Dor, tristeza e arrependimento

Dor, tristeza e arrependimento



Cap. 34
DOR, TRISTEZA E ARREPENDIMENTO


__NÃO!! AYAME!!
O grito de Harry foi ouvido de fora da barreira. Lá, ninguém encontrara palavras para o momento. Ninguém se mexia. Hermione era a única que, abraçada a Gina, berrava batendo na barreira, tentando entrar. Neville estava branco e parecia prestes a desmaiar. Rony estava, lívido, ao lado do pai, que caíra de joelhos no chão. Pela primeira vez, Dumbledore parecia não saber o que fazer.


Dentro da barreira, Harry nem conseguiu ligar ao ouvir a risada fria e alta de Voldemort.
__ Eu disse que ela era especial__ comentou ele friamente__ Eu já matei bruxos e bruxas muito fortes, mas nunca havia visto alguém que demorasse tanto pra morrer depois de ter recebido a Maldição da Morte como Ayame.
Ele riu novamente.
__ Mesmo assim, é uma tola. Eu sabia que ela iria tentar te proteger, Potter, assim como sua mãe fez. Ambas morreram em vão__ Voldemort ergueu as mãos__ Olha em volta Potter! Ninguém pode me impedir agora. Todos estão fora desta barreira. Agora somos só eu... e você, Harry.
Harry ouvia as palavras atentamente. Ele sabia que agora não teria saída, era pra valer. Depois de repousar o corpo de Ayame carinhosamente no chão, o garoto se levantou.
Ela pegou sua varinha. Estava na hora. Por causa de Voldemort, todas as pessoas que mais lhe eram preciosas haviam morrido: seus pais, Sirius, Ayame... Estava na hora de revidar.


Olho-Tonto Moody foi o primeiro a tomar iniciativa fora da barreira.
__ Alvo__ disse ele__ Temos que ajudar o garoto Potter. Temos que derrubar essa maldita barreira.
Dumbledore parecia ter saído de um transe.
__ Claro... Vamos, chame os outros, Alastor... Precisaremos de toda a força disponível.


A fúria crescente dentro de Harry lhe deu coragem para encarar aquelas fendas vermelhas que eram os olhos de Lord Voldemort.
__ Vamos, Harry__ disse Voldemort__ Comece a lutar... estou esperand....
__ Expelliarmus!
Apesar do feitiço de Harry ter interrompido Voldemort, ele conseguiu se esquivar. No momento seguinte, exclamou:
__ Crucio!
Infelizmente, a dor que Harry estava sentindo na cicatriz retardou seus movimentos, e o feitiço o acertou.
__ AAAAHH!!__ berrava ele de dor. Porém, o desejo de vingança foi mais forte, e ainda em meio aos efeitos da Maldição Cruciatus, Harry conseguiu exclamar:
__ Estupefaça!!
Por pouco o feitiço não errou, mas fez com que a Maldição Cruciatus cessasse.
Harry se endireitou, ofegante, e encarou Voldemort novamente.
Ele sentiu o Lorde das Trevas tentando sondar sua mente, encontrar um ponto fraco, e imediatamente ergueu uma parede de proteção em volta de seus pensamentos, assim como Dumbledore o ensinara.
__ Hum__ comentou Voldemort__ Você se tornou um bom Oclumente, Potter. Provavelmente, foi Dumbledore quem o ensinou? Ou Ayame? Soube que ela também era uma ótima Oclumente. Pena que esteja morta...
__ Cale a boca!
__ Está rejeitando a verdade, Harry?
Na verdade, cada vez que pensava naquilo, seus pés fraquejavam e sua cabeça doía. Não, ele não queria mais pensar em Ayame...
__ Pense em uma coisa, Potter. Posso dizer que não foi culpa minha a morte de Ayame. Eu só estava aqui e resolvi mata-la por obra do destino. Quem é o verdadeiro culpado... é você.
As palavras paralisaram Harry por um momento.
__ Pense. Todos morreram por sua causa, tentando te salvar de alguma forma. Será que você não está sendo egoísta, Harry? Deixando as pessoas perderem suas vidas só para preservar a sua?
Ouvir aquilo foi um choque para Harry, mas logo ele se recompôs. Não, não era culpa sua. Era culpa dele, de Voldemort, que resolvera passar por tudo e todos somente para conseguir mais e mais poder.
__ Eu não lhe dou ouvidos, Voldemort__ disse ele__ Sei que isso não é verdade. Você está com inveja porque nunca terá alguém que dê a vida por você. E você vai pagar por tudo o que já fez.
De repente, Harry sentiu uma força enorme dentro de si, como nunca sentira antes, e essa força veio seguida de um sentimento de raiva e vingança. Pela primeira vez, ele sentia como era desejar matar alguém.
Voldemort conseguiu sentir o que o garoto pretendia.
__ Nem tente isso, Potter__ avisou ele__ Será uma tentativa frustrada.
Harry não estava nem aí se daria certo ou não. Ele ergueu a varinha...
Porém, antes que pudesse pronunciar as palavras, ele viu um vulto atrás de Voldemort e no instante seguinte, o bruxo das trevas gritou de dor.
Harry distinguiu Rebecca atrás de Voldemort, com o punhal claramente empunhado nas costas do bruxo.
O garoto viu aí uma oportunidade única.
__ Avada Kedrava.
As palavras saíram de sua boca como se não fosse ele quem estivesse falando. Como se fosse um sonho, ele viu o feitiço atingir Lord Voldemort , que gritou mais alto ainda.
Por um momento, ele sentiu seu coração encher-se de alegria. Ele conseguira. Derrotara o Lorde das Trevas.
Porém, parecia bom demais para ser verdade.

