar do que tinha feito, com quem tinha estado, aonde tinha ido. E isso já lhe tinha trazido muita confusão.


-A irmã do padre... –riu ele, descontrolado, ainda afetado pela bebida.


Uma vez dormira com a irmã do padre, mas tinha se esquecido disso, e esquecido também que prometera a moça se casar com ela. Aquela foi uma confusão tremenda... Saiu fugido da cidade, antes que o próprio padre lhe matasse com as próprias mãos. Ou com a própria pistola.


-Que dor de cabeça... –resmungou ele, massageando as têmporas.


Era sempre assim: bebia, bebia, bebia e no outro dia tudo doía. Mas não fazia mal. Amanhã estaria tudo bem novamente.


Levantou-se num pulo. Não podia deixar para se curar amanhã. Encontraria a Condessa esta noite. O Baile da Corte aconteceria, e ela sairia mais cedo só para vê-lo. Custara-lhe muito conseguir um encontro com ela, não podia desperdiçar isso por causa de uma dorzinha de cabeça à toa.


-Café, chá, banho frio... Agora.


Despiu-se e entrou nu na tina e ficou debaixo de’água por vários segundos, até não agüentar mais. Voltou à superfície ofegante, mas totalmente desperto. Banhou-se animado diante das perspectivas de hoje à noite.


-Ora, ora Condessa. É das recatadas que eu mais gosto...


A viúva do Conde VonHofman, uma mulher bela, vaidosa e elegante. Nobre, disputada e fútil. Era uma bela conquista, ainda mais pelo tempo de espera. “Se o Conde não tivesse morrido, será que ela cederia?” pensou ele, de cenho franzido.


-Não importa... –disse ele para si- As coisas são do jeito que são, e se ele está morto... Paciência.


Saiu do banho e procurou alguma erva para fazer um chá que curasse a reviravolta que tinha em seu estômago. Apesar de desperto, ainda estava de ressaca, e não poderia permanecer assim.


Preparou seu chá, mas depois de arrumar-se, saiu de casa para ir comer alguma coisa. Não gostava de cozinhar, e a senhora viúva que normalmente fazia isso havia viajado por uns tempos, para ficar com a filha que acabava de lhe dar um neto.


Entrou na taverna e não encontrou nenhum conhecido. Bom, assim não havia ninguém para estimulá-lo a beber.


-Traga-me algo para comer –pediu ele ao dono do lugar- E um copo d’água.


O homem gordo e barbudo o encarou profundamente, então riu.


-Bebendo água, Potter? O que te deu? Tem certeza de que não quer um vinho? Uma cerveja?


Harry sorriu misterioso.


-Hoje não, Nabuco. Hoje preciso me manter sóbrio. Só traga a comida e a água, por favor.


O homem saiu rindo dele, mas dentro de pouco tempo voltou com o pedido.


-Aqui está. Sua comida e sua água... Água! –debochou o homem, saindo antes que Harry se desse ao trabalho de respondê-lo.


Harry riu do homem também, então tomou um gole d’água e entendeu do que o homem tanto rira. Engoliu o líquido com certa dificuldade. Céus, há quanto tempo na bebia água pura e simples? Já nem se lembrava que gosto isso tinha. Certo, tinha desacostumado, mas o gosto não era ruim. Tomou outro gole e começou a comer.


Quando terminou de comer e pendurou a conta, já anoitecia. Como passara a madrugada toda na farra, durante toda a manhã esteve dormindo, só acordando pela parte da tarde. E já anoitecia.


-Melhor assim –sorriu para si- Agüentar um dia inteiro seria insuportável.


A verdade é que estava ansioso. Realmente não tinha nenhum sentimento pela tal Condessa, mas pensar nela lhe deixava animado, e se tivesse passado acordado todo o dia, teria morrido de ansiedade.


Passou em casa e vestiu um de seus melhores trajes. Não podia encontrá-la vestido como um mendigo, mas não poderia parecer um lorde, afinal, a máscara de pobre homem a faria se apiedar dele.


Olhou-se no espelho e saiu de casa, indo procurar uma carruagem de aluguel. A antiga capela ficava longe, e andar até lá o deixaria suado e empoeirado. Era um dinheiro bem gasto, afinal. A viagem durou pouco, mas ao chegar lá, cada minuto a mais que passava sozinho parecia ser a eternidade.


-Vamos, onde você está? –perguntava ele, olhando para a estrada a todo momento.


Ela dissera que sairia mais cedo do Baile, mas o que seria “mais cedo” para ela? Harry bufou, pelo visto ainda esperaria durante horas. E realmente esperou. Já fazia quase duas horas que estava ali, sozinho no meio de ruínas de uma antiga igrejinha, falando sozinho e distraindo-se com qualquer bobeira que pudesse. Mas a espera foi interminável. Depois de muito esperar, ele finalmente ouviu o barulho de uma carruagem se aproximando.


