Aquela Coisa Toda



Capítulo 19 - Aquela Coisa Toda


Draco acordou com a luz do sol que entrava pela janela do seu quarto, sem pedir permissão. Abriu lentamente os olhos e olhou em volta, tudo parecia normal, então, tinha sido só um sonho ruim. Sorriu fracamente e apoiou a mão na cama pra se levantar. E foi quando ele sentiu a dor em seu braço, e percebeu que não havia sido um pesadelo. Era a realidade dele a partir daquele dia. E ele pensou seriamente em não levantar mais da cama. Mas sabia que não poderia, seus pais iriam estranhar. Levantou-se e foi tomar um banho, depois desceu e foi tomar seu café-da-manhã.


Encontrou seus pais já tomando o café e se sentou.


- Bom dia - ele disse baixo.


- Bom dia, querido - sua mãe respondeu lhe sorrindo.


- Tudo bem, filho? - Lúcio perguntou sério.


- Tudo, é só cansaço - disse e deu uma pausa - Você não precisa se preocupar tanto, pai, não sou tão fraco assim. Sei me cuidar.


- Eu sei que sim - disse com orgulho - E o Lorde pensa o mesmo.


- Lúcio, por favor, não à mesa... - Narcisa disse parecendo cansada.


- Pois bem, querida, como você quiser.


Depois disso o café transcorreu no silêncio habitual e, quando todos terminaram, Draco voltou para seu quarto.


Deitou-se em sua cama, tentando decidir se escrevia ou não para Gina, e, após muito tempo, decidiu não escrever. Não poderia contar uma coisa daquelas por carta, e não saberia mentir para a mulher que amava. O melhor seria o silêncio, mesmo que soubesse o quanto ela sofreria sem notícias dele, e isso o mataria um pouco mais a cada dia. Mas decidiu que conversaria com ela só quando voltassem à Hogwarts, dali a cinco dias.


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Gina mal dormira durante toda a noite, a toda hora ela acordava sobressaltada. Então, quando os primeiros raios de sol iluminaram seu quarto, ela já estava desperta. Tentou em vão se virar para o outro lado e dormir novamente, mas não conseguiu. Ficou tentando imaginar o que acontecera para Draco não lhe escrever. E logo na noite de Natal. Mas não encontrou nenhuma explicação, e isso a angustiava mais, pois sabia que algo estava errado.


Levantou-se, pegou suas coisas lentamente para não acordar Hermione, e foi para o banheiro, precisava de um banho quente para tentar relaxar. Quando voltou para o quarto, a amiga já estava acordada, sentada na cama, esperando-a.


- O que aconteceu, Gi?


- Nada, só não consegui dormir direito...


- Ele não escreveu?


- Não... - disse triste.


- Não fique assim, ele deve ter um bom motivo pra isso, você vai ver!


- Eu não sei... Estou com esse aperto no peito desde ontem, Mi... Sei que alguma coisa aconteceu...


- Bom, então por que você não escreve pra ele?


- Porque não posso. Vai que o pai ou a mãe dele pegam essa carta?


- Você tem razão... É, acho que não tem jeito, né? - disse sorrindo fracamente para a amiga - O jeito vai ser esperar.


- Esse é o problema... Não estou agüentando essa angústia!


- Calma, Gi... Você sabe que não adianta ficar assim. Na pior das hipóteses, vocês se falam de novo daqui a cinco dias, pense positivo!


- Cinco dias pode parecer pouco, mas vai ser uma eternidade pra mim... - disse sorrindo fracamente.


- Ai, desculpa, amiga... Não quis dizer que vai ser fácil, só que vai passar rápido, quer dizer, ah, sei lá o quis dizer! Desculpa...


- Que isso, Mi! Sei que você não falou por mal.


- É, mas bem que poderia não ter dito, né?


- Nem, sei que a intenção foi boa, então, não tem problema.


- Bom, o que você acha de tomarmos um café-da-manhã reforçado? Estou morta de fome...


- Ok, vamos.


Desceram e Gina tomou o café em silêncio, apesar da animação dos irmãos dela que já tinham acordado.


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Os dias que faltavam para voltarem para Hogwarts foram os piores tanto para Draco, quanto para Gina. Ele não conseguiu escrever para ela, e ela teve receio de que alguém descobrisse as cartas para o loiro, uma vez que ele não mandava nenhuma carta.


Então o dia de voltar chegou, mas eles não se encontraram no trem. E nem no jantar de boas-vindas. E esse sumiço dele já estava desesperando-a. Ela estava a ponto de ir até o quarto dele, mas Colin não deixou.


