Atrás do espelho sobre a pia

Atrás do espelho sobre a pia



N/A: Demorei, eu sei, mas tive problemas por aqui. Sorry!

Então, pra compensar, fiz um capítulo bem maior dessa vez, para os desesperados de plantão, heheheh.


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Capítulo 4

Atrás do espelho sobre a pia


No sábado, Gina retornou à Toca e houve uma grande festa para recebê-la, mesmo que a garota ainda não se sentisse confortável com todos os amigos e familiares. Em contrapartida, parecia se entender bem com os gêmeos e Hermione. Rony e ela, aos poucos, foram voltando a conversar e

Harry achava que, tirando o fato de que Gina não se lembrava de absolutamente nada, eles estavam se entendendo bastante bem.

- Festa legal – disse Gina sentando-se ao lado dele em um banco nos jardins.

- Pois é, sua família sempre foi muito comemorativa – disse Harry. – Vai reparar nisso logo.

- Acho que já reparei – disse ela – São pessoas realmente ótimas.

- Verdade – disse Harry.

Houve um silêncio estranho. Não era constrangedor, tampouco confortável. Era como se algo precisasse ser dito, mas na hora certa.

- Sabe, eu fiquei curiosa – disse ela após um tempo.

- Com o que? – perguntou ele.

- Eu aceitei numa boa aquela coisa de ser protegida?

Harry soltou uma risada marota.

- Se estiver querendo saber se é conformista, a resposta é não – respondeu ele – Você não se importava realmente com sua segurança, mas respeitou minha decisão.

- É, até que foi uma coisa madura... – ponderou Gina

- Fala como se fosse a vida de outra pessoa.

- De certa forma é, eu não me lembro de nada – disse Gina – De qualquer jeito, o que fez a gente voltar?

- Você não é conformista. – respondeu ele

Gina riu.

- E você abriu sua cabeça pra isso? – perguntou ela desconfiada, erguendo uma sobrancelha – Tem cara de ser teimoso.

- Eu sou! O problema é que eu esquecia disso quando você dava uma de teimosa. – disse Harry vendo-a corar - Sempre conseguia me convencer, me fazer escutar...acho que era a única.

- Está aumentando meu ego – avisou Gina.

- Temos que deixá-lo do tamanho que ele era, não? – brincou ele.

- Tenho que começar a andar com um caderninho de notas perto de você – brincou Gina.

- Aquele com uma genealogia Weasley? – cutucou ele.

- Anda xeretando minhas coisas? – brincou ela, fingindo-se de indignada.

- Não, mas naquele dia no hospital você estava com ele.

- Verdade... – disse ela - Quando nos conhece...quero dizer...ahn...

- Tudo bem – interrompeu ele.

- Desculpe – pediu ela – É que não tem como eu pensar de outro jeito, entende?

- Entendo, sem problemas – disse ele sentindo o já normal aperto no peito. – E então, como anda o levantamento?

Gina riu. Aquele belo sorriso que somente ela conseguia dar.

- Vai bem, as pessoas têm me dito coisas interessantes – disse ela – Pretendo fazer uma vistoria no meu quarto pra ver o que encontro por lá amanhã.

- Parece uma boa idéia – disse ele – Eu procuraria no banheiro também.

Gina abriu um sorrisinho maroto, em dúvida se deveria perguntar a ele do que se tratava ou não. Alguns minutos mais tarde, decidiu descobrir sozinha e pediu licença para sair, deixando Harry com seus pensamentos.




Eram quase três da tarde quando ele aparatou na Toca. Já não adiantava mais se esconder. Estranhou não perceber a habitual movimentação de pessoas de um lado para o outro.

Mal podia acreditar que conseguira, finalmente, destruir o penúltimo horcrux; agora era uma questão de tempo até encontrar Nagini e Voldemort e ele precisava estar bem preparado.

Andou até a sala e sentou-se no sofá que tantas outras vezes mais felizes havia se acomodado. Tinha um sério ferimento na lateral do tronco por causa de uma grande explosão, um feio machucado no supercílio que não parava de sangrar e outras dezenas de dores no corpo. Precisava de ajuda.

- Rony? Sra. Weasley? – gritou ele – Tem alguém em casa?

Ouviu passos vindos do andar de cima, fazendo caminho até a escada e, em seguida, descendo por ela. Os cabelos vermelhos que ele avistou, entretanto, não eram de Rony ou da sra. Weasley, mas sim de Gina.

- Harry! – exclamou ela correndo até o sofá para vê-lo – Harry, o que está fazendo aqui?

- Pensei em fazer uma visita – brincou ele.

- Céus, você está todo machucado! – exclamou ela rapidamente tirando a própria camisa e colocando sobre a testa machucada dele para estancar o sangue – O que aconteceu?

Ele havia ficado estático por um tempo ao vê-la tirar a camisa e ficar apenas com uma blusinha justa e cavada sobre o corpo. Voltou a si quando ela pressionou mais forte seu ferimento.

- Encontrei o quinto horcrux – respondeu ele gemendo de dor – E o destruí.