Ele levantou-se animado e ansioso demais, andando de um lado para o outro enquanto a carruagem não chegava por completo. Passou a mão pelos cabelos e ensaiou mentalmente todas as coisas melosas que deveria dizer no ouvido dela. Talvez nem precisasse dizer muita coisa, a Condessa era viúva, portanto não mais donzela, e talvez gostasse tanto quanto ele do que iriam fazer.


Assim que a carruagem parou, ele prendeu a respiração de tanto nervosismo. Ela desceu, o rosto envolto num véu negro do luto. O corpo muito coberto, sem decote que deixasse o colo a mostra, e mesmo as mãos estavam cobertas por luvas.


-Achei que nunca apareceria, que me abandonaria entregue à minha solidão e à minha condição miserável –disse ele, galante, dando passos lentos para se aproximar dela- Cada minuto que passei aqui sozinho me pareceu a eternidade.


Ele respirava ofegante, mas ela sequer havia se mexido. Estava com a cabeça baixa, tampada pelo véu, olhando para o chão.


-Não me diz nada, querida Condessa? Vais deixar-me assim, nesse tormento, sem ser agraciado pela doçura de sua voz? Não vai pedir ao seu chofer que parta e que venha buscá-la mais tarde?


-Eu creio que não, Sr. Potter –disse uma voz masculina.


Harry voltou-se, e com assombro viu sair da carruagem o Lorde Valmon, atual noivo dela. Olhou desesperado para ela, em busca de uma resposta para o que estava ocorrendo, mas ela permanecia de cabeça baixa.


-V-você... me entregou a ele? –perguntou ele, estupefato.


-Não, ela não fez isso –respondeu Valmon, arisco- E ela será punida por isso, mais tarde. A criada dela é quem o fez, e essa sim recompensada. Mas deixemos as mulheres de lado, por enquanto essa história é só com nós dois.


Ele sacou uma pistola e Harry deu dois passos para trás. Não acreditava que isso estava acontecendo. O homem apontou a arma para Harry, e ele fechou os olhos. O barulho do tiro foi alto, mas Harry não sentiu nada, abriu um olho para ver o que havia acontecido.


Um cavaleiro mascarado atirara na mão do Lorde, e vinha nada direção de Harry, estendendo uma mão. Assim que ele passou, Harry segurou firme e tomou impulso para montar no cavalo. Saíram em disparada, sendo seguidos pela carruagem.


-Por muito pouco, Harry –ele reconheceu a voz de Leonard- Por muito pouco você não se salva dessa. Está me devendo um favor.


-Todos os favores que quiser –respondeu um Harry ainda pálido e trêmulo- Como ficou sabendo que ele descobrira?


-Eu costumo visitar o quarto da vadia que te denunciou.


Harry balançou a cabeça, mas não prestou muita atenção ao fato. Tinha as pernas bambas, e se não segurasse mais firme em seu amigo, provavelmente iria cair do cavalo.


-Você está bem, Harry? –perguntou Leonard, vendo que as mãos do amigo, não estavam muito firmes.


-Não –respondeu Harry, começando a ficar meio enjoado.


-Eu já deixei o Lorde para trás, e agora entrei num atalho. Breve chegaremos à cidade. Você vai embarcar como clandestino para Londres.


-Eu saí de lá porque tive problemas –resmungou Harry- Será trocar seis por meia dúzia.


-Então desembarque onde achar que deve. Mas você tem que sair dessa cidade. Se ficar é um homem morto.


Harry não respondeu nada, apenas deixou-se levar. Quando chegaram ao porto, Leonard abraçou forte o amigo.


-Mande-me uma carta quando tiver um lugar fixo. Eu respondo a você quando for seguro voltar.


Harry apertou forte a mão do amigo. Talvez ele não voltasse nunca. Aquilo provavelmente era uma despedida e ambos sabiam disso.


-Obrigado amigo. Por tudo. E mande meus cumprimentos aos outros camaradas.


-Mandarei com toda certeza.


Ainda ficaram apertando a mão um do outro por um tempo. Então Harry pegou a mala que Leonard havia trazido para ele.


-Foi bom conhecer você, Leonard. Até qualquer dia. Apareça por lá se tiver problemas por aqui –e dizendo isso, entrou clandestinamente na embarcação.


Leonard ficou no porto até que o navio sumisse da vista. Mais um amigo perdido por causa de confusão. Mais uma boa história para contar.
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N/A: Olá, pessoal! Aqui está o segundo cap para esclarecer as possíveis dúvidas: sim, esta é uma fic H/G! A má notícia é que amanhã as minhas aulas começam e a minha moleza acaba, a sorte é que eu já tenho o 3º cap pronto, então a próxima atualização vem no fim dessa semana. Espero que vocês estejam gostando da fic, particularmente é algo que eu não costumo fazer muito, por isso preciso de resenhas que me indiquem um caminho a seguir. Assim sendo...rsrs Você já conhecem a campanha “Eu faço uma autora feliz!”. Participem!rsrs Bjusss, Asuka

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