- Nem pense nisso - ele lhe disse baixo.


- Mas, Colin...


- Não tem mas, nem meio mas - ele a olhou sério, mas depois suavizou a expressão - Gi, você nem sabe se ele realmente voltou. Espere até amanhã, ok? Já está quase na hora de deitarmos, mesmo.


- Não sei se consigo...


- Ah, mas vai conseguir sim... Nem que eu tenha que te amarrar... - disse rindo.


- Você não seria capaz...


- Duvida? Então tenta fugir que você vai ver!


- Colin! Eu preciso vê-lo!


- Eu sei! Mas algumas horas a mais não vão te matar... Seja racional mais um pouquinho só, Gi...


- Ok, vou tentar - disse triste.


- Pode deixar que a gente te ajuda a manter a sanidade, Gi - Angie falou com um sorriso.


- Obrigada, gente. Se não fosse por vocês e pela Mi, eu já teria pirado...


- Você quis dizer que ia pirar mais, né? Já que pirada você já é.


- Ha, ha, ha, muito engraçado, Creevey - ela disse séria.


- Vamos, Gineca, sei que você adorou a piadinha! - ele falou rindo, vendo que Angie também ria bastante.


- Ah, amei! - disse rolando os olhos - Vocês têm um senso de humor péssimo...


- Deixa de mau humor, Gi - Angie falou - A gente só quer te animar.


- Eu sei... Desculpa, gente. Mas não tô pra piada hoje.


- Ok, desculpada. Mas não se acostume, que é só hoje! - Colin disse e deu uma piscadela pra ela, fazendo-a rir.


Então o jantar passou, a noite passou, e o café-da-manhã também, e nada de Draco aparecer em lugar algum. Gina assistiu às aulas daquela manhã de segunda-feira como se fosse um zumbi. E quando ela já tinha perdido as esperanças de encontrá-lo, ela o viu, no caminho para o Salão Principal. Ela abriu um sorriso saudoso, mas ele permaneceu sério, e o sorriso dela foi morrendo aos poucos. Continuaram se olhando até que Colin a puxou pelo braço com alguma dificuldade.


- Vamos, Gi. Agora não é a hora pra vocês matarem as saudades.


- Colin, você viu?


- Vi o que?


- O rosto dele...


- O que tem, Gi?


- Estava frio... - ela o encarou com os olhos cheios de lágrimas - Eu sabia... Eu sabia que tinha acontecido alguma coisa...


- Calma, pode ter sido só impressão sua...


- Não! Eu sei que aconteceu algo, Colin! Eu sinto! - ela disse agarrando a blusa na direção do coração, e não segurando mais as lágrimas.


Colin e Angie a abraçaram e a conduziram para o Salão Comunal da Grifinória. Sabiam que ela não conseguiria comer nada. Quando Gina conseguiu se acalmar um pouco, as aulas da tarde já estavam na metade. E ela resolveu não ir. Ficou com seus amigos, deitada num dos sofás, com a cabeça no colo de Angie, enquanto Colin foi à cozinha e conseguiu algo para comerem. Então a hora do jantar veio e se foi, e foi quando ela recebeu um bilhete de Draco, por uma das corujas da Escola.


"Gina,


Precisamos conversar. Será que você poderia me encontrar na Estufa 3 hoje, às 23 horas?


DM"


Ela leu e olhou triste para os amigos.


- Olhem isso, e depois me digam se não há algo errado...


Passou o bilhete para os amigos, que leram e se olharam.


- Gi, não fica assim. Espera e conversa com ele primeiro - Angie falou.


- É - Colin concordou - Talvez não seja nada demais.


- Obrigada por tentarem me animar, mas sei que algo de grave aconteceu.


Colin e Angie se olharam novamente, mas não falaram nada.


- Bom - Gina disse se levantando - Vou subir para tomar um banho e me arrumar.


- Quer ajuda? - Angie disse sorrindo.


- Obrigada, mas quero ficar um pouco sozinha.


Gina deu um beijo em cada um de seus amigos e subiu devagar. Se arrumou lentamente, e quando deu 22:30h, saiu do Salão Comunal, coberta pela Capa de Invisibilidade, rumo à Estufa 3.


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De longe Gina o viu, encostado ao lado da porta da Estufa, com uma das pernas dobradas e o pé apoiado na parede, os braços cruzados, e a cabeça baixa. Chegou frente a ele e parou, mas ele não percebeu sua presença.