- Eu sabia que conseguiria. – disse ela sorrindo aliviada tentando a todo o custo estancar o sangue dele com sua camisa, outrora branca - Agora venha, vamos tratar desses machucados.

Ela ajudou-o a apoiar-se em seus braços e o fez subir as escadas até o banheiro. Harry mal conseguira raciocinar com ela tão próxima, vestindo praticamente nada e falando daquele jeito rápido que só Gina era capaz.

- Onde estão todos? – perguntou ele

- Papai está no Ministério; Fred e Jorge estão na loja; mamãe, Rony e Mione foram ao Beco Diagonal. – respondeu Gina sentando-o ao lado do box e pegando uma toalha úmida para limpar seu ferimento na cabeça.

- Porque você não foi com eles? – perguntou Harry – Ai!

- Desculpa – pediu ela tentando não pressionar tanto o ferimento – Não estava com vontade de sair.

Ela levantou-se e abriu uma gaveta no balcão da pia e pegou uma caixa de medicamentos. Então entregou um pequeno frasco de um líquido amarelo esverdeado para Harry.

- Tome isso, é para dor. – disse Gina – Daqui a pouco já não sentirá mais nada.

Harry bebeu, mas não achou que a poção fosse instantânea, pois Gina havia pego a maldita toalha molhada novamente e passava pela região dolorida para limpa-la, machucando cada local por onde passava. Depois, pegou um líquido transparente e jogou sobre o ferimento, fazendo arder.

- Desculpa – pediu ela assoprando o local e fazendo-o arrepiar-se. – Eu sei que arde, mas não podemos deixar infeccionar.

- Queria que essa poção fizesse efeito mais rápido – reclamou Harry encarando a garota enquanto esta começava a fazer o curativo – Você entende bastante disso.

- Quando se tem seis irmãos a gente acaba aprendendo algumas técnicas – explicou ela.

Harry riu e ficou em silêncio, vendo-a trabalhar. Gina ainda era um pouco atrapalhada, mas ele achou que ela sabia o que estava fazendo.

- Essa região sangra muito – explicou a garota – Vou ter que trocar esse curativo de tempos em tempos até o sangue estancar completamente.

Harry viu-a terminar o curativo e colocou a mão sobre o local, sentindo uma pequena elevação que ele não achou que fosse sair tão cedo dali.

- Certo – lembrou-se de dizer.

- Onde mais está machucado? – perguntou ela.

Harry ainda não havia falado sobre o ferimento em seu tronco, então mostrou a lateral da camisa manchada de sangue.

- Não está muito bonito - brincou ele.

- Sem problemas – disse ela – Tente ficar parado, vou te ajudar a tirar a camisa.

Harry sentiu seu estômago sair do lugar e ir parar em algum canto próximo a sua garganta, mas não disse nada, apenas engoliu em seco e confirmou com a cabeça.

Gina levou as mãos até sua gola e foi abrindo botão por botão, lentamente - ou ao menos era isso que Harry achava. Já não tinha tanta certeza, pois sua mente parecia ter ido dar uma volta sem previsão de retorno. Não conseguia realmente pensar sobre aquilo, nenhuma garota havia feito algo parecido e, por mais que ele soubesse que era apenas por causa do ferimento, deixou-se levar pelas sensações que os dedos ágeis de Gina proporcionavam ao tocar sua pele de levinho, enquanto o livrava da blusa.

A respiração dela estava pesada quando finalmente terminou de abrir os botões da camisa dele e começou a ajuda-lo e tirar a peça de roupa do corpo.

- Ai – gemeu ele quando teve que tirar a manga do lado em que estava o ferimento.

- Pronto, deixe de ser um bebê chorão – provocou ela atirando a camisa dele para o lado.

- Fala porque não é com você - disse ele fazendo-a rir.

Gina olhou para o corte extenso por alguns segundos, passou as mãos sobre o local causando arrepios na pele dele. Depois levantou-se e tirou os chinelos, ficando descalça sobre o piso frio do banheiro e subiu no balcão.

- O que está fazendo? – perguntou ele

- Pegando uma poção pra esse ferimento aí – disse ela ficando na ponta dos pés e tirando o espelho da parede sob a pia.

Harry ficou paralisado, apenas observando-a em dúvida sobre o perigo e a graça da situação. Gina estava tão ou mais encantadora do que ele se lembrava. Vestia um short curto bege e uma blusa cor de rosa de alças evidenciando suas curvas perfeitas e não mais cobertas pela camisa larga - naquele momento, embebida com o sangue dele e atirada a um canto do banheiro.

Gina era assim, ambígua: as roupas evidenciando sedução e os pés descalços, sustentando o corpo sobre as pontas em cima o balcão, o jeito de moleca.

Ele voltou a si quando a viu dar duas pequenas pancadinhas sobre uma parte aparentemente normal da parede e abrir uma portinhola de onde tirou um frasco de poção. Em seguida, fechou, colocou o espelho no lugar e desceu.

- Se contar isso a alguém, não sobreviverá para salvar o mundo. – ameaçou ela, fazendo-o rir.

