Beco Diagonal



N/A: Olá, pessoas! Bom, hoje é um dia muito especial, ois estamos voltando aos velhos tempos em que minha grande amiga e beta reader oficial revisa minhas fics. Portanto, gostaria de fazer um agradecimento inicial á Liége Jorgens por todo o apoio e amizade desses anos. Voltando aos velhos tempos!

E aos que estão loucos pra saber o que lhes reserva este cap, só posso dizer que tentei atender aos pedidos e pra compensar o tamanho do cap. anterior (que nem deveria existir e por isso ficou tão pequeno, NAO ESQUEÇAM!), esse capítulo está enorme. Aproveitem! Bjos


Capítulo 6

Beco Diagonal

Gina não se lembrava do que era o Beco Diagonal, então foi uma diversão à parte mostrar a ela tudo que o lugar tinha a oferecer.

- E este é o lugar favorito de Hermione no mundo todo. – brincou Harry assim que entraram na Floreios e Borrões no meio da tarde daquele dia.

- Se este fosse o lugar favorito de todos... – argumentou ela

- ...O mundo seria um tédio – completou Rony.

Todos riram, inclusive alguns ex-colegas de Hogwarts que estavam por ali, mas Hermione não pareceu gostar tanto assim da brincadeira e encarou o namorado parecendo profundamente ofendida.

- Então é isso que pensa sobre mim, Ronald? – perguntou ela com os olhos marejados – Que sou um tédio?

Harry achou que Rony não estava entendendo o porquê da reação da garota, mas resolveu ficar quieto afim de não provocar mais discussões. Hermione não precisava ficar mais nervosa do que já estava.

- Não, Mione, eu só estava brincan...

- Esqueça! – disse ela friamente – Não precisa falar comigo, vou deixá-lo entediado.

E, com isso, ela saiu da loja batendo a porta atrás de si. Rony encarou os amigos parecendo muito confuso.

- Eu não entendo! – disse ele – Ela sempre fica sensível desse jeito nessa época do mês.

E, logo em seguida, saiu atrás de Hermione gritando o nome dela através das ruas do Beco Diagonal. Gina ainda ria do irmão e Harry a acompanhou, achando realmente engraçado o amigo não ter entendido nada do assunto. Se bem que ele também não costumava entender até Gina explicar-lhe alguns anos atrás, quando ainda estudavam em Hogwarts.

- Sabe, às vezes eu fico me perguntando – comentou Gina depois de parar de rir – O que aconteceria se fosse Rony a perder a memória?

- Ué, mas ele já não perdeu? – brincou Harry.

Gina sorriu. A verdade é que agora que o clima ficara mais leve e todos já estavam, de certa forma, acostumados com o assunto, as coisas haviam ficado mais fáceis e a amnésia da ruiva deixara de ser dramática para ser motivo de graça entre eles.

- Bom, se você não quiser comprar nenhum livro, podemos ir – disse Harry – Quero lhe mostrar o meu lugar favorito.

- Quality Quidditch Supplies – disse ela.

Harry a encarou aparvalhado.

- Exatamente! – disse ele – Como sabe?

- Ahn...não sei...- disse Gina – Você falou em seu lugar favorito, então me veio...pareceu que...bem, que eu sempre soube.

Harry abriu um enorme sorriso.

- Você está se lembrando – disse ele contente abraçando-a.

Gina sorriu pela empolgação de Harry e deixou-o rodar-lhe no ar, sem protestar, chamando a atenção de alguns compradores da loja. Era boa a sensação de ser abraçada por ele, de ser amada. Era quase...familiar.

E quando ele a soltou, ela não achou que ainda havia parado de girar. Sentiu-se zonza, sem saber a origem daquilo e quando sentiu seu rosto ser acariciado de leve por ele, pensou que aquilo nem deveria ser real.

– Você vai lembrar de tudo, vai ver só – disse ele mais próximo a ela do que poderia calcular.

Então, ela deu-se conta da proximidade entre eles. Não poderia controlar-se se não parassem logo, não poderia fazer aquilo com ele. E se ela nunca se lembrasse...

- Harry, foi só um lapso. – disse Gina afastando-se repentinamente – Não deve ter sido nada demais.

- Gina! Claro que foi! – disse Harry estranhando o afastamento dela – Você está recuperando aos poucos...

- Não! – interrompeu ela, parecendo chateada – Olha, isso não foi nada, não quer dizer que eu vá me lembrar ou qualquer coisa...

- Mas... – tentou ele.

- Olha, Harry – interrompeu Gina – Só não vamos mais falar disso, ok?

- Está bem – disse ele sem entender.

- Certo... Vou dar uma volta por aí. – disse Gina - Encontro você em meia hora na loja.

- Mas...você não sabe onde fica – disse Harry.

- Eu pergunto por aí – disse ela indo em direção à saída da loja – Vejo você mais tarde.