- Oi - ela disse tirando-o de seu transe.


- Oi - ele disse sorrindo fracamente, olhando-a nos olhos.


Então ela o abraçou, e sentiu que havia algo a mais naquele abraço. Ele a segurou firme, como se não quisesse que ela saísse dali nunca mais, mas logo quebrou o contato, e a conduziu para dentro pela mão.


Assim que entraram, Draco conjurou várias velas e fez um feitiço aquecedor.


Gina o observava sem falar nada, não sabia bem o que dizer. Então resolveu fazer algo para quebrar aquele clima estranho. Foi até ele e o virou delicadamente para si, segurou seu rosto com uma das mãos e o beijou. Ele correspondeu com tanta paixão, que ela sentiu seu peito apertar mais. Separou-se dele e o encarou. E ele soube que a hora chegara.


"Me ajude, Merlim. Você sabe que não posso traí-lo. Minha obrigação é muito grande para que eu falhe..." - ele pensou com um suspiro pesado.


- O que foi, Draco? - ela perguntou baixo.


- Precisamos conversar...


- Eu sei...


- Queria que fosse mais fácil... - ele disse com o olhar perdido.


- Aconteceu alguma coisa na sua casa? - ela perguntou sentando-se em uma das mesas.


- Acho que podemos colocar as coisas assim... - disse e deu uma risada sem emoção.


- Você está começando a me assustar.


- Por favor, não diga isso - ele disse com dor na voz - Jamais quero que você se assuste comigo... - "Não você...", ele pensou.


- Desculpe - ela disse sem entender a reação dele - Eu não quis dizer isso. A situação é que está me assustando.


- Tudo bem. Eu só quero que você saiba que eu te amo, pequena. Só a você.


- Eu também te amo, Draco - disse sorrindo - Mas não estou entendendo o que isso tem a ver com essa sua expressão preocupada.


- Você seria capaz de ficar comigo e passar por cima de qualquer coisa?


- Como assim? - perguntou confusa.


- Promete que nunca vai me esquecer , e que um dia vai me perdoar? - ele perguntou abraçando-a.


- Como eu poderia te esquecer, Draco? Eu te amo - disse soltando-se dele e o encarando - Mas ainda não entendo, o que aconteceu, afinal?


Ele se afastou dela e retirou a capa, encarando-a o tempo todo.


- Espero que um dia você me entenda e me perdoe - ele falou enquanto desabotoava o punho da camisa e dobrava sua manga para mostrar o antebraço esquerdo para Gina.


- Draco, o que é isso? - ela perguntou num sussurro, temerosa, com os olhos arregalados.


- Desculpe, Virgínia. Mas eu não tive escolha. Foi para isso que meu pai me queria em casa nesse feriado, para que eu fosse iniciado como Comensal e recebesse a Marca Negra.


- Não! - ela gritou com lágrimas escorrendo pelo rosto.


- Gina... - ele tentou tocá-la, mas ela se afastou.


- Por que?


- Me entenda, eu precisava fazer isso.


- Não minta pra mim!


- Era minha obrigação.


- Que obrigação?


- Eu não posso te dizer... - ele falou e abaixou a cabeça.


- Como você pôde fazer isso comigo? Você disse que me amava!


- E eu amo! Mais que a mim mesmo...


- Como você pode continuar a mentir assim?


- Eu não estou mentindo - disse suplicante - Eu te amo. Mas eu precisava fazer isso.


- Mesmo que isso fosse nos separar? - ela disse não mais segurando as lágrimas.


- Por favor, não chora.


- Me responda! - ela gritou.


- Mesmo assim, pequena. Estou fazendo isso por nós, pra que a gente possa ter uma chance no futuro.


- Do que você está falando? - perguntou confusa e cansada.


- Eu não posso te dizer.


- Por que não? - ela perguntou novamente nervosa.


- Pra te proteger.


- Pro inferno a proteção! Eu quero saber o que está havendo!


- Desculpe, eu não posso dizer.


- Então você não me ama o suficiente.


- O quê? - ele disse, e havia desespero em sua voz.


- Se você realmente me amasse, me diria a verdade. Mas se você não pode me falar, é porque a verdade é uma só: você me traiu.


- Não! - tentou se aproximar, mas ela se afastou mais - Eu jamais te trairia, por favor, não diz isso - disse também chorando.