- Porque esconde isso aí?

- Bem, afanei a poção do estoque particular de Hermione. – explicou Gina - Ela que criou e não quer mostrar a ninguém até aperfeiçoar e ganhar um prêmio com ela.

- E aí você abriu um buraco na parede para esconder isso dela?

- Bom, ela já descobriu o fundo falso do guarda-roupa, eu não podia colocar lá.

Harry riu.

- Você é inacreditável – disse ele encarando profundamente os olhos cor de chocolate – De qualquer jeito, espero que funcione.

- Eu tenho que limpar tudo muito bem antes, então pare de se mexer e veremos – disse Gina.

Ela passou algum tempo apenas limpando a região em torno do ferimento, tomando cuidado para não machucá-lo. Harry não disse nada, em parte porque ela estava tão concentrada que ele não queria atrapalhar, em parte porque não sabia como sua voz sairia.

- Porque você despistou todo mundo? – perguntou Gina repentinamente – Rony e Hermione ficaram uma fera quando você foi embora sem eles.

- Não podia deixa-los se arriscarem mais por minha causa.

- Ah é, esqueci que você precisa fazer tudo sozinho – ironizou ela.

- Algumas coisas sim – explicou ele – Ai!

Gina havia pressionado o machucado propositadamente.

- Bom, você sabe o que eu penso sobre isso. – disse ela ignorando os gemidos dele.

- É, você tem métodos ótimos para demonstrar – ironizou ele – Ai, Gina! Está doendo.

- Ops! – brincou ela – Foi sem querer.

- Humpf – fez ele vendo-a sorrir marotamente.

Fez-se um silêncio breve durante o qual ela terminava de limpar e Harry apenas a observava, sua expressão firme e determinada no rosto, as mãos frias em sua pele, os dentes brancos pressionando o lábio inferior demonstrando concentração.

Então, quando ela finalmente terminou, jogou a poção sobre o local e a ferida fechou-se instantaneamente. Hermione era realmente um gênio.

- Ela vai ganhar um prêmio um dia – disse Harry observando o tronco intacto, embora ainda dolorido.

- Bem, só funciona para ferimentos bem grandes, como esse aí. O do supercílio era pequeno para tentar e você também não pode se esforçar ou fazer algo que provoque muitas reações, senão o ferimento vai abrir. – disse Gina – Hermione diz que esse é o único defeito da poção.

- Ainda assim, é brilhante – disse ele.

- É sim – disse Gina pensativamente. – Pelo menos não fica com a ferida exposta.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, sem saber o que dizer. Havia tanto e nada. Era tão ambíguo quanto tudo que os envolvia.

- Eu...acho que vou tomar um banho. – disse ele.

- Certo – disse ela – Vou te ajudar, vem.

Ela ajudou-o a se apoiar em si e entrar no box. Então ligou o chuveiro, sentindo a água molhar seus pés e segurou a respiração devido a proximidade com o corpo dele.

- Vou...ahn...buscar uma toalha para você e algumas roupas limpas – disse ela – Tente não fazer muitos movimentos bruscos e depois durma um pouco. Você precisa descansar.

Harry sorriu, tão nervoso quanto ela. Nunca haviam ficado daquela maneira, não que ele achasse que era ruim, era apenas...confuso.

Harry já estava perdendo a batalha contra seus impulsos quando acariciou o rosto dela, vendo-a fechar os olhos por um momento.

- Eu não queria que fosse desse jeito – disse ele.

- Nem eu – sussurrou ela sem olha-lo.

Então, de repente, ela desviou os olhos até os dele e encarou-o e Harry sabia tudo que ela estava pensando somente com aquele olhar. Não havia magia nenhuma ali, apenas aquela estranha conexão que eles tinham.

E ele sabia o que aconteceria a seguir, mas havia aquela vozinha racional em sua mente que gritava para que parassem.

- Nós já fizemos isso antes – disse Harry.

- O que? – perguntou Gina zonza demais para entender.

- Reatar – disse ele – Já fizemos isso antes e só nos causou mais sofrimento.

- Não estou mais preocupada.

- Mas deveria – disse ele – E se tivermos que terminar de novo?

- Não quero pensar nisso agora – disse ela

- Temos que pensar – disse ele – E temos que parar.

Mas já era tarde, seus rostos já estavam tão próximos que podiam sentir as respirações um do outro; parar não era mais uma opção.

- Não podemos – disse ele sentindo a mão dela subir lentamente por seu tórax, as unhas arranhando de leve seu peito e pararem em seus ombros nus.

- Talvez não – disse ela colocando seus lábios nos dele.


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N/A: Wow! Eu quase cansei lendo coments. Estou tão contente! Obrigada a todos! Espero que continuem acompanhando a fic. Não tenho como prometer quando sairá o próximo capítulo pois ainda não está pronto, mas juro que vou tentar agilizar. Tenham paciência! O que vcs gostariam de ver na fic? Me mandem reviews com seus desejos e eu vou brincar de tentar realizar, o que acham? Bjos a todos!

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