Harry a viu sair da loja e ficou mais algum tempo observando a porta, sem saber o que pensar. Qual era o problema? Ela havia se lembrado de alguma coisa. Porque não ficara feliz como ele? Gina só podia estar brincando quando disse “não vamos mais falar disso”. Não, ele certamente não deixaria aquilo passar.

Gina saiu pela porta da Floreios e Borrões deixando Harry para trás e começou uma caminhada sem rumo pelo Beco Diagonal. Não queria deixar Harry tão emocionado com apenas um lapso de memória. Toda a vez que algo semelhante acontecia, qualquer coisa, ele abria aquele sorriso esperançoso que a machucava mais do que qualquer outra coisa.

- Ora, ora, ora! – disse uma voz arrastada atrás dela - Se não é a pequena Weasley.

Gina virou-se e viu um jovem loiro de olhos azuis com ar arrogante se aproximar. Obviamente, não o reconheceu, mas parecia que ele sim.

- Desculpe, eu conheço você?

- Muito engraçado, Weasley! – disse o loiro – Por onde anda seu namorado que não está grudando em você?

- Não sei do que você está falando – disse Gina – O seu nome é...?

- Está bem, já entendi – disse ele – Não nos conhecemos, não é mesmo?

- Não...olha, porque não me diz o seu nome? – disse ela sorrindo.

- Meu nome? – ironizou o garoto – Como se você fosse capaz de esquecer...

- Bem, é que...ahn... – ela ficou sem jeito.

O loiro a encarou e Gina sentiu-se analisada.

- Não se lembra mesmo?

Gina negou com a cabeça e lançou-lhe um sorriso constrangido, suas bochechas tomaram um leve tom avermelhado. O loiro encarou-lhe, parecendo desconfiado.

- O que aconteceu com você? – perguntou ele.

Gina ficou em silêncio por alguns minutos, parecendo decidir se contava ou não. Por fim, achou que não faria mal.

- Eu...perdi a memória... – disse ela – Olha, não conta pra ninguém, não queremos mais repórteres andando atrás da gente.

O loiro a encarou e, de repente, sorriu.

- Não se preocupe. – disse ele – Seu segredo está seguro comigo.

Gina riu, achando que o jovem a sua frente parecia legal.

- Nós somos amigos ou algo assim? – perguntou ela.

- Algo assim – respondeu ele vendo-a sorrir. – Estudamos em Hogwarts na mesma época.

- Legal – disse ela – Ainda não vi ninguém além da minha família, alguns amigos dos meus pais ou Harry.

- Potter – disse o loiro cuspindo o nome.

- Algum problema? – perguntou ela.

- Não, nada... – mentiu ele – E então, dele você lembra?

- Não. – respondeu ela no mesmo tom de ironia – Não tive uma amnésia seletiva, sabe?

O garoto riu.

- Sempre espirituosa. – disse ele – Você não parece muito diferente. Ainda tem atitude.

- Vou anotar isso – disse ela. – Vai me dizer o seu nome para que eu possa anotar também?

Ele lançou a Gina um sorriso enviesado, antes de responder.

- McCoy, Daniel McCoy.

- Bom, é um prazer conhece-lo, Daniel – disse Gina – Agora, se você puder me mostrar onde é que fica a loja de Quadribol, eu ficaria muito grata.

Eles andaram pelo Beco Diagonal durante os dez minutos seguintes, conversando sobre diversos assuntos, a maioria deles, Hogwarts, sobre o que Gina não parava de perguntar. Quando finalmente alcançaram a Quality Quidditch Supplies, pararam.

- Chegamos. – disse ele – Melhoras a você.

- Espera! – disse ela – Porque não vem dar uma volta com a gente? Aposto que Harry não se importaria.

- Eu não teria tanta certeza – disse ele – Vejo você qualquer hora.

E, dizendo isso, ele virou-se e foi embora, perdendo-se na multidão. Gina entrou na loja, empolgada com o novo amigo e logo encontrou Harry para contar-lhe as novidades.

- Gina! – disse Harry ao vê-la entrar – Que bom que está aqui, olha...

- Harry, eu encontrei um amigo de Hogwarts! – disse ela – Ele me trouxe aqui, é um garoto ótimo, se chama Daniel McCoy.

- McCoy? – estranhou Harry – Não conheço nenhum McCoy.

- Tem certeza? – perguntou ela – Ele parecia saber de você.

- Isso é porque todo mundo sabe do Harry – disse Rony enquanto ele e Hermione entravam na loja. – Esqueceu que ele é uma celebridade desde que nasceu?

- Por acaso, esqueci, maninho – ironizou Gina – Bom, então deve ser isso. Bom, eu gostei dele.

- Gostou de quem? – perguntou Hermione.

- David McCoy – disse Harry.

- É Daniel – corrigiu Gina – Eu o vi agora a pouco.

- Daniel McCoy? – indagou Rony – Nunca ouvi falar.

- Também não me lembro de você ter comentado nada, Gina – disse Hermione – Estranho...

- Isso é que dá ser popular – resmungou Rony – Nunca vamos saber ao certo quantos amigos Gina tinha na escola.