Olhe bem nos meus olhos


Olhe bem pra você


- Você traiu minha confiança. Só não entendo porque você ficou tanto tempo comigo, fingindo que eu era algo para você. Por que? Será que ao menos isso você pode me dizer?


- Pára com isso, Virgínia! Eu não te traí... Eu te amo, droga!


- Pois eu não acredito - disse o mais fria possível - E eu não quero mais saber de nada. Já não importa mais. Afinal, nada do que você diga vai tirar isso do seu braço - ela disse pegando a mão de Draco e erguendo seu braço, para que ambos pudessem ver a Marca.


O fato é que a gente perdeu toda aquela magia


E ao olhar nos olhos dela, Draco se sentiu sujo.


Ele sabia que seria difícil, mas não imaginou que fosse tanto. Ver a tristeza que havia nos olhos dela, a decepção, estava matando-o por dentro. E ele apertou a mão dela, que ainda estava na dele.


A porta dos meus quinze anos não tem mais segredos


- Virgínia, por favor... - disse num sussurro suplicante, mas ela colocou a mão que estava livre sobre seus lábios, e o silenciou.


- Eu te amo, Draco - tirou a mão da boca de Draco e pousou em sua bochecha - Acho que nunca mais vou amar alguém assim. E nem quero. Mas não posso ficar com você.


E velha, tão velha ficou nossa fotografia


Num impulso, ele a abraçou, e ela se deixou abraçar por alguns instantes, mas logo se afastou dele. Olharam-se nos olhos, e ela o beijou uma última vez. O gosto salgado das lágrimas de ambos em suas bocas.


Olhe bem nos meus olhos


Olhe bem prá você


- Me perdoa - ele sussurrou após o beijo, ainda de olhos fechados.


A quem é que a gente engana com a nossa loucura


- Não posso - ela disse no mesmo tom, e saiu dos braços dele.


De certo que a gente perdeu a noção do limite


Ele não abriu os olhos, somente ouviu ela se afastar cada vez mais, até a porta da estufa se abrir e fechar. Então caiu de joelhos, escondendo o rosto entre as mãos, ouvindo os próprios soluços, sozinho, desesperado, e sem saber o que fazer.


 E atrás tem alguém que virá, que virá, que virá, que virá, que virá


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 Gina voltou correndo para o Castelo, e nem reparou que alguém a observava de longe, e a viu entrar chorando. Foi direto para o Salão Comunal da Grifinória, nem se lembrando que estava sem a Capa de Invisibilidade, e dando de cara com seu irmão, Harry e Hermione.


- Gina, onde você estava? O que aconteceu? - Rony perguntou.


Ela não respondeu, só subiu correndo para seu dormitório. Chegando lá, se jogou em sua cama e tampou o rosto com o travesseiro, para não acordar suas companheiras de quarto com seu choro. Mas Rosie a esperava e foi até a cama dela, sentou-se na beirada e descobriu seu rosto. Então Gina se sentou e abraçou a amiga.


- Calma, Gi... O que aconteceu? Vocês brigaram? - perguntou preocupada.


- Ele... Ele... Ai, Angie! - tentou contar, mas não conseguia, as palavras, simplesmente, não saíam.


- Tudo bem, não tem problema, depois você fala. Só chora, amiga. E não se preocupe, estou aqui com você.


E foi o que Gina fez. Chorou muito. Nesse meio tempo, Hermione chegou ao quarto, olhou para Angie, que sinalizou para que ela não dissesse nada, só esperasse e então a morena também se sentou na cama de Gina, e esperou até que ela se acalmasse um pouco.


- Gi? - Angie chamou.


A ruiva se afastou do abraço da amiga e olhou para ela e Hermione. Não sabia o que fazer ou dizer.


- O que foi? - Hermione perguntou preocupada.


- Nós terminamos - Gina disse simplesmente.


- Por que? - Angie disse sem entender.


- Porque não podemos ficar juntos.


- Gina, você passou o feriado todo desesperada por notícias dele e agora vocês simplesmente terminam? O que aconteceu, afinal? Ele fez algo com você? - Mione disse preocupada.


- Não, ele não fez nada... Só... Não dá mais... - disse dando de ombros.


Angie e Hermione se olharam, tentando entender o que estava acontecendo.


- Você não quer falar? - Angie disse.


- Não é isso... Só não há o que dizer. Só... Terminou...


- Tudo bem. Não precisa dizer mais nada, então - Hermione disse sorrindo - Bom, eu vou descer, Rony deve estar quase subindo aqui. Qualquer coisa me chame, ok?