Repentinamente, uma luz forte iluminou tudo e cegou os olhos de Harry. Ele quis erguer o braço para se proteger, mas não conseguia senti-lo... não conseguia sentir nada!
Porém, no segundo seguinte, ele sentiu tudo. Toda aquela dor. Uma dor insuportável. Muito pior do que a causada pela Maldição Cruciatus, ou pela quebra de um braço. Seu fôlego se perdeu e ele não conseguia mais respirar. Queria gritar por ajuda, mas nada saía de sua garganta seca...
De repente, tão rápido como tinha começado, tudo cessou. Ele sentiu que estava deitado, mas não quis abrir os olhos. Ouviu alguém o chamando... uma voz distante... Ele teria morrido? Seria Ayame ou sua mãe lhe chamando? Ele se encheu de alegria ao pensar nessa possibilidade... não teria mais que sofrer pela falta das pessoas que amava... elas estariam ali com ele...
Mas e Rony e Mione? Lupin, Dumbledore... ele também não sentiria falta deles?
Suas dúvidas foram interrompidas quando sentiu um sopro de vida voltar aos seus pulmões. Ele voltara a respirar... Não, não havia morrido. A voz que ouvira se tornou diferente, grave, e ele reconheceu ser de Alvo Dumbledore.
Abriu os olhos e viu um par de oclinhos de meia lua acima de si.