- Nunca vamos saber o quão ciumento o Rony conseguia ser também. – sussurrou Harry a Gina, fazendo-a rir.

Eles passaram mais algum tempo comprando artefatos de Quadribol antes de irem embora, pois a sra. Weasley queria todos jantando na Toca naquela noite.

- E qual era a minha loja favorita? – perguntou Gina a Harry quando saíram da Quality Quidditch Supplies no final daquela tarde.

- Bom, você sempre esteve no meio termo entre Quality Quidditch Supplies e Floreios e Borrões, eu acho. – explicou ele – Embora quando Fred e Jorge abriram a loja, você a tenha elegido como a melhor do Beco Diagonal.

Gina sorriu e todos voltaram para casa, esperando encontrar um jantar à espera, mas tudo que viram foi a sra. Weasley toda estabanada com o novo fogão, que parecia tão empolgado com sua estréia e acabara por derramar todas as panelas no chão, fazendo a maior sujeira pela cozinha.

- Ah, essas coisas modernas! – exclamou ela aborrecida – Deveria ter ficado com o fogão antigo.

Aquilo não parecia ter agradado nem um pouco o fogão novo, pois ele começou a lançar chamas para cima, atingindo Errol, a coruja da família, que caiu no chão.

- Errol! – exclamou Gina correndo até a coruja, preocupada.

- Não se preocupe com ele, querida, vai sobreviver – disse a sra. Weasley – Me ajudem aqui, todos vocês.

Eles correram para ajudar a sra. Weasley a controlar o fogão e foi apenas meia hora depois que obtiveram sucesso, podendo, então, subir para tomarem banho e se arrumarem para jantar.

Mais tarde, quando todos já haviam ido se deitar, Harry viu Gina na cozinha, cuidando da asa chamuscada de Errol, parecendo aflita.

- Essa coruja é assim mesmo – disse ele ao que ela virou-se para encará-lo – Já sofreu milhares de acidentes, mas sempre sobrevive.

Gina sorriu fracamente, mas não disse nada.

- Gin...sobre hoje à tarde...

- Por algum motivo, eu tinha certeza que você não esqueceria. – disse ela.

- Me conhece mesmo não me conhecendo. – constatou ele.

- É por isso que não quero ficar falando sobre esses lapsos. – explicou ela.

- Não entendo – disse ele – Se sabe que eu me preocupo, porque não quer falar?

- Porque você se preocupa! – exclamou ela esquivando-se dele e indo até a sala – Você não entende, Harry!

- Porque não me explica? – pediu ele aproximando-se dela.

Gina suspirou resignada e sentou-se no sofá.

- Eu não tenho idéia da intensidade do que tínhamos, Harry – começou ela fazendo-o sentar-se ao seu lado no sofá, sem encará-la – Mas sei que não era pouco ou comum.

Ela curvou a cabeça para poder encará-lo nos olhos, vendo neles exatamente o que não queria: dor.

- Era especial, não era?

Harry não respondeu, apenas afirmou com a cabeça. Gina torceu as mãos em sinal de nervosismo, antes de continuar.

- Não pense que eu não sei o quanto deve ser difícil para você voltar de tudo o que você passou e não ser reconhecido pela própria namorada.

Ele ergueu a cabeça, assustado.

- Eu nunca...

- Está nos seus olhos – interrompeu Gina. – Tenho certeza de que você não faz por mal, que não quer que ninguém perceba, mas eu sei e entendo. E é por isso que não quero dar tanta importância pra isso. Você não pode ficar se agarrando em cada lapso que eu tenho, em cada...

- E o que mais eu posso fazer? – perguntou Harry – É uma dessas coisas que me deixa impotente. Não posso te salvar.

- E não é sua culpa – disse Gina – Simplesmente aconteceu e você não pode deixar de viver sua vida por isso.

- Você é minha vida.

Gina parou exatamente onde estava. As palavras que pretendia dizer a seguir pararam em sua garganta, trancadas por um nó dolorido, exatamente igual ao que se formava na garganta de Harry naquele instante.

- Não diga essas coisas – pediu ela – É bom demais para o que eu posso oferecer agora.

- Me desculpe – disse ele – Eu não quero deixar você triste ou culpada. Você sempre foi a primeira a ralhar quando isso acontecia comigo...

Gina riu.

- Tudo bem – disse ela – Só não quero dar falsas esperanças. Não quero que pense que vou me lembrar de tudo um dia se você perder a sua vida esperando.

- Se eu estiver esperando por você, não estarei perdendo nada. – disse ele.

- Droga, Harry, você não está ajudando...

E então ela deu um pequeno empurrão nele, esperando descontar sua frustração, mas tudo que conseguiu foi ser puxada para um abraço do qual ela só se afastou muito tempo depois, quando eles acordaram na manhã seguinte, antes de todos, e se recolheram para seus quartos esperando não acordar ninguém.

N/A: E aí, o que acharam? Gostaria de agradecer a todos por lerem e espero comentários! Até o próximo! Bjos

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.