- Pode deixar - Gina disse sorrindo fracamente - Mas estou bem, Mi. Obrigada.


A morena saiu do quarto, deixando Angie e Gina sozinhas.


- Tem certeza de que foi só isso, Gi?


- Tenho. Não precisa se preocupar.


- Como não? Olha como você está, como chegou!


- Foi só o impacto, Angie, só isso. Tá tudo bem... - disse sorrindo fracamente.


- Bom, você quer alguma coisa?


- Só dormir - "E esquecer...", ela pensou.


- Tudo bem. Qualquer coisa, estou aqui do lado, tá? Durma bem, Gi.


- Obrigada. Boa noite.


Angie voltou para sua cama e Gina se deitou novamente. E bem que a ruiva tentou dormir, mas não conseguiu. A toda hora a imagem da Marca Negra no braço de Draco vinha à sua mente, e ela não pôde dormir.


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Draco estava sentado no chão da Estufa há, pelo menos, meia hora. Não chorava mais, mas ainda estava perdido. Estava abraçado aos joelhos e olhava para o nada. Foi quando alguém entrou no lugar e o tirou de seus devaneios.


- Venha, Draco, não é bom você passar a noite nessa Estufa fria. Você pode adoecer.


- O que eu faço agora? - disse perdido.


- Dê tempo ao tempo. Você fez o que tinha que fazer.


- Mas eu a perdi... Não há mais pelo que lutar...


- Você sabia desde o início que a perderia.


- Mas eu não imaginei que doeria tanto - disse olhando nos olhos azuis do homem, que agora estava agachado a seu lado.


- Desculpe, Draco. Eu jamais deveria ter permitido que você entrasse nisso.


- A culpa não é sua, Professor Dumbledore. Eu que me ofereci. E não havia mais ninguém para fazer o que tenho que fazer.


- Eu sei, mas mesmo assim, não deveria ter deixado você participar disso. É muito arriscado.


- Já sou maior de idade, professor. Não havia como o senhor me impedir.


Dumbledore sorriu diante da maturidade e persistência de Draco, mesmo estando acabado e perdido como estava.


- Você tem razão, Draco. Mas, mesmo assim, me preocupo. Mesmo sabendo que você é capaz.


- Não precisa. Eu sei o que fazer, e vou até o fim nessa missão.


- Eu sei. E eu confio em você. Sei que você não me decepcionará.


- Espero que não...


- Eu sei que não.


Eles ficaram quietos por um tempo, até que Draco quebrou o silêncio.


- Estou perdido, Professor, não sei o que fazer.


- Acalme seu coração. Talvez seja até melhor ela estar longe de você. Ela corre menos riscos assim.


- Eu sei, mas ela me dava forças. Como vou fazer agora?


- Ela não precisa estar ao seu lado para ser sua força. Lembre-se, é por ela que você está lutando por um futuro melhor.


- Não sei se consigo.


- Não se preocupe - disse com um sorriso bondoso - Eu sei que você vai conseguir ser forte. E não só por você, mas, principalmente, por ela.


Draco não disse nada em resposta, só olhou para o outro lado, sentindo que as lágrimas estavam voltando.


- Não precisa se envergonhar por chorar - Dumbledore disse.


Então Draco não segurou mais as lágrimas e deixou que elas caíssem livre e silenciosamente por seu rosto, enquanto Dumbledore pousou a mão em seu ombro, lhe passando força.


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Gina acordou na manhã seguinte com Angie observando-a.


- Bom dia! – Angie disse animada.


- Bom dia... – respondeu baixo.


- Melhor?


- Não sei – sorriu tristemente - Mas vou melhorar.


-Bom, então vamos tomar café?


Gina somente sorriu e se levantou. Arrumou-se tentando não pensar na noite anterior, decidira esquecer o assunto e, principalmente, Draco.


Desceram e encontraram Colin sentado esperando-as. Assim que ele viu a amiga levantou-se e lhe abriu os braços, ao que ela apertou o passo e se deixou abraçar fortemente.


- Não se preocupa, ruiva, a gente tá do seu lado pro que der e vier, entendeu? – disse-lhe ao ouvido.


Ela concordou com um aceno de cabeça e um sorriso fraco e foram para o Salão Principal. Lá, Gina entrou de cabeça erguida, mas não olhou na direção da mesa Sonserina. Seguiu direto para a mesa de sua casa e se sentou perto de seus amigos e seu irmão.


- Gina – Rony começou – O que aconteceu ontem?