Hermione respirou mais tranqüila ao ver Harry abrir os olhos.
__ O que...__ começou o garoto que acabara de despertar, se levantando__ Voldemort!!__ gritou ele de repente.
__ Calma, Harry__ pediu Dumbledore.
__ Dumbledore... ele... Voldemort... o que aconteceu com ele?__ perguntou o garoto, tentando se levantar. O diretor de Hogwarts o ajudou.
__ Ainda não sei, Harry, só tenho uma vaga idéia... Foi tudo tão rápido, mas ele não está mais aqui... Ainda bem que conseguimos destruir a barreira rapidamente... Ainda bem que você está bem...
Harry se levantou totalmente e olhou em volta. Onde Voldemort estava na última vez que o garoto o vira, havia ficado uma área de grama seca e morta, ao lado da faca que Rebecca usara. Queria entender o que havia acontecido ali, mas....
Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Gina Weasley:
__ SAIA DAQUI, SUA ASSASSINA! SAIA DE PERTO DELA!!
Ele se voltou para onde vinha a voz e seu coração parecia ter levado uma facada novamente. Gina corria em direção à um amontoado de roupas que Harry reconheceu ser Rebecca ao lado de um corpo... um corpo que ele mesmo havia deixado carinhosamente ali....
__ SAIA DE PERTO DELA!!
__ GINA! Acalme-se!!__ o Sr. Weasley segurou a filha histérica, que começara a chutar Rebecca, porém essa nem ligava.
Tonks e Quim aproximaram-se rapidamente e prenderam as mãos de Rebecca. Esta não se manifestou. Continuava fitando a irmã. Harry se aproximou lentamente e viu uma lágrima solitária correr pela face da Comensal.
Quim tentou levantá-la, mas Rebecca se recusou e começou a rir.
__ Ai ai__ ria ela como uma maníaca, ao mesmo tempo que mais lágrimas escorriam pelo seu rosto__ Que ironia. Até agora pouco, eu queria matar Ayame. Mas agora, vendo-a assim, morta... Acho que isso era o que eu menos queria.
A garota parou de rir e começou a soluçar.
__ DROGA! Eu também sento sua falta, Ayame... Eu... eu não queria isso!! Mas o que adianta eu falar isso agora, não é... Eu queria que você pudesse me ouvir... Eu não agüento mais isso! Todo esse tempo eu também tentava te odiar e não pensar em você, mas não conseguia...
Ela começou a gritar e a se debater. Quim e Tonks a soltaram. Rebecca debruçou-se sobre o corpo de Ayame.
__ Me desculpe, irmãzinha.... Eu... eu sinto muito por tudo que eu fiz...__ ela levantou a cabeça e começou a passar a mão carinhosamente pelos cabelos da irmã__ É tão estranho ver você assim.. Tão fria... E pensar que era o que eu mais queria... Me desculpe...
__ Agora não adianta mais pedir desculpas__ disse Harry, que fitava Rebecca em pé ao lado do corpo de Ayame.
A garota parou de soluçar e se levantou. Enxugou as lágrimas. Estava tão diferente de antes. Pela primeira vez, Harry a viu não como a assassina de duas pessoas e uma Comensal da Morte, mas como a irmã de Ayame, simplesmente Rebecca. Um pensamento passou pela sua mente. Talvez ela estivesse falando a verdade. Talvez estivesse realmente arrependida. O garoto fixou seu olhar mais nela e viu por trás de seus olhos, se espantando... ele nunca vira alguém tão sozinha e desolada. Pensou que nunca pudesse sentir isso, mas sim, ele estava sentindo pena de Rebecca.
A garota se virou para Tonks e estendeu as mãos.
__ Me leve__ sussurrou ela.
Tonks, por sua vez, se virou para Dumbledore, confusa. O diretor olhou profundamente para Rebecca, que fitava o chão, e depois fez um movimento com a mão, indicando que podiam levá-la.
No fundo, no fundo, Harry não queria que nada de muito ruim acontecesse com Rebecca. Ele não sabia direito, mas sentia pena dela. Uma pena muito profunda.
O garoto ficou observando Tonks levar Rebecca em direção ao castelo, porém sem nada na cabeça. Sem conseguir pensar nada. Ele só sentia um vazio incrível dentro de si, tomando conta de seu coração e de sua mente também. Ele não queria, mas desviou o olhar do castelo para a cena que menos queria se lembrar em toda a sua vida.
Lá estava ela. Um corpo frio e pálido no chão. Harry queria se aproximar, mas seu cérebro não queria fazer sinapses ainda (pra quem não sabe o que é sinapse, são as mensagens que o sistema nervoso passa pro corpo). Ele viu Lupin se aproximar do corpo de Ayame e se abaixar para pegá-lo. Ao ver isso, sentiu um aperto em seu coração, e se moveu rapidamente em direção ao antigo professor de DCAT.
__ Eu...__ começou ele__ Eu faço isso.
__ Harry...__ Lupin o olhou com uma face preocupada__ Você não precisa fazer isso... Eu...
__Não__ interrompeu o garoto__ Eu quero fazer isso.
Lupin suspirou, mas se levantou, abrindo espaço para o garoto, que se abaixou e colocou os braços em volta do pescoço e atrás dos joelhos de Ayame. Harry estremeceu ao sentir a frieza de seu corpo, como se estivesse congelado. Sua face branca contrastava com os cabelos negros, que caíam pelos braços do garoto fazendo-lhe cócegas que ele nem sentia.
Uma lágrima solitária e brilhante caiu do rosto de Harry na face de Ayame, como uma gota de chuva depois de um dia lotado de nuvens cinzentas, enquanto o garoto dava o primeiro passo em direção ao castelo de Hogwarts.


oiii
e ai, ainda estao desesperados?
nao se preocupem logo o prox cap virá....
e vcs saberam muito mais sobre o que ocorreu...
bjus!
comentem ok!

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