- Nada, por que?


- Vamos, você chegou tarde e muito estranha ontem. Nem respondeu ao meu chamado.


- Rony – Mione se intrometeu – Você tinha me prometido que não ia perturbá-la com isso, não foi?


- Mione, ela é minha irmã! Sei que você disse que não foi nada demais e que ela está bem, mas eu me preocupo. Além do mais, olha a cara dela, não me parece nada bem. Portanto, Gina, pode começar a falar, o que aconteceu?


- Rony, de verdade, não foi nada. Acho que deve ser TPM. Me deu uma crise estranha, só isso.


- Ok, eu acredito – disse e deu uma pausa – Agora você vai me dizer a verdade?


- É sério! – disse e deu seu melhor sorriso naquela situação – Eu não tenho porque mentir pra você, tenho?


- Não, não tem.


- Então! Fica tranquilo, maninho. Não tem nada acontecendo.


- Jura? – perguntou desconfiado.


- Sim, pode se despreocupar.


- Tudo bem, mas se acontecer algo, você promete que me procura?


- Pode deixar – disse e abraçou o irmão – Obrigada, viu?


- Que isso – disse meio sem graça – Não precisa agradecer.


- Então vamos comer e não se preocupe mais.


- Ok, e vamos comer logo que tô faminto!


- E quando você não está? – Harry perguntou fazendo todos rirem.


E o café-da-manhã não foi tão difícil quanto Gina achou que fosse ser. Seus amigos a entreteram tanto, que ela quase esqueceu que sua vida a partir daquele dia não seria mais a mesma. E assim se seguiram os dias. Ela tentando esquecer e fingindo que estava tudo bem, e seus amigos fazendo o máximo para que ela não encontrasse com Draco em lugar algum.


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Draco acordou e olhou em volta. Era estranho acordar e não vê-la a seu lado. E era doído saber que não a teria mais. Levantou-se e foi tomar um banho. Depois seguiu para a sala de Dumbledore. Bateu e entrou.


- Então, em que posso ajudá-lo, Draco? – disse sorrindo bondosamente.


- Professor, eu queria pedir um favor.


- Claro, se estiver ao meu alcance.


- Eu queria saber se teria como eu tomar meu café-da-manhã no quarto todos os dias.


- Você sabe que isso não vai resolver o problema, não é?


- Eu sei, professor, mas não quero vê-la sofrer. E nem quero que ela seja obrigada a me ver todos os dias contra sua vontade.


- Bom, se você acha que isso seja a melhor solução, eu não me oponho. Mas até quando você fará isso? Ainda falta um ano e meio para você se formar.


- Eu nem mesmo sei se conseguirei me formar...


- Não fale assim, Draco, é claro que você vai se formar.


- Bom, então ao menos até o fim desse ano letivo.


- Tudo bem. Pedirei aos elfos que levem seu café todos os dias.


- Obrigado.


- É o mínimo que eu poderia fazer. Se precisar de mais alguma coisa...


- Não se preocupe. Ficarei bem. Me concentrarei mais no meu treino e isso me ajudará.


- Tudo bem. Mas saiba que estarei aqui a qualquer hora, tudo bem?


- Obrigado, professor. Com licença.


Draco saiu e foi para a cozinha, decidiu tomar seu café por lá até que Dumbledore desse as ordens aos elfos. E os dias seguintes transcorreram assim, com Draco evitando a todo custo encontrar com Gina, e com seus amigos, já que não saberia o que dizer se algum deles lhe perguntasse alguma coisa, e treinando incansavelmente todos os dias, para estar pronto para lutar quando a hora chegasse.


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Nota da Besta Reader: Oie!!! Adorei esse capítulo...teve tanto drama! And I love so much drama! I’m drama queen! Huahauahauahua O que eu não gosto mesmo é da demora da D. Chun-Chun Weasley... ela está desmotivada, por isso, metam reviews nela (com carinho, por favor)! Hehehehehe


Espero o próximo capítulo... RÁPIDO!


Beijocas,


Manu Black


N.A.: Sei que não tem perdão pra essa demora absurda que estou tendo entre um capítulo e outro, mas, mesmo assim, peço perdão a todos pela demora. Como disse, sabiamente, minha amiguetes e beta, estou completamente desmotivada. E sem tempo também. Mas gostaria de poder reverter isso, quem sabe não consigo?


Bom, se eu ainda merecer, comentem!!


Amo todos vocês!! \o/


Beijos!! :*


ChunLi Weasley Malfoy

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